Morei em Rosário até sete anos de idade, quando vim para a capital onde nasci, estudar. Até algo entre 15 ou 16 anos, visitava a cidade onde moravam meus avós (e Maria Lindôso ainda está por lá) praticamente todo final de semana. Uma piada era freqüente: de tanta gente que morria e era noticiada na “voz” da Igreja Católica Matriz, a gente não sabia como a cidade ainda tinha habitantes. Era comum, em rodas de conversa nos reencontros familiares, ouvir notas de falecimento: fulano de tal morreu disso, beltrano daquilo etc.
Lugar de estrela é no céu, e elas vão subindo: hoje, chego do supermercado e enquanto estou descarregando as compras, mamãe liga a tv, alto e contra a minha vontade, e vejo: Jamelão deixa a Mangueira menos alegre.
Lembro de breves histórias hilárias do homem que não tolerava ser chamado de puxador: “Puxador é de saco, de corda, de fumo… eu sou cantor”, dizia. Do apelido, herdado de uma fruta, sei lá por que, costumava dizer: “Mas eu não sou fruta não!…”. Mas a mais engraçada das historietas era mesmo a das ligas nas mãos. Para o ditado “dinheiro não é problema, o problema é a liga”, Jamelão era a perfeita representação viva. Andava com ligas nas mãos, e dizia: “Sou prevenido. Se aparece um dinheiro, já tenho as ligas”. Impagável!

[Não tenho o crédito da foto. Peguei aqui]
