AINDA WADO

Sob o impacto da apresentação de Wado, quinta-feira passada (22), na programação cultural do Laboratório Internacional de Mídias Livres, escrevi o texto abaixo, publicado na Tribuna Cultural, Tribuna do Nordeste, ontem (25). Adivinhem qual será o disco da semana que vem…

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O SOTAQUE DE WADO

Artista que disponibiliza toda sua obra gratuitamente na internet passou recentemente por São Luís.

Enquanto a indústria fonográfica se ressente da vertiginosa e constante queda nas vendas, batendo cabeça, quiçá por mero desconhecimento da realidade vigente, há vida inteligente fora dos escritórios dos conglomerados.

Músicos como o jornalista alagoano (nascido em Santa Catarina) Wado são prova disso. Toda a sua obra – até aqui, quatro discos muito bons, da estreia Manifesto da arte periférica (2001) ao título mais recente, Terceiro mundo festivo (2008) – está disponível para download, gratuito e legal, em seu site http://www.uol.com.br/wado.


[Terceiro mundo festivo. Capa. Reprodução]

Curiosos mais interessados podem comprar, pelo site, Terceiro mundo festivo, original, por apenas R$ 5,00. Uma alternativa, inclusive, ao que se convencionou chamar “pirataria”. O disco, a propósito, foi inicialmente disponibilizado na internet, para só depois ser vendido, além de via web, em shows do cantor, como o que ele realizou em São Luís quinta-feira passada (22), na programação do Laboratório Internacional de Mídias Livres.

Wado cria alternativas de comercialização para sua obra (o download gratuito de seus discos tem proporcionado mais shows, por exemplo), que alia letras inteligentes com melodias “de gastar as sandálias”, algo infelizmente raro na eme-pê-bê contemporânea.

Contemporâneo, aliás, é termo que cai muito bem para Wado (voz e guitarra) e a banda que o acompanha (disco e shows) – Dinho Zampier (teclados, violão de aço e voz), Pedro Ivo Euzébio (programações), Bruno Rodrigues (contrabaixo) e Rodrigo Peixe (bateria). Eles inspiradamente executam o “brazilian eletro-funk-disco-reggaeton-afoxé” anunciado na capa. O terceiro mundo de Wado é festivo, como o nosso, ao menos enquanto dura a audição de seu(s) disco(s). E merece ganhar todos os mundos com seu sotaque, digamos, universal.

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