& outras

1. li no blogue de mauro ferreira (link ao lado) que finalmente foi relançado em cd o disconave maria (1984), de tom zé. este é o único título do gênio de irará que não consta em minha torre (de cd’s). espero que o lento mercado ludovicense permita-me tê-lo logo.
2. marisa monte tá soltando, duma vez, dois títulos no mercado. um dos discos, só de sambas. eu sempre quis isso e estou ansioso. mais no mesmo blogue citado aí em cima.
3. a coca-cola tá fazendo um “concurso” de blogues. eu achei muito “cheio de nove-horas” para uma premiação tão pífia. mais em http://www.coca-cola.com.br

link novo

aí do lado: mauro ferreira. música para os olhos. lá é possível ler coisas como a provável participação de fernanda takai na re-união dos mutantes e/ou a participação detom zé no disco novo do cake.

umas

1. é estranho sair de casa para trabalhar quando está chuviscando. o mais estranho, nisso, é não ver a figura de d. lalá na esquina, fazendo o seu bordado.
2. li na elo que gisele vasconcelos é a nova diretora do centro de criatividade odylo costa, filho. parabéns, gisele! parabéns, classe artística ludovicense!
3. ingressos pra nando reis & os infernais na pochete.

em tempo

1. a partir de amanhã, 10/3, estudantes poderão comprar meia-entrada para o show denando reis.
2. mais, vide post abaixo.
3. ou ligue pro (98) 3216-7032 e fale com valéria, amiga que muito me ajudou com informações sobre a pisada do músico no solo da ilha.

Quando a Ilha fica Infernal

[Diário Cultural de hoje]

Nando Reis apresenta-se com Os Infernais em São Luís do Maranhão. É a primeira vez que o músico pisa na Ilha, depois que alçou vôo solo deixando os Titãs. O hit-maker de “gentes boas” como Cássia Eller e Marisa Monte, entre outros, mostrará canções de sua lavra, da consagrada carreira solo à áurea fase dos Titãs, passando por covers. Antes, na sexta, Josias Sobrinho apresenta no SESC Deodoro o show “Luar do Sertão e Outras Histórias”.

Infernal

Nando Reis apresenta-se em São Luís neste sábado, 11/3, às 22h no ginásio do Colégio Dom Bosco (Av. Colares Moreira, 443, Renascença II). Os ingressos estão à venda na Colcci do Tropical Shopping e no Galpão 3 do São Luís Shopping e custam R$ 20,00 (antecipado; R$ 25,00 na hora). É a primeira apresentação de Nando Reis na Ilha após sua saída dos Titãs, onde era contrabaixista e dividia os vocais. A base do repertório do show será o disco mais recente “Nando Reis & Os Infernais – MTV Ao Vivo”, trabalho que já rendeu a Nando, disco e dvd de ouro pela venda de cem mil e cinqüenta mil cópias de cada, respectivamente. Eles que estão gravando disco novo, com previsão de lançamento para maio.

O primeiro vôo solo dele, no entanto, é anterior: “12 de janeiro” foi lançado em 1995, quando ele ainda integrava os Titãs. Brilhante compositor, tem seu nome em discos de diversos astros e estrelas da música brasileira: Titãs (“Marvin”, “Querem Meu Sangue”, “Família”), Cássia Eller (“Relicário”, “O Segundo Sol”), Marisa Monte (“Diariamente”), Cidade Negra (“Aonde Você Mora”), Skank (“Resposta”), entre outros/as.

A banda Os Infernais é composta por Carlos Pontual (guitarra), Felipe Cambraia (baixo), Alex Veley (teclados) e Diogo Gameiro (bateria). Nando Reis toca violão, instrumento usado por ele para compor e assumido definitivamente com sua saída dos Titãs.

Para o “bis”, ele promete músicas de Wando, Wanderley Cardoso e Roupa Nova. Para maiores informações: (98) 3216-7000.

Discografia (solo)

“12 de janeiro” (1995), “Para quando o arco-íris encontrar o pote de ouro” (2000), “Infernal – But There is Still A Fool Moon Shining Over Jalalabad” (2001), “A letra A” (2003) e “Nando Reis & Os Infernais – MTV ao vivo” (2004).

Serviço

O quê, quem: show com Nando Reis & Os Infernais
Onde: no ginásio do Dom Bosco (Av. Colares Moreira, 443, Renascença II)
Quanto: R$ 20,00 (antecipado), R$ 25,00 (na hora). Ingressos à venda na Colcci (Tropical Shopping) e no Galpão 3 (São Luís Shopping).
Maiores informações: (98) 3216-7000 e/ou http://www.nandoreis.com.br

Luar do Sertão e outras histórias

Depois do aclamado disco “Dente de Ouro”, lançado pelo selo CPC-UMES em 2005, o compositor Josias Sobrinho não se mostra cansado e/ou acomodado, e segue mostrando seu talento. Amanhã, 10/3, ele faz show no SESC Deodoro ao meio-dia. A proposta da apresentação, batizada com a canção de outro ilustre músico maranhense, Catulo da Paixão Cearense, é fazer uma viagem ilustrada pela música popular do Maranhão. Josias será acompanhado por Marcão (violão) e Cassiano (percussão). A produção não informou o valor do ingresso.

Zema e O EMA

Enviei, ontem, ao jornal O Estado do Maranhão, o e-mail abaixo transcrito (o texto que segue é, sem alterações, o mesmo que foi enviado ao matutino):

De: Zema Ribeiro <zemaribeiro@gmail.com>
Para: O Estado do Maranhão <
redacao@mirante.com.br>
Data: 07/03/2006 09:08
Assunto: revisão

Caros amigos d’O Estado do Maranhão,
permitam-me.
Listei alguns “erros” na edição de hoje do jornal; listo-os abaixo.
1. na página 7, há uma propaganda da Mirante AM. Lá, observa-se o anúncio para dois jogos da Taça Cidade nesta quinta-feira: às 18h30min, Comerciário x Chapadinha (abaixo do escudo do Comerciário, porém, lê-se o nome do Juventude);
2. na página 4 (Cidade), dois erros: o primeiro na chamada de topo de página, “Tecelãs de Centro dos Câmaras volta a produzir redes de linha”; o correto é “Tecelãs de Centro dos Câmaras voltam a produzir redes de linha. O outro erro: “Vereadores de Caxias retoma suas atividades”; o correto: “Vereadores de Caxias retomam suas atividades”.
3. Outro erro (esse, nada a ver com gramática): na capa do caderno de Esportes, há a manchete “Ricardinho, do Corinthians, é eleito o jogador “mais odiado””; o jogador aparece vestido com a camisa do São Paulo. Na página 2 do mesmo caderno, o jogador aparece com a camisa do Santos (a matéria é sobre ele no Corinthians).
Os erros foram percebidos numa leitura superficial.
Cordiais e respeitosas saudações,
Zema Ribeiro
http://olhodeboi2.zip.net

Hoje, na página 4 (Estado), canto inferior esquerdo, lê-se um box com o seguinte:

Erramos

O jornal cometeu um equívoco grave ao publicar a página de Estado de ontem com erros gritantes. Tratava-se, na verdade, de uma página-teste, manipulada ortograficamente, utilizada na seleção de candidatos a revisor para o quadro de Redação. Por uma falha no controle editorial, a página errada foi publicada no lugar da original. Em respeito aos nossos leitores, O Estado reconhece o equívoco e pede desculpas.

Por 365 Dias Internacionais das Mulheres

“Todas Elas Juntas Num Só Ser”. A canção, parceria de Carlos Rennó e Lenine, gravada no último disco do último, bem prestaria, aqui, uma homenagem às mulheres pelo seu dia – seu dia pela mania que temos em determinar uma data para festejar as coisas, que elas merecem ser louvadas todos os dias. Poderia eu transcrever a letra – extensa – e ponto. Mas não. Gostaria de, nas linhas seguintes, prestar a minha homenagem a algumas mulheres – e por extensão a todas as mulheres –, fundamentais na formação deste menino. Aos parabéns, merecidos, pois.

Começo por Maria Lindoso, minha avó e madrinha, onde se inicia minha árvore genealógica. A mãe morre de parto, num oito de março, ao botar Zuila – sua irmã mais nova – no mundo. E sua primeira filha, Solange, minha mãe, nasce num oito de março. Parabéns, mamãe! Feliz aniversário! E me desculpe qualquer coisa. Aí vêm tias, irmã e primas. E agora as primeiras sobrinhas: Andrezza, de meu irmão, ao mundo em dezembro último e Mayara, de minha irmã, a ser descoberta depois do descobrimento.

E vêm as professoras: jardim de infância, primário, ginásio, segundo grau, academia; as que foram, as que são, as que serão. Paciência, moças! Ajudando a moldar o ser humano comum e imperfeito – não, não é culpa sua! – que hoje sou.

E vêm as colegas de trabalho, umas cumprindo papel de mãe, outras de filha, outras simplesmente amigas, outras, “apenas” colegas de trabalho: alô, Nerina, Arinildeni, Kamila, Thayse, Graciana, Yndara, Francineide, Valéria, Joisiane, Nazilda, Arlêde, Elizandra… a lista é grande e eu sei que, ao fim desta homenagem nem todas caberão aqui. Fiquem tranqüilas: cabem todas em meu coração.

E peço a benção às heroínas, conhecidas ou não: mães da Praça de Maio, Maria Aragão, Elis Regina, Leila Diniz, Ceumar, Madre Tereza de Calcutá, Ivana Arruda Leite, as diversas Marias, Claras, Amálias e Amélias que o mundo tem… e abraços àquelas que se juntaram e vêm se juntando pela estrada: Jane Maciel, Carolina Libério, Moara Gamba, Janaína Lobo, Gisele Brasil, Rafa Martins, Letícia Badini… é outra lista grande.

Não, não pretendo ser justo. Ou talvez até pretendesse, mas tenho plena consciência de que isso é impossível. Toda lista é pessoal e apaixonada. Seja um top five nickhornbyano, seja isso aqui. Vai ficar alguém de fora? Sempre vai. Eis aqui a minha modestíssima tentativa de prestar uma homenagem às mulheres na data instituída como seu dia internacional.

Uma tentativa de presentear cada flor – citada ou não – com uma flor – e um pingo de pieguice deste amanuense. Como bem sei, isto não é possível. Então me contento com o máximo. Dou um beijo em Grazi, ela, dona de meus pensamentos, que eu sou todo pensamentos nela.

Serviço

A Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) publicou editais para contratar um agrônomo e três estagiários de Direito para atuarem nos projetos que a entidade desenvolve. O profissional trabalhará no projeto de Assessoria Técnica, Social e Ambiental (ATES), resultado de convênio de quarenta meses firmado entre a SMDH e oInstituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Os estagiários irão compor a equipe do projeto Sementes de Esperança: Construindo o Desenvolvimento Sustentável do Baixo Parnaíba. Para maiores informações: (98) 3231-1601, 3231-1897,smdh@terra.com.br; os editais podem ser lidos na íntegra na página da SMDH na internet.

Diário Cultural de hoje

[Antes aviso, um errinho no texto abaixo: o título da música de Silas de Oliveira é, na verdade, “Aquarela Brasileira”, e não “Aquarela do Brasil” (essa, de Ary Barroso), conforme publicado. A correção foi enviada, ontem mesmo, para o Diário da Manhã, que acabou publicando o texto que seguiu no primeiro e-mail]

Pra sempre carnaval: o batuque plural do Monobloco

O carnaval acabou, o Diário da Manhã voltou a circular. E a vida ser um eterno carnaval, é possível? O colunista acredita que sim, que pra ele a vida tem sido assim, infindáveis audições do Monobloco, disco que ele só descobriu após o carnaval, recomendando-o a seguir.

O carnaval acabou. Mas a alegria não. Há pessoas que se contrapõem ao pensamento do sambista, “três dias pra sorrir, um ano pra chorar” e conseguem ser felizes (quase) o tempo inteiro. Outras são tristes (quase) o tempo inteiro. Outras alternam risos e lágrimas nas faces. Esteja você em que grupo estiver, recomenda-se o ótimo Monobloco ao vivo, do grupo carioca homônimo, surgido a partir de oficinas de percussão ministradas por Pedro Luís e A Parede, no finzinho do século passado.

Uma pena que o mercado musical – e literário e artístico e cultural em geral – ludovicense seja tão, digamos, lento. E digo mercado não em termos de produção: os discos não chegam – ou chegam muito tarde –, os livros, idem, os filmes também e por aí vai, que isso é assunto pra outra ocasião.

O Monobloco chega a reunir quatro mil pessoas por noite, em bailes de pré-carnaval, com o pique de cinqüenta mil, em desfiles pelas orlas de Leblon e Ipanema, Rio. O disco – um show, em todos os aspectos – foi gravado com vinte e cinco músicos, entre instrumentistas e vocalistas. Aliando as tradições das festas de pré-carnaval, o grupo não se limita a um repertório de sambas e marchinhas, sem transformar o disco em algo chato, algo comum em suspeitas alquimias sonoras por aí.

“Ô coisinha tão bonitinha do pai” é o verso que abre o disco. O “clássico” pagode de Jorge Aragão é seguido por outra composição sua: “Vou festejar”, onde se ouve “você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão”. Depois, Pedro Luís, “Rap do Real”, do segundo disco de PLAP, e “Miséria S.A.”, sucesso de sua lavra, êxito na gravação d’O Rappa. Vêm “Os orixás” (Luís Carlos Fritz), e “tu vens, tu vens”, “Anunciação”, de Alceu Valença; “Tropicana”, do mesmo Alceu em parceria com Vicente Barreto. É hora de carnavalizar Tim Maia: com participação de Pedro Quental, seguem “Primavera (Vai chuva)” (Cassiano e Silvio Rochael), “Do Leme ao Pontal”, “O descobridor dos sete mares” (Michel e Gilson Mendonça) e “Imunização racional (Que beleza)”. Fernanda Abreu sobe ao palco e comanda um “Baile da pesada”, parceria dela com Rodrigo Maranhão (cavaquinho). E é hora de carnavalizar o rap: os mc’s Junior e Leonardo cantam, com o Monobloco “Endereço dos Bailes”, (deles), “Igualdade” (Moleque Dolores), “Rap das armas” (deles também) e o famosíssimo “Rap da Felicidade” (Kátia e Julinho Rasta), dos versos “eu só quero é ser feliz, andar tranqüilamente na favela onde eu nasci”. Daí o grupo lembra Silas de Oliveira, “Aquarela Brasileira”: “vejam essa maravilha de cenário!”, é, um show do Monobloco. Aí, bem, ou melhor, Ben, que Jorge já é carnavalizado por si só: “Taj Mahal”, “Filho Maravilha (Fio Maravilha)” e “País Tropical”. Daí Lenine – presente nos projetos de PLAP desde o primeiro disco – lembra a baianidade mansa de Dorival Caymmi, “Suíte dos pescadores” – “minha jangada vai sair pro mar, vou trabalhar, meu bem-querer” – e a doce violência de Sérgio Sampaio, “Eu quero é botar meu bloco na rua”. Com “É hoje”, a sabedoria de Didi e Mestrinho fecham o disco com uma pergunta que o leitor/ouvinte pode responder, sem medo de errar: “diga, espelho meu, se há na avenida alguém mais feliz que eu”. Não há, Monobloco, não há.

Quem dera a vida fosse um eterno carnaval, frasezinha comum de se ouvir por aí. Pode ser assim. Siga as instruções: ponha “Monobloco ao vivo” no seu aparelho de som, aperte o play e… batuca, folião!

confirmado

confesso: depois da nação zumbi fiquei meio “cabrêro” pra divulgar shows na ilha. recebi, antes do carnaval, algumas mensagens, via orkut, anunciando uma apresentação denando reis por aqui. pedi maiores informações e ninguém tinha. aí esperei alguma notíciano site do cantor. já está lá: dia 11/3, no ginásio do dom bosco (renascença). ingressos: vinte reais (antecipado), à venda na colcci do tropical e/ou galpão 3 do são luís shopping (vinte e cinco na hora). mais informações por aqui em breve.

tristez’alegre

olhava-se no espelho e via o homem mais feliz do mundo. apesar de quase nunca sorrir. não sabia o porquê disso, mas sorrisos, em sua face, eram raros. embora alegre, um homem triste por natureza.

Xico Sá e mais

Confesso: o texto do Joca no blogue dele (link ao lado) sobre a literatura de Xico Sá, me fez parar de adiar a leitura do Catecismo. Devorei-o, dum tapa. Daí fiz o texto abaixo, que mandei pro Diário da Manhã na segunda de carnaval (quando, confesso, ao contrário do Jaguar, não bebi) para ser publicado na terça de carnaval (quando, confesso também, também não bebi). O jornal acabou não circulando no período momesco (a última vez que chegou lá em casa foi no domingo, trazendo o texto já republicado aqui sobre o disco novo de “cumpade” Silvério). Deve sair amanhã, pois, que não é dia de Diário Cultural por lá, ao menos originalmente. Ou então, só domingo. Aí, adianto por aqui.

Ontem fui à Rosário ver o Mikarroça, outrora, há anos, “Espalha Merda”. Explico: como os carros alegóricos são carroças enfeitadas puxadas por jumentos, os bichos cagam (por e pra quê usar outro termo se é isso mesmo?) e os brincantes, pisando, espalham o resultado. O bloco já não tem a mesma graça: oito trios (foi o que me disseram, eu não conferi), além de carros de som menores, tocando de tudo quanto é coisa (já nem entro no mérito da “música ruim”). Enxuguei duas cervejas: uma em garrafa, outra em lata. Voltei para a casa de minha avó, e ontem mesmo à Ilha. Foi o carnaval menos etílico da minha vida, desde que me entendo por “bebedor”. E estou muito contente (feliz e outros adjetivos que caibam) com isso. Engraçado é que foi tudo tão intenso que não parece ter sido assim tão rápido quanto (este) relato aqui (ainda bem!).

Ao assunto, pois!:

Um catecismo muito apropriado

[Diário Cultural que era para ter sido da terça de carnaval, ou de hoje e que será de amanhã ou de domingo, não sei]

“Uma lady na mesa, uma louca na cama”, cantaria Elymar Santos. Para ladies e loucas, cama, mesa e banho, ou vice-versa, tanto faz a ordem e o comportamento. Barba, cabelo e bigode, para os moços. Serviço completo, que “confusão, esculhambação e bunda de mulher, só presta grande!”, como nos sopra Gildomar Marinho. Leiam, todos, o catecismo; catequizai e “orai pornô” como no título de Nani.

Catecismo de devoções, intimidades e pornografias. Capa. Reprodução

“Se Deus está morto, tudo é permitido”, diria Dostoievski. Frase apropriadíssima para figurar – e ela está lá, não poderia ser diferente – no “Catecismo de Devoções, Intimidades e Pornografias” (Editora do Bispo, 2005, 400 páginas, preço sob consulta no site da editora), do bruxo – e jornalista nas horas vagas – Xico Sá. Bruxo e, agora papa. O verdadeiro Papa Pop – ao menos da putaria, como santifica Ronaldo Bressane, outro escriba de mancheia, no posfácio do livro.

Lições ligeiras – que devem ser seguidas, amém! – como num catecismo da Igreja Católica. Catecismo e igreja esta, contestados – à maneira do velho Xico, com “x”, como no sorriso posado para retrato, não confundir com o velho Chico, o rio, e discussões acerca de sua transposição. Neste volume da Editora do Bispo – que aliás, inaugurou a casa – só há espaços para transgressões.

“Livrim metidim a fresco”, confidencia-me o autor via msn messenger – ferramenta tecnológica tratada nesse tratado de sacanagem contemporâneo. Xico se refere ao formato: 6×9 cm, capa cor-de-rosa. Pergunto-lhe se ele se considera um representante do jornalismo gonzo. “Gonzo? Não. Gozo-jornalismo”.

Obra monumental, de fazer inveja às líricas – e laricas de viver – das obras de Bukovsky e Pedro Juan Gutierrez. Homéricas phodas, com pê-agá de pharmácia, como era no Ferro de Engomar, que a juventude d’hoje não lembra. (A “esquina” de Afonso Pena com Magalhães de Almeida, em São Luís, virou restaurante).

Obra difícil, já que tudo carece classificação. Só na página de ISBN e CDD aparecem: 1. Crônicas brasileiras, 2. Erotismo, 3. Hedonismo, 4. Pornografia, 5. Prazer, e 6. Sexo. É não escolher a melhor definição. O trabalho cabe em todas essas designações e permanece inclassificável.

Mas inclassificável é o próprio Xico. Jornalista de formação, boêmio por necessidade – que também sem a cachaça ninguém segura esse rojão, como cantaria outro Chico, esse com ce-agá, o Buarque –, safado por natureza. No bom sentido, o rei da fuleiragem. Aliás, de reis, esse catecismo está repleto: Gainsbourg, Sade, Bocage, Blake, Moravia, Pedro Américo, Roberto Carlos etc. Sobra até para o papa Bento XVI e o catecismo – o “sério”! – da santa igreja.

Com passagens por Veja, Folha de São Paulo, Vip, Playboy, Bravo! e, entre outras, Trip– onde ainda escreve, freela, quando em vez –, e blogando n’O Carapuceiro (link ao lado), onde se lê parte desse catecismo e outras lições vividas, Xico Sá brinda almas carentes, outras nem tanto, com esse manual do bem viver. Nada de fórmulas prontas. Dicas, apenas, conselhos, que se fossem bons, ninguém dava de graça: primeira vez? Consulte o catecismo. Discussão de relação, a famosa dê-erre? Idem. Como lidar com a tpm, a prisão de ventre ou humores outros da mulher amada? Idem, ibidem, idem ad infinitum.

Serviço

O quê: “Catecismo de Devoções, Intimidades e Pornografias”
Quem: Xico Sá
Quanto e onde: sob consulta no site da Editora do Bispo, ou pelo telefone (11) 3064-8673.

terça de carnaval. fomos ver o segredo de brokeback mountain

apesar da desgraça da imprensa brasileira, ainda há, sim, bons jornalistas por aí. pedro alexandre sanches é um deles (link pro blogue dele ao lado). é daqueles caras que, praticamente tudo o que falam, é verdade. (lá no blogue dele, leiam a montanha do dar-de-ombros, sobre o filme de ang lee.

ou você:

1. diz adeus ao seu preconceito; ou
2. (se não consegue dizer adeus:) se cala; ou
3. transforma-se num babaca/idiota que fica, durante a sessão, gritando coisas como: “ah!, é carnaval, dois homens podem se beijar”, aporrinhando a paciência alheia (no caso a minha, obrigado!).

o filme é bonito, vale a pena. é um tapa numa sociedade hipócrita.

mais uma coisa ridícula (nada a ver com o filme): menininhas (para não usar outro termo) empunhando “jaquetas” para se proteger do frio. alô, povo (a porção ridícula do povo!) de são luís: para quê copiar padrões alheios? mesmo na estação chuvosa (aqui não dá pra falar inverno ou verão), isso aqui é quente!

mais uma coisa linda (tudo a ver com o filme): sobem as letrinhas e uma voz entoa “he was a friend of mine”, de bob dylan (não consegui identificar quem canta); no todo, a trilha é boa!