do anil ao de janeiro

[primeira classe, jp turismo, jornal pequeno, hoje]


Negoka’apor grava disco de estréia e parte para o Rio: quiçá assim torne-se mais conhecida por aqui.

por Zema Ribeiro*

A Negoka’apor – outrora Som do Mangue – é dos poucos grupos que chegam ao disco de estréia já com o repertório que o compõe, conhecidíssimo – ao menos de seu fiel séqüito de fãs. Além de todas as outras – mais ou menos – conhecidas, quem aí não lembra do hit “Maria de Jesus”, que, em outra gravação (uma demo) invadiu as ondas da Rádio Universidade FM no começo do século?

Merecidamente, Negoka’apor [Plano Fonográfico da Secretaria de Estado da Cultura, 2006, R$ 15,00, à venda na Livraria Poeme-se], o homônimo disco de estréia da turma de Beto Ehongue recebeu os prêmios de melhor projeto gráfico [Joacy Jamys, infelizmente, não teve tempo de festejar], melhor disco pop e melhor música pop [“O encontro de Chico Mendes e Lampião no dia de São Sebastião”]. No dia de São Sebastião, a propósito, a banda realizou seu último show por estas plagas [“O Mar corre pro Rio”, Chez Moi (Praia Grande), dia 20/1]: os maranhenses rumam ao Rio de Janeiro em busca de um muito merecido “lugar ao sol”.

O som da Negoka’apor talvez evoque comparações (desnecessárias) – principalmente com a turma pernambucana do manguebeat, o que não ofende nem um nem outro pedaço da região Nordeste. Tanto lá, como cá, une-se música (dançante) e letras (inteligentes) para se fazer denúncia social através da arte.

Sobre as faixas do disco, o poeta e jornalista Eduardo Júlio – como este aprendiz, um fiel seguidor da banda – vaticina, no texto do encarte: “serão clássicas num futuro próximo”. Contesto: já são. E “Nordeste” ficou de fora.

Sucesso aos negros-brancos-índios do Maranhão! Como apregoa um famoso armazém: em qualquer lugar!

*correspondente para o Maranhão do site Overmundo, escreve no blogue http://zemaribeiro.blogspot.com

diga lá! não precisa concordar com o blogue. comentários grosseiros e/ou anônimos serão apagados