Se você, por um motivo ou outro, não ouviu o Chorinhos e Chorões de domingo (11), dia das mães, uma chance mais, mas não a última: o Choro Pungado disponibilizou (para audição e/ou download) três faixas do primeiro demo no Myspace do grupo. São elas: Vim de lá (João Neto) Choro pro Guinga (Luiz Jr.) e uma releitura para As “perigosa” (Josias Sobrinho). Ouviu? Diz aí o que ‘cê achou…
choro pungado
[eu e ricarte fizemos o texto abaixo para o encarte do cd-demo do grupo choro pungado. amanhã no chorinhos e chorões, o embaixador apresenta as cinco faixas do registro. em breve, o quinteto deverá estar no myspace. mais detalhes dou depois]
Nasceu, já traz em si a carga da mistura, a influência dos genes. Assim aconteceu com o choro, fusão de Europa, África e Brasil, para a construção do mais brasileiro de todos os gêneros musicais. Embora o choro seja, além de um gênero, uma maneira de tocar.
Da fusão do choro – ou da maneira “chorona” de tocar – com os ritmos da cultura popular maranhense, inegavelmente das mais ricas do país, nasce o Choro Pungado, cujo nome já traduz suas intenções e feitos. A “punga” é a umbigada, saudação que, no tambor de crioula, representa um convite para que se adentre a roda.
João Neto (flauta), Luiz Cláudio (percussão), Luiz Jr. (violões de seis e sete cordas e viola), Robertinho Chinês (bandolim e cavaquinho) e Rui Mário (sanfona) dão o ponto certo do tempero algo inclassificável que da soma de ingredientes surge uma nova receita, difícil de enquadrar neste ou naquele rótulo.
A partir das movimentações do Projeto Clube do Choro Recebe, que além de apresentações musicais semanais tem provocado diálogos, fusões e o surgimento de novos grupos, novos instrumentistas, aparece este Choro Pungado, cuja tradução sonora é a herança ancestral de diversos nomes de nossa música – que não cabem ser citados apenas para não corrermos o risco de esquecer alguém, são tantos –, que já traziam suas obras impregnadas da verve chorística, aliando tradição e modernidade, sem que um se sobreponha ou silencie ao outro.
Universal sem sair do terreiro, em doses na medida, inspirando as notas sóbrias, certeiras, bêbadas de sentimento, embriagadas de emoção. O tambor mais bem tocado do mundo está dentro do seu próprio peito, embora careça de inspiração. Choro Pungado, impregnado de tudo, da beleza de tudo, a música do mundo.
Ricarte Almeida Santos e Zema Ribeiro
“jornalismo” psicografado
o colunista social bo korsak faleceu na última terça-feira (6). o jornal extra, na edição de ontem (8), prestou-lhe homenagem em página inteira. na edição de hoje (9) do mesmo jornal, a coluna bk style, do falecido, foi publicada normalmente.
"jornalismo" psicografado
o colunista social bo korsak faleceu na última terça-feira (6). o jornal extra, na edição de ontem (8), prestou-lhe homenagem em página inteira. na edição de hoje (9) do mesmo jornal, a coluna bk style, do falecido, foi publicada normalmente.
stocker de quatro, ops, em quatro…
uma notícia assim, excelente, ótima: o meu amigo paulo stocker está desenhando em quatro revistas: caros amigos, sexy (facilmente encontráveis em bancas do país inteiro, ludovicenses inclusive), cidade b (de botecos, de porto alegre/rs) e madalena (da vila homônima, em são paulo/sp). mais vocês descobrem no blogue do moço.
9 de maio
eu quero te cobrir de beijos
cada poro
cada pelo.
do solado do pé
até o último fio de cabelo
cada dobra,
joelhos, cotovelos,
nada sobra,
nada escapa.
meu escape
onde em fuga,
o dia inteiro
quero permanecer
inteiro.
de teu ob
faço sachê
de chá,
de vinho.
viro vampiro
nos dias vermelhos.
pra te ver, ligeiro,
não paro no sinal vermelho.
e se o olho arde,
te ver é meu colírio.
delírio
me arde
em febre.
quebranto.
espanto
mau-olhado
com fita vermelha
amarrada no braço:
sou teu neném.
geografia
“para ir para portugal tenho que atravessar o atlântico. para vir para são luís, a mesma coisa. há um continente separando esses dois locais“.
o saxofonista sávio araújo, n’o imparcial de hoje (página 11, cultura), falando sobre o show “além atlântico”, que ele apresenta amanhã (8), às 21h, no teatro arthur azevedo.
o hippie deu antes
cinema a um real aos domingos é isso aí: todo mundo pode ir. saio do cine praia grande pensando em escrever sobre o filme que tinha acabado de assistir. faço um comentário qualquer com os três que me acompanham e um hippie (indiretamente, faça as contas, uma pulseirinha por um ingresso), à frente, recém-saído da mesma sessão, sintetiza: o filme não tinha música. daí resolvi não mais escrever sobre o brasileiro a casa de alice.
re(-public)ação
Carta aberta ao público freqüentador do SESC:
Queremos compartilhar com todos vocês o risco ao qual o SESC está exposto neste momento. O governo federal pretende enviar ao Congresso Nacional projeto de lei que retira pelo menos 33% dos recursos do SESC para a criação de mais um fundo de financiamento de programas de formação profissional.
Diante desse risco, é nosso dever expor à sociedade brasileira o valor e a importância desta instituição criada, mantida e administrada com recursos privados, provenientes de contribuição compulsória das empresas do comércio de bens e serviços surgida nos anos 40 por proposta voluntária do empresariado. Esta definição tem amparo na lei e na Constituição Brasileira (art. 240).
O SESC promove a educação permanente por meio de suas ações culturais, socioambientais, esportivas, de promoção da saúde e da cidadania, das atividades de lazer e de sociabilização, voltadas prioritariamente às pessoas de menor renda.
A melhor maneira de conferir o significado dessa ação é vivenciar o dia-a-dia nos centros culturais e desportivos. Ouvir o relato dos freqüentadores sobre a importância do SESC em suas vidas e para suas famílias. Utilizar os equipamentos e instalações de primeira qualidade, abertos a todos os estratos sociais, e participar das inúmeras atividades que abrangem um amplo arco de interesses e necessidades, reunindo um público extremamente diversificado.
Acreditamos que todos vocês já tiveram essa oportunidade. São, portanto, testemunhas da natureza beneficamente eficaz, engajadamente eficiente e profundamente educativa do trabalho que o SESC desenvolve há 61 anos. Esse patrimônio não pode ser sacrificado em favor de prioridades transitórias, em nome das quais se destruiria um trabalho consolidado em mais de seis décadas de atuação, causando um prejuízo incalculável ao desenvolvimento do país.
A educação profissional é importante. Mas se dissociada de uma ação voltada ao desenvolvimento integral do indivíduo, torna-se meramente utilitarista, o que levaria a um evidente retrocesso, fruto de uma visão obscurantista e flagrantemente retrógrada.
Diante da gravidade dessa situação, que propõe a retirada de substanciais recursos dos programas socioeducativos do SESC, convidamos a todos para que se manifestem, pelos meios ao seu alcance, em prol da continuidade de nosso trabalho.
Um projeto que, afinal, é uma conquista da sociedade brasileira.
Danilo Miranda
Diretor Regional do SESC SP
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acima, carta aberta do danilo santos de miranda, diretor regional do serviço social do comércio de são paulo, em reação a um projeto de lei que quer reduzir um terço dos recursos que o sesc usa para democratizar a cultura, entre outros feitos louváveis. no portal do sesc/sp você acompanha a repercussão do assunto na imprensa e pode, aqui, manifestar-se contra a medida drástica do ministro da educação. (um f5 na hora errada me fez “assinar” duas vezes).
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via bressane (com outros posts muito bons de ontem para cá. sempre, né?)
