ENCONTRO DEMOCRÁTICO

Já que todo o debate do Grande Encontro tangencia ao tema política, a organização achou po bem dar espaço aos candidatos ao governo do estado. “Enviamos o convite para todos os seis candidatos a governador, progressistas ou não”, alfinetou o blogueiro e assessor de comunicação da Cáritas Brasileira no Maranhão, Zema Ribeiro, que também coordena o evento. Foi formalizado que, uma vez que compareçam ao encontro, os candidatos terão direito cada um a 10 minutos de pronunciamento. O curioso é que poderão pedir a palavra a qualquer momento, em uma proposta dinâmica e sucinta que lembra muito o modelo de interatividade do site de relacionamentos Twitter. Ao final do Grande Encontro, será redigida uma carta direcionada à sociedade. O documento também será entregue aos concorrentes ao cargo de governador do estado. Independente de ações como esta, o encontro visa, ainda, a disseminação da pauta de discussões através do “boca a boca”, tanto na rede quanto nas comunidades. “O interessante do encontro é formar agentes multiplicadores de informação a respeito de questões espinhosas, nem sempre noticiadas pela mídia hegemônica, ao conhecimento das pessoas na vida real”, disse Zema, que assina o zemaribeiro.blogspot.com, onde fala de música e literatura, entre outros.

O Grande Encontro de Blogueiros e Twitteiros Progressistas do Maranhão conta com o apoio da Cáritas Brasileira Regional Maranhão, Agência Matraca e Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH). O Núcleo de Estudos em Estratégias de Comunicação da Universidade Federal do Maranhão (NEEC-UFMA) e Instituto Barão de Itararé também apóiam o evento. Juntas, as entidades formam o projeto Nó de Rede, em prol da proposta de articulação cidadã via web. Inscrições prévias poderão ser reservadas pelo e-mail noderede@gmail.com, a título de organização do evento, já que as vagas no espaço que sediará o encontro são limitadas. Entretanto, inscrições também poderão ser feitas durante o encontro, no próprio local.

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Trecho de Blogosfera em debate, boa matéria de Carolina Mello publicada nO Imparcial de hoje (Caderno Ímpar, página 14). A íntegra do texto está na versão impressa do jornal. Leia mais sobre o Grande Encontro de Blogueiros e Twitteiros Progressistas do Maranhão no Ponte Aérea SL.

PEDRA DE RESPONSA NO CEARÁ

Amanhã (28) meu parceiro Gildomar Marinho (foto) lança no BNB Clube de Fortaleza/CE seu segundo disco, Pedra de Cantaria, cuja faixa-título é de nossa autoria (ouça-a no post anterior, em meu myspace, é tão estranhamente redundante ou redundantemente estranho escrever “meu myspace“, ou no myspace de Gildomar, onde outras faixas de Pedra de Cantaria, bem como de Olho de Boi, o disco de estreia, também podem ser ouvidas.

A ideia e a vontade é lançar o disco em terras maranhenses entre mês que vem e outubro. Dois shows, um aqui na capital, outro em Imperatriz, levando ao palco todo mundo que participou do disco: os músicos que tocaram na gravação e os artistas que fizeram participações especiais, em ordem alfabética, Carlinhos Veloz (na belíssima O Rio), Celso Borges (que declama seu poema Vazio na balada Claustrofobia), Erasmo Dibell (que divide os vocais em Madre, ode à Madre Deus, bairro boêmio ilhéu pelo qual Gildomar Marinho é apaixonado) e Lília Diniz (que entoa um lamento de Dona Elza na abertura do carimbó elétrico Batalha do Cerrado, homenagem ao líder camponês Manoel da Conceição).

O repertório quase completamente autoral, abriga ainda parceria com o radialista Ricarte Almeida Santos (o choro Pra chorar no Rio) e o registro de Não fale nada, bolero que Gildomar resgata da obra de Batista Marinho, seu pai, que lhe ensinou os primeiros acordes num cavaquinho, quando o músico tinha ainda cinco anos de idade.

Pedra de Cantaria tem apoio cultural do Banco do Nordeste, através do Programa Cultura da Gente. Sobre o lançamento em Fortaleza, leia mais no Ponte Aérea São Luís.

DUAS MÚSICAS

A primeira, Pedra de Cantaria, letra deste blogueiro em parceria com Gildomar Marinho, autor da melodia. É a faixa-título do segundo disco dele, que terá lançamentos em São Luís e Imperatriz em setembro:

http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=12389476-948

A segunda, o Melô do Futi (Reginaldo), é a música da campanha do candidato à reeleição a deputado federal Domingos Dutra (1313), a quem este blogueiro declara voto:

http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=12389512-59f

CANAL, DIREITOS AUTORAIS E RAUL SEIXAS

Agradável e amistoso são adjetivos que eu poderia usar para o lançamento, ontem (25), da Canal.com (baixe clicando na capinha acima), revista-laboratório dos alunos do 5º., 6º. e 7º. períodos de Jornalismo da UFMA. Convidado a compor uma mesa de debates, dividi-a com Andréa Gonçalves (editora de Cultura do jornal O Imparcial, que em seu Cine Ímpar abrigou a cerimônia), Bruno Azevedo (historiador, músico, autor de Breganejo Blues) e Elizandra Rocha (atriz e produtora cultural), sob mediação de Pedro Venâncio (músico, estudante de jornalismo da UFMA), tod@s amig@s (a depender de como fiquei, assim que a turma me mandar umas “fotinhas” penduro aqui).

A revista focou suas matérias na produção cultural independente do Maranhão e o resultado é bom. De acordo com a professora Vera Sales, há a intenção, por parte dos alunos, de continuar com a revista, que, penso eu, poderá mudar de nome e ganhar caráter comercial. Provoquei: que tal um lançamento da Canal.com em um bar, com música ao vivo e discotecagem? A revista não está chata ou hermética, como é muito comum entre publicações acadêmicas só lidas por alunos e professores dos cursos que as produzem, e pode muito bem ir às bancas.

Norteou as matérias a questão da produção cultural independente no Maranhão, pautas cobertas pelos estudantes por vários ângulos. A reflexão de Bruno Azevedo sobre os conceitos de “produção”, “cultural”, “independente” e “dependente” fez a minha alma mal-diagramada ficar penando no limbo entre os dois últimos conceitos. Explico: sou independente já que me pauto e escrevo quando e como quero neste blogue. Por outro lado, “dependo” de meus trabalhos – ainda que como jornalista, em assessorias de imprensa – para comprar este ou aquele livro, disco ou dvd e ingressos para shows interessantes e escrever sobre.

“Alguns de vocês poderão simplesmente me chamar de “otário””, brinquei com a plateia, explicando como é que eu pago para escrever. Bueno: vez ou outra, assessorias de artistas, editoras e distribuidoras me enviam “produtos culturais” para “apreciação e crítica”. Mas é mais comum do que imaginam os poucos-mas-fieis leitores deste blogue eu gastar suados trocados em troca de um “objeto cultural” ou ingresso de um espetáculo para “traduzi-lo aqui”. Certo, não escrevo sobre tudo que vejo-leio-ouço-vou, mas é mais ou menos assim que funciona.

Por isso abandonei as colunas de cultura que já assinei em vários jornais aqui em São Luís (pelo menos quatro, além de “frilas” não-remunerados, se é que vocês me entendem): mesmo em versão impressa, eu simplesmente tinha que manter o “procedimento” do blogue (comprar ou receber os “produtos”), escrever e enviar o texto nas datas combinadas até o horário combinado. Experiência interessante, não nego, pelo exercício de disciplina auto-imposto.

Há proprietários de jornais sacanas e há proprietários de jornais legais. Já saí brigado de algumas dessas “relações”. Escrever de graça e ser censurado? Tou fora! Escrever de graça e não “negociarem” a edição? Quero não! Manter uma coluna sem receber nada por ela sabendo que o jornal “pode” pagar? Se preferem a mediocridade do control c e control v de releases, tudo bem, fiquem com eles (e publiquem os meus quando eu os mandar: é o que me paga, para que eu possa continuar escrevendo “por prazer” – eufemismo para não repetir o “de graça”. Ops! Desgraça!).

É claro que há jornalistas em que acredito e confio e jornais para os quais continuarei escrevendo quando convier. Essa reflexão-conexão aparentemente sem sentido para alguns me veio à cabeça quando li, no blogue de Ademir Assunção, “sobre a pressão dos donos de jornais em cima do Google e do Yahoo para que estes sites paguem direitos autorais pelos textos dos grandes jornais reproduzidos por terceiros na web”. Isso mesmo!, pasmem!: as empresas jornalísticas receberiam – ou receberão, a depender de como a coisa irá se desenrolar – direitos autorais; ninguém fala em direitos autorais dos jornalistas, cronistas e articulistas, isto é, aqueles e aquelas que “escrevem” os textos. Vale a pena se ligar na discussão. Com ou sem Tiririca, pior do que tá pode ficar sim! Não podemos ficar “com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar”.

Falando em Raul Seixas: Wilson Zara e banda realizam mais um tributo ao baiano, neste sábado (28), a partir das 22h, no Circo da Cidade. Os ingressos custam R$ 10,00 (antecipados; meia para estudantes) e R$ 15,00 (na hora; meia para estudantes) e estão à venda na Gil Som Eletrônica, Livraria Poeme-se, Banca do Calhau, Bar do Léo, Banca Dunas, Alfama Café (Rio Anil Shopping), San Motos, Zênite Materiais de Construção e Ryhad Esfihas (Jaracaty Shopping).

LENA MACHADO EM TRÊS TEMPOS

Claro que não é a mesma coisa que ter visto e ouvido ao vivo. Mas, consolaçãozinha a quem perdeu, três momentos de Lena Machado no lançamento de seu novo disco, Samba de Minha Aldeia, em show que aconteceu dia 7 de julho passado no Teatro Arthur Azevedo:

Linha puída (Chico Saldanha), com participação especial do compositor. Essa não ‘tá no disco, Saldanha é nome que a cantora guardou para o próximo.

Em breve Jady William subirá mais vídeos no Youtube. Para ouvir mais faixas de Samba de Minha Aldeia, acesse o myspace de Lena Machado.

“CONTRA A CENSURA, A DITADURA E A OLIGARQUIA”

A declaração do cassetucano Marcelo Madureira que fecha a matéria Humoristas protestam pelo direito de fazer humor na política (titulozinho horrível, hein?), do Terra, além de infeliz é irreal: sobre a aplicação da Lei 9.504/97 (isto é, dos tempos de FHC), ele diz que “reflete esse momento de ‘hegemonia petista’, em que não temos oposição”.

“Não concordo” com o que o planetucano Marcelo Massaranduba, ops, Madureira diz, “mas defenderei até a morte o direito de dizê-lo” (Voltaire). Por outro lado é sábio o manifesto, lido por Fábio Porchat (do Comédia em pé, grupo organizador do protesto): “os humoristas são proibidos e os candidatos é que acabam fazendo palhaçada na TV no horário eleitoral”.

Uma prova?:


Via @elbarros

Bem, ao menos antes das eleições, pior do que tá pode ficar sim: mais tosco que o Tiririca no vídeo acima é ele nesta entrevista à Folha de São Paulo.

Este blogue é contra qualquer forma de censura e, portanto, contra o silêncio imposto aos humoristas, ao menos aos que não são candidatos, é claro…

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*O título do post é verso do samba-enredo Hino Latino, desclassificado ano passado no concurso da Favela do Samba, parceria deste blogueiro com Gildomar Marinho, homenagem ao jornalista, compositor e chargista Cesar Teixeira.

"CONTRA A CENSURA, A DITADURA E A OLIGARQUIA"

A declaração do cassetucano Marcelo Madureira que fecha a matéria Humoristas protestam pelo direito de fazer humor na política (titulozinho horrível, hein?), do Terra, além de infeliz é irreal: sobre a aplicação da Lei 9.504/97 (isto é, dos tempos de FHC), ele diz que “reflete esse momento de ‘hegemonia petista’, em que não temos oposição”.

“Não concordo” com o que o planetucano Marcelo Massaranduba, ops, Madureira diz, “mas defenderei até a morte o direito de dizê-lo” (Voltaire). Por outro lado é sábio o manifesto, lido por Fábio Porchat (do Comédia em pé, grupo organizador do protesto): “os humoristas são proibidos e os candidatos é que acabam fazendo palhaçada na TV no horário eleitoral”.

Uma prova?:


Via @elbarros

Bem, ao menos antes das eleições, pior do que tá pode ficar sim: mais tosco que o Tiririca no vídeo acima é ele nesta entrevista à Folha de São Paulo.

Este blogue é contra qualquer forma de censura e, portanto, contra o silêncio imposto aos humoristas, ao menos aos que não são candidatos, é claro…

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*O título do post é verso do samba-enredo Hino Latino, desclassificado ano passado no concurso da Favela do Samba, parceria deste blogueiro com Gildomar Marinho, homenagem ao jornalista, compositor e chargista Cesar Teixeira.

UM HOTEL EM SATOLEP SAMBATOWN

Alguém na plateia gritou pedindo Loucos de cara, quando o show Satolep Sambatown se aproximava do final. Vitor Ramil, autor do sucesso que invadiu as rádios do país na segunda metade da década de 1980, e Marcos Suzano, percussionista que o acompanhava – embora não possamos dizer simplesmente isso – não atenderam ao pedido.

Justifica-se: a única música mais velha, por assim dizer, do set list do duo foi Estrela, estrela, um dos bises, do primeiro disco do gaúcho, lançado em 1981, quando ele tinha apenas 18 anos. No mais, o repertório orbitou basicamente por Satolep Sambatown, disco lançado por ambos há três anos, Tambong (2000) e Longes (2004), solos de Ramil.

Mas o grito do carinha da plateia me fez lembrar – embora eu nunca tenha esquecido – de meu primeiro contato com a obra de Vitor Ramil. O que era aquela música de letra longa e um tanto estranha? – eu tinha coisa de seis, sete anos de idade. Tango (1987), o disco de Loucos de cara, é, até hoje, um de meus discos de cabeceira.

A ausência de uma de minhas músicas preferidas ao repertório – saí de casa com a certeza de que não a ouviria ali, ao vivo – no entanto, não diminuiu o espetáculo. E que espetáculo! Satolep Sambatown, o show, é algo que o pouco público presente ao Teatro Arthur Azevedo na noite da última quinta-feira (19) não queria que acabasse.

O pequeno público era grande conhecedor da obra de Ramil e com ele cantou várias de suas músicas: Livro aberto, Não é céu, Livros no quintal, A ilusão da casa, Neve de papel, Viajei, Foi no mês que vem, Estrela, estrela e tantas outras. O compositor-escritor revezava-se entre dois violões e Marcos Suzano, tal qual um mago, pilotava as percussões enfeitadas de eletrônica, sem exageros. Parecia criança deslumbrada com brinquedo novo, embora seja um dos maiores mestres do Brasil no lidar com aquela parafernália.

Satolep Sambatown, as duas cidades imaginárias, a Pelotas do avesso de Ramil e a cidade do samba do carioca Suzano, é um show de intimidades. Não a intimidade barata das celebridades fast-food. Mas uma intimidade verdadeira, como se músicos e plateia fossem velhos amigos de infância, os do palco agradando e “entrando pra história” sentimental de cada alma presente, os da plateia aplaudindo e cantando juntos, profundos conhecedores de quase tudo que ali se cantou.

“Conheço esta cidade/ como a palma da minha pica/ sei onde o palácio/ sei onde a fonte fica”. Leminski bem poderia ter dito isso sobre Satolep Sambatown, cidade que hospedou naquela noite mágica – e por isso inesquecível – de agosto, o Astronauta lírico que habita cada um de nós.

POPULARIZANDO A MILONGA

Em disco inspirado Vitor Ramil torna milongas versos de Jorge Luis Borges e João da Cunha Vargas.


[délibáb. Capa. Reprodução]

POR ZEMA RIBEIRO

À beira da Praia Vermelha, em Pelotas, Vitor Ramil aparece lendo um trecho de Nosso Universo Maravilhoso, enciclopédia dirigida por Ernesto Sábato. Uma das epígrafes do disco – a outra é trecho de sua novela Satolep [CosacNaify, 2008] –, eis a cena inicial de délibáb documental, dvd que acompanha o processo de feitura de délibáb [Satolep/ Núcleo Contemporâneo, 2010, R$ 35,00 em média], nele encartado.

O título do disco é palavra húngara que significa miragem. Etimologicamente vem da soma de sul e ilusão. Para o álbum, o cantor, compositor e escritor gaúcho musicou poemas do argentino Jorge Luis Borges (1899-1986), de seu livro Para las seis cuerdas, e do gaúcho João da Cunha Vargas (1900-1980), de Deixando o pago – título de uma das faixas (Vargas/ Ramil).

É um disco de milongas, gênero musical comum ao Rio Grande do Sul natal de Ramil e países vizinhos, sobretudo a Argentina – délibáb foi gravado e mixado no estúdio Circo Beat, em Buenos Aires. “Guardadas as imensas diferenças entre as vidas e as obras dos dois autores, suas imagens se projetam nitidamente no horizonte de um sul mítico, tocando-se em determinados pontos”, afirma Vitor Ramil a certa altura do doc, longe de narcisista, pedante ou algo que o valha.

O dvd também não funciona – nem é sua intenção – como um “manual de instruções” para que o ouvinte “entenda” o disco – tanto é que este funciona sem o “encarte”. É, a meu ver, um belo road-vídeo, charmoso making-of.

Em junho do ano passado, Vitor Ramil esteve imerso no idioma, clima e geografia borgeanas, durante a gravação de délibáb, disco sem efeitos, todo registrado com dois violões: o nylon do argentino Carlos Moscardini – “excelente violonista”, nas palavras do próprio Ramil, e o aço deste. Caetano Veloso participa da Milonga de los morenos (Borges/ Ramil). Vitor Ramil, noutro ponto do doc: “Os versos de Borges são pródigos em facas, peleias, sangue e morte. Ao lado dos de Vargas, fazem com que nestes se sobressaiam a doçura, a amorosidade e a melancolia, ainda que apresentem também cenas de valentia e violência”.

O gaúcho, grande leitor de Borges, com quem dialoga em Satolep, o livro, entende do assunto. E não é neófito nem mesmo em musicar-lhe versos: Vitor Ramil tinha apenas 19 anos quando musicou a Milonga de Manuel Flores (Borges/ Ramil).

Não é necessário, no entanto, ser um profundo conhecedor da obra de quaisquer dos que em délibáb emprestam versos a Vitor Ramil para gostar do disco, que mantém a qualidade estética percebida em outros trabalhos do gaúcho, também já permeados, aqui e acolá, por milongas, música do sul que tem ajudado a tornar realmente popular.

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[Divulgação]

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SHOW – Vitor Ramil está em turnê pelo Brasil e por outros países com o show délibáb. Neste meio tempo, toca hoje em São Luís (Teatro Arthur Azevedo, 20h), acompanhado do percussionista carioca Marcos Suzano, com quem divide o show – e o disco (2007) que o originou – Satolep Sambatown, soma de duas cidades imaginárias: a Pelotas natal ao contrário, de Ramil, que batiza-lhe novela que publicou pela CosacNaify, e a “cidade do samba”, tradução possível para o título do disco que Suzano lançou em 1996.

No show de hoje, que terá abertura de Alberto Trabulsi, a dupla relembrará músicas de Satolep Sambatown, além de clássicos do repertório de Ramil: Não é céu, A ilusão da casa e Estrela, estrela, entre outros. Os ingressos custam R$ 30,00 (metade para estudantes com carteira) e estão à venda na bilheteria do TAA. Produção: Ópera Night. Maiores informações: (98) 8137-7452 e 8888-3722.

ENTREVISTA EXCLUSIVA: ANNA CLÁUDIA

Após uma temporada em Belém, sua cidade natal, a cantora Anna Cláudia está morando novamente em São Luís. De volta à Ilha, está se reintegrando aos poucos ao cenário musicultural maranhense. Quarta-feira passada (11) ela inaugurou temporada no Bar Mandamentos (Lagoa), acompanhada dos músicos Luiz Jr. (violões) e Luiz Cláudio (percussão), também paraense de nascimento e ludovicense de adoção, seu irmão.

A cada apresentação, ela tem instrumentistas diferentes acompanhando-a. Hoje é a vez de Marcelinho Rebelo (piano) e Fleming (bateria) emoldurarem melodicamente as letras que Anna Cláudia (voz) desfilará. No eclético repertório, nomes como Caetano Veloso, Cartola, Chico Buarque, Fagner, Geraldo Azevedo, Lulu Santos, Marina Lima e Rita Lee, entre outros e outras.

Às quartas-feiras, Anna Cláudia começa a cantar às 21h, seguindo até meia-noite. Por e-mail ela respondeu algumas perguntas deste blogue.

ZEMA RIBEIRO – Depois de morar em São Luís, onde gravou seu disco de estreia, você voltou a Belém, sua cidade natal e agora está morando novamente em São Luís. A que se devem as idas e vindas?

ANNA CLÁUDIA – Passei os últimos dois anos em Belém por motivos pessoais, problemas de saúde na família, um período difícil e de muito amadurecimento pessoal. Tive alguns contatos com artistas locais, participei da gravação de um cd que deve ser lançado até o fim deste ano, além de algumas participações em casas noturnas, o que com certeza acrescenta muito na carreira de qualquer artista. Novas experiências, novas vivências musicais. Me sinto bem mais madura em todos os sentidos e pronta sempre para recomeçar.

ZR – Seu disco de estreia tinha composições de nomes como Joãozinho Ribeiro e Zeca Baleiro, entre outros maranhenses. Para quando os fãs de Anna Cláudia podem esperar um próximo disco? E no que você tem pensado para um trabalho futuro?

AC – Esse é um processo delicado e que ainda está em fase de seleção [de repertório]. O que posso adiantar é que não terá só artistas maranhenses. Terá compositores conhecidos ou não nacionalmente, pois tem muita gente boa por aí, que assim como os daqui precisam ser vistos, ouvidos e reconhecidos.

ZR – Há cerca de um mês na capital maranhense o público já está se reencontrando com Anna Cláudia e vice-versa. Desde quarta-feira passada o endereço certo é o Bar Mandamentos, na Lagoa. Como foi a estreia? O que você espera destas próximas apresentações? E o que o público pode esperar de você?

AC – A estreia teve um público razoável, o que era de se esperar, pelo dia da semana e outros acontecimentos na cidade. Mas com a ajuda da mídia e do boca a boca vamos insistir para conquistar esse público, que gosta de boa musica.

ZR – Qual a base do repertório da temporada no Mandamentos? Cada quarta é diferente, não é?

AC – O nome do show é Trilhas Musicais e nele procuro cantar vários estilos e compositores diferentes, sem fugir do meu jeito e modo de cantar. Canto samba, bolero, bossa, músicas de Lulu Santos, Marina Lima, Rita Lee e por aí vai. A cada quarta vão surgir pedidos que às vezes não estão no repertório e que a gente deve incluir para atender na próxima semana.

ZR – Como foi participar recentemente do Festival de Blues e Jazz de Barreirinhas? [a foto de Amanda Freitas que abre este post, onde Anna Cláudia aparece acompanhada do violonista Luiz Jr., foi feita na ocasião]

AC – Foi uma experiência maravilhosa e o público foi muito receptivo. Foi dez! Pretendo voltar nas próximas edições.

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Veja abaixo o material de divulgação da apresentação de Anna Cláudia no Mandamentos, logo mais (cliquem para ampliar):

“O CORPO É A CASA DA ALMA”

Via Nassif.

Antonio Vieira é outro que merece ser chamado de mestre. Não à toa o chamavam: Mestre Vieira. Convivi alguns anos com ele. Adorava conversar. Muito do que ele diz nos trechos de entrevista entre as músicas do vídeo acima, ouvi dele, pessoalmente.

Só o entrevistei uma vez. Era janeiro de 2004, eu ‘tava entrando na faculdade de jornalismo e, já apaixonado por sua obra e pela de Cesar Teixeira, com quem aquele mês iria ao Rio de Janeiro para uma série de apresentações no Centro Cultural Banco do Brasil, resolvi divulgar essa ida maranhense ao projeto Brasil de Todos os Sambas, sucesso absoluto de público, com participações especiais de Teresa Cristina (que cantou músicas de Cesar e Vieira), Rita Ribeiro e Célia Maria.

O texto, fruto da entrevista, com duas fotoscas que fiz, no terraço da casa de Seu Vieira, no Retiro Natal, foi publicada à época no Suplemento JP Turismo, do Jornal Pequeno (vou procurar o recorte do jornal e publicá-lo neste blogue, em breve).

Hoje Vieira se chama saudade. Hora dessas deve estar num samba do altíssimo, com Cristóvão Alô Brasil, Lopes Bogéa, Cartola, Nelson Cavaquinho, Geraldo Pereira e outros bambas.