a última “primeira classe” do ano

mais uma vez, decepção com o concurso literário e artístico cidade de são luís. não que eu ache que eu devesse vencer (concorri, este ano, à categoria jornalismo, prêmio bandeira tribuzzi). mas saber que há gente boa concorrendo e as comissões dizerem que em algumas categorias trabalhos não obtiveram um mínimo de qualidade é, no mínimo, um exagero. ou falta de conhecimento, pseudoconhecimento, sabe-se lá…

abaixo, a última modesta colaboração deste blogueiro para a primeira classe, jp turismo, jornal pequeno. em 2006, é claro. quando digo, aí no texto, que o livro deveria ser lido por colunistas sociais, não enganem-se, caros leitores: o livro é bom e deve ser lido por vocês também.

antes, uma ampliação do trecho do livro que usei em meu texto. acrescente-se aos que devem ler o livro, além de colunistas sociais e seus pares, alguns membros da comissão julgadora do concurso cidade de são luís:

“A nossa era é, cada vez mais, a era do pseudoconhecimento, o modo pelo qual tentamos tolamente nos diferenciar da maioria medíocre. Sentar-se ao redor de uma garrafa de suco de uva azedo, falando de toques delicados de groselha-preta, fumaça de carvalho, trufas ou de qualquer outro absurdo refinado que a natureza teria usado para enriquecer o seu sabor é ser um cafone de primeira grandeza. Porque, se há algum toque delicado a ser percebido em qualquer vinho, é provável que seja o de pesticida e esterco. Sobre um Château Margaux 1978, um connaisseur pronuncia: “Após uma hora exposto ao ar, este vinho desabrocha, revelando aromas de cassis doce, chocolate, violetas, tabaco e doce baunilha acarvalhada. Em cerca de dez anos, este vinho pode evoluir para a clássica mistura Margaux de cassis, trufas negras, violetas e baunilha”. Como se isso não fosse absurdo o bastante, “um traço de pimentão se esconde no cassis”.

Como um nariz tão sofisticado pode não ter detectado a merda de vaca com a qual essa celebrada propriedade de Bordeaux fertiliza suas videiras? Um verdadeiro conhecedor de vinhos, se tal coisa existisse, detectaria o pesticida e o esterco antes de tudo: ele não seria um goûter de vin, e sim um goûter de merde. Mas não existe conhecimento real de vinho sem ser o daqueles que sabem que a verdadeira alma do vinho, l’âme du vin, é o vinagre. Só saboreia realmente maravilhas quem bebe, puros, aqueles raros vinagres envelhecidos, denominados da bere: a coisa pra valer, um néctar bem distante do suco glorificado dessa indústria de adjetivos e falsidade, que já foi bebida simples e nobre de camponeses simples e nobres – bem mais nobres e conhecedores que os otários endinheirados de hoje em dia, engambelados a acreditar que a degustação de vinho pede mais palavras do que “bom”, “ruim” ou “cala essa boca e bebe logo”.” (p. 13-15)

Um conhecedor da verdade

Sem escrever meramente um elogio ao ópio – ou tão somente fazer-lhe apologia – Nick Tosches alia temas como pseudoconhecimento e o vício. Com conhecimento de causa.

por Zema Ribeiro*

A alucinada – porém lúcida, diga-se – busca de um viciado por uma casa de ópio onde a droga já (quase) não existe. Eis o mote – e isso não é pouco – de “A última casa de ópio[“The last opium den”, tradução de Michele de Aguiar Vartuli, Conrad Editora, 2006, 93 páginas, R$ 25,00], de Nick Tosches, jornalista, poeta e romancista de quem este aspirante – confesso – ainda não tinha ouvido falar.

O autor está, na orelha do livro, colocado ao lado de gente grande, dos naipes de Truman Capote, Hunter Thompson e Lester Bangs. Antes de mergulhar em busca da última casa de ópio, o livro inicia-se com uma crítica ao pseudoconhecimento, tão em voga e tão celebrado hoje em dia. Tivesse este livro sido escrito no Brasil, certamente os exemplos sobre o assunto seriam outros, abundantes. Por lá, um deles é pagar-se algo como 25 ou 35 dólares por meia cebola.

Um trecho, certeiro: “A nossa era é, cada vez mais, a era do pseudoconhecimento, o modo pelo qual tentamos tolamente nos diferenciar da maioria medíocre. (…) Foda-se este mundo de otários pseudo-sofisticados, incapazes de reconhecer as melhores coisas da vida – desde uma dose daquele vinagre até os primeiros sinais do outono numa árvore –, quanto mais apreciá-las”.

O livro foi escrito em 1985 e falava de um século XXI que já chegou, infelizmente sem erros nas “previsões” do autor.

Talvez alguns preconceitos ainda não expurgados me atirem à vala comum dos pseudoconhecedores de que fala Tosches. Mas, sem dúvidas, eis um livro que deveria ser lido – urgentemente – por colunistas sociais e seus pares.

* Zema Ribeiro é correspondente para o Maranhão do site Overmundo e escreve no blogue http://zemaribeiro.blogspot.com

a última "primeira classe" do ano

mais uma vez, decepção com o concurso literário e artístico cidade de são luís. não que eu ache que eu devesse vencer (concorri, este ano, à categoria jornalismo, prêmio bandeira tribuzzi). mas saber que há gente boa concorrendo e as comissões dizerem que em algumas categorias trabalhos não obtiveram um mínimo de qualidade é, no mínimo, um exagero. ou falta de conhecimento, pseudoconhecimento, sabe-se lá…

abaixo, a última modesta colaboração deste blogueiro para a primeira classe, jp turismo, jornal pequeno. em 2006, é claro. quando digo, aí no texto, que o livro deveria ser lido por colunistas sociais, não enganem-se, caros leitores: o livro é bom e deve ser lido por vocês também.

antes, uma ampliação do trecho do livro que usei em meu texto. acrescente-se aos que devem ler o livro, além de colunistas sociais e seus pares, alguns membros da comissão julgadora do concurso cidade de são luís:

“A nossa era é, cada vez mais, a era do pseudoconhecimento, o modo pelo qual tentamos tolamente nos diferenciar da maioria medíocre. Sentar-se ao redor de uma garrafa de suco de uva azedo, falando de toques delicados de groselha-preta, fumaça de carvalho, trufas ou de qualquer outro absurdo refinado que a natureza teria usado para enriquecer o seu sabor é ser um cafone de primeira grandeza. Porque, se há algum toque delicado a ser percebido em qualquer vinho, é provável que seja o de pesticida e esterco. Sobre um Château Margaux 1978, um connaisseur pronuncia: “Após uma hora exposto ao ar, este vinho desabrocha, revelando aromas de cassis doce, chocolate, violetas, tabaco e doce baunilha acarvalhada. Em cerca de dez anos, este vinho pode evoluir para a clássica mistura Margaux de cassis, trufas negras, violetas e baunilha”. Como se isso não fosse absurdo o bastante, “um traço de pimentão se esconde no cassis”.

Como um nariz tão sofisticado pode não ter detectado a merda de vaca com a qual essa celebrada propriedade de Bordeaux fertiliza suas videiras? Um verdadeiro conhecedor de vinhos, se tal coisa existisse, detectaria o pesticida e o esterco antes de tudo: ele não seria um goûter de vin, e sim um goûter de merde. Mas não existe conhecimento real de vinho sem ser o daqueles que sabem que a verdadeira alma do vinho, l’âme du vin, é o vinagre. Só saboreia realmente maravilhas quem bebe, puros, aqueles raros vinagres envelhecidos, denominados da bere: a coisa pra valer, um néctar bem distante do suco glorificado dessa indústria de adjetivos e falsidade, que já foi bebida simples e nobre de camponeses simples e nobres – bem mais nobres e conhecedores que os otários endinheirados de hoje em dia, engambelados a acreditar que a degustação de vinho pede mais palavras do que “bom”, “ruim” ou “cala essa boca e bebe logo”.” (p. 13-15)

Um conhecedor da verdade

Sem escrever meramente um elogio ao ópio – ou tão somente fazer-lhe apologia – Nick Tosches alia temas como pseudoconhecimento e o vício. Com conhecimento de causa.

por Zema Ribeiro*

A alucinada – porém lúcida, diga-se – busca de um viciado por uma casa de ópio onde a droga já (quase) não existe. Eis o mote – e isso não é pouco – de “A última casa de ópio[“The last opium den”, tradução de Michele de Aguiar Vartuli, Conrad Editora, 2006, 93 páginas, R$ 25,00], de Nick Tosches, jornalista, poeta e romancista de quem este aspirante – confesso – ainda não tinha ouvido falar.

O autor está, na orelha do livro, colocado ao lado de gente grande, dos naipes de Truman Capote, Hunter Thompson e Lester Bangs. Antes de mergulhar em busca da última casa de ópio, o livro inicia-se com uma crítica ao pseudoconhecimento, tão em voga e tão celebrado hoje em dia. Tivesse este livro sido escrito no Brasil, certamente os exemplos sobre o assunto seriam outros, abundantes. Por lá, um deles é pagar-se algo como 25 ou 35 dólares por meia cebola.

Um trecho, certeiro: “A nossa era é, cada vez mais, a era do pseudoconhecimento, o modo pelo qual tentamos tolamente nos diferenciar da maioria medíocre. (…) Foda-se este mundo de otários pseudo-sofisticados, incapazes de reconhecer as melhores coisas da vida – desde uma dose daquele vinagre até os primeiros sinais do outono numa árvore –, quanto mais apreciá-las”.

O livro foi escrito em 1985 e falava de um século XXI que já chegou, infelizmente sem erros nas “previsões” do autor.

Talvez alguns preconceitos ainda não expurgados me atirem à vala comum dos pseudoconhecedores de que fala Tosches. Mas, sem dúvidas, eis um livro que deveria ser lido – urgentemente – por colunistas sociais e seus pares.

* Zema Ribeiro é correspondente para o Maranhão do site Overmundo e escreve no blogue http://zemaribeiro.blogspot.com

míope e torpe top5

um postzinho “na onda”, da hora. coisa que todo mundo faz. e confesso: ler listas é (bem) melhor que fazê-las. sempre vai ficar alguém de fora, (quase) sempre vai entrar alguém que deveria ter ficado de fora.

não listarei os melhores livros e filmes de 2006. devo confessar: li e vi pouco este ano. e a maioria das coisas que li e vi, não foram lançadas este ano.

atrevo-me pois, somente, a listar os melhores discos de 2006, obviamente entre os que ouvi. é, como sempre, uma lista apaixonada e defeituosa. aberta a contestações/indagações/etc. na caixa de comentários. em tempo e sinceramente: também ouvi pouco em 2006.


cruel, sérgio sampaio

o maranhense zeca baleiro (que este blogue bem poderia eleger “artista do ano”, dada a sua carga de trabalho) pescou 14 músicas (quase todas inéditas) deixadas em fita (voz e violão) pelo capixaba sérgio sampaio (para ficar num lugar-comum, o autor de “eu quero é botar meu bloco na rua”). o resultado é esta belíssima bolachinha, que marcou a estréia do selo saravá discos, que pôs ainda no mercado outro belo trabalho, “ode descontínua e remota para flauta e oboé – de ariana para dionísio“, com dez poemas de hilda hilst musicados por zeca baleiro e interpretados por dez vozes femininas.


música, celso borges

“música” não é um disco. é um livro. um livro-disco na verdade. celso borges, o jornalista e poeta maranhense que cometeu esta obra, confessa pensar sempre no texto em papel (livro) antes do suporte sonoro (disco). mais de 50 artistas (músicos, poetas) em 25 faixas. um passeio interessantíssimo por músicas e poemas.


transfiguração, cordel do fogo encantado

versos como “vou pregar na parede / um pedaço de céu / que você me mandou” garantem ao terceiro disco do cordel o título de disco mais lírico de sua consistente carreira. é, ao lado dos outros quatro da lista, um dos discos que mais ouvi em 2006. este e o “homem-espuma” são os dois únicos discos que não resenhei (em 2006).


tião canta joão, tião carvalho

no ano em que joão do vale completou dez anos de falecido, tião carvalho, maranhense radicado em são paulo, prestou-lhe este “tributo”, que vai além desta alcunha aspeada. fugindo de um repertório óbvio, há músicas belas e raras como “os óio de ana bela”.


homem-espuma, mombojó

com participações de céu (um dos muitos discos que este blogueiro (ainda) não ouviu em 2006) e tom zé (cujo disco novo também ainda não ouvi), praticamente nada de novo era apresentado no disco novo do mombojó, cuja estréia se chama nadadenovo. se “em time que está ganhando não se mexe” (termo óbvio para um ano de copa do mundo, não?), o mombojó acertou no ângulo (de novo?) ao repetir as boas fórmulas para se fazer boas músicas.

vozes da democracia

é hoje (e não amanhã, como noticiou a coluna de aquiles emir no jornal pequeno) o lançamento do livro vozes da democracia – histórias da comunicação na redemocratização do brasil, organizado pelo intervozes – coletivo brasil de comunicação social.

a noite de autógrafos acontece às 19h na livraria poeme-se (rua do sol, 451, centro, próximo ao sindicato dos bancários) e contará com bate-papo com as presenças de márcio jerry, walter rodrigues e rogério tomaz jr. (assessor de comunicação da ação brasileira pela nutrição e direitos humanos – abrandh, membro do intervozes e autor de um dos 23 textos do livro).

serviço

o quê: lançamento do livro vozes da democracia – histórias da comunicação na redemocratização do brasil (imprensa oficial de são paulo, 375 páginas)
quando: hoje (27), às 19h
onde: livraria poeme-se (rua do sol, 451, centro)
quanto: na ocasião o livro será vendido por r$ 20,00
maiores informações: http://www.intervozes.org.br

o troféu do poeta

[de release recebido por e-mail; cesar venceu o prêmio em novembro do ano passado, conforme link abaixo]

O poeta maranhense Cesar Teixeira, vencedor do 3º Prêmio Nacional de Poesia Cidade de Ipatinga (MG) com a coletânea de poemas “Hóstias de Sal e Paixão“, finalmente recebeu o seu troféu. Realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, o Prêmio faz parte do Circuito de Literatura do Clube dos Escritores de Ipatinga (Clesi).


Cesar Teixeira exibe seu troféu [foto: divulgação]

“É possível, através da linguagem e da bandeira que empunharmos, devolver à vida em nossa volta o que a ambição do mundo lhe retira, inclusive os sentimentos carbonizados”, disse o poeta maranhense na mensagem dirigida ao público, aos escritores e autoridades presentes à cerimônia de entrega dos prêmios em Ipatinga. Um dos poemas da coletânea (abaixo) lembra o Natal, e mostra que “a face feia/bela da vida se expõe em fé, paixão e sal”, conforme o escritor mineiro Nena de Castro no prefácio do livro Poesia de Bolso, lançado recentemente pelo Clesi,reunindo os poetas selecionados.

JINGLOBALL’S
Cesar Teixeira

Debaixo do viaduto,
feito intestino à mostra,
um presépio surpreende
a decoração de Natal
com sua estrela de lata
enferrujando a noite.

Ali nasceu um menino
(órfão de pátria)
que não está nas vitrines
entre bonecos de neve
e perus da Sadia
– nesse dia foi Jesus.

Sobre a folha de jornal
o bebê estava posto,
vestindo trapos de alma
recolhidos na sarjeta,
e, morto, sob a lamparina,
representou seu papel.

pocket beat

[uma coleção, um livro, um “causo” na primeira classe, jp turismo, jornal pequeno, hoje]

Tristessa de bolso

L&PM Pocket ultrapassa os quinhentos títulos e publica “Tristessa” de Jack Kerouac.

por Zema Ribeiro*

A coleção L&PM Pocket [L&PM Editores], com seus mais de quinhentos títulos, acaba, em parte, com uma desculpa esfarrapada dada por parte de uma parcela que não lê: a de que livros são caros. Com preços acessíveis, edições bem-acabadas e um vastíssimo repertório, é possível ler nomes como Machado de Assis, William S. Burroughs, José de Alencar, Dante Alighieri, Dalton Trevisan e Oscar Wilde, entre outros, muitos outros.

Um ótimo exemplo é “Tristessa[R$ 6,00, 100 páginas], de Jack Kerouac, publicado pela primeira vez em 1960. Um livro ligeiro, como ligeira é a prosa ligeiramente poética e apressada – sôfrega – do beat-mor. Uma história de amor, seja lá o que isso for, e desamor, dolores e (poucos) dólares. Junkies decadentes viciados em morfina na Cidade do México, a urgência do próximo pico, a urgência da pena de Kerouac, que meio que escreve ali, (parte de) sua própria biografia, tendo uma prostituta como protagonista. [A L&PM lançou recentemente os “Diários de Kerouac”, mas não em sua coleção de livros de bolso].

Estas pequenas – só no tamanho físico, diga-se – obras podem ser encontradas em qualquer banca de revistas. Um pouco de paciência para encontrá-las ajuda. Numa das bancas da Praça Deodoro, indago, após ter feito o mesmo em outras: “Tem “Tristessa”, de Jack Kerouac?”; o homem responde-me com uma indagação a outro: “Tem tristeza?”. “Não, “Tristessa”, com dois ésses”, corrijo. O segundo homem responde-nos com um “não” seco. Pergunto ao primeiro se poderia dar uma olhada e ele me abre passagem. Giro umas poucas vezes a estante e acho o livro procurado, caçando as moedas entre os trocados da carteira. Pago e saio, antes ainda ouvindo um esporro do primeiro ao segundo homem: “Tu responde logo que “não” sem nem saber. Não quer ler…”. A desculpa do preço, citada lá em cima, não pode ser.

* Zema Ribeiro é correspondente do site Overmundo e escreve no blogue http://zemaribeiro.blogspot.com

ecos do prêmio

talvez eu devesse simplesmente ignorar, para não correr o risco de comportar-me como a remetente. mas como ela autorizou-me a publicar o e-mail (e eu o faria sem sua autorização, tal foi o tom e o grau de desrespeito e preconceito contidos em sua “carta”) numa tréplica que me foi enviada (e que eu não publico aqui para não holofotear demais a menina, se é que este humilde bloguinho holofoteia alguém).

antes, umas observações:

1) quando eu recebi o e-mail sem nem saber de quem se tratava (e até hoje não sei, já que a menina nunca se identificou), julguei que fosse uma namorada ou esposa de um dos integrantes. descobri que não, depois que

2) michael mesquita, um dos mads, mandou-me um e-mail (via orkut) comentando o comentário da pretensa “dona da verdade”. trecho do e-mail dele: “fui no seu blog e vi que era apenas uma opinião de quem curte mais um estilo que o outro. tenho o cd da ‘nego’ que o beto [ehongue, vocalista da nego ka’apor] me deu. tá tudo beleza. sou colega dele há onze anos, então tá tudo em casa. temos a consciência de que o cd deles tá “varada” e sabemos da luta deles. acho que cada coisa tem a sua vez. se for a vez deles, beleza. se for a nossa, tamos aí. é bola pra frente e cada um com seu trabalho. abraços e nosso respeito”.

3) diante da fixação da “guria” por certo tema, encaminhei, avisando-a (a guria, não a turma) simultaneamente, cópia do e-mail à turma da nego ka’apor.

4) já disse e repito: nada tenho contra a banda “the mads”, cujo disco sequer ouvi na íntegra.

abaixo, e-mail dela (vai o que ela escreveu, sem eu mexer numa vírgula, num espaço, em nada. reparem na linha “assunto”. e é claro, no conteúdo, se os caros leitores têm tempo a perder) e minha resposta. sem mais.

*

De: vaniasales <vaniasales@bol.com.br>
Para: zemaribeiro <zemaribeiro@gmail.com>
Data: 16/12/2006 16:20
Assunto: uma banda..THE MADS

ridículo o que você escreveu sobre os rapazes da the mads, que vc nem conhece mas fez questão de destratá-los em seu blog. engomadinhos, sim..foram como se deve ir a um “oscar” da música maranhense(o próprio Jair Rodrigues disse isso).. ainda bem vc é um pop-rock (acho que vc não sabe o que é isso). são queridinhos pq trabalham para isso, ao contrário dos meninos da outra banda (não sei o nome?..kapor) que foram como quem vai ali na esquina, comprar uma “chila” (um deles, aliás, estava cheio da erva e não conseguia nem coordenar uma palavra). o prêmio foi vergonhoso pq não premiou que merecia..eles foram os grandes vencedores da noite sim(quem tirou, na mão grande, os prêmios deles foi o coordenador da rádio, que tem uma banda, e é despeitado com o sucesso da the mads, que não depende de ninguém pra ser o que é)..aliás, é por isso que as pessoas estão deixando de comparecer ao prêmio, que virou nigrinhagem… no mais, prepare seus ouvidos que vc vai ouvir the mads todos os dias..ainda bem(você), “jornalista”…..

*

De: Zema Ribeiro <zemaribeiro@gmail.com>
Para: vaniasales <vaniasales@bol.com.br>
Data: 16/12/2006 17:26
Assunto: Re: uma banda..THE MADS

Vania,
boa tarde!

Eu não sou jornalista. Sou estudante de Comunicação Social (Jornalismo) ainda. Estou no sexto período da Faculdade São Luís e espero em dezembro que vem merecer o título.

Nada tenho contra os rapazes da The Mads, nem contra o prêmio Universidade. Não sou despeitado, não tenho banda (sequer toco qualquer instrumento). A propósito, por que você não colocou esta sua opinião publicamente, lá no blogue? Talvez fosse mais interessante abrir o debate sobre o que escrevi por lá.

Com relação ao fato dos Mads estarem engomadinhos, minha crítica reside unicamente no fato deles não soarem naturais, na ocasião. Os rapazes da Nego Ka’apor (é este o nome da banda, que recomendo-lhe ouvir, vale a pena, e eu sei sim o que é pop-rock) estavam, não como quem vai na esquina comprar uma chila, mas como quem vai subir ao palco para tocar: o figurino de Beto Ehongue não foi “forçado” para que eles recebam o “oscar” da música maranhense.

Se o integrante da Mr. Simple, Paulo Pellegrini rói corda por conta do sucesso da The Mads, é problema dele. O prêmio é resultado da apuração de 150 votos de jornalistas, artistas, produtores, críticos musicais etc. Eu não votei.

Prêmios são (quase) sempre resultados de critérios subjetivos, isto é, é impossível agradar a gregos e baianos.

Saudações,
Zema Ribeiro
http://zemaribeiro.blogspot.com
http://www.overmundo.com.br
http://jornalismo2007sl.blogspot.com
http://www.diboa.com

parabéns aos amigos

ok, ontem este blogueiro completou um quarto de século e os amigos é que deviam dar os parabéns, certo? certo. isso aconteceu. gracias, senhores e senhoras.

o post aqui é para outros parabéns, merecidos.

saiu o resultado do programa bnb de cultura e entre os selecionados estão os amigos francisco colombo, beto nicácio e a turma da agência de notícias da infância matraca. para mais detalhes, vá ao site do banco.

*

às vésperas de meu aniversário, um anti-presente: reuben anuncia mais uma despedida e bate a porta da clara em nossa cara. leia seu último texto por lá. assim que eu souber onde o moço ressurgirá, aviso por aqui.

para além do natal e reveillon

(ou: que os sentimentos – bons – sejam para sempre)

por Zema Ribeiro*

O cheiro de tinta e verniz é nauseante. Os homens estão ali, enfileirados ao longo da rua, ora asfalto, ora paralelepípedos. Capim nas beiras das calçadas, outrora; morrem ao tilintar de faiscantes facões empunhados pelos homens do início. A poeira levantada pelas lixas – que são esfregadas em portões e paredes – também irrita. E fede, como as tintas e vernizes do início. Fedores e irritações necessárias para que se reforme o velho e assim se crie o novo.

Logo é Natal. Pouco depois, com ou sem recesso no trabalho, Ano Novo. Enquanto preparamos – mandamos preparar, seria mais correto dizer – as caras de nossas casas para o ano que se inicia, parecemos preparar, as nossas caras também. Todos os ódios, raivas, mágoas e sinônimos para este tríduo, parecem ir pelo ralo, indo parar no esgoto do esquecimento – ao menos temporariamente. Tudo agora é só sorriso. Já nem lembramos das punhaladas que levamos. Menos ainda das que demos. Pela frente ou pelas costas. Nada. Tudo agora é paz.

Bandeiras brancas hasteadas. Hinos de louvor e blém-bléns ad infinitum. Pisca-piscas ligados, o comércio lotado, viva o consumismo!, esqueça-se o verdadeiro motivo da festa. Já faz parte. Não que eu aceite. Não que eu ache que você deva aceitar. Mas isso não é assim, de uma hora para outra.

A festa pode não durar. Nem deve(ria) mesmo. Mas pergunto para os botões da camisa puída e cerzida que estou usando: por que diabos, meu Deus, os sentimentos não permanecem ao fim da festa e da embriaguez?

* Zema Ribeiro é Consultor de Juventude do Diboa e escreve no blogue http://zemaribeiro.blogspot.com e no Overmundo.

[meu último texto do ano para o diboa. para ler os anteriores, vai lá!]

“bicha não! uma linda quase mulher…”

o humor brasileiro tem andado bem mal-humorado, de uns tempos pra cá, quando teve que começar a se preocupar com o que é ou não “politicamente correto”. sem perder piadas que desagrada(ria)m às minorias, o elenco de “uma linda quase mulher” garante mais de duas horas de boas e prolongadas risadas.


[o elenco em clique do site kamaleão]

cíntia sapequara e cia. tiram onda de homossexuais, negros, religiões afro-descendentes e até estudantes do ceuma, que se não necessariamente representam uma minoria, eram a maioria na platéia do circo da cidade, ontem (16). a comprovação veio quando uma das personagens da peça da companhia deixa de bobagem afirmou ter “sete anos de ufma e oito greves”. a platéia também entra no jogo, quando uma reprodução de pelúcia de um vibrador em tamanho superfaturado, digamos assim, é atirado em sua direção. depois, outros sobem ao palco como jurados de um concurso.

com um vocabulário claríssimo, diretíssimo, e por que não dizer?, carregado de palavrões, ouvido em todos os lugares ali representados – um ônibus, o apartamento da patroa, um terreiro de umbanda, um concurso de beleza, a praça joão lisboa e arredores etc. – é possível ouvir “cus”, “caralhos”, “bucetas”, “bichas”, “qualiras” (e sua variante também maranhensíssima “qualhira”) etc.

a peça, em cartaz há sete anos (o tempo de ufma da personagem inteligente), modifica-se a cada apresentação, garantindo atualidade à grande piada com várias piadas dentro. críticas ao trânsito complicado na avenida beira-mar, por conta de uma interminável obra de reorganização no trânsito, pedidos ao papai noel pela proximidade do natal e, ficção, a vencedora do concurso de beleza encenado ali irá acompanhar o governador josé reinaldo na posse do eleito jackson lago, com a vaga deixada pela ex-primeira-dama alexandra (ex-)tavares. nem mesmo roseana sarney escapa das línguas finas, ferinas e afiadas da turma.

uma linda quase mulher” conta a história de júlia roberta, empregada doméstica (“secretária executiva”, ela mentia às “amigas”) que sonha com o estrelato. a personagem acaba… não, não vou contar. que tal deixar o preconceito atrás da porta e ir ver este grupo divertidíssimo?

a última sessão desta temporada é hoje (17), às 20h, no circo da cidade [clique no título do post para mais detalhes]; “a bilheteria será aberta às 16h, para evitar filas e atraso, para que não se desrespeite os que chegam cedo”, avisou um dos atores, ao fim da sessão de ontem; os ingressos custam r$ 12,00; estudantes com carteira pagam metade.

deixa de qual(h)iragem, rapá!: vai lá!

"bicha não! uma linda quase mulher…"

o humor brasileiro tem andado bem mal-humorado, de uns tempos pra cá, quando teve que começar a se preocupar com o que é ou não “politicamente correto”. sem perder piadas que desagrada(ria)m às minorias, o elenco de “uma linda quase mulher” garante mais de duas horas de boas e prolongadas risadas.


[o elenco em clique do site kamaleão]

cíntia sapequara e cia. tiram onda de homossexuais, negros, religiões afro-descendentes e até estudantes do ceuma, que se não necessariamente representam uma minoria, eram a maioria na platéia do circo da cidade, ontem (16). a comprovação veio quando uma das personagens da peça da companhia deixa de bobagem afirmou ter “sete anos de ufma e oito greves”. a platéia também entra no jogo, quando uma reprodução de pelúcia de um vibrador em tamanho superfaturado, digamos assim, é atirado em sua direção. depois, outros sobem ao palco como jurados de um concurso.

com um vocabulário claríssimo, diretíssimo, e por que não dizer?, carregado de palavrões, ouvido em todos os lugares ali representados – um ônibus, o apartamento da patroa, um terreiro de umbanda, um concurso de beleza, a praça joão lisboa e arredores etc. – é possível ouvir “cus”, “caralhos”, “bucetas”, “bichas”, “qualiras” (e sua variante também maranhensíssima “qualhira”) etc.

a peça, em cartaz há sete anos (o tempo de ufma da personagem inteligente), modifica-se a cada apresentação, garantindo atualidade à grande piada com várias piadas dentro. críticas ao trânsito complicado na avenida beira-mar, por conta de uma interminável obra de reorganização no trânsito, pedidos ao papai noel pela proximidade do natal e, ficção, a vencedora do concurso de beleza encenado ali irá acompanhar o governador josé reinaldo na posse do eleito jackson lago, com a vaga deixada pela ex-primeira-dama alexandra (ex-)tavares. nem mesmo roseana sarney escapa das línguas finas, ferinas e afiadas da turma.

uma linda quase mulher” conta a história de júlia roberta, empregada doméstica (“secretária executiva”, ela mentia às “amigas”) que sonha com o estrelato. a personagem acaba… não, não vou contar. que tal deixar o preconceito atrás da porta e ir ver este grupo divertidíssimo?

a última sessão desta temporada é hoje (17), às 20h, no circo da cidade [clique no título do post para mais detalhes]; “a bilheteria será aberta às 16h, para evitar filas e atraso, para que não se desrespeite os que chegam cedo”, avisou um dos atores, ao fim da sessão de ontem; os ingressos custam r$ 12,00; estudantes com carteira pagam metade.

deixa de qual(h)iragem, rapá!: vai lá!

primeira classe

[jp turismo, jornal pequeno, ontem]

MPB sem prazo de validade

Letrista habilidoso, musicista idem, Adolar Marin lança seu segundo disco, “Atemporal”.

por Zema Ribeiro *

O batismo de um disco com tal título pode soar pretensioso, mas “Atemporal[independente, 2006, R$ 20,00], de Adolar Marin parece ter vindo para ficar. Se você não ouvi-lo nas rádios, não se culpe: problema delas. Se o pior cego, blá blá blá, o pior surdo é aquele que não quer ouvir.

Adolar é mais um – mas não apenas mais um – artista brasileiro saído da noite, leia-se: o homem tocava em barzinhos. Mas não se preocupava apenas em recolher o couvert e está tudo muito bem. Não. Foi ele um dos primeiros administradores da Rede Solidária da Música Brasileira, organização não-governamental atuante que promove, via internet, a troca de informações entre músicos. E tudo ao mesmo tempo, Adolar seguiu, sem adular ninguém, tocando em espaços culturais vários e festivais, Brasil afora. É como canta em “Sobre algumas coisas”: “eu não vim pedir a bênção, eu não vim pedir aval / eu não vim pedir licença”.

Atemporal” é um disco de emepebê – ou do que se convencionou chamar de –, e passeia pelos vários ritmos/estilos que o rótulo – limitador, como qualquer um – permite. Reggae, valsa, choro, xote, as fontes em que o compositor/cantor/instrumentista (se) (em)bebeu. Dominguinhos e Virgínia Rosa estão entre os convidados que abrilhantam este segundo disco de Adolar Marin.

Interessante letrista, o compositor – sozinho ou em parceria – assina 14 das 15 faixas do álbum. Charme na emepebê, aqui sem prazo de validade. Se a beleza é efêmera, “Atemporal” é uma exceção à regra.

* correspondente para o Maranhão do site Overmundo, escreve no blogue http://zemaribeiro.blogspot.com

prêmio: um showzaço de jair rodrigues

antes, uns toques.

amanhã e depois: uma linda quase mulher.

hoje: lançamento de música, livro-disco de celso borges, na albatroz letras e café, renascença, às 19h.

*

ontem:

apesar de não ter sido convidado para a festa, consegui, aos 47 do segundo tempo, um par de convites para “a maior premiação da música maranhense”, a décima edição do prêmio universidade fm, promoção da rádio homônima, que este ano prestava homenagens ao festival “viva” de música maranhense (realizado em 1985), inclusive reproduzindo o show da grande final, ocorrida em 26 de julho daquele ano, que teve como grande vencedora a música “oração latina”, de cesar teixeira, na interpretação de gabriel melônio e cláudio pinheiro. a música viria a se tornar um dos maiores hinos de protesto de que se tem notícias por estas plagas e é até hoje entoada em greves e similares.

interessante ver a reconstrução do repertório do “viva” (hoje, provavelmente o festival se chamaria “vivo”) por jayr torres e “sua” banda, que acompanhou nomes como fátima passarinho, alê muniz (que representou césar nascimento, que, morando no rio de janeiro, não pôde participar da festa), gerude, rosa reis, george gomes (este, baterista da banda da noite, substituiu, com rosa, fauzi beydoun, em turnê internacional com a tribo de jah) e os já citados cláudio e gabriel, entre outros.

a decoração do teatro arthur azevedo, na noite de ontem (14), era um capricho: do teto, no palco, pendiam capas de vinis amarrados por fitas coloridas. ali estavam pequenos capítulos da história da música popular brasileira, algo assim meio bar do léo: maria bethânia, moraes moreira, roberto carlos, josias sobrinho, gabriel melônio, ney matogrosso, a trilha sonora da novela global roque santeiro, além de diversas coletâneas de gêneros diversos, entre outros nomes.

o telão, abrindo a noite, exibia um recorte da história dos festivais e mostrava, além do “viva”, nomes famosíssimos como o ministro gilberto gil, caetano veloso, nara leão, chico buarque, os mutantes, tetê espíndola etc., etc., etc.

além de penetra(s), folgado(s). com dois convites para o balcão, ouvi(mos) um “já tá liberado para a platéia” e não tive(mos) dúvidas: fomos nos sentar lá. azar o nosso: ao lado do radialista e cantor césar roberto, que gritava, batia palmas fora de hora, assobiava (alto), tentava anunciar vencedores (quase sempre errando) e retrucava falas de outra chata não identificada, sentada na fila de trás, além de, ao menos por três vezes, pedir para passar (estávamos próximos do corredor lateral).

o blogueiro, em falha jornalística imperdoável, não levara uma caneta, um bloquinho de papel, um gravador, nada. até aqui e daqui pra frente, memória (gracias, regyanne farias, pela consultoria, lembrando-me uns itens que teimavam em me escapar). cervejas, só após o fim da premiação, após o memorável-inesquecível-tudo de bom (que sem um termo “da moda” não dá…) show de jair rodrigues. mas não estraguemos as coisas, não quebremos a ordem dos fatos. ou melhor, quebremos: como eu nada anotei, vou tentar lembrar aqui a premiação, do quesito 29 ao primeiro, ordem inversa à do post de anteontem (veja abaixo, se interessar).

inútil e desnecessária a premiação de nan souza – o dono do brisamar hotel – numa trigésima categoria do prêmio, inventada sabe-se lá para quê: “personalidade cultural”. certo, era ele o secretário de estado de desportos e lazer (sic) quando da realização do “viva”. modesta opinião deste torto e míope blogueiro: não fez mais que a obrigação. retruca alguém daí: “e depois, zema, quando é que rolou outro festival, em âmbito estadual, com o mesmo porte?” (foram 380 canções inscritas). eis o resultado da política que pensa a secretaria de cultura (e não mais desportos e lazer, ao menos um avanço, viva!) como mero departamento de marketing da administração, só atentando para grandes eventos, leia-se, carnaval e são joão.

à premiação, pois, com alguns comentários, caibam eles ou não. lembrando: a que vai aqui, não é a ordem em que a premiação foi apresentada ontem pelo professoramigo adalberto melo (da equipe da rádio universidade) e val monteiro (idem).

29, destaque técnico de gravação e mixagem, carlão, pelo cd “the mads”. quando vi os atuais “queridinhos” do jornalismo cultural maranhense – os estreantes the mads (não, nada tenho contra os rapazes) –, engomadinhos, julguei que eles seriam os grandes nomes da noite. enganei-me, ainda bem (você).

28, destaque músico tecladista, henrique duailibe, pelo cd “momentos da noite”. dos três finalistas dessa categoria, só ouvi o “canção de vida”, que merecia, por parte da rádio universidade, uma “explicação”, já que se trata de um projeto especial etc. ao longo da noite, nunca se soube quem canta no cd ou do que se tratava.

27, destaque músico baterista, george gomes, pelo cd “negro encanto”, de luiz carlos guerreiro. fosse eu membro da comissão organizadora da festa, teria “escalado” uma banda menos premiada/premiável, leia-se: só com músicos que não estivessem concorrendo a prêmios. (george gomes tocou no show reprodução de “viva”, onde a cada três premiações, um intérprete cantava uma das dez finalistas do festival que completou 21 anos, e não “23, 24”, viu, seu nan?; o músico também acompanhou jair rodrigues, sobre o que a gente fala já já).

26, destaque músico percussionista, carlos pial, pelo cd “canção de vida”, aqui eu “explico” (embora isso seja dispensável aos leitores deste blogue): disco comemorativo dos 50 anos da cáritas brasileira, com dez canções (brasileiras) interpretadas por lena machado. pial estava na banda da noite, idem e, ibidem, acompanhou jair rodrigues.

25, destaque músico guitarrista, jayr torres, pelo cd “reflection”, do músico americano radicado no estado desunido do maranhão jim howard. o irmão de neném, baixista da banda da noite, tocava guitarra e era responsável pela produção musical da reedição de “viva”.

24, destaque músico baixista, serginho carvalho, pelo cd “o som do mará”. eu (ainda) não ouvi o disco. eu não ouvi todos os discos, bruno batista, outrora revelação, nalguma edição passada do prêmio.

23, destaque músico violonista, luís jr., pelo cd “canção de vida”. corporativismos à parte, merecidíssimo prêmio, quem já ouviu a fera (que acompanha de cesar teixeira a tom cléber) sabe do que estou falando.

22, talento da noite, milla camões. na porta do teatro, ao fim da premiação, ela cumprimentou-me: “zeeeeeeema!”, “o que foi que eu te disse?”. milla, via msn, confessava-se nervosa, por concorrer com lívia amaral, grandessíssima amiga etc. e tal. eu tentava acalmá-la e chutava que ela sairia premiada.

21, revelação, the mads. embora eu preferisse lena (que gravou “canção de vida” em duas sessões apenas), já sabia para quem iria o quadro com a reprodução do vinil “viva” nessa categoria.

20, melhor música instrumental, “elegante”, do instrumental pixinguinha. não acho “elegante” a melhor música de “choros maranhenses”, disco de estréia da turma do professor zezé alves. mas é sim, uma música muito bonita e o prêmio é merecido.

19, melhor cd instrumental, “choros maranhenses”, do instrumental pixinguinha. foi engraçado vê-los subir ao palco, receber este prêmio e voltar para receber o anterior (no texto), imediatamente.

18, melhor pop-rock, “o encontro de chico mendes e lampião no dia de são sebastião”, da nego ka’apor. aí uma agradável surpresa. embora tenha “votado” nela, achei que fosse dar the mads. minha namorada, que havia saído momentaneamente para atender ao celular, viu patricinhas torcendo narizes e bicos: “eu nem conheço essa música”. deveriam, mocinhas (e mocinhos), devem.

17, melhor cd de pop-rock, “nego ka’apor”. aqui outra agradabilíssima surpresa. embora eu tenha diminuído o ritmo, a freqüência, a assiduidade, acompanho o trabalho da banda desde os primórdios, tenho diversas demos em casa (modéstia à parte, inclusive alguns registros de shows que nem mesmo beto ehongue, o vocalista, tem) e sei que o prêmio é merecidíssimo, fruto de um grande esforço que começa a dar frutos, com toda a redundância que aqui se permite.

16, melhor reggae, “a paz”, da banda legenda, que tem entre seus integrantes, músicos da banda da noite.

15, melhor música carnavalesca, “elétrica”, do bicho terra.

14, melhor cd de música carnavalesca, “na onda do bicho”, do bicho terra.

13, melhor música folclórica, “índia bailarina”, de chiquinho frança. era o segundo prêmio da noite para o segundo maior premiado da história do prêmio universidade, que chegou ontem ao décimo troféu.

12, melhor cd de música folclórica, “sotaques sobre toadas volume dois”, de roberto ricci, que não apareceu para receber o prêmio, que “será entregue em outra ocasião”, conforme anunciaram os apresentadores.

11, destaque cantador de toada de bumba-meu-boi, humberto, do boi de maracanã. não sei se estou enganado, mas ele venceu todas as edições do prêmio, que instituiu essa categoria em 2000.

10, melhor cd de bumba-meu-boi, “do maranhão para o mundo”, do boi da maioba. menos que a premiação de humberto, esta me parece um tanto quanto “carta marcada”.

9, melhor projeto gráfico de cd, joacy jamys, pelo cd “nego ka’apor”. a julgar pelas capas (sei que projeto gráfico vai além), é indiscutivelmente o melhor. homenagens de beto ehongue (ontem) e deste blogue(iro) (agora) a joacy jamys, que tem estado de saúde complicadíssimo. torcida e orações pela melhora rápida.

8, destaque diretor musical de cd, marcos lussaray, pelo cd “o som do mará”.

7, melhor cd, “tião canta joão”, de tião carvalho. esta, a última premiação da noite.

6, destaque produtor musical de show, fernando de carvalho, ruber e moraes jr., por “sobre todas as coisas, brasileiro”, do primeiro.

5, melhor show, “solos”, de chiquinho frança, o show de gravação de seu primeiro dvd. ele ainda subiria ao palco, na noite de ontem.

4, melhor interpretação, “mar de rosas”, com flávia bittencourt. fevers requentado, mas com classe. canta muito, essa menina! aliás, entre as três concorrentes da categoria, somente “milagre”, de cesar teixeira, na interpretação de fátima passarinho, era inédita. “palavras”, com que concorria zeca baleiro, é regravação de sucesso da dupla roberto/erasmo.

3, destaque compositor, carlinhos veloz por “jóia rara”, gravada por alcione. aí uma injustiça: “flanelinha de avião” (de cesar teixeira) é a melhor.

2, destaque cantora, alcione. depois de levar prêmio nacional (não lembro agora qual, nem vou procurar), fica difícil não levar este, estadual.

1, destaque cantor, tião carvalho. com duas réplicas do vinil esta noite, recebidos pelo sobrinho bráulio carvalho, o cururupuense cidadão paulistano começa a escrever seu nome na história do prêmio universidade.

terminada a premiação, era hora do show pelo qual ninguém estava dando muita coisa, o que inclui este blogueiro. “ah!, eu até ganhei ingresso, mas dei, por não curtir jair rodrigues”, dizia um, “vale a pena?”, perguntava outra. embora eu nunca tenha “ligado” muito para o trabalho do pai de jair oliveira, outrora o jairzinho da dupla com simony em tempos de balão mágico e depois, sabia que ele é importantíssimo capítulo da história da música brasileira, principalmente em se tratando de(os grandes) festivais, mote da festa-premiação de ontem à noite.

firme e divertido, jair, honesta malandragem, “enrolou” a platéia – com classe, diga-se – enquanto os músicos “se ajeitavam” para acompanhá-lo. e que músicos! e que show!

jair rodrigues contou histórias e tirou sarro da própria cara, como bom brasileiro que é. cantou um repertório basicamente composto por grandes músicas dos grandes festivais de outrora – viva! – e brincou com a platéia. “pra não dizer que não falei das flores” (geraldo vandré), “ponteio” (edu lobo e capinan) – “essa música é do edu lobo e capinan, uma coisa assim”, anunciava um jair que fingia-se esquecido dos compositores da música, cuja letra ele esqueceu de verdade, recomeçando-a –, “arrastão” (edu lobo e vinícius de moraes). defendeu-se como precursor do rap e rodou a platéia do teatro, cantando e botando alguns para cantar. sambalançando, pisou numa pedaleira, que emitiu um ruído estranho, feio, agudíssimo, mas que não tirou o rebolado de “seu” jair, que teria que pegar o vôo de volta na madrugada de hoje, pouco depois deste blogueiro ter chegado em casa e decidido ir dormir, adiando para agora este texto já longo e aborrecedor demais como não foi a noite de ontem.

fazendo o que se gosta, na companhia de quem se gosta, o tempo passa ligeirinho, hein?… já acabou?

não.

jair rodrigues orientou a platéia: “eu vou sair e vocês começam a bater palmas e gritar “parou por quê?, por quê parou?”, obedecido por todos os presentes, entre palmas e sorrisos. jair rodrigues, que já havia pedido para elis regina descer (e eu sei, ela obedeceu a ordem-convite e encarnou em seu par de bossa), voltou ao palco para encerrar a noite cantando “majestade o sabiá” (roberta miranda). interrompeu a interpretação, com os músicos continuando no acompanhamento. “você gosta de poesia?”, perguntou a alguém na platéia, com um sim como resposta. “e você?”, perguntou a outro. “todo mundo aqui gosta, né? pois eu vou dizer uma poesia que vocês vão chorar: “hoje é festa lá no meu apê / pode aparecer / vai rolar bunda-lê-lê””. era o recado de jair rodrigues para as rádios brasileiras, infestadas de m**** sonora até o pescoço.

um senhor de óculos e longos cabelos brancos numa das frisas, já havia recebido um bem-humorado “você é muito nervoso! se acalme!” de jair rodrigues, por pedir insistentemente que ele cantasse “upa neguinho” (edu lobo e gianfrancesco guarnieri). jair não se furtou ao rogo e, literalmente, pulou do palco à frisa, para cantar e dançar, simulando um jogo de capoeira com aquela versão magra do papai noel.

de volta ao palco, a platéia acompanhou-o na continuação de “majestade o sabiá”.

sem dúvidas, uma noite para entrar nas histórias, não só do homem da frisa, que feliz, ainda rebolava n”a vida é uma festa”, mas de todos os ali presentes. sem dúvidas, uma noite para entrar na história.

economia solidária

o termo economia solidária se refere a um conjunto de organizações de produtores, consumidores, poupadores e trabalhadores em geral que se distinguem por algumas características fundamentais: organizam-se de forma coletiva e democrática, estimulando a autogestão, a solidariedade e a cooperação entre seus membros. estabelecem relações de colaboração solidária com outras organizações e com a população em geral, colocando a satisfação plena das necessidades de todos como centro e fim da atividade econômica. buscam uma relação de intercâmbio respeitoso com a natureza.

a economia popular solidária se apresenta como uma alternativa para milhares de pessoas que, sozinhas, não conseguiriam enfrentar o mercado capitalista. mas não é só isso. a eps também é uma maneira de se opor a esse sistema competitivo e excludente, que é fundamentado no individualismo e na livre concorrência sem princípios. onde existem sempre os dominados e os dominadores. nos países com uma grande desigualdade social, como o brasil, as injustiças conseguem ser ainda maiores. para as pessoas que têm pouco poder aquisitivo, é difícil o acesso a direitos que são básicos: o direito à água e à terra para plantar são alguns deles. ao mesmo tempo, o que se vê são grandes empresários e grandes fazendeiros devastando milhares de hectares de terra, poluindo o meio-ambiente e o ar que respiramos.

a proposta da eps é que ao invés de esperar medidas paliativas ou políticas compensatórias, os movimentos populares, as cooperativas, as associações, os grupos populares, ongs e outras entidades devem se unir para defender e criar um mundo mais justo. com tantas necessidades e desejos, a população pode e precisa participar de uma organização societária diferente, onde todos possam fazer valer a sua voz.

bonito, não? utopia? não. o texto acima (grifos meus) está num folder distribuído pela cáritas brasileira regional maranhão (uma das entidades-membro do fórum estadual de economia solidária) por ocasião da realização, em são luís, da primeira feira de economia solidária do maranhão, realizada na praia grande, entre os últimos dias 30 de novembro e 2 de dezembro.

as fotos acima, registradas pelas lentes míopes do blogueiro torto que vos perturba, mostram, na prática, um pouco desta realidade, digo, as possibilidades (possíveis, sim, redunde-se, frise-se) descritas no texto acima, em itálico. além da “responsabilidade social” (para usar um termo “da moda”) dos “empreendimentos” (para usar outro termo “da hora”), há vantagens nos preços praticados, entre outros aspectos (para não repetir “vantagens”, ops, repeti).

transeuntes maravilhados com a idéia perguntavam a um dos organizadores: “vai ser semanal?”, “quando é que vai ter outra?” e similares. desconheciam eles (os transeuntes) as dificuldades para o bel(íssim)o resultado final, digo, a feira. aqui, os parabéns deste blogueiro aos organizadores do evento de sucesso.

uma pena a maioria dos jornais (até onde pude acompanhar) ter publicado (quase que) apenas coisas do tipo “governador participa da abertura da feira de economia solidária”.

é muito mais que isso.

pitacos (ninguém pediu, mas…)

sem biquinhos por não terem me convidado pra essa festa pobre, como bem cantou cazuza. e sem morder o próprio lábio por ter tentado postar isso aqui de manhã e perdido tudo o que já havia escrito por um travar de micro dos diabos.

é o seguinte, sem mais: tá no site da rádio universidade fm, a “lista tríplice” de cada uma das 29 categorias da edição 2006 do prêmio universidade, “o mais importante da música maranhense”. além da festa, não fui convidado a votar na primeira fase (de onde escolheram os três por categoria ora apresentados) nem na segunda e última (que escolherá os melhores do ano) e agora vou “brincar” de.

minha votação é bastante apaixonada e denuncia diversas deficiências deste modesto blogueiro que tanto vos perturba. por exemplo(s) o não-ouvir diversos discos e o não-assistir diversos shows.

cada escolhido será negritado [e as observações seguirão em itálico, entre colchetes, onde couberem e se fizerem necessárias. ou não.]

1-destaque cantor

césar nascimento
tatto costa
tião carvalho

2-destaque cantora

alcione
fátima passarinho
teresa canto

3-destaque compositor

carlinhos veloz – jóia rara
cesar teixeira – flanelinha de avião
santa cruz – sem terra
[sim, a música está em “canção de vida“, disco comemorativo dos 50 anos da cáritas brasileira, onde ora estou prestando serviços em comunicação. sim, sou amigo de cesar teixeira. mas antes de acusações do tipo, ouçam a belíssima e, infelizmente, atualíssima “flanelinha de avião“. depois disso, podem criticar este voto e outros abaixo]

4-melhor interpretação

mar de rosas – flávia bittencourt
milagre – fátima passarinho
palavras – zeca baleiro
[embora eu goste bastante das outras duas. sim, essa música que fátima passarinho canta em “regar a terra”, disco comemorativo de 20 anos de mst é de cesar teixeira]

5-melhor show

partido alto – grupo espinha de bacalhau
sobre todas as coisas brasileiro – fernando de carvalho
solos – chiquinho frança
[não vi nenhum]

6-destaque produtor de show musical

alessandro batista – um brasil de festivais ii
chiquinho frança e evandro costa – solos
fernando de carvalho, ruber e moraes jr – sobre todas as coisas brasileiro
[ver observação 5]

7-melhor cd

tião canta joão – tião carvalho
uma nova paixão (ao vivo) – alcione
vôos – fátima passarinho
[tive a oportunidade de entrevistar e entrevistar tião carvalho quando do lançamento desse disco em são luís. uma homenagem a joão do vale, digna]

8-destaque diretor musical de cd

arlindo pipiu e hilton assumpção – cd vôos
luís junior – cd canção de vida
marcos lussaray – cd o som do mará
[não ouvi os dois concorrentes]

9-melhor projeto gráfico de cd

jesiel pontes sales – cd o som do mará
joacy jamys – cd nego ka’apor
márcio vasconcelos – cd vôos
[aqui uma injustiça: olhem a capa de “canção de vida“. particularmente achei a capa de “vôos” tosca demais para o século xxi. sim, o quesito é projeto gráfico, e não “capa”, oquei, oquei…]

10-melhor cd de bumba-meu-boi

do maranhão para o mundo – boi da maioba
lira jovem – vários
mocidade prateada – boi da mocidade de rosário
[não ouvi nenhum]

11-destaque cantador de toada de bumba-meu-boi

chagas – boi da maioba
humberto – boi de maracanã
joão chiador – boi de são josé de ribamar
[abstenho-me]

12-melhor cd de música folclórica

arte popular do maranhão – boi pirilampo
musical junino maranhense – boizinho barrica
sotaques sobre toadas vol.2 – roberto ricci
[ver comentário 10]

13-melhor música folclórica

corêra – mano borges
índia bailarina – chiquinho frança
luarada – boi pirilampo
[ver comentário 10]

14-melhor cd de música carnavalesca

carnaval no maranhão (ao vivo) – teresa canto
furiosa da jardineira
na onda do bicho – bicho terra
[ver comentário 10]

15-melhor música carnavalesca

axé da favela no reino de mãe áfrica – favela do samba
do daomé à casa das minas – flor do samba
elétrica – bicho terra
[ver comentário 10]

16-melhor reggae

a paz – legenda
sem terra – alê muniz e luciana simões
sereno bem – kazamata
[ver comentário 10]

17-melhor cd de pop/rock

é exatamente isso, mas é outra coisa – eduardo patrício
nego ka’apor
the mads
[aqui um voto pelo “conjunto da obra”, se é que assim se pode falar; conheço a banda votada de demos e shows; não ouvi, na íntegra, nenhum dos três discos]

18-melhor pop/rock

ainda bem você – the mads
caixa de sapato – alexander
o encontro de chico mendes e lampião no dia de são sebastião – nego ka’apor
[um voto pela demo; não ouvi a versão “final”, “oficial”, a “do disco”]

19-melhor cd instrumental

choros maranhenses – instrumental pixinguinha
clássicos latino-americanos – joão pedro borges
momentos da noite – henrique duailibe
[só ouvi este. muito bom!]

20-melhor música instrumental

brazilatino – carlos pial
elegante – instrumental pixinguinha
momentos da noite – henrique duailibe
[das três, foi a única que ouvi. e esta nem é a melhor do disco]

21-revelação

kazamata
lena machado
the mads
[antes, ouçam! depois me digam]

22-talento da noite

all times
lívia amaral
milla camões
[saí pouco este ano, e só vi a milla]

23-destaque músico violonista

domingos santos- cd choros maranhenses
joão pedro borges – cd clássicos latino-americanos
luís junior – cd canção de vida
[ver comentário 21]

24-destaque músico baixista

antônio paiva – cd vôos – fátima passarinho
joão paulo – cd mar à vista – célia leite
serginho carvalho – cd o som do mará
[não ouvi nenhum dos três]

25-destaque músico guitarrista

edinho bastos – cd tatto costa
jayr torres – cd reflection – jim howard iii
marcos lussaray – cd mar à vista – célia leite
[ver comentário 24]

26-destaque músico percussionista

arlindo carvalho – cd negro encanto – luís guerreiro
carlos pial – cd canção de vida
erivaldo gomes – cd mar à vista
[ver comentário 21]

27-destaque músico baterista

carlão – cd o som do mará
george gomes – cd negro encanto
oliveira neto – cd canção de vida
[ver comentário 21]

28-destaque músico tecladista

carlinhos carvalho – cd canção de vida
henrique duailibe – cd momentos da noite
jesiel bives – cd universo-ll3
[ver comentário 21]

29-destaque técnico de gravação e mixagem

carlão – cd the mads
erick salgado e junior – cd nego ka’apor
henrique duailibe e jônatas – cd choros maranhenses
[foi o único que ouvi]