NOITE DE ÊXTASE


[Noites de gala, samba na rua. Capa. Reprodução]

Pode(ría)mos simplesmente torcer o nariz e repetir a pergunta: “mais um tributo a Chico Buarque?”. E, mais que isso, achar fácil fazê-lo, já que material é o que não falta. Mas o resultado conseguido por Mônica Salmaso e pelo grupo Pau Brasil em Noites de gala, samba na rua é algo incrível. O repertório é equilibrado: a turma não se limita aos grandes clássicos buarqueanos, tampouco grava/toca somente o lado b do lado b.

Perfeito o disco, perfeito também o show baseado em seu repertório, apresentado no Teatro Arthur Azevedo, sexta (6) e sábado (7), 20h. Som, luz, repertório, inte(g)ração entre os músicos e a cantora (que também se arriscava numa percussão ocasional) e entre os músicos entre si: musicalmente, eis a perfeita tradução para a palavra perfeição, sem exageros de novela mexicana ou redundâncias do blogueiro.

Novidades a cada canção do repertório, músicos se revezavam no palco, e Salmaso ia trocando intimidades com um e com outro, ficando sozinha com Nelson Ayres (piano), Paulo Bellinati (violões), Rodolfo Stroeter (contrabaixo), Ricardo Mosca (bateria) e trocando até beijinho na boca com o marido Teco Cardoso (sax e flautas). A banda masculina do público presente não ficou com ciúmes, extasiadas que estavam, todas as almas ali presentes.

Mônica contou histórias, falou de sua relação com São Luís, cidade que ilustra em p&b o encarte do disco, agradável surpresa. E se disse feliz pelo patrocínio do Bradesco Prime, que estava oportunizando a turnê que percorreria 21 cidades brasileiras em 42 shows com ingressos a preços populares (na capital maranhense custavam R$ 20,00 e R$ 10,00 — meia para estudantes com carteira –, mas eis o show que você pagaria R$ 100,00 ou mais e não se arrependeria, pode ter certeza). Eu, que não gosto de bater palmas para bancos, tive que me render: feliz iniciativa.

Silenciei quase sempre quando pensei em fazer qualquer comentário com o trio de amigos que me acompanhava: o show não podia ser interrompido por absolutamente nada. Deixei todos os comentários para após o show (desnecessários, nada do que eu diga, traduz) e não os fiz, mesa de bar que não fui após, pra quê serve este blogue?

Nem mesmo cantar, acompanhando a parte mais conhecida do repertório, eu quis. Trincar o cristal da audição com a pedra bruta de minha voz? Nem pensar…

Imperfeição, Graziela tinha compromisso com um curso no horário do show e não pode me acompanhar. Sim, houve um vazio imenso na noite. Mas disso, nem Mônica Salmaso nem o Pau Brasil têm culpa.

Uma resposta para “”

  1. elizandra rocha, que compunha o trio de amigos que me acompanhou à apresentação de mônica salmaso, corrigiu-me, via gmail talk: o patrocínio do show é via lei rouanet. a cantora não citou isso e o blogueiro vacilou. recado dado. abraços!

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