GIGANTE SEMPRE!

Via Marcelo Montenegro recebo a triste notícia: Gigante Brazil subiu, o país que ele carregou no nome artístico perde um grande baterista, um grande músico, uma grande figura. Gigante, aliás. Escrevi sobre seu Música preta branca …e etc… aqui.

A foto é da Ceumar, minha queridamiga e cantora predileta, um dos muitos nomes importantes da música brasileira com que Gigante tocou/cantou. Ela me mandou por e-mail, o clique de 17 de agosto passado, em Montes Claros, quando ambos fizeram um show na cidade mineira.

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Falando em bateria: Isaías Alves apresenta show instrumental de bossa e jazz hoje, às 20h, no Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol, Centro). A apresentação contará com participações especiais de Ney Conceição, Rinaldi Clayton, Mauro Sérgio e Jayr Torres. +: 8826-1860.

CIDA, CARTOLA, CABRAL, CANHOTO…


[Reprodução. Capa. Verde que te quero rosa (1977)]

Protagonista de uma das mais bonitas capas de disco da história da música brasileira em todos os tempos (e vocês estão vendo que eu não exagero), Cartola recebe, no ano de seu centenário de nascimento, merecida homenagem da cantora Cida Moreira, que gravou Angenor (Lua Music, 2008), entre clássicos e desconhecidas, só com canções do mestre de Mangueira.

A cantoratriz baixa em São Luís, onde faz duas apresentações de seu show: hoje e amanhã (27), sempre às 21h, no Teatro Arthur Azevedo. Matérias sobre as apresentações enchem as páginas dos matutinos locais e eu fico contente de ter sido o primeiro (e quiçá único) maranhense a escrever sobre o disco, aqui no blogue.

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Sérgio Cabral participa amanhã do 5º. Congresso de Jornalistas e Radialistas do Maranhão. Mesa: A música brasileira e suas relações com a história do país, às 8h30min, no Rio Poty Hotel. Debatem com ele Félix Alberto Lima (mediador), Zefinha Bentivi, Joãozinho Ribeiro, Hélcio Santiago e José Pereira Godão.

O jornalista carioca só volta ao Rio no domingo. Será que sábado à noite ele não baixa no Canhoto?

MÚSICA ECOA NO CEARÁ

A poesia é uma das garantias dos sinais vitais da sensibilidade em um mundo tocado pela eficiência técnica, pelo imediatismo, pelas avaliações de desempenho e pela apatia oriunda da razão obscurecida pelo excesso de informações. Em um tempo sem tempo para sentir ela dói, ela ri, ela ensaia prosseguir, entreatos e entretantos, por fora e por dentro das redes de comunicação onde se diz o que quer, mas todo mundo parece que só consegue falar das mesmas coisas.

(…)

Em seu desabafo de amor a São Luiz (sic), Celso Borges recusa a ilha dos azulejos sujos de lodo de tantas colunas sociais. Poesia falada da piracema sentimental de quem ama. Na voz de Geninha, com trilha do dj e jornallista Otávio Rodrigues, sente em lembranças a carícia dos tambores da madre deus (sic), em valsa de calçadas e ladeiras por onde atabaca um coração ateu que, em nome da mãe, sabe até rezar stereo e mono para celebrar a vida em poema.

Pela Rua da Paz, onde nasceu, recita os versos de encerramento inconcluso do livro ´Música´ e seu cd de acompanhamento. Versos, reversos, sempre longe de tão pertos, há duas décadas declamados e cantados nas mundanas vielas e avenidas paulistanas. A obra de Celso é a fixação de muitos saraus.

(…)

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Trechos de Poemas cantados de Celso Borges, texto de Flávio Paiva publicado hoje no Diário do Nordeste (Fortaleza/CE). Leia o texto completo.

Dia 4 de outubro, CB lança Música no Centro Cultural Banco do Nordeste, em Fortaleza. Mais não digo (agora) por mais não saber (ainda).

Dia 24, o jornalista poetamigo maranhense baixa na Feira de Imperatriz, também em outubro, onde nos toparemos com o mui querido Marcelo Montenegro, entre outros.

A PANTERA COR DE ROSA ATACA NOVAMENTE

Acima, poster polonês para divulgação de A volta da pantera cor de rosa (valeu, Marcelo!). Aqui, post para lembrá-los que amanhã e 26 ainda restam chances de vocês verem/ouvirem A pantera cor de rosa, com Célio Muniz (o pai do Alê, sax) e Jayr Torres (guitarra) e banda, passeando entre jazz e bossa-nova. No Armazém da Estrela, sempre às 23h.

ENTRE FERAS

Desço daqui a pouco até Capinzal do Norte. Ainda não sei bem o que vou fazer por lá. Sei que é mediar um bate-papo que terá Fernando Abreu, o grande poeta (e jornalista). O ator Domingos Tourinho apresentará um esquete (acho). Completam a trupe, Marla Silveira, que coordena o Conversas Literárias, projeto que nos leva até aquele município, e seu Antonio, o motorista.

Bom, levo no bolso alguns poemas que quero ler: dois do Marcelo Montenegro (em primeira mão, segurem aí, galera: confirmado! Um dos convidados para a VI Feira Imperatrizense do Livro, o autor de Orfanato Portátil apresentará por aqui seu Tranqueiras Líricas, depois digo mais), uma tradução de Kenneth Rexroth que Reuben me mandou ontem por e-mail, um do próprio Fabreu, uns Leminskis, além do “batidíssimo” Versos Íntimos, do Augusto dos Anjos, por causa da parte que diz “o homem, que, nesta terra miserável,/ mora, entre feras, sente inevitável/ necessidade de também ser fera”. Pra me perguntar, na boa: o que é que eu ‘tou fazendo no meio dessa pá de gente boa?

Sempre fui um cara de bastidores. O que eu tenho a dizer? Quem quiser saber que me leia. E hoje eu vou falar. Que merda! Azar dos capinzenses (é assim que chama quem nasce lá?). Por um lado. Sorte por outro: vocês vão ouvir Fabreu.

Falar em feras: abaixo, registro do dia da abertura do Nordeste Criativo. Eu com dois “monstros sagrados” (‘tá, eu sei que é clichezaço) do violão mundial. Ontem, via O Imparcial, soube que Turíbio foi indicado ao Grammy Latino. Justo reconhecimento a quem sempre merece mais.


[Da esquerda para a direita: Turíbio Santos, João Pedro Borges e o blogueiro. Foto: Ribamar Reis]

(QUASE) DIÁLOGOS IMPROVÁVEIS

[QUE EU (OU)VI AO VIVO]

Manhã de sol, uma senhora caminha pela estreita calçada da Rua de São Pantaleão. Na esquina com a Rua da Misericórdia, já pisando a aprazível praça do boteco, cujo nome não sei, onde em frente há uma funerária (e assim chamávamos o restaurante onde íamos almoçar, “funerária”, eu à época trabalhando no Sindicato dos Ferroviários), ela avista o simpático senhor funcionário da funerária, que lavava um veículo, desses que transportam caixões e cujo nome (do carro) me foge à memória.

Ela diz, cumprimentando-o:

“Lavando aí nosso transporte, hein?”

Ele solta uma sonora gargalhada, como a responder-lhe um bom dia.

DIET JUNK FOOD

não tenho ofício
poema pra mim
é vício

***

O EXORCISTA INFORMAL

mil vezes maldito
no meu milagre
eu mesmo acredito

***

NOCAUTE JACK

O poeta é fútil
a coisa é boa
o poema ba(s)te

***

MISHIMA

poeta samurai
fez hara-kiri
em vez de hai-kai

***

O QUE POUND DISSE
A ZÉ LIMEIRA NO PURGATÓRIO

– Arre égua!

Teu Paideuma
é paidégua.

***

48 HS NOIR

a menos que seja tarde
é só uma noite a mais
trama banal em preto e branco
dessa produção classe b

saxofones desamparados
na hora do prejuízo final

a menos que a manhã tarde
será só mais um lero
último elo escle/rosado
entre a fala morrendo na boca
e a cor do dia nascendo
entre o oco do copo
e o de quem está bebendo
breve
mente
mais
ou
menos

a menos que eu esteja
enganado
ainda é cedo
e nada mais arde

***

Poemas de Fernando Abreu, de sua estréia Relatos do Escambau (Exodus, 1998). Quarta-feira baixo com ele em Capinzal do Norte dentro do projeto Conversas Literárias, a convite da queridamiga Marla Silveira (BPBL), que organiza/coordena a parada.

PRA SEMPRE ITAMAR

Em setembro de 2006 eu ‘tava começando uma coluna dentro da Primeira Classe (JP Turismo, Jornal Pequeno). Meu espaço alternava literatura e música a cada sexta-feira. Quando Fábio Henriques Giorgio lançou Na boca do bode – Entidades musicais em trânsito, sua literatura musical mereceu texto meu. Amanhã, se ainda entre nós, Itamar Assumpção, um dos personagens daquela importante obra, completaria 59 anos de idade (subiu em 12 de junho de 2003, há cinco anos). Hoje, em São Paulo, o autor mostra um vídeo e bate um papo com interessados (clica na imagem para ampliar e ler mais detalhes).

Você já ouviu Itamar Assumpção? (Ademir Assunção)

Talvez Fábio Henriques Giorgio venha participar da Feira do Livro de Imperatriz (por ora marcada para entre 20 e 25 de outubro, depois da de São Luís). Se rolar, aviso. E dou um jeito de descer até lá.

DEBATE

Não acredito em pesquisas eleitorais por motivos bastante simples: primeiro, nunca fui pesquisado, segundo, não conheço ninguém que um dia tenha sido, terceiro, é comum institutos de pesquisa estarem ligados a veículos de comunicação e, portanto, aos interessados na pesquisa, os políticos, os candidatos. Entre outras. Quem não lembra, por exemplo, da última eleição para o governo do Estado, quando, nas primeiras pesquisas divulgadas, a senadora Roseana Sarney vencia as eleições no primeiro turno, com algo entre, 60 e 70% dos votos, a memória me falha. Outro problema é o tempo verbal usado pelos meios de comunicação: alguém que não saiba que a eleição só acontecerá no primeiro domingo de outubro, ao abrir o jornal, um dia qualquer, pode acreditar que São Luís já tem um novo prefeito. “Fulano de Tal vence no primeiro turno” é o que não raro dizem as manchetes.

“Bandeiras nas ruas”, só mesmo na clássica Oração Latina (Cesar Teixeira). Militância hoje em dia é algo raro. Os bandeiristas recebem um trocado qualquer – uma fortuna para quem é acostumado a ganhar nada – para agitar números, nomes e cores por rotatórias da capital.

Sexta-feira passada, duas amigas minhas, indo para casa, após mais um cansativo dia de trabalho sofreram por conta de um bandeiraço. Nervosas que ficaram, não conseguiram observar o número do candidato propagandeado na ocasião – de ocasião, aliás, vivem muitos deles. Sucedeu-se o seguinte: aproximando-se de uma faixa de pedestres sob a ponte Bandeira Tribuzzi, por volta de 18h, por força da preferencial ser de quem desce a ponte, a que conduzia o carro foi obrigada a parar. Nisso, um, segurando uma bandeira, começa a atravessar a faixa de pedestres lentamente, acompanhado por outros, a passos de tartaruga. Um, empunhando um revólver, chega ao lado do automóvel e grita: “sai do carro!”. Sem nem pensar nem querendo saber se ainda havia alguém atravessando, a motorista sentou o pé no acelerador e conseguiu livrar-se, o veículo recebendo ainda uma bala, alojada na lataria até hoje.

Enfim: pesquisas eleitorais são fabricadas, militâncias são pagas (claro, há exceções, pouquíssimas). Há eleitores imbecis que entram na onda, ó o discurso: “se todos são iguais, eu não vou perder meu voto”, “ruim por ruim, voto em quem vai ganhar” e desandam a votar em quem está liderando nas pesquisas. E tomem ficar quatro anos como as personagens das propagandas do TSE.

Ótimas oportunidades de conhecermos realmente os postulantes ao cargo de prefeito municipal de São Luís são os debates que vêm acontecendo ao longo da campanha. Infelizmente, nem todo mundo dá a cara a tapa. Preferem esconder-se na barra da saia florida de quem nunca foi coreira nem nunca dançou tambor de crioula e acomodar-se, a ponto de quando alguém levanta o tapete – para mostrar a história, verídica e documentada –, acusar de puxar, o que são coisas completamente diferentes.

No certame político de 2008, já se realizaram três ou quatro debates, nunca contando com a totalidade dos dez – dez!: como jornais, São Luís tem candidatos demais – prefeituráveis. Hoje, acontece mais um, a partir das 18h30min, conforme Serviço no post abaixo, acontece mais um, no salão paroquial da Igreja de São Pantaleão (Rua de São Pantaleão, Centro). De acordo com a agenda dos candidatos divulgada nO Estado do Maranhão de hoje, teremos apenas metade dos candidatos presentes: Pedro Fernandes (PTB), Flávio Dino (PCdoB), Cléber Verde (PRB), Paulo Rios (PSOL) e Welbson Madeira (PSTU). É bom ir(mos) vê-los/ouvi-los, levar questionamentos, debater enfim.

Há quem pense que a cidade está nos pés, ou nos pneus dos veículos de uma das mais novas frotas entre as capitais brasileiras. A cidade, na verdade, está em nossas cabeças e em nossas mãos (e corações). Pela via do voto podemos escolher o melhor para a cidade que tanto amamos – uns apenas dizem, da boca pra fora. Somos os juízes deste jogo e neste futebol não há espaço para caixinhas de surpresas: a justiça deve ser feita e deve vencer o melhor.

IMPRENSA, POLÍTICA E(M) DEBATE

Não me surpreende a cobertura das eleições pela imprensa maranhense. Apenas antecipam o papel de embrulhar peixes a que são relegados (a maioria d)os matutinos locais.

Cada um querendo puxar a brasa à sua sardinha, nada contra: imparcialidade em jornalismo é quimera. Mas que se assumam. Cabe sempre citar a Trip, das melhores publicações do país, quando da campanha a favor do desarmamento: a revista assumiu uma postura anti-armas.

Seria mais bonito – ou menos feio, no mínimo – se cada jornal dissesse, na capa, a cada edição: estou com Fulano, voto em Beltrano, ou apoio Cicrano. Sim, a cada edição, já que o apoio muda conforme mudam os interesses ou pesam mais as burras – ou cofres – cheios de dinheiro.

Uns indo contra sua própria história – desses são os papéis mais ridículos –, outros “apenas” a(pro)fundando-se na maré de detritos onde sempre estiveram mergulhados desde suas fundações, não raro com fins eleitoreiros, mantidos posteriormente por quem, eleito, guarda compromisso nenhum com a população, essa que lhes elegeu e elege – e que lê (ou não) jornais.

Assim, a quem – entre jornais e candidatos à prefeitura municipal – interessa erradicar o analfabetismo – não somente o de saber ler, escrever e “desenhar” o próprio nome –, se é à custa dessa falta de uma compreensão mais ampla das coisas, de uma leitura mais crítica dos cenários, que se perpetuam no poder figuras deprimentes, deploráveis? E assim mantêm-se contratos milionários de publicidade ou veiculação de matérias pagas, única coisa com se preocupa a grande maioria – todos? – de nossos matutinos.

Fora dos jornais – ou mesmo dentro deles – uns mantêm grandes unhas e dentes, para poder cravá-los nas tetas de um ou outro (tudo depende da ocasião), manter – ou arranjar – seus empreguinhos (a qualquer custo), defendendo o indefensável. Esquecem de seu próprio passado, da história. Ou não: alguns podem ter memória privilegiada e manter a coerência.

Amanhã (11), diversas organizações ligadas à Igreja Católica realizarão um debate entre os candidatos a prefeito de São Luís, no salão paroquial da Igreja de São Pantaleão (Rua de São Pantaleão, Centro). Vamos ver como se comporta a imprensa diante da discussão, que se dará entre 18h30min e 21h. Como se comporta antes, durante e depois.

Todos os prefeituráveis receberam convite para o debate (com regras pré-determinadas pelas organizações que o promovem em discussão com as coordenações de campanha). Vejamos quem aparece e quem se furta ao diálogo.

Serviço

O quê: debate político.
Quem: os candidatos a prefeito de São Luís.
Quando: dia 11 de setembro (quinta-feira), das 18h30min às 21h.
Onde: no salão paroquial da Igreja de São Pantaleão (Rua de São Pantaleão, Centro).

BALEIRO E BENITO EM SL

O show de Zeca Baleiro em São Luís, da turnê de seu O coração do homem bomba – volume 1, não está confirmado para o dia 27. Não houve, entretanto, pressa ou irresponsabilidade do jornal O Estado do Maranhão (em matéria de ontem, 9): a apresentação estava marcada e teve que ser mudada por motivo de força maior.

A apresentação de Benito di Paula (cuja Retalhos de cetim foi regravada por ZB em seu Baladas do Asfalto & Outros Blues ao vivo), na AABB, dia 26, está confirmadíssima. Mesas e maiores informações: (98) 3235-6924.