De gaiato apareço (literalmente: ‘fotinha’ minha ilustra o pequeníssimo texto) na seção Brasileiros recomendam, da revista Brasileiros (nº. 29, dezembro/2009):
BAR DO LÉO
Zema Ribeiro, jornalista, São Luís (MA)
Encravado no Mercado do Vinhais, em São Luís do Maranhão, o Bar do Léo pode ser considerado um museu da música brasileira. Aficionado por música, Leonildo Martins reuniu um acervo que soma mais de 15 mil títulos, dentre fitas k7, vinis e CDs. A decoração é outro atrativo, objetos antigos, instrumentos musicais, além de capas de discos. No cardápio, cerveja gelada e uma famosa tripinha de porco.
*
Entre os destaques da edição, Como entrevistar um vampiro, por Luiz Rebinski Junior, sobre o novo livro de Dalton Trevisan (Violetas e Pavões, Record, 2009) e sobre uma das únicas entrevistas do contista, ‘concedida’ a Mussa de Assis para o Suplemento Literário do jornal O Estado de São Paulo em 1972, e as entrevistas com Boris Schnaiderman (Moscou em chamas), tradutor de Maiakóvski (é ele a pauta da conversa com Alex Solnik) e mais uma pá de russos para o Brasil, e o Tim Maia inédito, entrevista do síndico a Marcio Gaspar em 1995.
*
Ninguém esperava. Nos últimos tempos de vida, de fato, ele não estava bem, ele se sentia acuado, o partido fazendo críticas à obra dele. “Operários e camponeses não compreendem o que você diz”. Que ele escrevia difícil demais. Ele respondia: “Mas a culpa não é minha, vocês é que não instruíram o povo suficientemente”.
Boris Schnaiderman, sobre o suicídio de Maiakóvski
*
Mas aí, estoura a música, né? Porque ele executa dez vezes por dia, aquela porra “nhem, nhem, nhem” no ouvido do cara… Nas televisões, a mesma coisa. É jabá pra todo mundo… O Silvio Santos tem menos. Acho que os programas dele são muito ruins, então não dá pra ele, entendeu (gargalhadas)? O Silvio Santos é ruim demais. O Show do Silvio Santos, meu amigo… Outra coisa que eu gostaria de falar, quero mandar um recado pro Caçulinha. O Caçulinha tinha um conjunto maravilhoso no Canal 7; porra, acompanhava aqueles artistas todinhos: Elis Regina, Jair Rodrigues, esse pessoal todinho. Pô, um cara muito simpático… o Caçulinha é super benquisto no meio artístico. Não sei por que ele atura aquilo, cara! Agora, colocaram ele com um negócio de chifre, já viu? Tem um chifre na cabeça dele, cara! Você não viu não? Uma vez, botaram ele na geladeira, não sei se você viu, botaram na geladeira! É, um pinguim na geladeira, com aquele pianinho. E fica o Faustão, o programa inteirinho sacaneando o “coiso”… E ele mesmo não toca nada naquele programa! Tem uma hora que ele faz: “Toca, Caçulinha”! (imitando o Fausto Silva): “Ó o nariz do Caçulinha! O Caçulinha é um babaca!”. O Caçulinha é o saco de esporro, o saco de pancada… Pô, por quê? Gostaria até de convidar o Caçulinha pra tocar com a gente na banda Vitória Régia; a gente arruma uma sanfoninha pra ele, pode até vir com o pianinho dele, coitado… Ele não precisa daquilo, é um cara de renome! Antes do Fausto Silva chegar, o Caçulinha já estava aí há anos… Acho aquilo tão ridículo… Deviam botar o Bonifácio Sobrinho lá de chifre e o Roberto Marinho dentro da geladeira. Isso eles não fazem. Fica lá o Faustinho puxando o saco do Roberto Marinho. “Oi, seu Robertinho. Como vai, tudo bem? Tudo bem, seu Roberto?” Isso é uma coisa que denigre a imagem de um músico, saca? O músico fica esculachado, o músico é um saco de piadas. Músico é pra tocar música! Não pra ficar ali, sendo motivo de chacota.
Tim Maia, fazendo o que entendia