Eu já não sonho com demônios. Melhor trilhar outros caminhos, trilha sanfoneira, por vezes tortuosos, por vezes com espinhos, circo dos horrores. Se a cidade fosse belo, amor, nascia flor no meio do calçadão. Não vou tirar meu chapéu pra qualquer vagabundo, tiro para saudar quem merece, bato palmas enquanto canto parabéns: abraço aqui Josias Sobrinho, irmão de copo e alma, que hoje (15), celebra mais uma primavera.
Aproveito o presente espaço, pois, para prestar-lhe pequena homenagem, certamente menor do que ele merece, que às vezes o corre-corre diário não nos permite dizer o que também é importante, imersos que estamos nos sempre muitos afazeres, o tempo da cultura, sempre apressado, chamando pra trabalhar.
Um de nossos grandes criadores, na constelação de gênios maranhenses. De Cajari pra capital, o Brasil conheceu o talento e tem reconhecido a importância de seu Engenho de flores, engenho e arte, de nossas mais representativas maranhensidades: um estado de alegria, mote que ele cravou para o nosso mais recente carnaval, que suas criações não se limitam às belas composições de seus discos e de discos alheios.
À frente da Superintendência de Ação e Difusão Cultural da Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão, o aniversariante tem feito um belo trabalho, vide o São João 2008, que ainda não acabou, prorrogado com o Raízes da Maranhensidade, projeto bem sucedido que tem ocupado belamente a Casa do Maranhão e seguirá até o dia 2 de agosto, sempre às quintas-feiras, sextas e sábados, às 19h, gratuito.
Mas voltemos à Josias, embora não nos tenhamos distanciado dele neste texto que é tão somente para homenageá-lo, merecidamente. É preciso preparar o dia de findar a nossa dor. Se a dor não finda, certamente os dias ficam mais leves com sua poesia, o cheiro da pimenta de cheiro e a flor do maracujá. Som do Mará, autêntico, sem se preocupar com purismos ou rótulos: tradicional sem soar ultrapassado, moderno sem ser “só” da moda, atemporal como as grandes obras, estas se confundindo com seus mestres criadores.
A propósito, com as obras deste grande mestre criador ilustrei a paisagem deste artigo. Os trechos em itálico acima são pequenos pedaços do universo de Josias Sobrinho, verdadeiras pérolas de um artista e tanto. O título é de música minha, gravada por ele. Saiba, rapaz, de minha admiração, carinho e eterna amizade. Saúde, sucesso e tudo o que você merece. Um fraterno abraço e um brinde!
[Texto de Joãozinho Ribeiro, publicado ontem no Jornal Pequeno. Mexi no trecho em negrito para efeito de publicação neste blogue. É como também presto homenagem a este grande amigo. Um abraço, Josias! E um brinde!]
