lei de murphy

(ou: nada está tão ruim que não possa piorar)

sério: isso que está aí dentro dos parênteses é a mais pura verdade.

ao ler, ontem, a edição de sexta-feira passada do jornal extra (vide post anterior), pensei que tínhamos atingido o grau máximo da escatologia jornalística. nada…

abaixo, capa de hoje (8) do jornal o estado do maranhão. isso é foto para capa de jornal? impublicável, mesmo no miolo. “é o que vende!”. sem essa, meus caros.

confesso: eu mesmo fiquei em dúvida se devia ou não (re-)publicar isso aqui no blogue.

(acho que) famílias de gente exposta assim deveriam procurar as vias legais para serem indenizadas. nem mortas as pessoas podem ter (um pouco de) dignidade? pelamordedeus, caros colegas jornalistas!

fazendo (mais) jus aos parênteses, vi, por coincidência pura, o imparcial (capa de hoje, abaixo) depois de ter visto o estado. realmente: nada está tão ruim que não possa piorar.

tiro no coco e outras “tosquices”


sobre o nome do jornal, o slogan inventado pela prefeitura de são luís para combater a poluição com que a cidade sofre via panfletos de propaganda, parece avisar/implorar: “não jogue o jornal no lixo”. mas é lá que ele cabe.

abaixo, exemplos de um tosco jornalismo. é, não dá para negar: a turma tem estilo.


acho que comentários são desnecessários, não é? sim, você já viu isso por aqui. essa do “coco” é chamada de capa da edição de sexta-feira, 4. todos os outros exemplos do post são da mesma edição. extra: o “jornal” que não espera pelas sextas-feiras 13 para um show de horror. todo dia é dia, toda hora é hora…


juliana paes na capa não é nada. aguardem!


sem comentários.


“rebentador”, pasmem, no caso, é o namorado da atriz, isto é, “o que rebenta”, vocês entenderam (?). mais à direita na foto (vocês não vêem), em pedaço editado (cortado) por este blogue, seus peitos e pêlos (vocês entenderam).


na última página, “a” coco “da” empresário anunciado “no” primeira página.


notem o destacado: eram os objetivos gerais ou os específicos?

*

dedico este post a valêncio xavier (que sabe o que fazer com “cagadas jornalísticas”) e bruno azevedo (que, salvo melhor juízo, estuda-as).

*

2008: tente! invente! faça um jornalismo diferente!

tiro no coco e outras "tosquices"


sobre o nome do jornal, o slogan inventado pela prefeitura de são luís para combater a poluição com que a cidade sofre via panfletos de propaganda, parece avisar/implorar: “não jogue o jornal no lixo”. mas é lá que ele cabe.

abaixo, exemplos de um tosco jornalismo. é, não dá para negar: a turma tem estilo.


acho que comentários são desnecessários, não é? sim, você já viu isso por aqui. essa do “coco” é chamada de capa da edição de sexta-feira, 4. todos os outros exemplos do post são da mesma edição. extra: o “jornal” que não espera pelas sextas-feiras 13 para um show de horror. todo dia é dia, toda hora é hora…


juliana paes na capa não é nada. aguardem!


sem comentários.


“rebentador”, pasmem, no caso, é o namorado da atriz, isto é, “o que rebenta”, vocês entenderam (?). mais à direita na foto (vocês não vêem), em pedaço editado (cortado) por este blogue, seus peitos e pêlos (vocês entenderam).


na última página, “a” coco “da” empresário anunciado “no” primeira página.


notem o destacado: eram os objetivos gerais ou os específicos?

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dedico este post a valêncio xavier (que sabe o que fazer com “cagadas jornalísticas”) e bruno azevedo (que, salvo melhor juízo, estuda-as).

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2008: tente! invente! faça um jornalismo diferente!

risos, músicas e mais


mazzaropi em imagem “pescada” do link que deixo abaixo.

ele é o cara!

tenho rido um bocado vendo seus filmes, reeditados em dvd e comprados por, em média, r$ 9,99 (entre as lojas americanas e o hiper bom preço). é recomendável um pouco de paciência para procurar os títulos em meio ao caos generalizado que são as bandejas de promoções dessas lojas.

vale a pena: é belíssima a música de radamés gnattali em “sai da frente” (1952); é impagável ouvir (e ver) elza soares, pery ribeiro e miltinho soltando as vozes em “o vendedor de lingüiça” (1962); são hilárias as falas do professor pancrácio (adoniran barbosa) em “candinho” (1953): quando queria dizer “com certeza” (ou algo que o valha) o professor dizia “sem-duvidamente”. o próprio mazzaropi também cantava, além de fazer rir: “o lamparina” (1964) é um ótimo exemplo.

ainda há mazzaropis por ver. vou nessa! por enquanto deixo este link, onde vocês podem sacar um pouco mais sobre “o cara” e saber de toda sua filmografia, em parte restaurada em dvd, em parte disponível nas lojas acima pelos preços acima.

boas risadas!

amanhã, 3 (tá, eu sei que amanhã é 4)

sempre acho que aqui pode ser melhor. aqui, são luís, aqui, o maranhão. procuro fazer minha parte. se tenho tido sucesso, sinceramente não sei. nem acho que eu mesmo seja a melhor pessoa para avaliar.

não gosto de ver pessoas chorando. não gosto de ver pessoas chorando pelos cantos dizendo que não acontece nada aqui, que aqui é o fim do mundo, que aqui é o cu do mundo, que aqui é isso ou aquilo. também não gosto da agressividade gratuita dos que pensam isso e não respeitam quem pensa o contrário. gente assim devia ir embora de vez. ruim aqui? procura outro canto, porra!

confesso: vendo gente querida como paulo scott, ronaldo bressane, marcelo montenegro, xico sá, joca terron e outros, fazendo os populares, os ruídos, enfim, zoadas com música & poesia, penso que isso também podia acontecer por aqui.

nem por isso saio por aí, são luís não presta, os poetas daqui são mortos e o blá blá blá todo, ao longo deste post e além, que tanto se ouve por aí. ao contrário: bato palmas e aperto as mãos (ao menos virtualmente) da turma do sul-maravilha, esperando que (ess)as coisas façam eco por aqui.

não: isso não é um elogio ou tributo ao chinfrim. ou à longa espera que, por vezes, temos que amargar até que aquele filme da hora chegue por aqui. ou aquele disco, ou aquele livro…

bom, amanhã tem zoada: o queridamigo cb, lúcia santos (amanhã a gente se acerta, querida!) e rafael agra (músico paulista que eu ainda não conheço) fazem uma orgia (conforme indica o cartaz, abaixo) poético-musical n’o 31.

é tudo o que sei e tudo que tenho. não tenho mais detalhes, nem sei o que vai rolar, de fato. vou lá descobrir. ‘bóra?

feliz dois mil e oito!

[…]

tarso [de castro] – você não precisa se preocupar com esse negócio de se identificar ou não que todo mundo sabe que você é bicha, rogério.

rogério [sganzerla] – a única coisa que não me chamaram até hoje foi de bicha porque o resto tudo já me chamaram. mau-caráter, pichador.

tarso – eu digo por experiência própria, rogério, que você chega lá. porque eu entrei nessa firme.

jaguar – rogério, e esta cabeleira parecida com a do tarso, como é que é?

rogério – essa cabeleira é o lado da concessão voluntária. é o lado sórdido da recauchutagem. eu fui uma pessoa recauchutada pela helena. eu acho uma falta de personalidade total e ao mesmo tempo de uma grande grandeza.

jaguar – quer dizer que quando ela te conheceu você tinha um cabelo príncipe danilo e tal.

helena [ignez] – tinha um cabelo maracanã, se vestia muito mal. então nós fomos a nova york, compramos roupas fantásticas no greenwich village. penteei rogério. eu acho fantástico. um homem inteiramente sem personalidade na vida familiar e aquela pessoa ótima jogada pra fora. acho genial.

[…]

tarso – você não tem certo domínio sobre o rogério?

helena – domínio nessas coisas que eu acho maravilhosas. a roupa, o cabelo, a paginação total. isso é uma graça enorme pra mim e pra ele. acho maravilhoso o rogério perguntar no restaurante: “o que é que eu vou comer?” isso é maravilhoso, porque é ele que está dizendo isso. é um cara que rompeu com todos os esquemas que eu conheço e me pergunta o que vai comer. pergunta à mulher amada o que vai comer. eu acho fantástico ele perguntar: “helena, que camisa eu vou botar?” “eu quero comer carne ou peixe?” essa dependência total que rogério tem de mim é absolutamente maravilhosa. porque é radical e total.

[…]

@

acima, capa do volume de “encontros” dedicado ao cineasta rogério sganzerla (1946-2004), de “o bandido da luz vermelha” e “a mulher de todos”, entre outros. um pouco abaixo, mas ainda acima, trecho da entrevista que ele e a atriz helena ignez (sua esposa) deram ao pasquim (um timaço: sérgio cabral, millôr fernandes, jaguar, fortuna, paulo francis e tarso de castro) em 5 de fevereiro de 1970 (informações do volume).

encontros – rogério sganzerla” [205 páginas, r$ 19,90, no site da editora] tem organização de roberta canuto e foi publicado pela azougue editorial.

duas coisas me motivaram a escolher este trecho da entrevista: primeiro, a “agressiva” intimidade entre entrevistadores e entrevistados; segundo, parece comigo, tanto do lado dos primeiros (é, por exemplo, o tipo de entrevista que eu gostaria de fazer, mas que, fora do blogue, não tem espaço) como do dos segundos.

há muito mais no simpático volume, cujo retrato que ilustra este post foi feito por mim, com um marca-página da athenas dentro, embora eu tenha comprado o livro pelo site da editora.

confesso: apesar do “cenas marginais“, do flávio reis, nunca tinha lido (nem visto) nada do sganzerla. depois da volta do marcelo montenegro à blogosfera (para mim, no caso, uma estréia), foi que li algum comentário dele sobre o cineasta, o volume de entrevistas etc., e comprei. e pelo trato que a azougue dá aos trabalhos que publica, já desejo outros, entre lançados (além de sganzerla, já estão disponíveis os volumes de darcy ribeiro, jorge mautner, milton santos e vinicius de moraes) e por lançar (antonio risério, florestan fernandes, gilberto gil, roberto piva, ruy guerra e zé celso martinez corrêa, entre outros).

l(v)endo a metralhadora verbal de sganzerla apontando para tudo e todos, com vinte, 20 e poucos anos, impossível não lembrar também de reuben, que em breve parte para a terra do autor de “por um cinema sem limite“, publicado pela mesma editora em 2001.

2008 começou agora, portanto há muito pela frente. um feliz ano novo pra todos!