no alternativo, ontem

Maria Preá estréia em CD com roteiro maranhense

Zema Ribeiro
Especial para O Estado

Laeticia Madsen nasceu em Minas Gerais. Mas é maranhense. Morou em diversos lugares do Brasil. E tem uma banda. Ou melhor: um bando. O bando de Maria Preá, sua banda. Maria Preá gravou um disco: Avesso (Elo Music/Tratore, 2007, R$ 22,00), sua estréia. Nasceu Maria Preá, contradizendo o dito popular maranhense, nordestino, “morreu maria preá”. “Tá resolvido” é “tradução” possível. E Maria Preá passeia com força pelo Maranhão, uma escapada para a capital federal do vôo da Juriti do Liga-Tripa aqui, outra para o mineiro Caxangá de Milton Nascimento ali.

Em dez faixas, os nomes de João do Vale (Carcará), Dibell (Vidente), Sérgio Habibe (Ponteira), Cesar Teixeira (A volta de Lampião), Josias Sobrinho (Circo dos horrores) e a parceria de Tácito Borralho, Cláudio Silva e Negreiros Xavier (Guenta touro), além de pontos de tambor de mina, recolhidos, de domínio público (Tambor de mina e Ponto pro Caboclo Sete Flechas).

Se ninguém bota defeito no time de compositores, idem no de instrumentistas: Webster Santos (guitarra e violão), André Magalhães (teclados e produção, com Laeticia), Gerson da Conceição (contrabaixo e guitarra), Swamy Jr. (violão), César Peixinho (percussão), Celso Marques (flauta), Gigi Magno (contrabaixo) e Thomas Roher (rabeca), entre outros.

Avesso é um disco quase genuinamente maranhense, com músicas que poderiam/deveriam (já) ser clássicas e, no entanto, ainda não são conhecidas da maneira que merecem. É esta a conta que Laeticia Madsen assume – mesmo não sendo dela – e quer pagar.

O caos, a inversão de valores do mundo contemporâneo e a falta de moral e ética de nosso tempo explicam o título do disco. Talvez isso explique o porquê de muita gente estar ouvindo essas canções pela primeira vez com a Maria Preá, isto é, não conhecer a maioria das já gravadas em outras versões e, no entanto, ouvir/ter ouvido tanta porcaria neste mesmo caos do mundo. Mas esta é uma outra discussão. Gracias, bando!

2 respostas para “no alternativo, ontem”

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