Diário Cultural de hoje

[nossa coluna no Diário da Manhã de hoje reproduz o texto escrito a pedido de Márcio Jerry, publicado no blogue dele (link ao lado) e já republicado aqui, além do texto abaixo, homenagem da coluna à Tia Marta, que subiu ontem]

Tia Marta

Faleceu ontem aos 77 anos, Marta Demes da Silva, a popular Tia Marta, como todos os conhecidos a chamavam. Residente no povoado Carema, em Santa Rita/MA (onde este colunista quase nasce), Tia Marta era famosa pela deliciosa galinha caipira que preparava (entre outras iguarias).

Naquele povoado, seu restaurante (que já não mais funcionava, dado seu estado de saúde comprometido), ficava próximo à estação ferroviária (já extinta) da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA); graças a isso, ganhou a merecida fama de ótima cozinheira entre ferroviários – maquinistas, auxiliares, agentes de estação e seus pares.

Não, não se tratava de uma estrela famosa, artista de televisão, cinema ou coisa parecida. Trata-se de um patrimônio humano, importante azulejo da história caremense. Vão aqui os pêsames à família e a homenagem desta coluna à Tia Marta.

Querem fechar o Café da Rua Oito

[ainda não conheço o espaço, mas como fã do grupo Liga-Tripa, cujo principal palco é lá, divulgo aqui, pela nobreza da causa, a carta abaixo. Aos amigos que me lêem da capital federal, o apelo: vão lá. Não deixem que isso aconteça!]

Brasília, 26 de novembro de 2005

COMUNICADO URGENTE:

QUEREM FECHAR O CAFÉ DA RUA 8!!!

NÃO VAMOS DEIXAR QUE ISSO ACONTEÇA!!!

ATO PÚBLICO EM DEFESA DO CAFÉ, às 20h, Segunda, 28 de novembro, no CAFÉ DA RUA 8 [Comercial da 408 Norte, Bloco B, fone: 3347-8334]

ENTENDA O CASO:

Em 10 de novembro, a fiscalização do Governo do Distrito Federal tentou lacrar o Café da Rua 8 alegando que seu alvará permanente de funcionamento havia sido revogado em 28 de abril. O motivo: execução de música mecânica ou ao vivo sem autorização.

Nesses quase sete meses, o Café da Rua 8 não recebeu qualquer comunicado, aviso ou notificação sobre a decisão.

Mais: o Café da Rua 8 promoveu em 10 de setembro sua tradicional festa “Salve a Pátria” e obteve junto ao GDF todo o apoio para o fechamento da Entrequadra 408/409 e alvará para a apresentação das dezenas de artistas que participaram do evento.

Mais: entre agosto e setembro, o Café executou reforma em suas instalações com o acompanhamento do GDF, especialmente o Departamento de Vigilância Sanitária, ao qual foi submetido o projeto para verificação de sua adequação às exigências sanitárias e de higiene.

A partir da notificação, o Café da Rua 8 procurou garantir seus direitos pelas vias administrativa e judicial. No entanto, o Tribunal de Justiça do DF negou seu pedido liminar na ação para anular a revogação do alvará.

Na última sexta-feira, dia 25, último dia do prazo estipulado, fiscais do GDF acompanhados de dezenas de policiais civis e militares fizeram visita ao Café para fechá-lo em razão de “reclamações da comunidade”, que teria denunciado a ocorrência de badernas, tumultos, brigas, etc, fatos que JAMAIS ocorreram desde a inauguração do Café, há mais de 9 anos.

O Café da Rua 8 continua trabalhando para evitar que seja lacrado, o que poderá acontecer nesta segunda-feira, dia 28!!!

Vamos abraçar o Café da Rua 8, em defesa da cultura de Brasília e do Brasil, em homenagem ao dias da Pátria, do Índio, da Consciência Negra, do Músico, do Samba, à Semana de Arte Moderna de 1922, a São Cosme e São Damião, entre muitas outras manifestações artísticas e culturais.

AGUARDAMOS VOCÊ NESTA SEGUNDA, COM OU SEM LACRE!!!!

Assinado: COMUNIDADE AMIGA DO CAFÉ DA RUA 8

Diário Cultural de ontem, domingo, 27/11

Mais um pecado de Papa Xico

Enquanto o papa Bento XVI condena a pornografia e a luxúria, padres pedófilos enchem os noticiários. E enquanto tudo isso acontece, Xico Sá lança, terça-feira, 29/11, o seu “Catecismo de Devoções, Intimidades e Pornografias”, obra que inaugura a Editora do Bispo, dele e de Pinky Wainer.

A apresentação da editora, no site da mesma (confira por lá outros lançamentos), diz que esta atua “em quatro segmentos mitológicos: sexo, drogas, rock n’roll e religião”. Pedidos podem ser feitos pelo e-mail contato@editoradobispo.com.br (pagamento via depósito bancário). Trechos do livro podem ser lidos no blogue de Xico

O Cheiro do Ralo

Uma boa notícia para quem gosta de filmes nacionais baseados em obras da literatura idem: “O Cheiro do Ralo”, romance de estréia de Lourenço Mutarelli [editora Devir, 2001] está sendo filmado (com previsão de lançamento para o ano que vem). Entre as “estrelas”, Selton Mello (Lavoura Arcaica, O Auto da Compadecida – coincidência ou não, outros dois filmes que vêm de livros) e o autor. Mutarelli, de reconhecida competência como quadrinhista, segue escrevendo romances; ano passado lançou, pela DBA, “O Natimorto”.

Só tenho uma dúvida: em não tendo este filme o forte lobby dos Dois Filhos de Francisco, e com o fechamento do Cine Praia Grande, onde poderemos vê-lo em São Luís?

Faustina

Caetano Veloso cantou: “a praça Castro Alves é do povo!”. Por aqui, digo o mesmo, sobre outra praça: “a praça da Faustina é do povo!”. Rebatizada assim pelos boêmios de plantão – este colunista um deles – a praça do Seresteiro (na confluência de Beco da Alfândega e ruas do Giz e João Gualberto, na Praia Grande) está sendo ocupada com arte desde a reinauguração da Base da Faustina: tambor de crioula, forró e muito mais.

Só espero que o lobby da inveja, tão sempre em voga  por aquelas bandas, não vá querer acabar com estas manifestações autênticas da cultura popular, legitimadas pela turma presente.

Lançamento

Durante a X Semana de Comunicação da UFMA, em paralelo com o II Encontro Estadual da História da Mídia Maranhense, acontece, entre outros, o lançamento de “Marketing Político Brasileiro: Ensino, Pesquisa e Mídia”, de Adolpho Queiroz, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares de Comunicação. O lançamento acontece dia 29/11, às 17h, no Auditório Central da UFMA. É o sétimo livro do autor na área de comunicação.

O Dengo de Raimundo Sodré

[texto nosso publicado no blogue de Márcio Jerry (link ao lado) sábado passado, 26/11]

Tom Zé cantou, certa vez, que “todo compositor brasileiro é um complexado”. Falava da insistência dos mesmos em serem sérios demais. Em entrevista recente, Chico Maranhão me confessa: “A nossa geração era mais ingênua, falta isso a essa geração mais nova. Ingenuidade é fundamental”.

Percebi – e concordo com – isso na recente apresentação feita nestas plagas pelo compositor baiano Raimundo Sodré [Circo da Cidade, 25/11]. Lançando disco novo, “Dengo”, nada de complexos, um moleque, que dança como se ninguém estivesse olhando, sem compromissos com o mercado, que o deixou longe do conhecimento da massa que cantou por mais de vinte anos.

Eu mesmo, nascido um ano depois do festival MPB80, promovido pela Rede Globo, só conhecia Raimundo Sodré por “A Massa” (o disco, que, orgulhosamente tenho em casa, ainda em vinil). Engraçado é que a massa – nem tanta assim – presente ao show, cantou algumas músicas, como se estivéssemos num show de algo, digamos, mais midiático, mais “massa”, para usar uma gíria ainda atual.

A noite baiana teve garantida sua porção de maranhensidade: Neto (ex-Mandorová) abriu o show, tocando xotes e baiões em sua flauta; após este, Gerude subiu ao palco, para daí chamar Raimundo Sodré, que fez uma brilhante apresentação, descontraída. Encerrou o show com… “A Massa”! No bis: Maio 68 (Jorge Portugal) e uma chula, para onde convidou o percussionista maranhense Erivaldo Gomes (que já tocou em disco do baiano).

Raimundo Sodré é axé! Em seu sentido original: energia. Axé, Raimundo Sodré!

Dor

Um professor universitário, cujo nome não cito aqui por questões éticas, certa vez cravou a seguinte frase, que me chegou ao conhecimento por terceiros (confiáveis), [eu não estava para ouvir na ocasião]:

“Diversidade cultural é você poder optar entre vários pares de sapatos de diferentes marcas e modelos na prateleira de um supermercado”.

Lembrei do pensamento (e lembro sempre) ao passar em frente ao finado Cine Passeio. Dói ver, ali, agora, uma loja de… sapatos! Assim como dói, também, ver o Cine Praia Grande fechado.

Por Todos Os Lados

[na coluna Diário Cultural de hoje]

Acontece hoje (24) e amanhã (25), o espetáculo Música Por Todos Os Lados, às 21h30min, no Teatro Alcione Nazaré (Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, Praia Grande). A idéia é dar visibilidade a músicos estrangeiros que residem em São Luís, além de músicos que têm outras atividades profissionais. No palco, estarão reunidos Augusto Pellegrini (cantor, professor de ingês e jornalista), Anders Kurtsin (flautista dinamarquês, agrônomo, especialista em manguezais), Danúzio Lima (funcionário da prefeitura de Miami/EUA), Pedro Massa (guitarrista português, técnico em informática), Arlindo Carvalho (percussionista, engenheiro, professor). A banda se completa com Júlio Pinheiro (flauta, sax), Serra de Almeida (flauta), Jim Howard (trompete), Sabrina Reis, Léo Espirro, Zeca do Cavaco (vocal), Celson Mendes (violão, guitarra, direção musical), Madson Peixoto (percussão), Carlinhos Carvalho (teclados), Paulo Lima (contrabaixo) e Ticiana (atriz).

O anfitrião da apresentação será Danúzio Lima, que é também presidente do Clube do Choro de Miami. No repertório, jazz, samba, bossa, choro, baladas e funk autênticos. Ingressos: R$ 10,00 (estudante com carteira paga metade) à venda no local.

Mr. Buk

Fernando Koproski traduziu mais de quarenta poemas de Charles Bukowski e, pelaeditora 7Letras, acaba de ser publicado “Essa loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo, amém”. Do volume, o poema abaixo, pescado do blogue do Ademir Assunção:

Os Substitutos

Jack London bebendo a vida toda enquanto
escrevia sobre homens estranhos e heróicos.
Eugene O’Neil bebendo até se anestesiar
enquanto escrevia sua obra
sombria e poética.
agora nossos escritores
discursam em universidades
de terno e gravata,
os aluninhos atentos e sóbrios,
as aluninhas de olhos vidrados
olhando
admiradas,
a grama tão verde, os livros tão chatos,
a vida tão morrendo de
sede.

Errata

Noticiamos domingo passado, nesta coluna, que o show do compositor baiano Raimundo Sodré aconteceria dia 26/11. Erramos: é sexta, dia 25, às 22h, no Circo da Cidade. Trata-se do lançamento de seu novo disco: “Dengo”. Os ingressos estão à venda no local: R$ 20,00 (meia para estudantes com carteira). É mais um bom nome trazido pela Muito Mais Produções. E o homem já está atingindo “as massas” virtuais: confira seu site:http://www.raimundosodre.com.br

Diário Cultural de hoje (publicada no jornal Diário da Manhã)

[antes que me perguntem: nem uma coisa, nem outra. Nem o Diário Cultural é uma versão impressa do blogue, nem o blogue é uma versão on-line da coluna]

Promovido pela AMARTE (Associação Maranhense de Apoio à Música e à Arte) e já integrado ao calendário cultural da cidade de São Luís, acontece nos próximos dias 29 e 30 de novembro, no Convento das Mercês, o VII Congresso de Música do Maranhão. Confira abaixo a programação completa do evento.

29 de novembro
Manhã: 08h30min – Solenidade de Abertura / Momento Cultural: Antonio Vieira
09h – Palestra: “Experiência com o sucesso da música baiana através do rádio”. Palestrante: João Maurício Almeida (Produtor Musical da GAL/Polydisc). Mediador Geral: Luís Mochel (Cantor e Compositor).
10h30min – Intervalo / Momento Cultural: Josias Sobrinho
10h45min – Debates.
Tarde: 14h30min – Momento Cultural: Teresa Canto
14h45min – Abertura das Mesas de Trabalho sobre o tema “Pra tocar no rádio”.
Coordenação Geral: Luís Mochel (Cantor e Compositor). Temáticas: 1) “Espaço para a música maranhense: valorização e promoção” 2) “É preciso pagar pra tocar no rádio?” 3) “Rádios maranhenses: comprometimento com a cultura local” 4) “Direitos autorais: relação rádio X ECAD” 5) “Produção fonográfica maranhense: qualidade e mecanismos de distribuição”
16h15min – Intervalo / Momento Cultural: Ronald Pinheiro
16h30min – Apresentação dos resultados das Mesas de Trabalho.
17h30min – Reunião de assinaturas para composição de documento de conclusão das Mesas de Trabalho.

30 de novembro
Manhã: 08h30min – Momento Cultural: IN(VERSO)s: Luciana Pinheiro, Ana Teixeira e Ruber.
08h45min – Palestra: “Incentivos fiscais à cultura: leis, fundos e demais mecanismos”. Palestrante: Joãozinho Ribeiro (Poeta/Compositor, Produtor Cultural e Professor Universitário). Mediador Geral: Luís Mochel (Cantor e Compositor).
10h15min – Intervalo / Momento Cultural: Grupo Regional 310
10h30min – Debates.
Tarde: 14h30min – Momento Cultural: Chiquinho França.
14h45min – Palestra: Câmaras Setoriais: novas ferramentas para o desenvolvimento cultural brasileiro”. Palestrante: Ana de Hollanda (Diretora do CEMUS – Centro de Música da Funarte). Mediador Geral: Luís Mochel (Cantor e Compositor).
16h – Intervalo / Momento Cultural: Zé Lopes e Célia Sampaio.
16h15min – Assembléia para a criação do Fórum Permanente de Música do Maranhão. Coordenação Geral: Josias Sobrinho (Cantor e Compositor).
18h – Show de Encerramento: “Oficina da Música” e “Som do Mará” (Aberto ao público).

Maiores informações e inscrições: (98) 3232-2821 e/ou lobopriscilla@hotmail.com emarciaamar@hotmail.com

20/11/2005

ve(r)(se)(jo)-(me)

verme
roendo o poema.
roí tudo,
sou traça.
traço poetas
e não chego aos pés de nenhum deles
pra te fazer um poema (de amor)

[poema cometido após a leitura, “de um só tapa”, na madrugada da data que o batiza, de “o camaleão no espelho”, de roberto kenard. é sobre a minha incompetência (ou impossibilidade[?]) de escrever poemas de amor para ela: nada chega aos pés do que ela merece. ela sempre merecerá mais]

Um pouco de Sérgio Natureza

[nossa estréia no Diário da Manhã. Texto publicado na “Diário Cultural” de domingo passado, 20/11/2005. A coluna será publicada aos domingos, terças e quintas-feiras]

Um pouco de mim. Capa. Reprodução

Discos-tributo ou celebrações (aniversário de carreira, por exemplo) são geralmente chatos. Não é o caso deste “Um Pouco de Mim”, de Sérgio Natureza. Ele inaugura o projeto Poetas da Canção, que terá continuidade com o registro da obra de outros compositores. A iniciativa é do SESC/RJ, através do selo SESCRIO.SOM.
Reunindo novos nomes a outros nem tão novos assim, intérpretes consagrados a outros nem tanto, a poesia e a música de Sérgio Natureza garantem a unidade do disco, longe das colchas de retalho comumente vistas/ouvidas por aí.

No fino biscoito, parcerias com Sérgio Sampaio, Paulinho da Viola, Tunai, Paulo Baiano, Lenine, Marcos Leite, Zé Luiz Mazziotti, Cristóvão Bastos, Rosa Passos, Liliane e Guinga, nas vozes de Zeca Baleiro (também parceiro de Sérgio em composições não registradas aqui), Marcos Sacramento (um dos mais importantes e interessantes intérpretes de samba da atualidade), Luanda Cozetti (que rompe com as estruturas de “Frisson”, cantando-a de um jeito “estranho” e belíssimo com sua voz firme), Gladston Galliza (dono de bela voz que só vim conhecer neste disco), Leny Andrade, Luiz Melodia, Lenine, Amélia Rabello, Edinho Queiroz, Ju Cassou, Admar Branco, Ná Ozzetti, Guima Moreno, Mônica Salmaso, Tânia Bicalho e Elis Regina, em trechos da gravação original de “As Aparências Enganam”. Somente nesta música, que encerra o disco, aparece a voz de Sérgio Natureza.

“Um Pouco de Mim – Sérgio Natureza e Amigos”, tem edição luxuosa lembrando os lançamentos da gravadora Biscoito Fino. Há no encarte, a história de algumas das canções registradas, momentos que contam, por exemplo, o surgimento das parcerias de Sérgio Natureza com Paulinho da Viola e Tunai, duas das mais constantes ao longo de sua carreira. Uma bela iniciação à obra do compositor de “Frisson”. Está provado aqui que ele é muito mais que isso.

Raimundo Sodré em show para a massa ludovicense

Como Sérgio Natureza com Frisson, Raimundo Sodré é lembrado, infelizmente, apenas por “A Massa”, canção que o compositor baiano defendeu no festival MPB80, promovido pela Rede Globo de Televisão. Ele estará em São Luís no próximo dia 26/11, em show no Circo da Cidade. Uma realização da Muito Mais Produções.

Ceumar no Prêmio Universidade

A cantora mineira Ceumar estará em São Luís em dezembro. Ela participa, dia 14, da festa do Prêmio Universidade FM, no Espaço Renascença. A premiação, realizada anualmente, é tida como a mais importante da música maranhense. Em breve, aqui no Diário Cultural, os concorrentes em cada categoria.

Abertas inscrições para Seminário de Direitos Humanos

Dia 10 de dezembro comemora-se o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas em 1948. Para celebrar a data, acontecerá o Seminário Anual de Direitos Humanos, dias 9 e 10 de dezembro no Auditório Che Guevara, do Sindicato dos Bancários (Rua do Sol, Centro). Promovido pela Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) e pelo Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Pe. Marcos Passerini (CDMP), o acontecimento integra a Campanha Sem Segurança Não Há Futuro, que chega ao seu terceiro ano e traz como lema “Direitos Humanos: O Avesso da Impunidade”, que é tema do Prêmio de Redação Estevão Rafael de Carvalho, voltado para estudantes universitários, cujo edital será lançado na ocasião.

Para maiores informações e inscrições: por e-mail (smdh@terra.com.br), tele-fax ([98] 3231-1601, [98] 3231-1897) e/ou pessoalmente na sede da SMDH (Rua Sete de Setembro, 160, Centro).

Programa BNB de Cultura recebe inscrições

O Banco do Nordeste do Brasil está recebendo projetos para patrocínios culturais em 2006. Ao todo, serão destinados dois milhões de reais em cinco áreas: música, literatura, artes cênicas, artes visuais e audiovisual. Maiores informações, edital e fichas de inscrição podem ser obtidas na página da instituição financeira na internet:http://www.bnb.gov.br

Menestrel baiano remasterizado

Um dos mais importantes compositores brasileiros acaba de ter três de seus mais representativos discos remasterizados. “Na Quadrada das Águas Perdidas”, “Cartas Catingueiras” e “Árias Sertânicas”, de Elomar Figueira de Melo acabam chegar novamente ao mercado através da gravadora Kuarup Discos, com autorização de seu autor. Mesclando o canto sertanejo – ou sertanês, como Elomar prefere dizer – à música de tradições medievais, o autor de “Arrumação”, dividiu, em 1984, o palco com Geraldo Azevedo, Vital Farias e Xangai, no espetáculo Cantoria, transformado numa série de três discos por aquela gravadora. O terceiro volume traz Elomar solo. Acompanhado de seu filho, o violonista João Omar, Elomar apresentou-se em São Luís em agosto passado. Os relançamentos podem ser adquiridos no site da Kuarup, http://www.kuarup.com.br ao preço médio de R$ 30,00.

Marçal Aquino na Cia. das Letras

Marçal Aquino talvez seja, por incrível que pareça, mais conhecido por sua atuação como roteirista de cinema. Literatura com características cinematográficas é seu forte: acaba de sair pela Companhia das Letras, seu mais novo romance: “Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios” (R$ 28,90 + frete em http://www.submarino.com.br).  Tomara que finalmente o roteirista de O Invasor (filme de Beto Brant a partir de texto de Aquino) torne-se um best-seller.

[publicado no Diário da Manhã de sexta-feira passada]

As Memórias Nada Tristes das Putas de García Márquez

[texto nosso publicado no Diário da Manhã de hoje. Por lá, domingo que vem, 20/11, começo a fazer a coluna Diário Cultural]

Afastado dos romances há dez anos, o colombiano, que já recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, retorna com uma narrativa que insere-se na tradição de ninfetas à altura da Lolita de Nabokov.

Memória de minhas putas tristes. Capa. Reprodução

Antes de tudo, ou de mais nada, “Memória de Minhas Putas Tristes” (2005, Ed. Record, 127 págs., R$ 25,00 em média), mais recente título da lavra de Gabriel García Márquez é uma história de amor. Engana-se quem pensa que o autor colombiano foi acometido da síndrome de Nick Hornby em Alta Fidelidade (nenhuma crítica aqui ao autor inglês) e desate a sair por aí fazendo listinhas das cinco melhores ou piores noites de sexo pago que já teve.

Um cronista dominical, de gosto refinado e gozando de certo prestígio junto aos leitores do jornal onde escreve, no dia do aniversário de seus noventa anos, resolve presentear-se com algo no mínimo inusitado: “uma noite de amor louco com uma adolescente virgem”, como escreve GGM já na primeira página da narrativa. Recorre a Rosa Cabarcas, sua alcoviteira de longa data. E daí se desenrola a história numa literatura que exige fôlego do leitor: curta e com a edição agradável, é impossível parar antes de chegarmos ao fim, se é que há fim.

Findando um período de dez anos longe dos romances, o escritor, Prêmio Nobel de Literatura presenteia-nos com essa narrativa que chega para, ao menos na aparência, como frisado na orelha do livro, ser colocada ao lado da Lolita de Nabokov. Em Memória de Minhas Putas Tristes (título mantido do original pelo conceituado tradutor Eric Nepomuceno), há espaços ainda para citações d’A Bela Adormecida e o mote, confessa GGM, vem de “A Casa das Belas Adormecidas”, de Yasunari Kawabata.

Ainda o desencarte do Colunão

Sem o Colunão, JP desequilibra
Ed Wilson Araújo *

As leituras dominicais seguem temporariamente sem o Colunão, uma das últimas reservas de debate e exercício do contraditório no jornalismo maranhense. O semanário editado pelo jornalista Walter Rodrigues, encartado no Jornal Pequeno, deixa de circular no matutino dos Bogéa por uma decisão unilateral do comando do JP.

Em 25 anos de jornalismo no Maranhão Walter Rodrigues acumulou méritos e também desafetos, fruto do trabalho de investigação que denunciou delegados torturadores, esquemas de corrupção, crime organizado, nepotismo no Judiciário e um rol de irregularidades no sarneísmo ou nos diversos espectros da oposição. Recentemente, enfrentou quase solitário uma posição contrária aos interesses da Companhia Vale do Rio Doce na instalação do pólo siderúrgico na ilha de São Luís e, por fim, criticou o projeto expansionista da Alumar em frontal desrespeito aos direitos trabalhistas.

As divergências editoriais entre o Colunão e o JP já vinham ocorrendo. Aos poucos, as manchetes do semanário e até o selo saíram da capa do diário. Mas o maior motivo, segundo Rodrigues, foi a pressão do gerente extraordinário do Médio Mearim, José Vieira, ex-prefeito de Bacabal. Vieira é aliado do diretor-geral do Jornal Pequeno, Lourival Bogéa, na eclética “cruzada” oposicionista que se forma para derrotar o sarneísmo.

Aos 54 anos, o glorioso Jornal Pequeno aproxima-se da maturidade abrindo atalhos no caminho traçado pelo seu fundador, Ribamar Bogéa. Focado no anti-sarneísmo, o jornal aderiu à Frente de Libertação do Maranhão virando pregoeiro do governador José Reinaldo, que vinha combatendo desde a eleição de 2002, acusando-o de abuso de poder econômico na campanha.

Não há como negar que em toda a sua construção simbólica o JP encampou boas causas. Cobriu com objetividade crítica vários episódios da política maranhense, acolheu os opositores da implantação da Alumar na década de 1980, denunciou os desvios de verbas públicas e projetos fantasmas da oligarquia, teve papel destacado na cobertura da CPI do Crime Organizado e em muitas ocasiões foi o único a abrir espaço e repercutir os temas sugeridos pelos movimentos sociais. Em síntese, o diário dos Bogéa tem um papel importantíssimo na resistência ao coronelismo midiático no Maranhão.

Mas a compulsão pela derrota da oligarquia a qualquer custo leva o JP a cometer equívocos, como o desencarte do Colunão. No percurso informativo das manhãs de domingo o semanário de Walter Rodrigues tornou-se leitura obrigatória para balizar opiniões, informações e interpretações veiculadas pelos diários. O Colunão veio a ser a espinha dorsal encartada no JP, dando sobriedade à apaixonada tendência pedetista-reinaldista do jornal. A investigação perspicaz, o texto refinado e o humor sutil de Walter Rodrigues passaram a compor um ponto de referência, um porto seguro no vendaval de manchetes muitas vezes maniqueístas e fantasiosas, filtrando interesses de grupos políticos que se apropriam dos meios de comunicação.

O desencarte do Colunão deixa muitos leitores “órfãos” do jornalism o independente. E deste episódio tiram-se muitas reflexões. Uma delas sobre a forma como atuam jornais e jornalistas reféns de linhas editoriais guiadas por interesses privados. No Maranhão não há empresários no ramo da mídia. Existem políticos que controlam as empresas e tentam submeter os profissionais de comunicação aos interesses dos proprietários dos jornais, rádios e TVs. Mas nem todos aceitam a submissão ou passam a ser coniventes com os interesses dos financiadores. Aqui e acolá, jornalistas experientes e novatos resistem às imposições dos donos dos meios de comunicação.

Breve retorno ao combatente Walter Rodrigues e vida longa ao JP, torcendo para que o diário dos Bogéa não se apequene na luta para derrotar o sarneísmo.

* Ed Wilson Araújo é jornalista

Maranhense vence Prêmio Nacional de Poesia

Cesar Teixeira foi o vencedor do 3º Prêmio Nacional de Poesia Cidade de Ipatinga (MG) pelo conjunto de poemas intitulado “Hóstias de Sal e Paixão”. Realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, o Prêmio faz parte do Circuito de Literatura do Clube dos Escritores de Ipatinga (CLESI), tendo uma média anual de 2.500 participantes de todo o Brasil. A festa de premiação está marcada para o dia 19 de novembro, no Teatro do Centro Cultural Usiminas, em Ipatinga-Minas Gerais.