uivos

cachorros latindo longe, como na música de josias sobrinho. menos melodiosos, os latidos me deixam irritado. apesar de tudo, procuro manter a paciência. aliás, tudo o que tenho, quase um monge, de tanta.

mais longe que os cachorros, mano reuben me manda um e-mail intitulado “ginsberg zen”, fruto de uma madrugada insone, com duas traduções do autor de “uivo”. leiam abaixo.

*

———- Forwarded message ———-
From: reuben ! <reubencr@gmail.com>
Date: 01/04/2008 02:14
Subject: Ginsberg Zen
To: reubencr@gmail.com

Queridos,
Duas traduções recentes do Ginsberg,
poemas de pegada mais tranqüila,
mas nem por isso com menos pegada.
Espero que estejam bem,
r.

Guru

É a lua que desaparece
A estrela que se esconde, não eu
A Cidade que se apaga, eu permaneço
com meus sapatos esquecidos
minhas meias invisíveis
É a batida de um sino

Florianópolis, Março 2008

Guru

It is the moon that disappears
It is the stars that hide not I
It’s the City that vanishes, I stay
with my forgotten shoes,
my invisible stocking
It is the call of a bell

Primrose Hill, May 1965

Vila em Teton

Montanhas nevadas
vistas pelas asas
da mosca na vidraça

1 de Abril, 2008

Teton Village

Snow mountains fields
seen thru transparent wings
of a fly on the windowpane

November 29, 1973

*

um cabra bom, com o que dizer (mesmo quando por bocas ou dedos alheios, como eu acho que já escrevi por aqui). jéssica já voltou, reuben. agora é a sua vez!

diga lá! não precisa concordar com o blogue. comentários grosseiros e/ou anônimos serão apagados