A poesia é uma das garantias dos sinais vitais da sensibilidade em um mundo tocado pela eficiência técnica, pelo imediatismo, pelas avaliações de desempenho e pela apatia oriunda da razão obscurecida pelo excesso de informações. Em um tempo sem tempo para sentir ela dói, ela ri, ela ensaia prosseguir, entreatos e entretantos, por fora e por dentro das redes de comunicação onde se diz o que quer, mas todo mundo parece que só consegue falar das mesmas coisas.
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Em seu desabafo de amor a São Luiz (sic), Celso Borges recusa a ilha dos azulejos sujos de lodo de tantas colunas sociais. Poesia falada da piracema sentimental de quem ama. Na voz de Geninha, com trilha do dj e jornallista Otávio Rodrigues, sente em lembranças a carícia dos tambores da madre deus (sic), em valsa de calçadas e ladeiras por onde atabaca um coração ateu que, em nome da mãe, sabe até rezar stereo e mono para celebrar a vida em poema.
Pela Rua da Paz, onde nasceu, recita os versos de encerramento inconcluso do livro ´Música´ e seu cd de acompanhamento. Versos, reversos, sempre longe de tão pertos, há duas décadas declamados e cantados nas mundanas vielas e avenidas paulistanas. A obra de Celso é a fixação de muitos saraus.
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Trechos de Poemas cantados de Celso Borges, texto de Flávio Paiva publicado hoje no Diário do Nordeste (Fortaleza/CE). Leia o texto completo.
Dia 4 de outubro, CB lança Música no Centro Cultural Banco do Nordeste, em Fortaleza. Mais não digo (agora) por mais não saber (ainda).
Dia 24, o jornalista poetamigo maranhense baixa na Feira de Imperatriz, também em outubro, onde nos toparemos com o mui querido Marcelo Montenegro, entre outros.
