Talvez alguns já até conheçam: todo fim de ano eu passo esse poema para contatos de minha lista desejando um feliz ano novo etc.

instante de paz



quero libertar-me

de todas as garras

ficando preso

apenas ao teu amor

quero todas as noites

todas as farras

saindo ileso

quero nada de dor

quero dar-te flores

nelas perfumes e cores

melaço que adoce

o nosso amargor

quero que o mundo

pare por um segundo

sendo para todo o sempre

esse instante de paz

ESCRITORES ENTREGAM MANIFESTO AO MINISTÉRIO DA CULTURA



Apesar do nome deste blogueiro não figurar lá embaixo, manifestamos nosso apoio ao manifesto.



Uma comissão de escritores, representando o Movimento Literatura Urgente, entregou o Manifesto Temos Fome de Literatura ao Ministro da Cultura Gilberto Gil e ao Coordenador Nacional do Livro Galeno Amorim, em reunião com o setor, na última segunda-feira, em São Paulo. Assinado por mais de 180 nomes bastante representativos da literatura brasileira contemporânea, o documento reivindica a inclusão de POLÍTICAS DE FOMENTO À CRIAÇÃO LITERÁRIA no Plano Nacional do Livro, e apresenta dez propostas de programas públicos para a literatura.

Entre as propostas estão a criação de um Fundo Nacional da Literatura, do Livro, Leitura e Bibliotecas, com 30% destinado diretamente ao fomento à CRIAÇÃO LITERÁRIA; a implantação de caravanas literárias pelas universidades de todas as regiões do País, e bolsas de criação. Propõe, ainda, alterações na Lei do Livro, incluindo o fomento à criação literária como uma das funções do Poder Público no setor.

Estiveram presentes na reunião os escritores Sebastião Nunes, Ricardo Aleixo, Lourenço Mutarelli, Fabrício Marques, Paulo Sandrini, Rodrigo Garcia Lopes e Ademir Assunção, entre outros.

Os escritores agora estão discutindo a possibilidade de criação de núcleos organizados em todo o país. Eles querem manter as negociações com o Ministério da Cultura e reivindicam a criação de uma Subcâmara Setorial de Fomento à Criação Literária, formada majoritariamente por escritores e representantes do MinC.

Leia abaixo a íntegra do documento e as assinaturas:

TEMOS FOME DE LITERATURA



Exmo Sr.

Gilberto Gil

Ministro da Cultura do Brasil

Exmo Sr.

Galeno Amorim

Coordenador do Programa Nacional do Livro, Leitura e Bibliotecas

Temos acompanhado com interesse, entusiasmo e atenção as iniciativas do Ministério da Cultura para a criação de uma Política Nacional voltada para o Livro, a Leitura e as Bibliotecas. As discussões públicas sobre o assunto e a abertura da equipe ministerial para ouvir a sociedade civil são realmente louváveis e estimulantes para os que participam da cadeia produtiva da literatura e do livro e para todos os interessados. Sobretudo em um país em que se lê pouco — muito embora tenha uma produção literária de altíssima qualidade —, esses esforços se fazem necessários e urgentes. Como escritores, poetas e ensaístas, manifestamos nosso desejo e nosso interesse de contribuir nesse processo de discussão para o estabelecimento de políticas públicas o mais abrangente possível, que inclua todos os segmentos da cadeia produtiva da literatura e do livro.

No ABC da Literatura, entusiasmada e brilhante defesa da criação artística, poética e literária, o poeta Ezra Pound afirma: “Uma Nação que negligencia as percepções de seus artistas entra em declínio. Depois de um certo tempo ela cessa de agir e apenas sobrevive.” Não é preciso gastar tinta para evidenciar o papel fundamental da criação literária e poética no grande caldo vivo e orgânico que forma a arte e a cultura de um país. Também não é difícil perceber que, quando as condições para a criação e a circulação da arte e da cultura sofrem um processo de estrangulamento, logo se nota um empobrecimento das relações humanas. Daí para o desencanto, a paralisia e, em grau mais acentuado, a barbárie, são apenas alguns passos. Largos, por sinal.

Escritores e poetas são, como todos sabem, os artífices principais da criação literária. Sem eles, não existem os livros, nem a indústria editorial, nem as bibliotecas, nem os leitores. Paradoxalmente, são também o segmento menos profissionalizado do setor. Profissionalizado, não no sentido da excelência de sua arte, mas na possibilidade de sobrevivência através de seu próprio trabalho criativo. Como também é do conhecimento de todos, muitos criadores literários, além de não contarem com nenhum, ou quase nenhum incentivo público, ainda assumem as despesas de edição de suas obras com recursos próprios, ou, como dizia o compositor Itamar Assumpção: Às Próprias Custas S/A. É, portanto, um segmento carente de políticas públicas que fomentem, incentivem e criem condições objetivas para o desenvolvimento de seu trabalho criativo.

Em que pese todo o esforço do Ministério da Cultura em desenvolver políticas públicas para o setor ligado ao livro, temos percebido, com preocupação e desapontamento, a não inclusão, com maior ênfase e clareza, da criação literária nessas políticas. Notamos que a palavra Literatura jamais está incluída nas políticas para o livro, a leitura e as bibliotecas. Não se trata de uma simples questão semântica ou de nomenclatura. Trata-se, sim, da necessidade de Políticas Públicas de Fomento à Criação Literária. Trata-se, sim, do entendimento profundo de que, da mesma forma que o Brasil tem fome de livros, os escritores têm fome de políticas públicas para a literatura. Sem essa consciência, as políticas nacionais, estaduais ou municipais serão necessariamente incompletas.

Tendo em vista essas condições e o esforço da equipe ministerial em pensar e implementar medidas de desenvolvimento para o setor, decidimos tornar públicas, e trazer aos representantes do Ministério da Cultura, as seguintes reivindicações:

1) Inclusão do termo LITERATURA nos programas, leis, conselhos e câmaras setoriais relacionados ao livro, leitura e bibliotecas, que estão sendo propostos pelo Ministério da Cultura. Desta forma, teríamos o Programa Nacional da Literatura, do Livro, Leitura e Bibliotecas, a Lei da Literatura, do Livro, Leitura e Bibliotecas, o Conselho Nacional da Literatura, do Livro, Leitura e Bibliotecas e a Câmara Setorial da Literatura, do Livro, Leitura e Bibliotecas;

2) Inclusão de artigo na Lei da Literatura, do Livro, Leitura e Bibliotecas criando o Fundo Nacional da Literatura, do Livro, Leitura e Bibliotecas, com 30% das verbas destinadas diretamente ao Fomento à Criação e Circulação Literária e os outros 70% ao fomento à Leitura e Bibliotecas;

3) Inclusão do termo FOMENTO À CRIAÇÃO LITERÁRIA no § 2º do Artigo 1° da Lei da Literatura, do Livro, Leitura e Bibliotecas, ficando com a seguinte redação:

“§ 2º . A Política Nacional da Literatura, do Livro, Leitura e Bibliotecas objetivará a instrumentalização da implantação e o desenvolvimento da indústria editorial e o fomento à criação literária como bases de afirmação da nacionalidade e da cultura brasileira, com papel estratégico relevante na difusão e permanência da língua, das artes e da ciência e dos valores pátrios (sugerimos tirar esse “apêndice”, porque não é função da arte enaltecer valores pátrios, ora, convenhamos).”

4) Criação de um Programa de Compra Direta de Livros do próprio autor, tendo em vista o fato de grande parte da produção literária brasileira – sobretudo a poesia – ser publicada, ainda hoje, às expensas dos próprios autores. A proposta tem inspiração no Programa de Compra Direta de Alimentos da Agricultura Familiar, fruto de uma parceria dos ministérios do Desenvolvimento Agrário, de Segurança Alimentar e Combate à Fome e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com o objetivo de garantir renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária, além de abastecer os estoques reguladores do governo; 5) Criação da Subcâmara Setorial de Fomento à Criação Literária, na Câmara Setorial da Literatura, do Livro, Leitura e Bibliotecas. Esta Subcâmara seria formada preferencialmente por escritores e poetas e representantes do Ministério da Cultura.

Como parte do esforço para contribuirmos com a formulação de programas públicos que incluam o fomento à criação literária e o contato direto do escritor com o público, trazemos também as seguintes propostas, que podem, objetivamente, ser implementadas em curto e médio prazo:

PROPOSTAS PARA UMA POLÍTICA PÚBLICA DE FOMENTO À CRIAÇÃO LITERÁRIA



1) PROGRAMA DE CIRCULAÇÃO DE ESCRITORES E POETAS I – em articulação do Ministério da Cultura com o Ministério da Educação, criar um Programa de Circulação de Escritores e Poetas pelas universidades do País. Caravanas de cinco escritores e poetas deverão circular pelas universidades das cinco regiões do Brasil (Norte, Nordeste, Centro, Sudeste, Sul), para debates sobre literatura, leituras públicas e lançamentos de livros e revistas. Cada caravana deverá passar por, no mínimo, cinco cidades diferentes. Serão, portanto, cinco caravanas simultâneas, com cinco escritores cada. Total: 25 escritores. Essas caravanas deverão ser trimestrais. Sugestão de nome: Projeto Waly Salomão.

2) PROGRAMA DE CIRCULAÇÃO DE ESCRITORES E POETAS II – Mesmo princípio do Programa anterior, mas, agora, em articulação do Ministério da Cultura com os governos estaduais e municipais brasileiros (através de suas respectivas Secretarias de Cultura). Desta forma, se poderia ampliar o projeto para a rede de escolas estaduais e municipais. Sugestão de nome: Projeto Paulo Leminski.

3) PROGRAMA LATINOAMÉRICA DE LITERATURA – em articulação do MinC com os Ministérios da Cultura estrangeiros, embaixadas e universidades criar o Programa Latinoamérica de Literatura para circulação mútua de escritores e poetas entre os países latinoamericanos, promovendo debates, leituras públicas e lançamentos de livros e revistas. Se poderia ampliar para um Programa de Intercâmbio de Escritores e Poetas Visitantes nas Universidades desses países.

4) PROGRAMA ENTRE-MARES DE LITERATURA – a mesma idéia do programa anterior, porém entre o Brasil, Portugal, e os países africanos e asiáticos de língua portuguesa.

5) PROGRAMA PRIMEIRO LIVRO – um incentivo do MinC (e eventuais e bem-vindos parceiros) para a publicação, divulgação e distribuição a escolas e bibliotecas do primeiro livro de escritores e poetas brasileiros.

6) FUNDO NACIONAL DA LITERATURA, LIVRO, LEITURA E BIBLIOTECAS com 30% do orçamento destinado diretamente ao fomento de projetos independentes (publicação de revistas, CDs e DVDs de poesia e/ou prosa, recitais de poesia, festivais literários, co-edições, ciclos de discussões, pesquisas, etc…).

7) BOLSA CRIAÇÃO LITERÁRIA para desenvolvimento de projetos literários de escritores e poetas. A cada ano seriam concedidas 20 bolsas em todo o país, no valor de R$ 3 mil mensais para cada contemplado pelo prazo de um ano. Os autores escolhidos não poderiam ter vínculo empregatício, dedicando-se integralmente ao projeto. Os recursos poderiam ser conseguidos em parceria com as empresas estatais e a iniciativa privada.

8) SISTEMA PÚBLICO DE DISTRIBUIÇÃO – Criação de um sistema público de distribuição de livros (em parceria com os correios) voltado para as pequenas editoras e a produção independente.

9) PUBLICAÇÕES LITERÁRIAS – Criação de veículos públicos de circulação para a literatura, tais como jornais e revistas (através da imprensa oficial), sites e programas de rádio e TV na rede pública de comunicação.

10) JORNADA NACIONAL LITERÁRIA – Criação de um grande evento anual, reunindo escritores, poetas e ensaístas para leituras, debates, conferências, palestras e lançamentos. O evento será aberto preferencialmente a professores, estudantes e também ao público em geral. Desta forma, os professores poderão se atualizar sobre a criação e a discussão literária do Brasil, servindo de agentes multiplicadores junto aos seus alunos. A cada ano a jornada será realizada em uma cidade diferente do País, privilegiando todas as regiões.

Para definir os critérios e a seleção de projetos e de autores para cada uma das propostas anteriores, reivindicamos a formação de uma comissão paritária com membros do Ministério da Cultura, dos escritores e da sociedade civil ligados ao setor literário e com comprovado conhecimento. Reivindicamos ainda que todos os programas sejam anunciados em editais públicos, de forma transparente e democrática, especialmente os que se referem ao Fundo Nacional da Literatura e à Bolsa Criação Literária.

Por fim, motivados pelo Programa Fome Zero, da Presidência da República, que compreende a necessidade de incentivo à agricultura familiar e ao pequeno produtor para a erradicação definitiva da fome no país, nos sentimos animados a participar ativamente de um programa que erradique a fome de livros e também a fome de incentivo à criação literária no Brasil.

Cientes da importância da criação literária na formação cultural do País, temos certeza de que nossas reivindicações e propostas encontrarão eco entre todos os interessados no problema da leitura — da equipe ministerial aos editores, livreiros, bibliotecários e da sociedade em geral.

São Paulo, 22 de novembro de 2004

MOVIMENTO LITERATURA URGENTE



Ademir Assunção – poeta e jornalista. São Paulo/SP

Ricardo Aleixo – poeta e compositor. Belo Horizonte/MG

Marcelino Freire – escritor. São Paulo/SP

Paulinho Assunção – escritor e jornalista. Belo Horizonte/MG

Claudio Daniel – poeta e jornalista. São Paulo/SP

Sebastião Nunes – escritor. Sabará/MG

Joca Reiners Terron – escritor. São Paulo/SP

Rodrigo Garcia Lopes – escritor, tradutor e jornalista. Londrina/PR

Sérgio Sant’Anna – escritor. Rio de Janeiro/RJ

Domingos Pellegrini Jr, escritor. Londrina/PR

João Gilberto Noll, escritor. Porto Alegre/RS

Milton Hatoum, escritor. São Paulo/SP

Ignácio de Loyola Brandão, escritor. São Paulo/SP

Moacyr Scliar, escritor. São Paulo/SP

Alcides Nogueira – escritor. São Paulo/SP

Glauco Matoso, poeta e escritor. São Paulo/SP

Nei Lopes, escritor e compositor. Rio de Janeiro/RJ

Braulio Tavares, escritor e compositor. Rio/RJ

Menalton Braff, escritor. Ribeirão Preto/SP

Armando Freitas Filho, poeta. Rio de Janeiro/RJ

Heloisa Buarque de Hollanda, escritora. Rio de Janeiro/RJ

Alice Ruiz, poeta e compositora. São Paulo/SP

Antonio Carlos Secchin, poeta e ensaísta. Rio de Janeiro/RJ

Valêncio Xavier, escritor. Curitiba/PR

Raimundo Carrero, escritor. Recife/PE

João Silvério Trevisan, escritor. São Paulo/SP

Manoel Carlos Karam, escritor. Curitiba/PR

Sylvio Back, poeta e cineasta. Rio de Janeiro/RJ

Leonardo Fróes, poeta e escritor. Rio de Janeiro/RJ

Frederico Barbosa, poeta. São Paulo/SP

Horácio Costa, poeta e professor. São Paulo/SP

André Sant’Anna, escritor. São Paulo/SP

Evandro Affonso Ferreira, escritor. São Paulo/SP

Nelson de Oliveira, escritor. São Paulo/SP

Wilson Bueno, escritor. Curitiba/PR

Donizete Galvão, poeta. São Paulo/SP

Ricardo Chacal, poeta e produtor cultural. Rio de Janeiro/RJ

Ferréz, escritor. São Paulo/SP

Alberto Guzik, escritor, jornalista e ator. São Paulo/SP

Xico Sá, escritor, jornalista. São Paulo/SP

Michel Laub, escritor. Porto Alegre/RS

Ronald Polito, poeta e tradutor. Rio de Janeiro/RJ

Maria Esther Maciel, poeta e tradutora. Belo Horizonte/MG

Cíntia Moscovich, escritora. Porto Alegre/RS

Lourenço Mutarelli, escritor e quadrinista. São Paulo/SP

Joyce Cavalccante, escritora. São Paulo/SP

Micheliny Verunschk, poeta. São Paulo/SP

Maurício Arruda Mendonça, poeta e dramaturgo. Londrina/PR

Nilo Oliveira, escritor. Florianópolis/SC

Claudio Galperin, escritor. São Paulo/SP

João Anzanello Carrascoza, escritor. São Paulo/SP

Luiz Giffoni, escritor. Belo Horizonte/MG

Sérgio Fantini, escritor. Belo Horizonte/MG

Otávio Ramos, escritor e jornalista. Belo Horizonte/MG

Ulisses Tavares, escritor. São Paulo/SP

Cláudio Willer, poeta. São Paulo/SP

Iacyr Anderson Freitas, escritor. Juiz de Fora/MG

Ivana Arruda Leite, escritora. São Paulo/SP

Claudia Roquette-Pinto, poeta e tradutora. Rio de Janeiro/RJ

Adriano Espínola – poeta e professor. Rio de Janeiro/RJ

Ronaldo Bressane – escritor e jornalista. São Paulo/SP

Ademir Demarchi, escritor. Santos/SP

Luci Collin, escritora e professora. Curitiba/PR

Fabrício Carpinejar, poeta e jornalista. São Leopoldo/RS

Josely Vianna Baptista, poeta e tradutora. Primeiro de Maio/PR

Jorge Lucio de Campos, poeta e ensaísta. Niterói/RJ

Santiago Nazarian, romancista, São Paulo/SP

Bruno Zeni, escritor. São Paulo/SP

Ruth Silviano Brandão, escritora. Belo Horizonte/MG

Marcos Losnak, poeta e jornalista. Londrina/PR

Elvira Vigna, escritora. Rio de Janeiro/RJ

Mauro Faccioni Filho, poeta. Florianópolis/SC

Celso Borges, poeta e jornalista. São Paulo/SP

Dennis Radünz, escritor. Florianópolis/SC

Nelson Botter Jr., escritor. São Paulo/SP

Claudinei Vieira, escritor. São Paulo/SP

Maria Antonieta Pereira – ensaísta e professora. Belo Horizonte/MG

Felipe Sodré – escritor. Rio de Janeiro/RJ

Flávia Rocha – poeta e jornalista. Curitiba/PR

Jairo Rodrigues – poeta e professor. Belo Horizonte/MG

Tanussi Cardoso – poeta e jornalista. Rio de Janeiro/RJ

Jussara Salazar – poeta. Curitiba/PR

Sergio Medeiros, poeta e tradutor. Florianópolis/SC

Fabio Brüggemann, escritor. Florianópolis/SC

Paulo Sandrini, escritor. Curitiba/PR

Cristina Fonseca, escritora e ensaísta. São Paulo/SP

Artur Gomes – poeta, ator, produtor cultural. Campos/RJ

Luis Dolnikoff, escritor e ensaísta. Florianópolis/SC

Rodrigo de Souza Leão – poeta e jornalista. Rio de Janeiro/RJ

Ana Peluso – poeta e designer – São Paulo/SP

Ricardo Corona, poeta e editor. Curitiba/PR

Clarah Averbuck, escritora. São Paulo/SP

João Filho, escritor. Bom Jesus da Lapa/BA

Fabrício Marques, escritor e jornalista. Belo Horizonte/MG

Aleilton Fonseca – escritor – Salvador/BA

Marcelo Montenegro, poeta. São Caetano do Sul/SP

Índigo, escritora. São Paulo/SP

Thelma Guedes, escritora. São Paulo/SP

Ronaldo Cagiano, escritor. Brasília/DF

Edyr Augusto, escritor. Belém/PA

Marcelo Sahea, poeta e publicitário. Santa Maria/RS

Jairo Pereira, poeta. Quedas do Iguaçu/PR

Lau Siqueira, poeta. João Pessoa/PB

Marcelo Tápia, poeta. São Paulo/SP

Luiz Roberto Guedes, poeta e escritor. São Paulo/SP

Branca Maria de Paula, escritora e fotógrafa. Belo Horizonte/MG

Francisco de Morais Mendes, escritor e jornalista. Belo Horizonte/MG

Caio Junqueira Maciel, poeta. Belo Horizonte/MG

Marcio Scheel, poeta e ensaísta. Ibitinga/SP

Fabiano Calixto – poeta. Santo André/SP

Jaime Prado Gouvêa, escritor. Belo Horizonte/MG

Manoel Lobato, escritor. Belo Horizonte/MG

Romério Rômulo, poeta. Ouro Preto/MG

Lucia Castello Branco, escritora. Belo Horizonte/MG

José Eduardo Gonçalves, escritor e jornalista. Belo Horizonte/MG

Paloma Vidal, escritora e tradutora. Rio de Janeiro/RJ

Flávio Viegas Amoreira, escritor. Santos/SP

Bruno Brum – poeta. Belo Horizonte/MG

Renato Negrão – poeta e compositor. Belo Horizonte/MG

Ana Guimarães – poeta e psicanalista. Rio de Janeiro/RJ

Patrícia Burrowes – poeta e artista plástica. Recife/PE

Kiko Ferreira – poeta e jornalista. Belo Horizonte/MG

Shirley Kühne – poeta e revisora de textos. São Paulo/SP

Sabrina Bandeira Lopes, escritora. Curitiba/PR

Ricardo Alfaya, poeta e escritor. Rio de Janeiro/RJ

Ronald Augusto, poeta. Porto Alegre/RS

Ângelo Oswaldo de Araújo Santos, escritor e crítico de arte. Ouro Preto/MG

Helton Gonçalves de Souza, poeta e ensaísta. Belo Horizonte/MG

Makely Ka, poeta e compositor. Belo Horizonte/MG

Gustavo Arruda, poeta. São Paulo/SP

Amelinda Alves, poeta e artista plástica. Rio de Janeiro/RJ

Fernando Abreu, poeta e jornalista. São Luís/MA

Annita Costa Malufe, poeta e jornalista. São Paulo/SP

Marcelo Ariel, poeta. Cubatão/SP

Marco Vasques, poeta e jornalista. Florianópolis/SC

Daniel Brazil, escritor e roteirista. São Paulo/SP

Carlos Machado, escritor e músico. Curitiba/PR

Jeanette Rozsas, escritora. São Paulo/SP

Rosângela Vieira Rocha, escritora. Brasília/DF

Christina Baumgarten, escritora e jornalista. Blumenau/SC

Fernanda Guimarães, poeta. Fortaleza/CE

Edison Veiga Junior, escritor e jornalista. Bauru/SP

André Fernandes, poeta. São Paulo/SP

Daniela Abade, escritora. São Paulo/SP

Paulo Scott, escritor. Porto Alegre/RS

Marcelo Benvenutti, escritor. Porto Alegre/RS

Rogério Augusto, escritor. São Paulo/SP

Andréa Del Fuego, escritora. São Paulo/SP

Renata Miloni, escritora. Rio de Janeiro/RJ

Jorge Pieiro, escritor. Fortaleza/CE

André Laurentino, escritor. Recife/PE

Vinícius Andrade Neves, escritor. São Paulo/SP

Paulo Ribeiro, escritor. Porto Alegre/RS

Edson Cruz, poeta. São Paulo/SP

Caco Belmonte, escritor. Porto Alegre/RS

Victor Del Franco, poeta. São Paulo/SP

Cecília Giannetti, escritora. Rio de Janeiro/RJ

Ana Paula Maia, escritora. Rio de Janeiro/RJ

José Mucinho, escritor. São Paulo/SP

Ana Beatriz Guerra, escritora e jornalista. Rio de Janeiro/RJ

Ana Cláudia Costa, escritora. São Paulo/SP

Vinícius Holanda, escritor. São Paulo/SP

Breno Couto Kummel, escritor. Brasília/DF

Beto Villa, escritor. São Paulo/SP

Adrienne Myrtes, escritora. Recife/PE

Vinícius Holanda, poeta. Santos/SP

Ronize Aline, escritora e jornalista. Rio de Janeiro/RJ

Bárbara Lia, poeta e escritora. Curitiba/PR

Jean-Pierre Barakat, poeta. Brasília/DF

Claudio Parreira, escritor. São Paulo/SP

Gizelda Morais, escritora e poeta. Maceió/AL

Hugo Pontes, poeta e professor. Poços de Caldas/MG

Abilio Terra Junior, escritor e poeta. Belo Horizonte/MG

Tércia Montenegro, escritora. Fortaleza/CE

Alícia Maria, poeta. Belo Horizonte/MG

Thais da Cunha Marcondes, escritora e poeta. Ponta Grossa/PR

Drummond-Amorim, escritor. Bocaiúva/MG

Ana Elisa Ribeiro, escritora. Belo Horizonte/MG

Jorge Rocha, escritor e jornalista. Belo Horizonte/MG

Luis Maria Acuña, poeta. Rio de Janeiro/RJ

Beatriz Azevedo – poeta e compositora. São Paulo (SP)

DICA 7: ESSA É DIFÍCIL!

“A Lei Quer Que Eu Morra”, de Caryl Chesmman. Sem reedição desde a década de 70, os livros do americano que inspirou o mundo livre s/a, somente são encontrados em sebos.

SERENATA

A última Serenata dos Amores do ano acontecerá no dia 17/12 e contará com a participação de todos os artistas que subiram ao palco ao longo das quatro edições anteriores do projeto. Entre eles: Antonio Vieira, Fátima Passarinho, Léo Capiba, Anna Cláudia e Diquinho, entre outros. Maiores detalhes em breve!

REUBEN DA CUNHA

Reuben da Cunha, 20 anos, aluno do 4º período de Comunicação Social – Jornalismo da UFMA foi selecionado pelo projeto Rumos – Itaú Cultural, edição 2004/2005. Na categoria Jornalismo Cultural, Reuben é um dos três nordestinos selecionados e o único maranhense. Estamos trabalhando num texto sobre o assunto, que vocês lerão em breve na imprensa local.

A SERENATA DOS AMORES É UMA FESTA!

Hoje, 25/11, quinta-feira, tem mais uma edição d’A Vida é uma Festa!, com o multiartista Zé Maria Medeiros e cia. Eu lá!

SERENATA NO SÁBADO

E a quarta edição, em 2004, do Projeto Serenata dos Amores, foi adiado, por motivo de força maior, para o sábado 27/11.

Os convidados da vez são Léo Capiba e Anna Cláudia, que contarão com as participações especiais de Costa Neto, Luiz Mochel e Rosa Reis; performances por conta da Cia. Circense de Teatro de Bonecos.

A concentração se dará às 20h30min, em frente ao Sindicato dos Arrumadores; o cortejo segue a Rua da Estrela, Travessa da Lapa, Rua do Dique e Rua Maranhão Sobrinho, até chegar ao Terraço dos Amores, como foi carinhosa e poeticamente rebatizado o Largo da Igreja do Desterro, especialmente para o projeto.

As homenagens vão para os moradores Dona Duduca, Seu Djalma, Jovenilo e para o poeta Zé Maria Medeiros. Imperdível!

DIVINO EMARANHADO

Juliana Manhães estará fazendo um solo do Divino Emaranhado nesta sexta (26/11), no projeto Solos de Teatro Experimental Ana Kfouri. No Teatro II do SESC Tijuca (Rua Barão de Mesquita, 539 – Rio; fone: 21-3238-2100), às 20h

DOMÍNIO PÚBLICO

Diversas obras disponíveis para download. Clica aqui! Uma ótima iniciativa do governo federal.

CAPÍTULO TRÊS DE ALGO AINDA SEM NOME

Um poema que fiz para a “mulher sem rosto”…

Não sei os teus traços

Não te acompanho o andar

Nem sei o que faço

Pra te conquistar

Não sou teu presente

Nem sei teu passado

Só sei que no futuro

Quero estar ao teu lado

Não sei a tua opinião

Sobre esta questão ou aquela

Se é talvez, sim ou não

Se achas sério ou balela

A paixão que digo te devotar

Não sei se vais me querer

Se preferes montanha ou mar

Ou outro lugar para me ter

De ti, nada sei e talvez

Por isso, te adore tanto assim

Paixão não é salário pra durar só um mês

E sem limite, também não terá fim



(continua)



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CAPÍTULO DOIS DE ALGO AINDA SEM NOME

Ela é sempre decidida e desliga o telefone quando digo “tchau”. Não gosto de mulheres que esperam que eu desligue o telefone, pois estas me fazem crer que sou um mal-educado. Ela me entendia. Me entende. Acredito nisso. Piamente. Uma coisa difícil. “Te entender?” “Não, não é difícil me entender, mas é difícil achar alguém que me entenda, se é que você me entende…”.

“Eu faço samba e amor até mais tarde

e tenho muito sono de manhã”

Não sei por que lembrei dessa música do Chico Buarque. Nós dois ao telefone íamos até mais tarde, mas eu não sambava, nem fazia amor. Tentava, no melhor sentido. Também não podia dizer que sentia sono de manhã; pelo contrário, tinha mais disposição, ao lembrar do último papo com ela.

“Se você quer

Pode sentar no meu colinho, neném

Eu sou santinho

Juro pela minha avó

Que eu ia só cobrir você com mil beijinhos

E dizer baixinho

Eu tenho estado tão só

Mas se você desse um sorriso engraçadinho, neném

Eu te puxava com jeitinho prá mim

E começava a te fazer carinho, neném

Devagarinho prá não ter mais fim”

Dessa do Boca Livre eu sei por que lembrei: somos, eu e ela, dois “amantes frustrados”, um querendo proteger o outro. Espero que já chegue o dia da gente nunca mais sofrer por amor.

(continua)

TERÇA CULTURAL

Hoje tem mais uma edição do projeto Terça Cultural, no Auditório do Memorial Maria Aragão. A dupla da noite é formada por Josias Sobrinho e Rosa Reis, que farão, durante a apresentação, um apanhado de diversos sucessos de seus discos. O show começa às 19h e tem entrada franca.

SERENATA DOS AMORES



A Serenata dos Amores da próxima sexta-feira foi adiada para o sábado 27, por motivo de força maior. Veja a seguir, o roteiro da mesma:

Ponto de Encontro: Em frente ao Sindicato dos Arrumadores

Itinerário: Rua da Estrela, Travessa da Lapa, Rua do Dique, Rua Maranhão Sobrinho e Terraço dos Amores (Largo da Igreja do Desterro)

Paradas: Casa de Dedé da Flor, Casa de D. Josina e Bar do Roxo/Didica

Convidados: Anna Cláudia e Léo Capiba

Performances: Cia. Circense de Teatro de Bonecos

Participações especiais: Rosa Reis, Costa Neto e Luiz Mochel

Homenageados: José Maria Medeiros, D. Duduca, Seu Djalma Campos e Jovenilo.

DICAS 4, 5 E 6

Mais dicas para o próximo 19/12:

4. “A Letra A”, disco de Nando Reis que ainda não figura em minha coleção.

5. “MTV Ao Vivo”, idem.

6. “Tropicalista Lenta Luta”, livro de Tom Zé, à venda no sítio do genial compositor baiano.

CAPÍTULO UM DE ALGO AINDA SEM NOME

1. Não sei se é/será uma novela, um romance, uma coletânea de crônicas ou contos…

2. Eu bem que poderia batizar de “Mulher sem rosto”, (aberto a sugestões pelo e-mail: ainda estou dando um jeito de inserir espaço para comentários nesta modesta casa) mas quando eu conhecer a musa ao vivo e em cores, acho que isso vai perder um pouco o sentido.

3. Prefiro não prever um final feliz; prefiro nem prever final (tomara que seja algo ad infinitum: é assim que se escreve?)

Conheço-a numa sala de bate papo. É madrugada. Conversa vai, conversa vem, dou o endereço deste blog e ela anota meu nome, telefone e e-mail. No dia seguinte eu ainda não sabia seu nome, mas esperei sua ligação. E ela veio, animando-me.

Conversamos. Bela voz. Mulher interessante. Solteiros, nós. Anoto seus telefones. Ela me diz seu nome. Eu solto um “puxa, eu sempre pensei em botar esse nome quando eu tiver uma filha” e ela me responde com um “todo mundo me diz isso”. Mantive a idéia, estava sendo sincero. “Todos se dizem sinceros”. Um pé atrás por conta de outros relacionamentos frustrados. Exatamente como eu. “Temos tantas coisas em comum”, digo. “Isso é relativo”.

Recebo ligações de madrugada e isso me deixa estranhamente feliz. Noutro dia, com isso, fui dormir mais tarde e acordei mais cedo, disposto, dispensando o despertador do celular.

Num dos poemas do livro “Paquito, o Anjo Doido” (eu já o postei aqui), o poeta Cunha Santos diz:

Quem é esta mulher que em mim reclamo

com o brilho eterno e morno de um sol posto

por quem noites inteiras é que eu chamo

como é a sua voz e onde está seu rosto

Estranha a sua paisagem me consome

sufoca o peito e a alma me deforma

quem é esta mulher, qual o seu nome

porque seu corpo é incerto e não tem forma?

Tantos se amam e nos meus sonhos fluo

de amar alguém sem lar, sem endereço

praças abertas, sol, amor, eu suo

De uma tortura que, sei, não mereço

O tempo e os namorados passam, eu continuo

amando esta mulher que eu não conheço!

Belo poema. Coisas de Cunha, gênio. E tenho a mania de, gostando de alguém, ver esse alguém em tudo, mesmo não tendo visto ainda o seu rosto. E quero dar Os Presentes, como na canção homônima de Kléber Albuquerque, no ótimo disco “O centro está em todas as partes”:

Que presentes te daria?

Uma estrela vã do firmamento

Pra iluminar o vão do pensamento

Uma tevê na garantia

Árvores plantadas no cimento

E meu perfume na rosa-dos-ventos

Um novo ritmo da Bahia

Cartas de amor com frente e verso

E meu percurso nesse universo

Nas horas sem fim

Em que a dor não tem mais cabimento

É no teu prumo que eu me oriento

Catedrais de alvenaria

Senhas pra não mais perder a vez

Casa, comida e um milhão por mês

Eu nem sei por que estou escrevendo tudo isso aqui, talvez para compartilhar um pouco de minha felicidade com vocês. O nome da musa? Cenas dos próximos capítulos…



(continua)

Dica Dois e Bandeira, não necessariamente nessa ordem

Dia 19. Dia da bandeira. E daqui a pouco, no Circo da Cidade, Célia Leite faz um show “Bacana”.

E eu queria muito ir ao show do Tião Carvalho no Armazém da Estrela, amanhã, mas com os cinqüenta paus cobrados no ingresso, não vai dar.

E deixo aqui a dica de hoje: a “Antologia Pornográfica”, do Alexei Bueno, citado num post de ontem. Quero ver se eu posso mesmo lançar a minha “Vaselina de Pimenta” (título de um de meus inéditos).

DICAS UM

Seguinte, moçada: começa a contagem regressiva para que eu “sopre mais uma velinha”. Dia 19 de dezembro é dia d’eu cravar mais um ano à pele.

A partir de hoje, vou dar dicas de presentes.

Cheever

Li no blog do Joca Reiners Terron, umas lições propostas pelo professor John Cheever a seus alunos, quando este lecionava escrita criativa na Universidade de Iowa. Interessei-me bastante por conhecer mais a sua obra, apesar de não ter tentado fazer nenhum exercício ainda.

Dele, no Brasil, foram publicados os livros “O mundo das maçãs” (contos e crônicas), “Até parece o paraíso” (novela) (estes são a dica de hoje!) e alguns romances. Segundo o Joca, num e-mail trocado comigo, “genial; o essencial dele é a prosa curta desses dois livros”.

Quem quiser me presentear, vai ter um bocado de trabalho: os livros estão esgotados e só são encontrados em sebos. Amanhã tem outra dica. Até!

FRED DEU BANDEIRA ANTES DA PLAYBOY

Tá na Playboy (Novembro, estrela: Luiza Tomé), e muita gente vai comprar:

“Depois de lhe beijar meticulosamente

O cu, que é uma pimenta, a boceta, que é um doce,

O moço exibe à moça a bagabem que trouxe:

Colhões e membro, um membro enorme e turgescente.”

O poeminha safado aí é de Manuel Bandeira e integra a Antologia Pornográfica (Ed. Nova Fronteira, 272 páginas, R$ 32), de Alexei Bueno.

Muito antes, tive o prazer de ouvir o trecho acima declamando pelo poeta Frederico Luiz, nalgum dia do primeiro semestre desse ano (em março, salvo engano), quando ele estagiava na Faculdade São Luís (onde trabalho) e juntos passávamos as tardes a lembrar e cometer poemas e declamar sambas. Abraço, poeta! Saudades. Apareça…