SANTO DE PÁSCOA

Poeta, letrista e jornalista, Celso Borges (acima no clique de Carllos Boselli, nalguma edição do Londrix) é o convidado de domingo (4) do Santo de Casa Acústico, programa que vai ao ar às 20h na Rádio Universidade FM (dá para ouvir pela internet, em tempo real).

Parceiro de nomes importantes da música brasileira, como Zeca Baleiro, Chico César, Fausto Nilo, Fagner, Nosly e o duo Criolina (Alê Muniz e Luciana Simões), entre outros, Celso Borges falará de sua experiência poética dita-cantada-letrada-musicada, presente notadamente em seus três últimos trabalhos: XII (2000), Música (2006) e Belle Epoque (2010).

Além de mostrar faixas dos três livros-discos, Celso Borges falará também de sua experiência de palco: Poesia Dub (projeto desenvolvido em parceria com o jornalista e DJ Otávio Rodrigues), Outros Bárbaros (apresentado ao lado de Ademir Assunção e outros no Itaú Cultural, em São Paulo, onde morou por cerca de 20 anos), A posição da poesia é oposição (verso do poema Manifesto que batizou show seu), e do lançamento do mais recente trabalho, quando realizou show com a banda Restos Inúteis (nome de poema dedicado a Marcelo Montenegro).

Participam do Acústico Santo de Casa com CB Alê Muniz, André Lucap, Christian Portela, Luiz Cláudio, Nosly, Otávio Rodrigues e Zeca Baleiro, que canta versão acústica de A serpente, composta por eles em parceria com o saudoso percussionista argentino Ramiro Musotto.

Em tempo: com Otávio Rodrigues e Zeca Baleiro, Celso Borges estreia mês que vem, na Rádio UOL o programa Biotônico, que será veiculado quinzenalmente.

HOJE

Josias Sobrinho e Cesar Teixeira se apresentam no aniversário de 75 anos do Sindicato dos Bancários (SEEB/MA), a partir das 19h30min:

Não sei se a comemoração é aberta ou fechada (exclusiva para a categoria), mas vou baixar na sede do sindicato (Rua do Sol, 413/417, Centro) logo mais.

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REGGAECOM

A Kazamata se apresenta no Erecom:

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AGENDA KAZAMATA ABRIL

Dia 1º.: Espaço Armazém (Rua da Estrela, Praia Grande), com The Mads, às 22h (a produção não informou o valor do ingresso).

Dia 10: Bar do Nelson (Av. Litorânea), às 22h. Ingressos: R$ 10,00 (meia para estudantes).

Em breve a banda deve lançar Sobre pessoas e atitudes, seu disco novo. A gente avisa aqui.

PARA SÁBADO PASSADO FALTARAM ADJETIVOS

Em 1974 o recém falecido humorista cearense Arnaud Rodrigues dividiu um disco com o também humorista e também cearense Chico Anísio, sob a alcunha de Baiano e Os Novos Caetanos, um sarro musical interessantíssimo com Caetano Veloso e Os Novos Baianos. Logo na primeira faixa o personagem Lingote se pergunta: “Aê, malandragem! O que é que eu tô fazendo nesse disco?”. É a pergunta que me faço agora: o que é que eu tô fazendo nesse palco? A minha função é bater palmas e hoje elas estão mais que merecidas.


[O blogueiro lê (até de olhos fechados) o chamamento que escreveu para anunciar Rui Mário ao palco. Foto: Pedro Araújo]

Mas ainda não ouvimos tudo. Antes de anunciar a próxima atração eu gostaria de dedicar esse sarau a Renato Russo e minha esposa Graziela. O líder da banda Legião Urbana, que completaria hoje 50 anos, por ter passagens rápidas mas interessantes pelo samba e pelo choro: gravou Juízo Final, de Nelson Cavaquinho, registro infelizmente nunca lançado em disco, e idealizou a série Beatles in Choro, executada pelo cavaquinhista Henrique Cazes com diversos convidados especiais. Graziela, se essa dedicatória carece de alguma explicação, é também por lembrar que o músico convidado, entre outros amigos, tocou em nossa festa de casamento, em fins de 2008: um luxo e uma emoção grandes e sem preço.

Lembro da primeira vez que o ouvi, e talvez tenha demorado a fazê-lo, pois àquela altura já lhe sobrava talento. Foi em fins de 2003, quando o compositor Cesar Teixeira passou-me cópia de seu então ainda não lançado disco de estréia. Suas sanfonas chamaram-me a atenção e Shopping Brazil, o disco lançado em abril do ano seguinte, revelou-me seu nome: Rui Mário.


[Rui Mário (sanfona) com o Victor Castro Trio: Victor Castro (violão), Isaías Alves (bateria) e Mauro Sérgio (contrabaixo). Foto: Pedro Araújo]

Filho de Seu Raimundinho, outro grande sanfoneiro, Rui traz a música nas veias. Hoje é o preferido de dez entre dez artistas maranhenses, já tendo tocado em discos e shows, além de Cesar Teixeira, de Josias Sobrinho e Lena Machado, para citar poucos, pois se fôssemos citar todos, este texto seria ainda muito maior.

Rui Mário, que recentemente encantou Dominguinhos, em encontro que tiveram, tem encantado as plateias por onde passa. É uma espécie de neto talentosíssimo do rei do baião, passeando por baião, choro, samba, forró, blues, pop e o que mais aparecer.

Mais não digo: a sanfona de Rui Mário fala por ele.

Com apoio de TVN São Luís, Fort Graf, Rádio Universidade FM, Associação do Pessoal da Caixa e parceria de JL Music Studios e Solar Consultoria, temos a honra de chamar ao palco… com vocês, Rui Mário!

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Texto que escrevi e li sábado passado (27), no Clube do Choro Recebe para anunciar este músico fenomenal, então recebido pelo Victor Castro Trio – que logo após a apresentação virou quarteto: com Victor Castro (violão), Mauro Sérgio (contrabaixo) e Isaías Alves (bateria), Rui Mário (sanfona) segue em breve para uma turnê pela Europa.

Conforme previ nos releases escritos e enviados à imprensa e a alguns e-groups, noite memorável a deste encontro inédito. Sobrou talento. E a noite seguiu perfeita além, com as canjas: João Pedro Borges (violão), Kiko Chaves (violão sete cordas carioca), Paulo Trabulsi (cavaquinho), Francisco Solano (violão sete cordas), Luiz Jr. (violão sete cordas), Luiz Cláudio (percussão), Nosly (voz, violão), Zeca do Cavaco (voz) e Lena Machado (voz, convidada da próxima edição do projeto, dia 3 de abril).

Sem exageros: nunca houve dois sábados iguais no Clube do Choro Recebe. Você ainda vai viajar nesse feriadão?

AS VÁRIAS NOÉLIAS EM ATARANTADA

Após longo hiato a poeta Noélia Ribeiro lança Atarantada, livro que reúne poemas antigos e recentes.


[Atarantada. Capa. Reprodução]

Versos como “sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher/ sou minha mãe, minha filha, minha irmã, minha menina” (Renato Russo, 1º. de julho) e “ainda sou a operária/ doméstica, humilhada/ eu sou a fiel e a safada/ aquela que vê a novela/ a que disse não” (Geraldo Azevedo e Neila Tavares, Mulher) podem ser boas traduções de Noélia Ribeiro, poeta que traz em si – e em sua poesia – várias mulheres em uma.

Ela e sua poesia, indissociáveis, como assinala o poeta brasiliense Nicolas Behr na orelha de Atarantada [Verbis Editora, 2009, 78 páginas], livro que tem sabor de (re)estreia, tanto tempo passou a pernambucana-carioca radicada em Brasília afastada da ribalta literária.

Ao primeiro, dedica o poema Punk, aludindo ao Aborto Elétrico, primeira banda do saudoso líder da Legião Urbana, que conheceu pessoalmente: “Um som estridente/ cheio de dentes/ mordendo minha vontade/ de dançar./ Um som espremido/ de alguém parindo/ eletricamente/ um aborto colorido” (p. 27).

Noélia Ribeiro é lenda viva na capital federal: Uma outra estação (1997), primeiro disco da Legião Urbana lançado após o falecimento de Renato Russo, trazia a gravação da banda para a “oração” Travessia do Eixão (Nonato Veras e Nicolas Behr), originalmente lançada pela trupe do Liga-Tripa, em Informal ao vivo (1988), sua estreia em disco. A letra: “Nossa Senhora do Cerrado/ protetora dos pedestres/ que atravessam o eixão/ às seis horas da tarde/ fazei com que eu chegue são e salvo/ na casa da Noélia”.

Ao Liga-Tripa também ela devolve a homenagem: “Liga a dança breve da vida/ no momento exato da tua loucura./ Liga o lance da ligação/ que não é só de tripa mas também de coração.// Liga a tua carne branca/ à minha carne mole,/ e vamos nos envenenar/ atravessando o Eixão.// Liga toda a cidade numa festa inconsequente/ de palhaços bonitos sem passado/ nem presente./ Liga o tempo todo contra fome e contra o tédio./ Mas depois vem dançar comigo./ Será o teu melhor remédio…” (Religação, p. 76), o poema citando várias letras de Informal.

A poesia de Noélia Ribeiro é feita com amor e é o amor o tema mais abordado em Atarantada – o amor, o tema mais comum em se tratando de poesia. Difícil conseguir soar original hoje em dia. Ela consegue. Chora a falta do pai, homenageia amigos – Véspera e Atemporal são dedicados a Nicolas Behr, sob o apelido carinhoso de Niki –, tem erotismo e bom humor: “No quase breu do carro/ em meio à névoa seca,/ suas bocas sussurravam/ que sim.// Porém,/ no quarto quase iluminado,/ espelhos delatores/ tiraram-lhes o véu.// E aquele tesão/ tão vivo no drive-in/ não resistiu ao motel” (Quase breu, p. 77).

[Tribuna Cultural, Tribuna do Nordeste, ontem]

SABOR DE POESIA

Detalhes do “maior muro de graffiti coletivo da época. Ficava na 511 sul e foi apagada dois dias depois destas fotos terem sido feitas, no início da década de 80”, conforme legenda o poeta-fotógrafo Nicolas Behr.

Tá no livro Beije-me – Retratos de uma geração brasiliense, lançado ano passado.

Nicolas Behr é o tipo do cara que faz poesia “até” fotografando. Não abro mão de em minha próxima ida à Brasília conhecê-lo pessoalmente.

E curti bastante a citação à banda de Arrigo Barnabé para traduzir o “sexoral” no muro clicado. “A poesia passou por aqui”, lê-se noutro trecho do mural que não digitalizei para não esgarçar meu exemplar. Do livro.

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Renato Russo completaria hoje 50 anos.

MADRE MARVEL DEUS

A turma que tem se reunido em torno do Projeto Sinhô, todos os domingos, no Largo do Caroçudo (Madre Deus), tem um motivo a mais para comemorar dia 28, quando o samba e o choro começam a rolar às 10h30min: o Capitão Eudes Américo completa 70.

Vamos lá cantar parabéns ao super-heroi madredivino. Vida longa, Eudes! E muito samba e choro!…

DE TRÊS EM TRÊS…

… PARA COMEÇAR BEM A SEMANA.

Não costumo reproduzir releases neste blogue. Mas abro uma exceção especialíssima para divulgar o texto abaixo, de Adriana Bueno, assessora de imprensa de Zeca Baleiro. Divulga o programa que ele estreia, com Celso Borges e Otávio Rodrigues, em abril, na Rádio UOL.

ZECA BALEIRO ESTREIA PROGRAMA DE RÁDIO

Criado e apresentado por Zeca Baleiro e os amigos Otávio Rodrigues, jornalista e dj, e Celso Borges, poeta e jornalista, estreia em abril Biotônico, o novo programa da Rádio UOL.

Em formato de almanaque, Biotônico é um programa à moda antiga, com curiosidades, bate-papos, aforismos, poesia e sobretudo muita música. O programa irá ao ar quinzenalmente e poderá ser acessado tanto via Rádio UOL, quanto no site do artista.

Baleiro, Celso e Otávio prometem mostrar raridades preciosas, como velhos jingles de rádio, e fazer um mergulho na história fonográfica brasileira e do mundo, trazendo informação com leveza e humor. Como um bom almanaque, Biotônico distribuirá receitas, simpatias, adágios e frases de para-choque, usando e abusando do imaginário popular brasileiro. Também conversará com convidados ao telefone, na seção Chamada a Cobrar.


[Celso Borges, Zeca Baleiro e Otávio Rodrigues: o trio Biotônico]

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SANTA LEVADA

Dia 1º. de abril (não é mentira!) o Dj Zod estará em São Luís. Numa festa que promete (anotem, que promessa é dívida!), ele dividirá as pick-ups com os djs Franklin Santos e Pedro Sobrinho. Mais, dou em breve, aguardem:


[Trinca de djs mostrará o que é discotecar de verdade no dia da mentira]

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QUARTETO FANTÁSTICO

E antes dessas, outra ótima: Rui Mário será recebido pelo Victor Castro Trio no último sarau de março (27) do Clube do Choro Recebe:


[Rui Mário: encantando Dominguinhos e as plateias por onde passa]

QUENTINHAS

Já andei dando no tuíter, mas seguem umas rapidinhas (quase) em primeira mão.

Uma caravana de músicos maranhenses homenageará João do Vale (foto) em Brasília, semana que vem.

Dia 26 (sexta que vem) o impagável e genial Xico Sá (foto) baixa na Ilha: o amanuense do jornalismo participa do III Fórum de Jornalismo da Faculdade São Luís, que começa um dia antes. Em breve dou mais detalhes.

Como em breve dou mais detalhes também do show que comemorará os 70 anos do Sindicato dos Bancários do Maranhão, que reunirá no palco Josias Sobrinho e Cesar Teixeira. Estes dois gênios de nossa música cantarão os parabéns ao SEEB dia 31 de março, na sede do sindicato.

COISAS BOAS ACONTECENDO… LÁ E CÁ

Logo mais em Sampa, Lúcia Santos e mais uma pá de gente boa no recital Versos sem tarja:

Mais duas chances de ver Urias Oliveira em ação nA solidão de Dom Quixote:

Kleiton e Kledir em show em São Luís, uma espécie de comemoração de seus 30 anos de carreira, excluídos aí os tempos do Almôndegas e o hiato em que cada um lançou um disco solo. Autorretrato mesclará canções inéditas e os grandes sucessos do duo gaúcho:

E logo mais no Laborarte, homenagem a Nelson Brito, vide post anterior.

TRIBUNA CULTURAL

SAMBA DE ROQUE: PARA MOÇAS E MOÇOS. OU NÃO.

Clécia Queiroz dedica disco ao repertório do conterrâneo Roque Ferreira.


[Samba de Roque. Capa. Reprodução]

Para além do Samba pras moças (Roque Ferreira/ Grazielle Ferreira), sucesso na voz de Zeca Pagodinho, o compositor baiano Roque Ferreira ainda é (quase) um ilustre desconhecido, infelizmente.

Em 2004, lançou Tem samba no mar (Biscoito Fino/ Acari Records/ Quelé), onde cantou ele mesmo, sua obra, incluindo o sucesso citado, sob as bênçãos de Paulo César Pinheiro, parceiro em 13 das 17 obras registradas em 14 faixas.

O cenário parece estar mudando e, de uns tempos para cá, Roque Ferreira – e o público brasileiro – tem visto artistas como Maria Bethânia, Pedro MirandaPimenteira (Roque Ferreira) é o título de seu segundo disco, recém-lançado – e Roberta Sá incluírem peças suas no repertório de discos e shows.

A potiguar, aliás, vem anunciando desde 2007, a gravação de um álbum todo dedicado ao repertório de Roque, com o luxuoso acompanhamento do Trio Madeira Brasil, o que vem sendo mostrado e testado em shows. Deve ser lançado ainda este ano. Mariene de Castro também anunciou a ideia – originalmente de Roberta Sá.

Como grande compositor que é, saudemos toda iniciativa que faça tornar-se mais conhecida a obra do sambista que leva o nome, abrasileirado, do gênero que consagrou Elvis Presley.

Com o trocadilho, aliás, a cantora, atriz e performer baiana Clécia Queiroz intitula seu Samba de Roque [independente, 2009], disco inteiramente dedicado à obra de Roque Ferreira. Ou quase inteiramente: traz duas faixas-bônus: Chulas (domínio público) e Ciúmes (Dalva Damiana de Freitas).

As outras 11 são Roque puro, isto é, samba (de roda), chula e choro da melhor qualidade. Daqueles discos que dá vontade de tirar a sandália e dançar no meio da sala, marcando o passo batendo palmas.

Samba de Roque é um mergulho profundo no samba de roda baiano, patrimônio cultural imaterial brasileiro. É beleza na simplicidade, herança ancestral da mãe África, tudo temperado com o melhor dendê musical da Bahia, um disco para ser ouvido por todos aqueles que apreciem um samba de qualidade, baiano(s) ou não.

Não à toa, a cantora foi apelidada carinhosamente por seus pares de “dama do samba da Bahia”. Lançou, em 1997, seu disco de estreia, Chegar à Bahia. Guiada e abençoada por todos os santos, mais a estrela Dalva Damiana e Roque Ferreira, chega agora a este segundo, um primor. Sucesso e vida longa aos compositores, instrumentistas e à intérprete. Energia, pimenta, dendê, maré, lua e samba!

[Tribuna do Nordeste, ontem]

A BRUXA TÁ SOLTA!

Copio, sem autorização, a genial homenagem do genial Rafael Rosa ao genial Glauco (53), subido na madrugada de hoje por força da estupidez de assaltantes. Com ele, subiu também seu filho, Raoni, de 25 anos.

A cena se passa em São Paulo, onde há cerca de três meses o dramaturgo Mário Bortolotto sobreviveu a três tiros durante um assalto.