Bom feriado!

Não, não sei ainda o que vou fazer na “semana santa”. Mas, entre os planos, está descansar. Será que eu consigo? Essa semana não teve Diário Cultural: para terça, enviei a coluna ao jornal, que não publicou; na quinta, por isso, não enviei. Vamos ver domingo, não sei ainda.

Abaixo, texto meu, publicado no Suplemento Cultural e Literário J P Guesa Errante (link ao lado), por ocasião do lançamento de Shopping Brazil, primeiro disco de Cesar Teixeira, que batiza o espaço aqui. Saiu na edição oitenta (na página não dá para conferir a data e eu estou, agora, sem a edição impressa em mãos) do suplemento quinzenal, capitaneado pelo professor Alberico Carneiro, que teve, entre idealizadores e escribas, o próprio Cesar, que faz aniversário no sábad’aleluia, agora. E que está de folga do tradicional Testamento de Judas do Laborarte: este ano, o testamenteiro será o compositor Zeca Tocantins, sobre quem falaremos por aqui em breve.

Entre colchetes, algumas observações minhas, atuais.

“Shopping Brazil”: boa música na praça de alimentação

por Zema Ribeiro

Alguns leitores do Suplemento Cultural e Literário JP Guesa Errante hão de lembrar dele como articulista deste periódico, onde ele escreve sobre música, cultura popular, teatro e artes plásticas, assuntos de que entende; outros, pelo Testamento de Judas, que ele escreve para o Laborarte desde 1983; outros ainda pelos versos “mamãe, eu vi Boi da Lua, dançar no Planeta do Brasil” da toada “Boi da Lua”, gravada por Papete no disco “Bandeira de Aço” (outra música de sua autoria), em 1978.

Carlos Cesar Teixeira Sousa, maranhense, nascido no Beco das Minas (São Luís-MA), completou, no último dia 15 de abril, 51 anos de idade [53, sábado], mais de trinta dos quais dedicados à música e à cultura popular de seu estado natal.

Parabéns a este homem que já abasteceu, com composições suas, o repertório de nomes como o já citado Papete, Chico Maranhão, Rosa Reis, Fátima Passarinho, Rita Ribeiro, Flávia Bittencourt, Dércio Marques, Chico Saldanha, Célia Maria e Cláudio Lima, dentre outros Brasil afora.

Em se tratando de cultura popular maranhense, podemos considerar Cesar Teixeira uma sumidade. Cidadão multifacetado, é artista plástico (venceu diversos concursos ainda no final da década de 60), jornalista (foi editor de Cultura de O Imparcial e integra, desde março de 2002, a equipe que faz o Guesa Errante [sairia, pouco tempo depois], poeta (venceu o Prêmio Nacional de Poesia Vinícius de Moraes, promovido pela Rio Arte, em 1996; recebeu menção honrosa pelo poema “Patrimônio Cultural Profano”, no Prêmio Carlos Drummond de Andrade-MG, em outubro de 2002 [em novembro de 2005, venceu o 3º Prêmio Nacional de Poesia Cidade de Ipatinga-MG, conforme noticiado neste blogue à época]), compositor (considerado o melhor do Maranhão em 2001, por música e letra do chorinho “Ray-Ban” [à época um “blues”, interpretado por Cláudio Lima em seu homônimo disco de estréia]), instrumentista (estudou violão clássico com João Pedro Borges e aprendeu outros instrumentos em boêmias rodas de samba pela Madre Deus e arredores), arranjador (Shopping Brazil é quase integralmente arranjado por ele).

O maior acontecimento do ano no cenário musical maranhense passa por ele: o lançamento de seu primeiro disco, “Shopping Brazil”.

Para ávidos ouvidos

Trabalhando com música desde 1972 – quando, ao lado do poeta Viriato Gaspar, obteve o 3º lugar no III Festival da Música Popular do Maranhão, com “Salmo 70” – somente agora Cesar solta a voz num registro fonográfico que, despretensioso, consegue superar as expectativas (e intenções) do próprio compositor.

Nesse pirão musical de farta sustança, que vem acalmar ávidos ouvidos, sedentos e com fome – aqui, longe do zero – de boa música, o compositor envolve ingredientes como choro [Ray-ban], samba [Vestindo a zebra], boi-de-zabumba [Mutuca], xote [Xaveco], hip-hop [a faixa-título], coco [Parangolé], D. Elza do Caroço de Tutóia [em “Areia Branca”, vinheta reproduzida no disco], D. Teté do Cacuriá [que participa em “Parangolé” e canta uma ladainha em latim, repescada por Cesar na obra do compositor Antonio Rayol], mestre Filipe do Tambor de Crioula [na vinheta “Vila de São Vicente], o mestre pregoeiro Antonio Vieira [que divide os vocais com Cesar e d. Teté em “Parangolé”], João Pedro Borges[que arranja e toca violão em “Flor do Mal”], e diversos outros temperos que, se ali não são “visivelmente audíveis”, podem ser notados por influenciarem a cabeça de Cesar, esse inteligente liquidificador que agora nos entrega pronto um trabalho maravilhoso, para que escutemos, reciclando a alma.

doze de abril de dois mil e seis, quinze horas e dezessete minutos

no jornalismo, só não acredite em uma coisa: prazo.

zema ribeiro

Diário Cultural de ontem, domingo, 9 de abril

Abaixo, o Diário Cultural de ontem, publicado com algumas falhas nossas e algumas do Diário da Manhã. Explico: estava eu escrevendo o texto, quando bateram a vassoura na tomada do computador; aí, quando o reiniciei, o word pediu que eu salvasse o arquivo para não perder informações, o que fiz; pedi para “salvar como” na área de trabalho, sem perder nada; daí fiz a revisão, acrescentei uma coisa aqui, tirei outra ali. Na hora de copiar o arquivo em disquete para levar ao jornal (estou sem internet em casa), botei o arquivo velho, que foi com algumas informações a menos. A falha do DM: o texto foi feito para ser página inteira, com fotos de Hilda Hilst e Sérgio Sampaio, e reproduções das capas dos discos [disponíveis no fotoblogue]; acabou saindo espremido em nosso espaço. Saravá!

Saravá, Malditos Cruéis!

O maranhense Zeca Baleiro inaugura o selo Saravá Discos para lançar projetos especiais e estréia de forma bonita: “Cruel”, disco póstumo do compositor capixaba Sérgio Sampaio, e “Ode Descontínua e Remota Para Flauta e Oboé – de Ariana Para Dionísio”, dez poemas da poetisa paulista Hilda Hilst musicados por ele, fã e amigo dos dois “malditos” que inauguram este selo. De qualidade.

Cruel. Capa. Reprodução
Ode contínua e remota para flauta e oboé – de Ariana para Dionísio. Capa. Reprodução

Nem Sérgio Sampaio nem Hilda Hilst apareciam entre os malditos adorados pelo maldito Zeca Baleiro em sua canção “Maldição”, que encerrava “Vô Imbolá”, seu segundo disco de carreira, onde aparecia “Tem Que Acontecer”, canção do primeiro aqui citado, já gravada pelo maranhense no “Balaio do Sampaio”, em 1998.

A “Maldição” de Zeca Baleiro diz: “o meu coração não quer dinheiro, quer poesia”. Sinceridade comum em sua obra, ele capaz de dar guinadas sem perder o rumo, vide seu último disco.

E por não querer dinheiro, querer poesia, Zeca inventa mais uma: acaba de inaugurar a Saravá Discos, selo dedicado a lançar projetos especiais, como é o caso dos que acabaram de sair do forno, em tiragens de três mil exemplares cada – projetos realmente especiais: “Cruel”, disco póstumo do compositor capixaba Sérgio Sampaio, e “Ode Descontínua e Remota Para Flauta e Oboé – de Ariana Para Dionísio”, poemas de Hilda Hilst musicados por Zeca Baleiro e interpretados por (na ordem do disco) Rita Ribeiro, Verônica Sabino, Maria Bethânia, Jussara Silveira, Ângela Ro Ro, Ná Ozzetti, Zélia Duncan, Olívia Byington, Mônica Salmaso e Ângela Maria.

Cruel

Em 1987, Zeca Baleiro meteu-se a editar uma revista cultural em São Luís do Maranhão. Ele e uma turma: Joãozinho Ribeiro, Henrique Bois, Sérgio Castellani e Solange Bayma. “Umdegrau”, a revista teve apenas um número, que deveria ter saído com uma entrevista com Sérgio Sampaio, com quem Zeca havia topado, ao assistir um show dele. Como o “maldito” de Cachoeiro de Itapemirim – terra de “sua majestade” Roberto Carlos – demorou a respondê-la, a revista saiu assim mesmo e a entrevista permaneceu inédita até agora, resgatada no luxuoso encarte de “Cruel”.

“‘Cruel’ era uma gíria muito usada pelo João [filho de Sérgio Sampaio], que aparece na letra da música, para designar algo bom; tipo, o atacante que fazia muitos gols era ‘cruel’”, explica-nos Sérgio Natureza, parceiro de Sampaio, organizador da homenagem póstuma “Balaio do Sampaio”.

Sérgio Sampaio subiu em 1994, pouco depois de gravar as demos aproveitadas por Baleiro, confiadas a ele pela família do autor de “Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua”. Ao “esqueleto”, voz e violão, deixado por Sérgio, Zeca, que não aparece como instrumentista no disco, acresceu “carne sonora” à altura do que Sampaio vinha fazendo: compondo cada vez melhor.

Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão

O outro lançamento da Saravá Discos é a “Ode Descontínua e Remota Para Flauta e Oboé – De Ariana Para Dionísio”, que traz dez poemas da poetisa paulista Hilda Hilst. Os poemas são do livro “Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão”, no trecho homônimo que batiza o disco.

Com admiração de fã, ao lançar o primeiro disco, “Por Onde Andará Stephen Fry?”, Zeca Baleiro enviou um exemplar do trabalho à poetisa, sem maiores pretensões. Quando o ouviu, ela ligou para o maranhense: “Literatura não dá camisa a ninguém. Quero ser famosa, cansei dessa história de prestígio”, disse, como ele relata no encarte do disco. Dias depois, Baleiro recebeu um disquete com toda a obra poética de Hilda. Nascia ali uma amizade com admiração mútua.

O maranhense começou a pensar e a trabalhar, e antes do falecimento da autora d“A Obscena Senhora D”, em 2004, já havia obtido dela, que ouviu e opinou sobre as canções, o aval para a realização do disco, feito sem pressa, sem exigências contratuais, charme e sinceridade no clima medieval encontrado por Baleiro nos poemas do trecho que dá nome ao biscoito.

Não, não é a estréia musical de Hilda: em 1960 ela foi parceira bissexta do sambista ítalo-paulista Adoniran Barbosa, que compôs algumas poucas músicas inspiradas em versos da autora; no ano seguinte, o músico Gilberto Mendes compôs “Trova I”, inspirada em poema de “Trovas de Muito Amor Para um Amado Senhor”, dela.

Se “literatura não dá camisa a ninguém”, como disse Hilda Hilst, estão aí seus poemas vestidos com a cumplicidade de fã e amigo de Zeca Baleiro pelas vozes de Rita Ribeiro, Verônica Sabino, Maria Bethânia, Jussara Silveira, Ângela Ro Ro, Ná Ozzetti, Zélia Duncan, Olívia Byington, Mônica Salmaso e Ângela Maria. Como diz a Canção V: “e no meu quarto se fez verbo de amor”. Poemúsica. Puro, pura.

Saravá!

Saravá é interjeição de saudação, herdada de escravos. Saravá saúda a boa música brasileira. Ouvidos, ávidos de boa música, saúdam a Saravá. O selo inaugurado por Zeca Baleiro dedica-se a lançar projetos especiais, como é o caso dos dois aqui tratados. Tiragens pequenas registrando obras essenciais, que poderiam ficar esquecidas.

Entre os planos de Baleiro para o selo estão um disco de outro maldito, Walter Franco, um de músicas infantis, um de músicas pornográficas, além do registro de uma pequena parte da obra do falecido compositor maranhense Lopes Bogéa, este último já em andamento. Os discos podem ser comprados através do site do compositor maranhense, http://www.zecabaleiro.com.br

republicando o único texto “novo” que saiu por lá e não tinha sido publicado aqui

a alta biografia de lucas frizzo

[diário cultural de quinta-feira, 6 de abril; reuben e pataugaza, venham “brigar” aqui]

um show de esquisitices mistura personagens reais e imaginários, estrelas e anônimos, anjos e demônios. “uma autobiografia de lucas frizzo” marca a estréia literária do jovem botika, autor carioca de 23 anos, influenciado pelo panamérica de josé agrippino de paula, que este colunista nunca leu.

Uma autobiografia de Lucas Frizzo. Capa. Reprodução

um bukowski brasileiro? talvez seja exagero, mas dados os graus de surrealismo, sexo, álcool e outras drogas e, tirando a pouca idade do moço, talvez a comparação caiba. falo de bernardo botkay, botika para os íntimos, e todo mundo que o lê logo se sente assim, confidente de punhetas e outros crimes (in)confessáveis, em “uma autobiografia de lucas frizzo” (azougue editorial, 2004, r$ 22,00; pedidos nohttp://www.azougue.com.br). [capa no fotoblogue].

as pouco mais de sessenta páginas que compõem a história de botika são um parágrafo só. literatura de fôlego, para citar aqui, outro autor clássico, este, brasileiro: raduan nassar. e o sexo como tema não é mera coincidência, como não são mera coincidência os personagens por lá citados, como ele bem avisa em trecho de panamérica, de josé agrippino de paula, usado como epígrafe: “qualquer semelhança existente entre personagens da presente epopéia e pessoas da vida real, vivas ou já falecidas, não é pura coincidência”.

e estão por lá ayrton senna, pelé, bill gates, thomas edson, malu mader, fernandinho beira-mar e outros tantos personagens improváveis em situações mais improváveis ainda.

escuta só esse trecho aqui: “quando minha mãe dormiu eu fiquei pensando sobre ser mãe e percebi que é uma das posições mais submissas do universo porque as mães são as mulheres mais traídas pelos outros sem dúvida alguma e os filhos passam a maior parte da vida traindo e mentindo para as suas mães e os maridos também e as mães deveriam se vingar se transformando em vampiras ninfomaníacas ou em travestis idolatrados ou em pedaços obscuros de carne podre e envenenada e fétida”. assim mesmo. ou este: “pra mim pm hoje em dia quer dizer pica-mula. se tu vê um sai varado que é fria”. porrada, não?

inventados ou não, os personagens de botika (como aqui são chamados, de botica, ratos miúdos, nada a ver com o escritor) percorrem cenários tão díspares como as ruas de são paulo e rio de janeiro, o céu e o inferno, onde se misturam com anjos, demônios, gênio de lâmpada maravilhosa, jesus cristo (em minúsculas por lá) e o próprio “todo-poderoso”, ele, deus, íntimo do lucas frizzo cujo nome não aparece nessa “autobiografia”. como bem disse o mário bortolotto [link ao lado] sobre o livro: “pra levar no bolso da calça e ignorar o tamanho das filas do banco”.

o autor

nascido em 1982, botika é um carioca ímpar: torce simultaneamente por flamengo e fluminense e quando não está vibrando – de ódio ou por amor? – pelos dois times é vocalista e compositor da banda de rock os outros, da qual este colunista ainda não tinha ouvido falar – nem tocar. “uma autobiografia de lucas frizzo” é sua primeira obra. ele, que agora está escrevendo sua autobiografia não autorizada e se processando por danos morais, deve publicar o segundo livro ainda em 2006.

serviço

o quê: “uma autobiografia de lucas frizzo”, livro
quem: botika
por onde: azougue editorial
quanto: r$ 22,00
onde: no site da editora, http://www.azougue.com.br

Painel “A Produção Científica na Comunicação”

[vim pensando em postar isso cedo; em cima da hora, aí vai: Diário Cultural de hoje]

A partir de uma atividade de sala de aula, alunos do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) organizaram o Painel “A Produção Científica na Comunicação”, que trará dois dias de atividades com professores do curso, nas áreas de jornalismo, radialismo e relações públicas. Com inscrições gratuitas, o evento garantirá certificado aos participantes.

A Produção Científica na Comunicação

Hoje, 4, e amanhã, 5 de abril, às 15h, acontece o Painel “A Produção Científica na Comunicação”, no Auditório Central da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). O evento é uma iniciativa dos estudantes da disciplina Teoria da Comunicação I, ministrada pela professora Zefinha Bentivi e surgiu como atividade de sala de aula, ganhando outra proporção. No Painel, professores das áreas de Jornalismo, Radialismo e Relações Públicas irão expor as tendências em pesquisas em Comunicação com base em suas produções de pós-graduação. As inscrições são gratuitas e os participantes receberão certificado. Mais informações pelos telefones: (98) 3217-8414 (Coordenação do Curso de Comunicação Social da UFMA) e 8814-1502 (Aline Mendes, estudante da disciplina Teoria da Comunicação).

Programação

Hoje, dia 4 de abril, terça-feira
14h30min – Credenciamento (Auditório Central da UFMA)
15h às 15h30min – Solenidade de abertura
15h30min às 16h30min – “A estética na publicidade: relações e interações”, com o Prof. Dr. Silvano Alves Bezerra.
16h45min às 17h45min – “Análise do discurso de companhias publicitárias e últimos trabalhos na área de Educação e Comunicação”, com a Profª. Msc. Rosinete de Jesus Silva Ferreira.
18h às 19h – “Jornalismo, instituição, discurso: a construção de um campo”, com a Profª. Pós-doutora Joanita Mota de Ataíde.

Amanhã, dia 5 de abril, quarta-feira
15h às 16h – “Capas de Jornais: a 1ª imagem e o espaço gráfico visual”, com o Prof. Dr. José de Ribamar Ferreira Jr.
16h15min às 17h15min – “A monitoria na formação do comunicador”, com a Profª. Msc. Luciana Saraiva de Oliveira Jerônimo
17h30min às 18h30min– “Fotojornalismo”, com o Prof. Dr. Silvio Rogério Rocha Castro.

Serviço

O quê: Painel “A Produção Científica na Comunicação”
Quem: professores do curso de Comunicação Social da UFMA
Onde: Auditório Central (UFMA – Campus do Bacanga)
Quando: dias 4 e 5 de abril, às 15h.
Quanto: livre, com direito a certificado.
Maiores informações: (98) 3217-8414 (Coordenação do Curso de Comunicação Social da UFMA) e 8814-1502 (Aline Mendes, estudante da disciplina Teoria da Comunicação).

Pós-Graduação em Gestão Cultural

[release]

Faculdade São Luís
Coordenadoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão
Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão Cultural

Com o objetivo de formar gestores para atuar na área pública, na iniciativa privada ou no terceiro setor, com qualificação técnica adequada para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões, a Faculdade São Luís, em iniciativa pioneira no Estado do Maranhão, abre as inscrições para a primeira turma do Curso de Pós-Graduação em Gestão Cultural. As aulas terão início no próximo dia 10 de maio, e as reservas de vagas devem ser feitas na própria Coordenadoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão – Unidade Renascença, Rua das Andirobas, 26, Renascença, ou pelo telefone 3213-8924 (com Tatiana). Por se tratar da primeira e única turma prevista para este período, o número de vagas é limitado, sendo que muitas instituições já manifestaram interesses em garantir inscrições para os seu corpo funcional, como é o caso da Secretaria de Estado da Cultura, da Fundação Municipal de Cultura, SEBRAE/MA, SENAC, APCEF, além de diversos graduados, egressos das instituições de ensino superior localizadas em nosso Estado.

Do Corpo Docente: O corpo docente é formado por professores especialistas, mestres e doutores da Faculdade São Luís, e convidados de respeitáveis instituições de ensino e assessoria na área cultural, como Faculdade Metodista de São Paulo, Instituto Pólis, Fundação João Pinheiro (MG), etc.

Da Coordenação: A Coordenação do Curso será exercida pelo Professor João Batista Ribeiro Filho (Joãozinho Ribeiro).

Do Certificado: Fará jus ao certificado de Pós-Graduação Lato Sensu – Especialização em Gestão Cultural – o aluno que concluir as exigências dos módulos e seminários e for aprovado no Trabalho de Conclusão do Curso (TCC).

Informações Complementares: Horário: 4ª, 5ª e 6ª, das 19h às 22h30min; sábado, das 8h às 12h. Duração: 12 meses. Carga Horária e estrutura do Curso: 360 h/a organizadas em 20 módulos, sendo três destes módulos em forma de seminários.

Em resposta à Piada

João Ribeiro garante que a cultura num possível governo Jackson Lago será uma forma de ampliar o social. Difícil de acreditar, levando-se em conta quem proclama isso. Joãozinho foi secretário de cultura na administração municipal de Jackson Lago, em 1996, se a memória não me engana. Nada disso ocorreu. Foi uma administração cultural pífia. A não ser que o social tenha sido o emprego da irmã no setor… financeiro.

Com o título “Piada”, a nota acima foi publicada na coluna de Roberto Kenard, fundador e diretor de redação do jornal Diário da Manhã, onde este blogueiro escreve, como é do conhecimento de vocês, na coluna Diário Cultural, aos domingos, terças e quintas-feiras. Sabedor do equívoco cometido pelo jornalista em sua nota, reservamos o espaço de nossa coluna de ontem à resposta de Joãozinho Ribeiro, que, como já dito aqui, está trabalhando para publicar sua Paisagem Feita de Tempo, longo poema escrito por ele há vinte anos. 

Interrompemos nossa programação. Por uma boa causa. Parte II

[Diário Cultural de ontem, 2 de abril, domingo]

No último dia de março, a coluna do jornalista Roberto Kenard, fundador e diretor de redação deste veículo, trazia nota equivocada acerca da gestão de Joãozinho Ribeiro à frente da Fundação Municipal de Cultura da capital maranhense. Dado o tema, reservo o espaço de hoje à resposta dele, a seguir.

Resposta

Retornei, nesta quinta-feira, 30 de março, a São Luís, após participar, na condição de convidado, de uma oficina preparatória do II Seminário de Políticas Públicas para as Culturas Populares, durante três dias, na cidade do Rio de Janeiro; oficina promovida pelo Ministério da Cultura, mais precisamente pela Secretaria de Identidade e Diversidade Cultural, da qual é titular o ator Sérgio Mamberti.

De todo o Brasil, somente 34 pessoas foram escolhidas, obedecendo ao critério de articuladores culturais, pesquisadores, gestores públicos e participantes de instituições da sociedade civil, com destaque para as participações nos movimentos culturais. O II Seminário de Políticas Públicas para as Culturas Populares acontecerá em setembro próximo, de 14 a 17, na cidade de Brasília (DF), juntamente com a realização do maior evento da área em 2006, que é o I Seminário Latino Americano de Culturas Populares.

Informado por um amigo de que este respeitável jornal, em sua edição de sexta-feira passada, dia 31 de março, divulgou comentários sobre minha atuação à frente da Fundação Municipal de Cultura, quando desta fui titular por breve espaço de tempo (janeiro de 1997 a julho de 1998), li a nota atentamente e gostaria de exercer o direito de esclarecer alguns equívocos que considero importantes para restaurar a realidade dos fatos:

a) daquela época, ainda remontam todos os instrumentos jurídicos necessários à implantação de um Sistema Municipal de Cultura e imprescindíveis para a gestão pública da cultura na esfera municipal: Lei de Incentivo Fiscal à Cultura, Conselho Municipal de Cultura, Fundo de Revitalização e Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de São Luís, todos exigidos atualmente pelos requisitos estatuídos pela Emenda Constitucional nº 48, que criou o Plano Nacional de Cultura (promulgada em agosto de 2005);

b) desta referida época, além da instalação do Circo da Cidade, hoje um importantíssimo espaço cultural da capital maranhense, também procede uma das maiores experiências deste campo, que é o Fórum Municipal de Cultura, que em 2007 completa exatos 10 anos. Este espaço de debates tem sido responsável pela formulação e realização de expressivos momentos da vida cultural da cidade e do Estado, tendo contribuído com vários eventos que trouxeram para o município figuras ímpares da cultura brasileira, e decisivamente com a realização das primeiras Conferências de Cultura, Municipais, Estadual e Nacional, realizadas no ano passado. Hoje o Fórum é referência nacional, sendo sempre convidado para seminários, encontros e conferências locais (mestrado em políticas públicas da UFMA, Encontro de História das Mídias, Fórum de Desenvolvimento Municipal Sustentável, Plano Diretor, etc.), assim como para eventos de caráter nacional e internacional (Fórum Pan-Amazônico, Fórum Social Mundial, Encontro de Cultura das Cidades, I Seminário de Políticas Públicas para a Cultura Popular, Fórum Nacional de Conselhos Estaduais de Cultura, etc.);

c) com relação à referência à (im)possível nomeação da minha irmã para o setor financeiro da FUNC, é bom que se tenha um pouco de zelo por estas afirmações e principalmente com as pessoas, pois a única irmã que tenho é a Drª Graça Reis Lopes, ilustre representante da classe médica maranhense, onde há mais de 25 anos exerce sua profissão de oncologista, alvo da minha admiração e da de inúmeras famílias que têm submetido seus entes queridos aos seus cuidados;

d) quanto aos “resultados pífios” da minha administração, creio que a melhor resposta quem tem dado é a história resultante deste período, que culmina com a atribuição de vários prêmios e manifestações de reconhecimento que tenho recebido do movimento cultural de São Luís, de vários outros municípios do Estado e até de caráter nacional e internacional (faço parte da coordenação do Fórum Intermunicipal de Cultura e da Rede Mundial de Artistas em Aliança por um Mundo Responsável e Solidário, com sede em Paris). Atualmente participo intensamente da vida cultural do país, do Estado e da minha Cidade, mesmo sem possuir nenhum cargo público ou mandato político, reconhecido como uma referência na discussão da gestão pública da cultura, e atuando como consultor para o assunto, muito demandado por expressivas instituições públicas e privadas do país (Ministério da Cultura, Instituto Pólis, Prefeituras Municipais, Universidades, etc.).

Pelos motivos expostos, creio que este prestigiado órgão de imprensa fará jus a um dos direitos mais legítimos e fundamentais, consagrado por nossa Carta Magna, que é a liberdade de imprensa, publicando estas minhas breves considerações, que não desejo ver transformadas em infrutíferas e desnecessárias polêmicas. Como modesta sugestão, gostaria que este Diário abrisse, sim, as suas páginas para um necessário e decente debate sobre a agenda da cultura dos atuais postulantes ao cargo de governante do Estado do Maranhão.

Joãozinho Ribeiro

[nota minha: acato a sugestão de Joãozinho com relação ao debate]

agônico canto pela agonia dela

pr’ocê, amor

por tudo; embora você mereça – sempre – bem mais que um poema

olho pra teu rosto
e vejo nele uma agonia
– cansaço, stress, sono –
e sinto nele um abandono
– de mim –
à míngua
dum dia
sem graça.

quero a tua língua,
passa ela em mim
feito faca quente
me fere!

olho pra teu rosto
e não vejo sorriso.
é impossível ser feliz o tempo todo.

pingos de chuva me tomam
as lentes dos óculos.

nossas mãos nos levam
ao posto de táxi,
onde embarcas para um ciao que,
apesar de corriqueiro,
sempre me entristece.

água de chuva e a fétida água que transborda dos esgotos estourados
tomam conta de meus pés, numa sandália de couro, aberta.

tomo tua boca num beijo de breve despedida
– intervalo máximo: 24h –
e, sôfrego, te beijo já sentindo saudades.

é agüentar até mais,
enquanto te perturbo a paciência com mensagens ao celular e telefonemas.
é esperar que amanhã seja somente alegria.
é esperar o dia de ser feliz pra sempre.

zema ribeiro
são luís do maranhão, último dia de março de dois mil e seis