não sei onde ouvi, há tempos, alguém (e devia ser um professor de português ou coisa que o valha) dizer que “detalhes” (roberto carlos & erasmo também) é “a canção mais bonita já escrita em língua portuguesa”. embora eu até faça isso às vezes (de dizer que algo ou alguém é o maior e/ou melhor), e sei que faço bastante, é uma tremenda bobagem. num universo tão grande musicalmente falando (digo, nosso quintal, o país), é praticamente impossível definir se esta ou aquela é a música mais bonita já escrita em língua portuguesa, ou no brasil etc.
bom, acabo de enviar uma resenha de “um pé no mato um pé no rock“, dvd/cd de zé geraldo para um matutino ludovicense, cujo nome não direi (ainda). só mandei o e-mail, sem fazer nenhum contato telefônico e/ou pessoal com alguém de lá. não sei (ainda) se será (ou não) publicado. um aperitivo aos leitores deste blogue, a letra (que, por exemplo, acho bem mais bonita que “detalhes”, se é que é possível comparar) de “semente de tudo“, do mineiro autor de “senhorita“, que como digo em meu texto (e aqui, outro aperitivinho), “canção adotada por onze entre dez seresteiros do país, em discos, shows, botequins e similares espalhados pelo brasil“:
eu sou o atalho de todas as grandes
estradas por onde passei
das vilas pequenas cidades
por onde andei
herança de casos passados
migalhas do pão consumido
eu sou a metade de tudo
que você tem sido
nas ruas num sol de dezembro
eu sou o farol e a contra mão
da flor que carregas no peito
simples botão
sou parte maior desse germe
que prolifera e contamina
querendo construir morada
em você menina
doce menina
eu sou uma parte do pó
que compõe a estrada de terra
você é a água cristalina
lá no pé da serra
retalhos de noites vividas
num albergue, pensão, motel
mostrando caminho seguro
um jeito de céu
eu sou uma parte da noite
que entra no dia
no alvorecer
você é a semente de tudo
eu vivo a partir de você

http://www.videolog.tv/video?136351>>http://www.youtube.com/watch?v=Hr_tk9A23y4