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MPB sem prazo de validade

Letrista habilidoso, musicista idem, Adolar Marin lança seu segundo disco, “Atemporal”.

por Zema Ribeiro *

O batismo de um disco com tal título pode soar pretensioso, mas “Atemporal[independente, 2006, R$ 20,00], de Adolar Marin parece ter vindo para ficar. Se você não ouvi-lo nas rádios, não se culpe: problema delas. Se o pior cego, blá blá blá, o pior surdo é aquele que não quer ouvir.

Adolar é mais um – mas não apenas mais um – artista brasileiro saído da noite, leia-se: o homem tocava em barzinhos. Mas não se preocupava apenas em recolher o couvert e está tudo muito bem. Não. Foi ele um dos primeiros administradores da Rede Solidária da Música Brasileira, organização não-governamental atuante que promove, via internet, a troca de informações entre músicos. E tudo ao mesmo tempo, Adolar seguiu, sem adular ninguém, tocando em espaços culturais vários e festivais, Brasil afora. É como canta em “Sobre algumas coisas”: “eu não vim pedir a bênção, eu não vim pedir aval / eu não vim pedir licença”.

Atemporal” é um disco de emepebê – ou do que se convencionou chamar de –, e passeia pelos vários ritmos/estilos que o rótulo – limitador, como qualquer um – permite. Reggae, valsa, choro, xote, as fontes em que o compositor/cantor/instrumentista (se) (em)bebeu. Dominguinhos e Virgínia Rosa estão entre os convidados que abrilhantam este segundo disco de Adolar Marin.

Interessante letrista, o compositor – sozinho ou em parceria – assina 14 das 15 faixas do álbum. Charme na emepebê, aqui sem prazo de validade. Se a beleza é efêmera, “Atemporal” é uma exceção à regra.

* correspondente para o Maranhão do site Overmundo, escreve no blogue http://zemaribeiro.blogspot.com

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