A Divina Comédia dos Malucos

 

Este é o título dum poema que cometi, tempos atrás, para Vivi Queiroz. Éramos, à época, psicológos, um do outro. Dois “loucos” se consultando. Ninguém nunca sabia quem era o médico e quem era o paciente. Apesar da distância entre Fortaleza/CE (a mineira mora lá) e São Luís. Mas ela tá na Ilha, e publico aqui o poema:

sob seus pés o céu
de são luís vai parar no chão
paralelepípedos viram nuvens
como as pedras irregulares
do calçamento de alcântara.
o sol a pino; seu suor mata-me a sede
bebo do perfume que escorre
embriago-me e já só sei andar
pelas curvas exóticas de seu corpo.

seu tato fino e hábil, pele seda
minha incômoda barba por fazer
escultura divina, boneca, menina,
santa pecadora, me leva ao inferno
do calor de seu corpo-paraíso.
entras pelo meu sorriso
porta aberta pelo teu.
mãos dadas, dois corpos unidos,
nus, onde a gente se meteu?

15/2/2005

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