Bertold Brecht
Alegrias, as desmedidas.
Dores, as não curtidas.
Casos, os inconcebíveis.
Conselhos, os inexeqüíveis.
Meninas, as veras.
Mulheres, insinceras.
Orgasmos, os múltiplos.
Ódios, os mútuos.
Domicílios, os passageiros.
Adeuses, os bem ligeiros.
Artes, as não rentáveis.
Professores, os enterráveis.
Prazeres, os transparentes.
Projetos, os contingentes.
Inimigos, os delicados.
Amigos, os estouvados.
Cores, o rublo.
Meses, outubro.
Elementos, o fogo.
Divindades, o logos.
Vidas, as espontâneas.
Mortes, as instantâneas.
[Esse poema tá no banheiro de um misto de bar e livraria, em Brasília/DF, o Rayuela; tive a honra de visitar (o bar e o banheiro), quando estive por lá, em junho passado. Depois o amigo Rogério Tomaz Jr. (link ao lado) enviou-me por e-mail.]
