o termo economia solidária se refere a um conjunto de organizações de produtores, consumidores, poupadores e trabalhadores em geral que se distinguem por algumas características fundamentais: organizam-se de forma coletiva e democrática, estimulando a autogestão, a solidariedade e a cooperação entre seus membros. estabelecem relações de colaboração solidária com outras organizações e com a população em geral, colocando a satisfação plena das necessidades de todos como centro e fim da atividade econômica. buscam uma relação de intercâmbio respeitoso com a natureza.
a economia popular solidária se apresenta como uma alternativa para milhares de pessoas que, sozinhas, não conseguiriam enfrentar o mercado capitalista. mas não é só isso. a eps também é uma maneira de se opor a esse sistema competitivo e excludente, que é fundamentado no individualismo e na livre concorrência sem princípios. onde existem sempre os dominados e os dominadores. nos países com uma grande desigualdade social, como o brasil, as injustiças conseguem ser ainda maiores. para as pessoas que têm pouco poder aquisitivo, é difícil o acesso a direitos que são básicos: o direito à água e à terra para plantar são alguns deles. ao mesmo tempo, o que se vê são grandes empresários e grandes fazendeiros devastando milhares de hectares de terra, poluindo o meio-ambiente e o ar que respiramos.
a proposta da eps é que ao invés de esperar medidas paliativas ou políticas compensatórias, os movimentos populares, as cooperativas, as associações, os grupos populares, ongs e outras entidades devem se unir para defender e criar um mundo mais justo. com tantas necessidades e desejos, a população pode e precisa participar de uma organização societária diferente, onde todos possam fazer valer a sua voz.
bonito, não? utopia? não. o texto acima (grifos meus) está num folder distribuído pela cáritas brasileira regional maranhão (uma das entidades-membro do fórum estadual de economia solidária) por ocasião da realização, em são luís, da primeira feira de economia solidária do maranhão, realizada na praia grande, entre os últimos dias 30 de novembro e 2 de dezembro.
as fotos acima, registradas pelas lentes míopes do blogueiro torto que vos perturba, mostram, na prática, um pouco desta realidade, digo, as possibilidades (possíveis, sim, redunde-se, frise-se) descritas no texto acima, em itálico. além da “responsabilidade social” (para usar um termo “da moda”) dos “empreendimentos” (para usar outro termo “da hora”), há vantagens nos preços praticados, entre outros aspectos (para não repetir “vantagens”, ops, repeti).
transeuntes maravilhados com a idéia perguntavam a um dos organizadores: “vai ser semanal?”, “quando é que vai ter outra?” e similares. desconheciam eles (os transeuntes) as dificuldades para o bel(íssim)o resultado final, digo, a feira. aqui, os parabéns deste blogueiro aos organizadores do evento de sucesso.
uma pena a maioria dos jornais (até onde pude acompanhar) ter publicado (quase que) apenas coisas do tipo “governador participa da abertura da feira de economia solidária”.
é muito mais que isso.





