Ontem terminou a Semana Che. O MST organizou um show com vários nomes: Cesar Teixeira, Joãozinho Ribeiro, Lena Machado, Fátima Passarinho, Lobo de Siribeira, Daiane, Bruno Gueiros, Totó Sampaio, Japona e outros que eu não vi (cheguei atrasado) ou não lembro (emoção e falta de bloco nas mãos).
Assim vale usar o nome/imagem de Guevara, que completaria 80 anos em 2008. Merecida homenagem a uma figura importantíssima e eterna.
Na platéia do circo armado na Feira do Livro, entre tanta gente que eu gosto (Graziela, Colombo, os artistas já citados, Zaira, Iguaracira, Jordânia, Aglesson, Laura e outros e outras), lembrei do poema abaixo, que também presta homenagem a Guevara, citando momento infeliz da publicidade brasileira (há muitos momentos assim, não é?). De Ademir Assunção (in Zona Branca, Altana, 2001)
ANTI-ODE AOS PUBLICITÁRIOS
(DE UM GUERRILHEIRO MORTO EM COMBATE)
Tanto negócio e tanto negociante.
Gregório de Matos
querer eu quero
que vocês morram
sufocados em nuvens
de inseticidas
talvez limpóis, bombris
e bemdefuntos
como baratas que comem
as próprias patas
olhos vendados
com vendas garantidas
e uma estaca
cravada no prepúcio
assim eu possa
propagar em outdoor
a dor de um jovem
promissor e sanguessuga:
aqui jaz um bom rapaz
cuja vida se reduz a um anúncio
NOTA: Poema especialmente dedicado aos publicitários que usaram a imagem de Ernesto Che Guevara (morto por balas de metralhadora, no meio da selva boliviana) em anúncio do detergente Limpol, no ano da graça de 1.998.
