Celebração

Um fim de semana com diversos motivos para celebrar: uns com alegria – 27 anos da SMDH (hoje), 70 dos Fuzileiros da Fuzarca (ontem) – outros nem tanto – um ano do assassinato de Irmã Dorothy (hoje).

[Diário Cultural de ontem]

SMDH: 27 anos em defesa da vida

A Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), completa hoje 27 anos de fundação. Em 1979, o Maranhão vivia um cenário que apresentava a greve estudantil da meia-passagem, a mobilização contra a implantação de grandes projetos na Ilha de São Luís (atualíssimo!) e, entre outros, a luta do comitê maranhense pela anistia.

É nesse contexto que surge a SMDH que, ao longo de todos estes anos tem tido um papel exemplar na luta para que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela assembléia geral da Organização das Nações Unidas em 1948, e outros documentos que buscam/busquem a promoção e proteção desses direitos, ratificados ao longo dos tempos e das geografias mundo afora, não sejam apenas letras mortas.

Entre os itens da carta de princípios da SMDH, podemos destacar: “Prestar decidido apoio moral, jurídico e material àqueles que forem violados em seus direitos”; em âmbito estadual, a entidade tem procurado fazer valer o seu lema: “Em defesa da vida”. Parabéns à SMDH e a todos que a fazem! A vocês e aos leitores, abaixo, um trecho do poema “A pedagogia dos aços”, de Pedro Tierra (Hamilton Pereira):

“(…)
Hoje, o silêncio pesa
como os olhos de uma criança
depois da fuzilaria (…)

Se calarmos
as pedras gritarão…
(…)”

Hoje

Hoje, às 11h, na Igreja de São João (Centro), acontece missa em celebração por “Um ano da nova vida de Irmã Dorothy”. A missionária foi assassinada no Pará, numa tentativa dos “poderosos” de silenciar àqueles que lutam pela reforma agrária e, por extensão, por um mundo mais justo.

Ontem

O Bloco Fuzileiros da Fuzarca completou, ontem, 70 anos de fundação. Consiste hoje num dos raros focos de resistência cultural – em se tratando de carnaval – em São Luís, mantendo a autenticidade do batuque dos antigos e verdadeiros carnavais ludovicenses. Parabéns, Fuzileiros!

Errata

Em “Maria Aragão – a verdadeira guerreira”, texto de Ironildes Vanderlei, publicado sexta-feira passada, no espaço ocupado por esta coluna, o jornal Diário da Manhã errou: Maria Aragão teria completado 96 anos, no último dia 10, e não 98, como publicado.

Cena 2

Chega ao boteco, ela já está. Esperava o fim da aula dele. Uma cerveja, no fim, sobre a mesa. Ele senta-se. “Mais uma!”, pede, após irritar alguns presentes passando o isopor na garrafa. A moda agora, nos botecos, é dvd com música ruim. É quase regra. E aquele boteco não escapa(va) disso. O disco acaba. “Qual será a merda agora?”, pergunta (-se), como se a namorada pudesse ou soubesse responder. We are the world, com Michael Jackson e companhia ilimitada. “… we are the children…” Sussurra ao ouvido dela: “Eu te amo! Se we are the world, you are my world“.

Cuenca, de novo

2 – Vá a lugares que não costuma ir, onde não possa ser encontrado por ninguém. Observe. Não tenha hora para voltar. Não leve o telefone.

[João Paulo Cuenca, em seu Manual de Intenções, publicado em seu blogue, link ao lado]

Errata

O texto Maria Aragão – a verdadeira guerreira, de Ironildes Vanderlei, publicado abaixo neste blogue, saiu hoje no jornal Diário da Manhã (página 9, no espaço ocupado por nossa coluna Diário Cultural aos domingos, terças e quintas-feiras). A foto que ilustra o artigo está disponível em nosso fotoblogue (link ao lado). No DM publicou-se que celebra-se 98 anos da médica; o correto é, como publicado, aqui, 96 anos.

Que porra, Maria!

por Cesar Teixeira *
Da janela da casa do meu pai, na rua São Pantaleão, espiava a vizinha Marly jogando beijos para me deixar sem graça. Eu era um pirralho de sete ou oito anos. Pouco depois, na tarde de 31 de março de 1964, vi quando a normalista morena e atlética entrou correndo com uma bandeira vermelha pela sua porta.

“Comunista”. Já conhecia o termo, que nessa época estava associado à figura da médica Maria José Aragão, cuja generosidade era tão difundida quanto a sua audácia diante dos poderosos. Nunca a tinha visto. Marly, que depois daquele dia desapareceu, com seu hálito de batom, provavelmente sim.

Soube, então, que Maria havia sido presa no sobrado onde morava, no início da São Pantaleão nº 126, ocasião em que fez um bravo discurso contra o golpe militar de uma das janelas.

Em 1969, aos 16 anos, participei de uma passeata juvenil, depois de fazer a caricatura de Médici com uma caneta azul na camisa do Liceu, onde quase fui reprovado por divulgar num jornalzinho teses sobre a epistemologia da indignação e a emergência de reconstrução do mundo a partir da merda total.

Desde então, Maria me acompanhou feito um fantasma.

Na volta da Zona

Meados da década de 70, sem data. Ao retornar amanhecido das ruínas da boate Bela Vista, na Zona boêmia da cidade, não resisti quando vi a porta de sua casa aberta, na rua de Santana (ela não tinha casa própria, sempre alugava uma), onde imaginei ver a placa: “Drª Maria José Aragão”.

Precisava conhecê-la, embora ainda não fossem sete horas. Entrei na casa.

Ninguém no consultório. Atravessei o corredor que dava para a varanda, em que havia uma grande mesa com café, leite, cuscuz, frutas etc. “Deve morar muita gente aqui”, pensei. Bati palmas, mas, arrependido da petulância, já me punha em retirada quando ouvi sua voz: “Sente aí, rapaz, vamos tomar café. Você, está muito magrinho…”

Falou assim, como se me conhecesse há muito tempo.

Sentei. Vi que morava só. Mas logo chegaram mulheres e crianças, que eram convidadas a ocupar as cadeiras vazias, antes de começarem as consultas. E então, em meio à animada conversa, as dificuldades de todos nos preencheram. Creio que aquilo ali já era o início de uma terapia. O fantasma diluiu-se no café como uma bola de açúcar.

Depois daquela manhã, nos veríamos em outras oportunidades tão ricas e proveitosas quanto aquela, não com freqüência. Até hoje, adoto a crença de que há certas pessoas especiais que não se deve visitar todos os dias, para não gastá-las. São raridades.

Lágrimas da Fome

Sua história poderia ser contada de revestrés, ou de trás para frente. Daria na mesma. Ela mantinha igual postura para entrar e sair da prisão, de um debate, de uma campanha bem sucedida, ou fracassada. Trazia costurada no peito a esperança feito camisa sem avesso.

A infância ficou mais pobre ao sair do Engenho Central para São Luís, com seis irmãos. O pai, Emídio, vivia a itinerância de guarda-fios dos Telégrafos, enquanto Rosa, a mãe analfabeta, colocava a educação dos filhos acima da fome. Maria estudou à base do mingau de farinha seca, mas concluiu o curso Normal.

Pegou o navio para o Rio de Janeiro, em 1934, com a mãe doente de câncer, que lá viria a falecer. Decidiu ficar para estudar na Escola de Medicina e Cirurgia, interrompendo o curso no 4º ano, devido à fome e ao trabalho árduo. Em 1942, formou-se em Pediatria e também chorou a morte da primeira filha, Clarice, aos dois anos, no Rio Grande do Sul, onde conseguiu o primeiro emprego como médica.

O comício de maio de 1945, realizado pelo Partido Comunista Brasileiro, no Estádio São Januário, foi decisivo em sua vida. No palanque, ao lado do poeta chileno Pablo Neruda, viu pela primeira vez Luís Carlos Prestes, anistiado após nove anos de prisão. Impressionada, entrou para o PCB.

Logo foi orientada a voltar para o Maranhão e aqui reforçar o Partido. Expôs-se nas portas das fábricas e viajou pelo interior do Estado, onde era tratada como prostituta e besta-fera por alguns padres, que também espalhavam que ela “comia criancinhas”. Na cidade de Codó, chegou a ser apedrejada.

A Luta Encarcerada

Ela foi presa pela primeira vez no final da Greve de 1951, quando o povo revoltou-se contra a política de Vitorino Freire, espécie de capitão-do-mato que, à sombra do Marechal Dutra, promovia atos de violência e fraudes eleitorais. Mas não era poupado pelo jornal “Tribuna do Povo”, dirigido por Maria, que, antes de ir em cana, atingiu os colhões de um policial com uma joelhada e puxou a barba do Chefe de Polícia, Edison Freitas Diniz.

Viajou, em 1961, para a União Soviética, onde participou de cursos de formação política, retornando ao Maranhão no ano seguinte. No natal de 1964, presa no 24º BC, recebeu uma caixa de biscoitos do poeta Bandeira Tribuzi com uma estrofe escrita no papel de embrulho: “Pastores junto a Maria / Neste Natal de ansiedade / Vemos que a estrela anuncia / O Cristo da Liberdade”.

Em maio de 1973, foi levada pela Polícia Federal para Fortaleza e ali barbaramente torturada, só voltando em agosto para São Luís. Julgada e condenada, em 1976, a um ano e um mês de prisão, foi libertada sob condicional, no início de 1977, mas o Superior Tribunal Militar determinou nova pena de 11 meses de reclusão.

Saiu do quartel da Polícia Militar para a Penitenciária de Pedrinhas, tendo que passar o natal novamente presa. Foi solta em 8 de março de 1978, data que, aliás, daria título ao movimento de mulheres encabeçado por Maria Aragão a partir de 1982 – o Grupo de Mulheres “8 de Março”.

Toda vez que era anunciada a sua prisão, ela ocupava-se em deixar as contas pagas e dinheiro suficiente para as necessidades de seus filhos adotivos. Durante e após a sua passagem por vários presídios, lutou contra a tortura, a fome, as humilhações e pelos direitos dos encarcerados.

Gracias a la vida

Maria tinha uma estreita relação com a arte, e, sobretudo, respeito e admiração pelos músicos – coisa incomum numa sociedade conservadora como a nossa, onde a própria esquerda os vê com olhos de direita: parasitas sociais, vagabundos, drogados, mas bastante úteis como animadores culturais em campanhas políticas.

Gostava de música brasileira, européia e latino-americana, popular ou erudita, desde que a emocionasse. Entre os autores preferidos, Gonzaguinha, Milton, Taiguara, Baden Powell e Violeta Parra, mas também Tchaikovsky e Carlos Gomes. Curtia com igual zelo o Lp “Uma Noite em Moscou” (Wal Berg e sua Grande Orquestra, da Barclay), Mercedes Sosa e o Boi do Maracanã.

Quando adoeceu gravemente, não fui ao hospital, temendo ver em pedaços o delicado vidro, através do qual nos comunicávamos, e sair dali ferido. Durante o trajeto ao cemitério, em 23 de julho de 1991, todos cantaram as suas músicas prediletas. Fiquei mudo.

Também não quis ver seu rosto no caixão. Resolvi guardar a sua imagem com a boca suja das feijoadas que promovia nas suas campanhas contra o câncer em mulheres. Muitas vezes ajudei a vender convites e toquei violão para arrecadar fundos, inclusive para a CUT, onde ela foi Tesoureira durante anos. Mas não freqüentava a “boca livre” que promovia todas as quintas-feiras em sua casa provisória, onde gregos se diziam troianos.

A única bronca que dava nos companheiros era quando, terminadas as reuniões ou noites culturais, queriam levá-la para casa, logo ela que gostava tanto de uma caipirinha, de um vinho, de uma cerveja… Tinham que ouvir sua artilharia: “Vocês vão para onde? Eu vou também, filhos da puta”.

Com ela, aprendi a doçura dos palavrões, que ainda causam arrepios em cinco gerações de falsos moralistas e estacionários.

O fogo da memória

Flores amarelas lembrarão sua passagem em minha vida, como fogo tênue. Não sei ainda se no Memorial Maria Aragão – tendo em conta a bílis que reveste as cortes transitórias feito papel de parede – o espaço do acervo, com suas xícaras, livros, jornais, fotos e púcaros, não correrá o risco de virar almoxarifado, ou balcão de maquetes das obras municipais com catálogos para turistas.

O Instituto Maria Aragão, de cujas hostes partiu a idéia do Memorial projetado por Oscar Niemeyer, tem um pé na história, mas o Palácio de La Ravardière está atento. O próprio Daniel deve ter pensado: “É melhor deixar que organizem o acervo, temos recursos. Nada como mão-de-obra gratuita e idéias vigiadas. Por outro lado, trata-se de um ano eleitoral…”

Por essas e por outras, tenho saudades do beijinho quente de Marly, arrumado nas pontas dos dedos, como pirão de farinha seca, e mais ainda do sorriso comunista, gordo e faceiro de Maria, que, a despeito do ritual de vaidades, ameaçando a fogueira de São João, lá nas alturas, deve estar mandando uma bela poorrrrrrrrrrrrrraaa!

* publicado originalmente na edição 84 do Suplemento Cultural e Literário J P Guesa Errante (link ao lado), em 2004, encartado quinzenalmente no Jornal Pequeno [fico devendo a data de publicação]

96 anos de Maria Aragão

[da Assessoria de Imprensa do Instituto Maria Aragão]

Será realizada hoje no Memorial Maria Aragão, à Av. Beira-Mar, uma homenagem à líder comunista Maria José Camargo Aragão pelo seu 96º aniversário de nascimento, a partir das 17h. A celebração do 10 de fevereiro será feita pelo Pe. Victor Asselim, membro do Instituto Maria Aragão-IMA, entidade organizadora da programação, que teve o apoio da Fundação Municipal de Cultura.

Na oportunidade, em prosseguimento aos seus objetivos político-culturais, o IMA fará o lançamento do Programa Político Educativo Cultural do Memorial, com a abertura de um Banco de Dados, dando início ao projeto de visitação escolar “Conhecendo as lutas sociais e políticas do Maranhão”, com a participação de cerca de 50 alunos de uma escola pública.

O prefeito Tadeu Palácio receberá em mãos uma proposta de criação de uma Curadoria para administrar o Memorial, que deverá ser integrada por membros do Instituto Maria Aragão e da instituição municipal. “Visamos, acima de tudo, a preservação do Memorial enquanto interesse público e histórico, independentemente do quadro político que ocupar a Prefeitura”, ressalta Ironildes Vanderlei, ex-presidente do IMA.

Durante a programação, a Banda de Música da Guarda Municipal executará um repertório com as músicas preferidas de Maria Aragão.

Serão também lançados os livros “Balaios e Bem-te-vis: A Guerrilha Sertaneja”, da Profª Claudete Maria Miranda Dias, do Departamento de História da Universidade Federal do Piauí, e “São Luís em PreAmar: Ainda Assim, há um Azul”, do escritor e jornalista maranhense Herbert de Jesus Santos, que recitará um poema oferecido à aniversariante.

Às 19h dar-se-á a posse da nova diretoria do Instituto Maria Aragão, seguida de Mesa Redonda com o tema “A Balaiada”, tendo como palestrantes as historiadoras Maria Raimunda Araújo, Sandra Regina Rodrigues dos Santos e Claudete Maria Miranda Dias.

Maria Aragão – a verdadeira guerreira

por Ironildes Vanderlei *
Dia 10 de fevereiro comemoraremos o aniversário de nascimento – 96 anos – de uma maranhense que é considerada intérprete dos grandes anseios de justiça e paz dos oprimidos, exemplo de dignidade, coerência e ética. A mulher que transcendeu convenções no modo de pensar e viver, estando sempre à frente de seu tempo; a doce revolucionária que se entregou apaixonadamente a uma causa: lutar por uma sociedade igualitária, onde todos os homens tivessem os seus direitos básicos respeitados – alimentação, saúde, educação, lazer e moradia. Seu nome: Maria Aragão.

O Instituto Maria Aragão também festeja hoje, 9 de fevereiro, o seu aniversário de fundação. Em 2001, o IMA foi criado para dar continuidade à sua luta, defendendo suas idéias e assumindo um desafio histórico: desenvolver ações e apoiar processos sociais que defendam os direitos humanos, contribuindo para a igualdade social e a emancipação da humanidade. Sonhamos e acreditamos em nosso sonho, como falou Lênin, pois compreendemos que é a partir da unificação das bandeiras dos movimentos sociais que responderemos a esse desafio.

A história de Maria Aragão, marcada por sua atuação no universo social e político do nosso Estado, fez com que a Prefeitura Municipal de São Luís, através do ex-prefeito Jackson Lago e do prefeito Tadeu Palácio, entregasse ao povo maranhense o Memorial Maria Aragão, obra do arquiteto brasileiro mais importante de todos os tempos: Oscar Niemeyer.

Nós, que constituímos o Instituto, estivemos sempre presentes desde o primeiro momento, gerando e alimentando este Projeto, além de organizar, com a ajuda de sua filha Simone Macieira, o acervo sobre Maria Aragão, integrado por obras de sua biblioteca particular, jornais que editou, fotografias e correspondências mantidas com amigos, entre eles, Luiz Carlos Prestes, Raul Ximenes, Anita Leocádia Prestes, além de objetos pessoais.

Desta vez, entregaremos à população o Banco de Dados com o Programa “Conhecendo as Lutas Sociais e Políticas do Maranhão”, que dará início ao projeto de visitação escolar – uma nova fonte de pesquisa para estudantes, pesquisadores e visitantes em geral. Para tanto, tivemos o apoio da Prefeitura, através da Fundação Municipal de Cultura (FUNC) e do seu presidente Edirson Veloso, que aceitou a nossa solicitação para, juntos, celebrarmos o 10 de fevereiro, festejando a história de vida de dessa grande mulher que inspirou o médico Antônio Rafael (membro do IMA) a escrever:

Maria,
a nossa Rosa Luxemburgo da prática revolucionária,
a Tereza de Calcutá da sublime compaixão,
a Rita Levi que não se acomodava,
a Joana d’Arc da rebeldia incontida.

* Psicanalista, membro fundador e Presidente do Instituto Maria Aragão

Salada

[Diário Cultural de hoje]

Boletim eletrônico semanal de poesia chega ao 150º número, a Escola Brasileira de Psicanálise (Delegação Maranhão) divulga o calendário de atividades para o ano de 2006, maranhense é premiado no Rio de Janeiro, o escritor Santiago Nazarian assina com a Editora Nova Fronteira e Rosa Reis comanda outra Caravana do Labô. Confira aqui!

Navegar é preciso!

O público leitor de poesia, mundialmente falando, sempre foi pequeno. É fato! Quase ninguém se interessa. Mas uma bela dica é o site Poesia.Net. Editado por Carlos Machado, o site tem atualização semanal, sempre às quartas-feiras. Aos leitores interessados, é possível cadastrar um endereço de e-mail e receber o boletim. Sem preconceitos, o editor aborda poesia: famosos e desconhecidos, nacionais e estrangeiros. Na página, é possível encontrar todos os poetas que já foram alvo das edições. O semanário virtual completou, quarta-feira passada, cento e cinqüenta edições. Vale(m) a(s) leitura(s)!

Psicanálise

A Escola Brasileira de Psicanálise – Delegação Maranhão, divulgou seu calendário de atividades para o ano de 2006 e avisa: está funcionando em novo endereço, na Rua dos Abacateiros, 1/302, São Francisco. Maiores informações com Joselle Couto, pelo e-mailjocl9@ig.com.br

Orilaxé

O Teatro SESC Ginástico (RJ) será palco de uma grande festa no próximo dia 14, às 19h. Na ocasião acontecerá a entrega do Prêmio Orilaxé, que chega, este ano, a sua sétima edição. Entre as dezesseis categorias, um maranhense premiado: Mestre Apolônio Melônio, na categoria Cultura Popular. “Orilaxé” significa “a cabeça tem o poder da transformação”, um dos pensamentos que pauta a atuação do AfroReggae. Maiores informações em http://www.afroreggae.org.br

Nazarian

O escritor Santiago Nazarian, uma das mais expressivas vozes literárias brasileiras da atualidade – o que se convencionou chamar de “novíssima geração” –, acaba de assinar contrato com a Editora Nova Fronteira, para lançar seu próximo título: “Mastigando Humanos” (provavelmente no segundo semestre deste ano). A quem interessar possa, seu livro de estréia, “Olívio” é vendido (autografado) pelo e-mail saintdragon@uol.com.br, por apenas R$ 21,00. Outro título da lavra nazariana estava, outro dia, dividindo as prateleiras das Lojas Americanas (sim, aqui em São Luís!) com a estréia de outra jovem voz, João Paulo Cuenca (“Corpo Presente”): “A Morte Sem Nome”; cada título custava a bagatela de R$ 9,90.

Rosa Reis

Depois do Samba no Asfalto, Rosa Reis volta a comandar a noite do Laborarte na Praça Valdelino Cécio, Praia Grande. A festa começa às 19h de amanhã. Na programação, roda de capoeira com Mestre Patinho, espetáculo “Te gruda no meu fofão”, com texto de Nelson Brito, e show de Rosa Reis encerrando a noite.

Cena

Entra no boteco e pede uma cerveja ao garçom. Três fileiras de mesas e cadeiras compõem a paisagem interna. Fora, a praça. Chove. Senta-se numa cadeira da fileira encostada na parede, entre a primeira e a segunda mesa. O garçom não sabe qual das mesas ocupa e põe a cerveja sobre a segunda. Próximo, um bêbado tenta puxar assunto. Não liga. Três rapazes saem do boteco. O bêbado tenta puxar assunto com um deles. Chove. Eles esperam a chuva afinar e vão embora. Espera a namorada. O bêbado tentando puxar assunto, pronuncia alguma coisa onde ele identifica apenas “agente penitenciário”. Não sabe se dizia ser agente penitenciário ou se tinha um amigo que era. Não liga. Não (se) interessa. Espera a namorada. Que chega logo, molhada. Chuva. Ele também estava molhado, ainda. Quando ela entra, um beijo. Senta-se, ela. Bebem no mesmo copo. O bêbado, continua tentando puxar assunto: “fiquem à vontade”. “É claro que eu vou ficar!”, pensa, mas não diz. Troca de mesa.

Choro, internet, certezas e dúvidas

[Diário Cultural de hoje]

A (re)descoberta de obras perdidas de um dos maiores gênios da música brasileira, a polêmica gerada a partir de declarações de Ferreira Gullar criticando o MinC, a versão on-line desta coluna e uma dúvida de seu editor povoam o espaço aqui, hoje.

Sorriam, chorões!

Dia 14 de fevereiro será lançado no Rio de Janeiro um álbum de partituras de Jacob do Bandolim, contendo gravações inéditas de playbacks dos discos “Chorinhos e Chorões” e “Primas e Bordões”. O show terá apresentação de Jorge Roberto Martins e Sérgio Cabral, este último um dos maiores especialistas no assunto do país. As obras de Jacob serão executadas por bambas: Grupo Época de Ouro, Déo Rian, Hamilton de Holanda, Isaías Bueno, Joel Nascimento, Ronaldo do Bandolim e Pedro Amorim. O álbum será distribuído gratuitamente para as escolas de música de todo o Brasil. A iniciativa tem o patrocínio da Petrobrás, através da Lei de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura (MinC).

Navegar é preciso!

A edição de 18 de janeiro da revista Carta Capital traz uma entrevista com o músico Gilberto Gil, Ministro da Cultura. O papo pode ser lido, para além do publicado, no blogue do jornalista Pedro Alexandre Sanches, que o entrevistou. E no blogue de outro jornalista, o Ademir Assunção, são feitas considerações sobre o assunto. Este colunista, particularmente, concorda com o Ademir.

Só pra lembrar: à época da I Conferência Nacional de Cultura – assunto tratado aqui e não pautado por veículos nacionais, e nem citarei nomes, carece? – a mídia preferiu dar atenção ao embate capitaneado por Ferreira Gullar, colunista da Folha de São Paulo, contra o Ministério, que tem feito um trabalho louvável e democrático – sim, democrático! Com todo respeito que temos pelo poeta maranhense: francamente!

Navegar é preciso! 2

Diário Cultural possui uma espécie de versão on-line. No blogue do colunista que vos escreve, é possível ler tudo o que é publicado neste espaço, além de outros trabalhos do autor. Ontem, dia 6/2, republicamos uma entrevista com a cantora mineira Ceumar, feita pela jornalista Francinne Amarante (Brasília/DF) para a revista Nossa, em dezembro passado. Confira! O endereço é http://olhodeboi2.zip.net

Dois em um

Com a popularização do cd, inúmeros títulos da música popular brasileira foram relançados em formato digital, os famosos “dois em um” (dois elepês em um cd): Secos & Molhados, Tom Zé, Walter Franco, Ataulpho Alves, Elizeth Cardoso, Guilherme Arantes, A Cor do Som, Paulinho da Viola, Belchior, Adoniran Barbosa etc., etc., etc.: a lista é imensa, amém! Agora eu pergunto: por que é que nunca relançaram obras-primas como “Lances de Agora” (1978) e “Fonte Nova” (1980), de Chico Maranhão? Alô, Gavin! Fica a dica.

75 quilos de músculos, fúria, ironia, rebeldia e bom jornalismo

[Diário Cultural de ontem. A leitura desta biografia é envolvente. Você acaba viciado. Foda é escrever sobre ela depois das opiniões de Ademir Assunção e Reuben em seus blogues (links ao lado). Fica pouco a dizer.]

A “vida louca vida” de um dos maiores jornalistas que o Brasil já teve. As histórias hilárias de Tarso de Castro, que conquistou o país com seu estilo único. “Grosso e finíssimo”, como adverte Mário Prata na contracapa do livro, que torna-se um vício. Interromper sua leitura? Nem por um boteco! [Pouco antes do fechamento do texto, o colunista recebe uma ligação. Ainda não são dez da manhã e um amigo o convida para um café a la Tarso de Castro. Concluído o trabalho, os dois se encontram para a “peleja”]

75 kg de músculos e fúria – Tarso de Castro: a vida de um dos mais polêmicos jornalistas brasileiros. Capa. Reprodução

“Neste momento, 75 kg de músculos e fúria se reúnem para fazer mais uma coluna”, anunciava o jornalista Tarso de Castro ao sentar-se à máquina de escrever quando trabalhava na Folha de São Paulo. Terminadas as cinco linhas iniciais do novo texto, Tarso dava um grito: “Hora de beber água!”. E arrastava alguém da redação até o boteco mais próximo. Perto do fechamento do jornal, ele voltava à redação e, para admiração de uns e espanto e indignação de outros, terminava o texto.

“Se um outro cabeludo aparecer / na sua rua / e isto lhe trouxer saudades minhas / a culpa é sua”. Os versos de Detalhes, a famosa canção de Roberto Carlos, trazem Tarso de Castro: é ele o cabeludo em questão. Cantando baixinho, a la João Gilberto, o “rei” conquistou Silvia Amélia, com quem Tarso namoraria tempos depois.

Acima duas das diversas e hilárias histórias de 75 kg de músculos e fúria – Tarso de Castro: a vida de um dos mais polêmicos jornalistas brasileiros (editora Planeta, 2005, R$ 37,50, em média). Aos 32 anos, com passagens pelo Jornal da Tarde, O Estado de São Paulo e Valor Econômico, o biógrafo Tom Cardoso dá o tom do que foi a vida de Tarso: um texto agradável de ser lido, como eram os escritos por Tarso de Castro. Certo, eu era criança quando Tarso subiu. Mas os trechos trazidos por Tom para ilustrar seu texto provam isso.

Em entrevista à jornalista Maria do Rosário Caetano, em agosto de 1984, para o Correio Brasiliense, Tarso foi – e não foram poucas vezes – certeiro: “Minha coluna na Folha de São Paulo é meu analista. Lá faço meus desabafos. As pesquisas mostram que é uma das colunas mais lidas do país. Dá maior Ibope. Não sei por quê. Suponho que seja descontração, pela quebra da monotonia dominante no jornalismo brasileiro. Nosso jornalismo tornou-se tão especializado que perdeu a alma. Os jornais ficaram muito iguais. Minha coluna é irreverente, nela dou esporro, chamo o Maluf de ladrão, defendo a dignidade deste país angustiado. Busco munição nos bares, nas ruas. Sou um veículo dos anseios que as pessoas externam, nas conversas cotidianas. E não há copidesque para a minha coluna. Ela sai como um esporro. Os jornais brasileiros acabaram com o talento individual, com o jornalista de estilo próprio”. Está pior, caro Tarso.

Tarso de Castro nasceu em 11 de setembro de 1941, em Passo Fundo/RS, passando parte da infância em “O Nacional”, principal gazeta da cidade. Seu pai, Múcio de Castro, era o proprietário do jornal, onde ele, cedo, aprendeu a fazer jornalismo: aos treze anos era linotipista e aos quinze já assinava uma coluna por lá. Seu grande talento era montar equipes. Passou por diversos veículos importantes: Última Hora, Folha de São Paulo – onde editou a Ilustrada, na melhor época do caderno –, Tribuna da Imprensa e O Pasquim – que ajudou a fundar – não necessariamente nessa ordem.

No dia 20 de maio de 1991, vítima de cirrose hepática, Tarso de Castro faleceu. Alcoólatra, era visto por vezes tomando um suculento café da manhã em bares diversos: um copo de vodca, algumas gotas de limão e uma pitada de açúcar. “Prefiro viver pela metade por uma garrafa de uísque inteira do que viver a vida inteira bebendo pela metade”, tascou quando Palmério Dória tentou convencê-lo a parar de beber, ao menos pela manhã. Tarso viveu intensamente, exemplo de bom jornalismo – coisa rara de se ver hoje em dia. Em 1983, confidenciou à revista Playboy: “Mas me diga uma coisa: e se o governo cair? Se eu acordar e mudou o governo? Aí, porra, vou ficar irritado com todo mundo durante anos! Eu quero estar presente! É uma espécie de doença, mas paciência!”.

Entrevista: Ceumar

Entrevista publicada na revista Nossa, em dezembro de 2005. 
Francinne Amarante é jornalista cultural. Foi estagiária da Assessoria de Imprensa do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e estudou na Escola de Música de Brasília/DF. Escreve para a revista Nossa e apresenta o Balaio Cultural (TV COM – NET, canal 8, na capital federal).

O EnCanto de Ceumar

por Francinne Amarante

Dona de uma voz suave e afinada, ela toca, compõe, faz arranjos e o resultado é uma melodia onírica. Mineira de Itanhandu, Ceumar vem de uma família musical, sua maior referencia, além de Clara Nunes e Joni Mitchel.

Apesar de não tocar nas rádios, tem sua música reconhecida por um público fiel. Recusa rótulos e faz questão de escolher seu repertório. Tem como parceiros Chico César, Zeca Baleiro e outros mestres da música brasileira

Nossa – Qual o seu estilo musical?

Ceumar – Procuro cantar de uma maneira clara, sem muitas invencionices. Gosto de experimentar linguagens, mas quero passar suavidade, um som limpo.

Como surgiu a idéia de fazer o primeiro disco, Dindinha?

Já morava em São Paulo, em 95, conheci o Zeca Baleiro e a Táta Fernandes e começamos uma amizade. Em 97, eu já estava com meu bebê, e surgiu a oportunidade de fazer um disco independente, nós três escolhemos o repertório e a idéia era de fazer um disco acústico. O Dindinha ficou pronto em janeiro de 2000 e lançado pela gravadora Elo Music.

E o Sempre-Viva, segundo disco?

Uma indústria chamada biodinâmica me convidou para fazer um disco para presentear os funcionários na época do natal. Tive pouco tempo para faze-lo, em dois meses ficou pronto. Depois lancei, como CD independente.

Incomoda saber que o espaço não é democrático?

Incomoda quando percebo que há um abuso de poder, da informação, isso se reflete também na música. Não se tem curiosidade com o que está acontecendo, quando não se buscam informações, do novo.  A música deveria ser para todos e não para poucos.

Como você divulga sua música?

O universo paralelo é muito grande. Existem outras formas, a Internet; esse ano participei do Festival Cultural de Música pela TV Cultura, as pessoas gostaram do meu trabalho, o importante é levar minha música às pessoas.

Mas você tem seu público?

A prova que tenho de que minha música funciona é quando vejo que ela chega até as pessoas, mesmo sem a ajuda dos veículos de massa e de uma grande gravadora.

Como você percebe os rótulos que se dão aos cantores?

Perde-se quando se define, a música vem de dentro; ainda estou me buscando, não tenho rótulos.

Você é espiritual, emocional?

Sou, minha religião é minha música. É assim que eu exerço a minha função, tento mostrar através das canções pensamentos que trazem e levam Luz.

Hoje, qual a sua fonte de inspiração?

Minha horta. Vejo as sementes germinando e crescendo em meio à caótica São Paulo. Me dá energia, me sinto feliz.

Projetos para 2006?

Penso em montar um Selo independente. Tenho um projeto de gravar um disco com o Dante Ozzetti (irmão da Na Ozzetti). Estou compondo com meus parceiros Kleber Albuquerque, Táta Fernandes, Rubi e Gero Camilo, temos o Canto De Cozinha, um evento que apresenta repertório musical inédito.

Como funciona o Canto de Cozinha?

O Canto de Cozinha tem a intenção de desvirtuar o lugar comum, quebrar como imaginável, intransitável. É possível a música percorrer o espaço através de novas vias. A poesia do som, como o verbo -verso, canto e proclamação, experiência com a cena -ato teatral, e o canto – gesto interpretativo. Liberdade de expressão, de movimentação, de experimento.

É por aí… 2

(ou: envelhecendo feliz e sem arrependimentos. Graças a Deus!)

“Envelhecer talvez seja aprender a fazer escolhas e a viver com elas, resistindo a tentação de olhar por baixo da porta do que poderia ter sido se houvéssemos feito diferente. Cada caminho que tomamos deixa atrás de si o vazio dos outros que poderíamos ter seguido. E deixa também a saudade do que não se viveu, do que sequer conhecemos. Um desvio numa estrada deixa de se chamar assim quando é escolhido – passa a ser a via principal de quem o toma. Sendo assim, fica a pergunta: até que ponto é humano envelhecer? Será que somos capazes, você e eu?”

João Paulo Cuenca

Para quem, como eu, está com saudades do autor de Corpo Presente no blogue, pode lê-lo aqui.

Em construção…

[Manhã. Penso nela, que viajou ontem e regressa amanhã. Pode parecer pouco. Não é. A saudade me consome. Penso nela. Redundância intencional (as futuras – redundâncias, inclusive esta – também serão intencionais). Idéia na cabeça e nenhum lápis, caneta, ou algo que escreva, na mão. O trecho que se salvou.]

a morte –
de susto,
bala
ou vício –
como cantou o poeta,
não me fará vítima
enquanto eu estiver protegido
teu amor, escudo.

(morei comigo até te conhecer.
mudei-me agora para teu corpo:
nele, sinto-me seguro)

Diário Cultural de hoje

[hoje: nove anos sem Chico Science. Viva o mangue!]

Sérgio Habibe

Reconhecidamente um dos mais interessantes compositores do Maranhão, Sérgio Habibe apresenta-se no próximo dia 9, no Armazém da Estrela. Acompanhado pelo violonista Maninho, e com participação especial do compositor Cesar Teixeira, ele mostrará canções autorais, além de bossa nova e jazz. O show tem início às 22h e o couvert artístico custa R$ 7. Em março deve acontecer o lançamento de seu dvd, já à venda nas melhores lojas do ramo.

Navegar é preciso!

Pernambuco é, indiscutivelmente, um grande celeiro de cultura pop (ou daquilo que se convencionou chamar de). O boom do movimento mangue, na década de noventa do século passado atesta isso perfeitamente. Chico Science, Fred Zeroquatro e Renato L., entre outros alçaram o nome de seu estado natal ao resto do país como sendo o berço do mais importante movimento musical acontecido no Brasil desde a Tropicália. Para além do campo musical, Pernambuco mostra-se interessante noutros aspectos. Na internet, duas páginas merecem visitas: o blogue de Marcelino Freire, pernambucano de Sertânia, radicado em São Paulo. Com diversos livros publicados (o mais recente, “Contos Negreiros”, foi lançado pela Editora Record, ano passado), Marcelino faz de seu blogue uma espécie de radar cultural, dando notícias de acontecimentos literários país afora, muitos dos quais com sua participação, além de apresentar trabalhos inéditos de escritores famosos ou não. Outro site interessante é o Rabisco, uma revista de… cultura pop! Literatura, música, cinema e artes em geral, você encontra por lá. Apesar de pernambucanos, os sites não se restringem aos limites geográficos, mostrando um vastíssimo panorama cultural brasileiro.

Nilson Chaves

Nilson Chaves acaba de lançar seu mais novo disco, “Maniva”. Recheado de (boas) participações especiais, o disco conta com Ceumar, Flávio Venturini, Celso Viáfora e Zeca Baleiro, entre outros. O maranhense assina a co-produção do disco e canta com o paraense um “Carimbó Modernista”.

Nação Zumbi?

O famigerado show da Nação Zumbi em São Luís está sendo mais uma vez anunciado em diversos jornais. Dia 10, às 22h, no Ceprama. Será que é dessa vez?

Oscar Wilde

“A Arte nunca deveria aspirar à popularidade, mas o público deve aspirar a se tornar artístico. Há nisso uma diferença muito ampla.” Do autor de “O Retrato de Dorian Gray”, em “A Alma do Homem Sob o Socialismo”, publicado pela L&PM, em sua coleção depocket-books. Já pensou se ele vivesse hoje em dia?