Datas redondas, naturalmente, evocam celebrações das mais diversas. 2008 é repleto delas, uma, o centenário de nascimento de Cartola (1908-1980), dos mais geniais compositores brasileiros em todos os tempos.
Tributos ao bamba de Mangueira certamente pipocarão aos montes, ao longo do ano. Corrijo-me: tributos ao bamba mangueirense têm pipocado aos montes. Já ouvi falar de alguns, por vezes meros caça-níqueis.
Por fora da onda, da “moda”, merece especial atenção, pela qualidade no trato das canções de Angenor [Lua Music, 2008] – nome de batismo de Cartola que acabou por batizar o projeto –, de Cida Moreira.

[Capa. Reprodução. Clique sobre para comprar o disco]
O repertório não fugiu dos clássicos – estão lá Alvorada, Cordas de aço, O mundo é um moinho, Sim – mas trouxe canções menos óbvias do repertório do homenageado: A canção que chegou, Evite meu amor e Feriado na roça, entre outras.
A bela voz de Cida Moreira tem o acompanhamento dos violões de Camilo Carrara (cavaquinho em Acontece e Sala de recepção) e Omar Campos (baixo elétrico em Sim, viola caipira em Feriado na roça), da percussão de Adriano Busko e do contrabaixo de Renato Loyola, com participações especiais ali e acolá: Julia Porto (voz em Alvorada), Chiquinho de Almeida (clarinete em A canção que chegou e Acontece), Oswaldinho (acordeon em Feriado na roça), Marcelo Fonseca (voz em O silêncio de um cipestre) e Toninho Carrasqueira (flauta em O inverno do meu tempo), entre outras.
Cantora experiente – seu primeiro disco é de 1981 –, já com outros tributos na bagagem (Brecht em 1988 e Chico Buarque em 1993, além de Na trilha do cinema, de 1997), Cida Moreira está à vontade nas canções de Cartola, que, no caso, não ganham tão somente uma nova gravação, embora a cantora se poupe (e aos ouvintes) de quaisquer exageros.
Simples e eficiente, plástica e musicalmente. Belo, enfim. Singelo como a própria obra de Cartola. Angenor, o disco de Cida Moreira é, sem dúvidas, um tributo à altura da genialidade desse grande mestre de nossa música popular.

cartola sempre cai bem! como diz mart’inália, o samba está no incosciente brasileiro.>>mudando de pau pra cavaco, sexta assisti ao show de zeca baleiro. fantásticooooo!
zeca é gênio! escreve sobre, pô! abração!
Eu tenho o cd, mas vergonhosamente não tive o menor tempo pra ouvir rsrs. Devia ter colocado quando estivesse no banho, coisa assim.>Enfim, vou me redimir agora
ouça tomando banho, mas depois procure ouvir com a devida atenção. depois me diz. abração!