PÓS(T)-ELEITORAL

(OU: RAPIDINHAS APÓS AS ELEIÇÕES)

1. Surpreendeu-me a votação de Flávio Dino, embora o resultado em si, isto é, um segundo turno entre o candidato tucano e o pcdobista, não me tenha surpreendido. (Acho que) Castelo perdeu. Castelo nunca mais! Não voto em São Luís (ainda, veja o item 3), mas peço a quem vota, de já (cantarolando): é meia-cinco, é Flávio Dino, é 65, é Flávio Dino…

2. Que merda o nosso quadro de vereadores, hein? Vá lá, minha memória não é tão privilegiada assim, embora também não seja do tamanho da fome, como costuma ser a da média dos eleitores brasileiros, mas, ou eu estou muito enganado, ou essa é a pior Câmara Municipal que São Luís tem desde que me entendo por gente.

3. Em Rosário deu Bimba. Cujo “i” poderia ser trocado por um “o” sem prejuízo da etimologia do retrocesso. A cidade mantém a escrita de nunca ter reeleito um prefeito para dois mandatos consecutivos. Bimba já foi o chefe do executivo municipal rosariense e quando não se reelegeu, deixou de pagar todo o funcionalismo público daquele município pelos meses que lhe restaram de mandato até o “passar-faixa” ao seu sucessor. É a tal memória do tamanho da fome de que falo no tópico anterior. Eu votei em Agnaldo, candidato do PT.

4. Nada a ver com eleições, creio que seja um mal sinal, internet demais?, computador(es) demais?: tentei digitar gmail.com na barra de formatação do word, onde estava escrito times new roman.

5. Resultados das eleições, município por município, aqui.

MARIDÕES, FILIEM-SE JÁ!

Outro dia minha namorada viajou para algum encontro de assistentes sociais. Fui levá-la onde o ônibus apanharia a delegação maranhense para a viagem. Lá, topei com Salim – agora mais conhecido como Dj Vovô –, que namora outra assistente social.

A viagem era para Fortaleza e vários namorados e maridos se despediam. Salim e eu reivindicávamos vagas, já que algumas cadeiras iriam vazias: perguntávamos pelas cotas da ANAS e da AMAS, respectivamente Associações dos Namorados e Maridos das Assistentes Sociais, siglas que havíamos acabado de inventar.

Minha sogra – com quem me dou muito bem: piadas de sogra não têm graça! –, que recentemente fez outra viagem para a capital cearense, trouxe-me, de lembrança, um avental. E ontem, num encontro totalmente ao acaso, topei com um monte de gente boa, que posou para as fotos abaixo, fundando uma nova associação. Detalhe: todas as esposas/namoradas nas fotos abaixo são assistentes sociais. Coincidência?

Gisele e Letícia: podem tentar. Talvez dê certo em outras profissões. Ramon, Vitor, filiem-se já!


[Andréia e Vovô Salim]


[Luís e Laura: pré-comemoração pela aprovação do marido no vestibular para Letras na UEMA. Parabéns, Luís]


[Aglesson e Jordânia: casual encontro com o casal]


[Graziela e o blogueiro. Serei eleito para a presidência?]

MEUS AMIGOS SÃO FODA 2

Ainda não sei no que vai dar: dia 21 de outubro, divido uma mesa num bate-papo literário com João Paulo Cuenca, dentro da programação da VI Semana do Livro de Imperatriz (e I Feira Regional do Livro e Leitura). Eu fiquei (e continuo) emocionadíssimo com o convite. De pronto, aceitei. É repetir aquela ansiedade, Fabreu. Enfim, adorarei estar lá. O problema é que não sei se conseguirei ficar durante todo o evento e topar com outros caras que eu queria (quero) muito ver: Celso Borges (que participa da programação dia 24) e Marcelo Montenegro (dia 25). Vou permanecer otimista, afinal já me disseram um sem-número de vezes: a esperança é a última que morre.

Com CB ainda devo trombar pela Ilha, onde ele estica para visitar parentes e coisa e tal.

Justificando o título do post, é o seguinte: amanhã, sábado, dia 4 de outubro, véspera de eleições: CB fala sobre “poesia: bendita e bem dita” e lança seus livros-discos XXI e Música, dentro do programa Literatura em Revista, no cine-teatro do Centro Cultural Banco do Nordeste em Fortaleza/CE. Aos leitores do blogue na capital cearense: é às 18h, não percam!

MEUS AMIGOS SÃO FODA

Posso não prestar, não valer nada ou coisa que o valha, mas ando bem acompanhado. Graças a Deus! Meus amigos são foda. E foda aqui é elogio.

Acabo de receber a notícia de que O incompreendido, de Francisco Colombo, foi selecionado no Fenavid internacional, Festival de Cinema em Santa Cruz, Bolívia (outro selecionado foi Eça de Queiroz, com pseudônimo, com o filme I want you).

Merecido: o filme é, de longe, o melhor curta de ficção de Colombo, o que prova que o garoto vem evoluindo, já que se trata de seu trabalho mais recente. Fico em dúvida é se aquilo é ficção: garotos lavando pára-brisas é a realidade nua e crua, bela só na tela, o filme um primor, repito.

Pensei, sinceramente, que O incompreendido fosse arrebentar no Guarnicê. Levou apenas a estatueta de melhor filme maranhense pelo júri técnico. Nem a extraordinária trilha sonora do mago Joaquim Santos, nem a belíssima fotografia de Ralf Tambke (ou a adicional de Murilo Santos), nada disso foi reconhecido, nem por júri técnico nem popular. Incompreensível, ao menos para mim. Sei lá o que dizer.

O curta está, também, na programação da 32ª.Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. E, arrisco dizer, fará história, por aí afora. Logo Colombo começa a trabalhar noutro projeto. E vem coisa boa daí, sei, de já.

Em breve, escrevo mais detalhadamente sobre esta obra-prima, contemplada no programa BNB Cultura em 2006. Aqui, agora, só queria dar a(s) notícia(s) que já dei.

A MERDIFICAÇÃO DA CABELEIRA DO MAESTRO

Primeiro violino das mais importantes orquestras brasileiras, por ser um exímio e bem preparado instrumentista, o mineiro Ricardo Wagner, cujo nome deu-lhe predestinação para o sucesso na profissão, teve vida passageira e inquieta.

Casado precocemente, formou numerosa prole, acrescida, mais tarde, por outros tantos descendentes, oriundos de aventuras extraconjugais.

De porte elegante, cabelos ondulados e longos, boa altura, verdadeiro exemplar do músico erudito, o Ricardo encantava ouvintes, grandes platéias, além de sempre merecer certa atenção facciosa das mulheres. Era imponente ao postar, com suave pressão do lado esquerdo do rosto alegre, seu vetusto stradivarius, quando transmudava-se na figura de um perfeito galã.

Morou em diversas cidades brasileiras, numa vida inconseqüente de nômade, apenas para fugir das cartas-precatórias itinerantes, que circulavam, à sua procura, com ordem de confisco salarial, para pagamento de inúmeras pensões alimentícias.

Como excelente artista, conseguia viver de escapatórias. Mesmo assim, com o auxílio de várias fãs, continuava proliferando.

Um dia, em pleno Rio de janeiro, no antigo Empire Hotel, no bairro da Glória, onde costumava hospedar-me, recebi, no último andar, no qual funcionava um requintado restaurante, de iguarias baianas, de propriedade da mestra da arte culinária, Sra. Maria Teresa Weiss, o fidalgo violinista, acompanhado de uma das suas concubinas, para o almoço. Era uma distinta gauchinha, de descendência italiana, chamada Sofia.

Nessa época, o renomado maestro já produzira doze filhos, com matrizes diversas. Verdadeiro garanhão, de puro sangue.

O almoço, com desfile de pratos típicos da Bahia (caruru, efó, vatapá, moqueca de siri mole, bobó de camarão, etc., tudo com leite de côco e dendê, bem apimentados), também regado a vinho branco, de safra nobre, estendeu-se até às 16:00 horas, quando o Ricardo, etilicamente eufórico, pediu-me a chave do meu apartamento, para fazer uma rápida incursão sentimental.

E lá se foram, fulgurantes e belos.

Nessa hora, o restaurante já revesava o seu pessoal, para um segundo turno de trabalho, que notou minha presença, ali solitário, a bebericar. E o tempo foi correndo, a noite chegando, sem qualquer notícia do casal. Eis, senão, quando, me aparece um mensageiro do hotel para dizer-me:

— Dr. Assis, parece que seu amigo está com problemas lá no apartamento. É que ele acaba de fazer uma estranha encomenda: seis vidros de “shampoo” e condicionadores de teores diversos, dois pentes finos, três vidros de sabão líquido, além de meia dúzia de toalhas de rosto.

Diante disso, corri até o apartamento, onde a Sofia me atendeu:

— Aguarde um momento lá no restaurante, que já subirei para conversarmos. Está tudo bem.

E, quando lá chegou, descreveu a seguinte e estapafúrdia cena: os dois, em perfeita coalizão amorosa, resolveram, no caminho das divagações libidinosas, apelar para um posicionamento invertido, cognominado “soixante-et-neuf”, quando ela por cima, sentiu-se, num átimo, mal da barriga, explodindo, sem que quisesse, um violento jato de merda, com perfume de dendê, sobre a cabeleira do parceiro, que em defesa empurrou suas nádegas para a frente, quando veio o segundo jato, ainda mais forte, sobre seus olhos. E o maestro, cego e merdificado, correu para o banheiro, em busca de assepsia geral, para purificar sua copiosa cabeleira, igual a uma peruca francesa. Por isso, teve de fazer aquela extravagante encomenda ao mensageiro.

E o Ricardo, quinze anos depois do episódio, ainda penteava os cabelos, com o trejeito de passar a mão no nariz, para saber se ainda restava algum aroma fétido de dendê.

*

Mister Six, o grande Francisco de Assis Carvalho da Silva, em Historietas hilariantes, 1998. Meu medidor (a busca no Estante Virtual) acusa: livro raríssimo. Ricarte, valeu o empréstimo!

AMIGOS TALENTOSOS

Não lembro como conheci Paulo Stocker. O trabalho, provavelmente foi através da arte (genial) que ele fez para o disco (genial) Rebelião na Zona Fantasma, do (genial) Ademir Assunção.

Embora não nos conheçamos pessoalmente (ainda), somos amigos. Eu em São Luís, Stocker em Sampa, cidade que ama e desenha. De longe, só geograficamente, vou ficando mais e mais feliz a cada e-mail que ele me manda, a cada bate-papo de msn em que ele me conta novidades.

Stocker vai participar de uma publicação em Nova York, foi publicado recentemente no jornal Vaia (de Porto Alegre, sobre o que ainda devo comentários aqui sobre a versão impressa) e, com o parceiro Eduardo Rodrigues, teve agora seu personagem (talvez o mais famoso) publicado semanalmente (às sextas-feiras) no Jornal do Brasil. Pois é, Tulípio, o bebum, de cuja botequeira família me orgulho em fazer parte (texto novo em breve, galera; valeu o argumento, Chagas Vale!), agora nas páginas do JB. O JBebum, no caso.

Acho que ‘tá na hora de algum matutino ludovicense ter Tulípio em suas páginas. Stocker dá um prazo de carência, sem custos, para quem se interessar. Quem vai querer?


[JBebum: Tulípio às sextas (sexta é sagrado, né?: dia de chopp!) no Jornal do Brasil]

*

É como eu disse pra poetamiga querida Lilia Diniz, via gtalk: cada vez que eu penso na Semana Imperatrizense do Livro, piso em nuvens. Novidade, em primeiríssima mão, aos leitores deste modestíssimo blogue. Confirmadíssimos: Celso Borges, João Paulo Cuenca e Marcelo Montenegro.

Mais, vocês lêem aqui depois.