(ou: ainda guardanapos)
bar. noite. três cervejas enxutas. na quarta, o peixe frito chega, junto aos apetrechos: vinagrete, farofa, pimenta. e guardanapos.
homem: “não posso ver guardanapos…”
mulher: “por que?”
homem: “me dá vontade de te escrever um poema”
mulher, irônica: “tá! vou fingir que acredito…”
homem: “é verdade! embora tu ache uma merda o último que te fiz…”
silêncio da mulher.
homem: “acho que tu não gostou e jogou fora”
a mulher permanece em silêncio enquanto mexe na bolsa, de onde tira sua carteira, que abre, mostrando o poema guardado.
*
anotado em horrenda caligrafia num guardanapo na noite de ontem.
