PARA LER – E RIR – ATÉ O FILTRO
Mais conhecido por suas parcerias musicais com João Bosco, o cronista Aldir Blanc garante generosas doses de humor em Guimbas.
Não à toa o fato de ser um dos maiores compositores do Brasil, parecemos ler um papo de botequim, como se ríssemos das histórias, piadas e tiradas ligeiras dum amigo com quem dividimos a mesa. Este é o clima do(s) texto(s) de Guimbas (Editora Desiderata, 2008, R$ 29,90, 96 páginas), prosa bem humorada de Aldir Blanc.
Trata-se do oitavo volume da Coleção Sigmund, que “sob as bênçãos do ratinho que foi o símbolo do humor de resistência d’O Pasquim (…) reúne o humor de diferentes gerações de escritores e desenhistas brasileiros”, segundo uma das orelhas.
Por falar em orelha, escuta aí: “George W. Bush é alcoólatra, mas não é anônimo”. Ou: “O rato e o ralo, apesar de viverem na imundície, não são do PMDB”. Ou ainda: “Uma secretária disse ao ex-presidente do Senadinho, Severino Cavalcanti, que o pôr-do-sol estava lindo, e ele perguntou: – Quanto querem nele?”. Assim mesmo, direto e sem papas na língua, que “humor é pé na cara”, conforme a lição do mestre Henfil – a seus discípulos o livro é dedicado, ele que também dizia que “a graça não respeita nada” –, muito bem aprendida por Blanc: não há concessões.
Com ilustrações de Fábio Monstro! e prefácio de Nani (outro monstro), Guimbas garante gargalhadas da primeira à última página. Pois, se “tesoura e boceta a gente guarda fechadas”, como orienta uma das tiradas geniais do livro, este é melhor que fique aberto. E à mão.
[Publicado na edição de ontem, 28, do Tribuna do Nordeste, coluna Tribuna Cultural, assinada por este blogueiro]


Uma resposta para “”