SARNEY NUNCA MAIS!

[Este blogue(iro) declara seu posicionamento contrário à retomada do poder político de forma golpista pela oligarquia Sarney no Maranhão. Se quiserem voltar, que tentem as eleições em 2010. “Nem um passo atrás! Sarney nunca mais!”]


[Carreata juntou mais de 300 veículos na manhã de domingo. Foto: divulgação]

É contraditório, para dizer o mínimo, o comportamento – típico, aliás – do jornal O Estado do Maranhão que, em sua edição de ontem (9), traz na capa o texto Basta!, assinado por Fernando Sarney condenando (não lhe tiro a razão) o comportamento do Jornal Pequeno, que tem publicado matérias sobre investigações de que o engenheiro é alvo, e na página 3 ofende o deputado federal Domingos Dutra (PT), uma das mais enérgicas lideranças à frente da defesa do mandato do governador Jackson Lago (PDT).

É “engraçado” que a matéria Deputado prega uso de violência em reação à cassação de Jackson (como o link só dá acesso a assinantes do jornal, copiamos a matéria logo abaixo, na caixa de comentários do blogue) não tenha a assinatura de um dos arautos do sarneysmo, robôs que preferem o conforto do ar-condicionado ao confronto de ideias e ideais, sob sol e/ou chuva, às vezes juntos.

Será que sou surdo? Participei da carreata de domingo, até sua dispersão, e em momento nenhum ouvi incitação – nem de Dutra nem de qualquer outro – ao “quebra-quebra”. É justo e legítimo defender o mandato de Jackson Lago, em nome da vontade popular. Sim, o governador foi eleito pelo voto do povo. Só quem pode tirá-lo do Palácio dos Leões é o povo, se assim o desejar, após o término de seu mandato. Se for para juízes decidirem o futuro do Maranhão e de seu povo, melhor retornarmos à ditadura militar e aguardar a indicação de governantes biônicos, não? E não me venha, Estado Maior, com sua matemática barata: Jackson Lago não foi eleito por 97.274 votos, a diferença entre sua votação e a da segunda colocada a quem querem por que querem devolver o poder. Jackson foi eleito pelos 1.393.754 votos que obteve no segundo turno. Isso faz parte do processo eleitoral. Ou então que se acabe também com o segundo turno. Não se faça de idiota, pois nós não somos.

O Palácio dos Leões é do povo! E é por isso que Roseana Sarney não deve a ele retornar. O Maranhão é do povo! Por isso é que não aceitaremos o retorno de Roseana – ou de qualquer Sarney – ao poder. Seu pai, há muito, “se mudou” para o Amapá, quem será o próximo? As frases que encimam a página 4 de O Estado do Maranhão, diariamente, não passam de mentira (anagrama de Mirante): “O Maranhão é uma saudade que dói e não passa. Não o esqueço um só dia, um só instante. É amor demais. Maranhão, minha terra, minha paixão” (José Sarney). É sim, cinismo demais.

As falas do deputado Domingos Dutra – como de outras lideranças –, tanto sobre carro de som durante a carreata quanto nas plenárias populares que antecederam e organizaram o ato, é sim carregada de emoção, de quem deseja a continuidade de um mandato que trabalhe em prol do povo, que deve ser o verdadeiro motivo de ser de um governo, em vez de um que se utilize de cargos apenas para benefício próprio. Povo que não mais deseja desmandos, inclusive como este que tenta tirar o mandato de Jackson Lago e, por força, entregar a Roseana Sarney.

Sarney, aliás, mestre nisso, não esqueçamos a cassação de João Capiberibe (PSB/AP) em 2004. Mestre não, rei, como nos lembra a matéria de capa de CartaCapital (536, 11 de março de 2009): Senhor do Maranhão, rei do tapetão. Se no poder a família já não ligava para a vontade popular, por que fora dele a respeitaria?

É por isso que o povo não deve silenciar. Nem abaixar a cabeça. Deve mostrar a insatisfação com a possibilidade do retorno dos Sarney ao comando do estado. Seja em carreatas, passeatas, marchas ou atos outros. É hora de repetir a plenos pulmões: “nem um passo atrás! Sarney nunca mais!”

4 respostas para “SARNEY NUNCA MAIS!”

  1. abaixo, a matéria citada e o texto principal da coluna estado maior de ontem (9) (e seus links originais, para assinantes):@@@<>Deputado prega uso de violência em reação à cassação de Jackson<><><>Domingos Dutra defende em atos públicos resistência extrema às decisões do TSE<><>O deputado federal Domingos Dutra (PT) assumiu a tarefa de pregar a “insurgência popular” e estimular atos de violência e vandalismo se a cassação do governador Jackson Lago (PDT), pela prática de crime eleitoral, não for revista pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em reuniões fechadas com assessores do governador e membros da direção do partido dele, o PDT, Dutra tem defendido ações para “mobilizar” pessoas nos bairros e no interior do estado para transformá-las em “militantes da causa” e, assim, usá-las em ações violentas, como depredações de prédios públicos e privados, monumentos e instituições. Segundo ele, esses atos demonstrariam a “insatisfação da população contra a cassação”.Ontem, Domingos Dutra transformou um carro de som em palanque ao longo da Avenida Litorânea para fazer um discurso no qual defendeu que “o mandato do governador tem de ser defendido com a vida”. Em tom cada vez mais exaltado, às vezes parecendo estar fora do seu equilíbrio emocional, o deputado petista defendeu “o levante das massas contra a decisão da Justiça Eleitoral”. Chegou ao ponto de cobrar que os maranhenses “devem dar a sua última gota de sangue” pelo mandato cassado do governador Jackson Lago. Suas palavras deixaram perplexos banhistas e visitantes, sendo que alguns não acreditavam que aquele discurso estava sendo feito por um deputado federal, que tem a obrigação de respeitar as instituições, principalmente as decisões do Poder Judiciário. No seu discurso pregando a violência, Domingos Dutra se referiu várias vezes ao deputado federal Roberto Rocha (PSDB), que estava ao seu lado. Os que ouviram as palavras tresloucadas do parlamentar do PT ficaram com a impressão de que o tucano, cujo partido é legalista, também aprova o uso da violência por milícias partidárias. A pregação em defesa de atos de violência foi feita por Domingos Dutra em todo o circuito das praias e em bairros de São Luís. QUEBRA-QUEBRADeflagrada ainda antes de o TSE iniciar o processo de julgamento do governador Jackson Lago, a pregação violenta do deputado federal do PT ganhou intensidade no fim do ano passado, quando ele tentou convencer líderes do PDT, PPS, PSB e do PSDB – com o qual mantém relações estreitas no Maranhão (abertamente) e em Brasília (às escondidas) – de que, em caso de cassação, seus militantes deveriam “sair para o quebra-quebra”. Nas conversas, ele vem defendendo o caso de Santa Luzia, onde vândalos ligados ao governo e desocupados, sob as ordens de chefes do PDT, atacaram e incendiaram a sede da Prefeitura e as instalações da Justiça e do Ministério Público.Na semana passada, Domingos Dutra, que preside no Maranhão um PT dividido, ao tomar conhecimento da cassação do governador Jackson Lago, divulgou nota, em nome do partido, não apenas condenando a decisão do TSE, mas também ameaçando com atos de violência se a Corte não voltar atrás. Na nota, Dutra ameaça: “Se for mantida a cassação do governador pelo Tribunal Superior Eleitoral – TSE, o Supremo Tribunal Federal – STF saberá corrigir os equívocos existentes mantendo o mandato do Governador. Em última instância, caberá ao povo maranhense manter e guarnecer o mandato que foi conferido ao governador Jackson Lago”. Vários membros destacados do PT do Maranhão, mesmo apoiando o governador, criticaram o teor ofensivo da nota.Os adversários do governador Jackson Lago deverão acionar a Justiça esta semana com uma série de ações cautelares, algumas responsabilizando diretamente os atuais detentores do controle do Executivo e do aparelho de defesa do Estado pelo que possa vir a acontecer, já que no entendimento de advogados experientes, a cassação do governador Jackson Lago dificilmente será revista pelo TSE nem pelo Supremo Tribunal Federal.link original: http://imirante.globo.com/oestadoma/destaque/destaque.asp?codigo1=151249@@@<>Lago mascara a verdade<>Em artigo publicado ontem como matéria paga em jornais de São Luís, o governador Jackson Lago tenta demonstrar que a cassação do seu mandato é arbitrária. Limita sua argumentação à tese fajuta de que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) significou “desrespeito” ao voto. Além disso, o governador aborda o problema de maneira superficial, tendo o cuidado de não lembrar a realidade nua e crua que embalou a eleição de governador no pleito de 2006, na qual saiu beneficiado.Em nenhum momento do seu artigo, Jackson Lago fala das suas relações com o então governador José Reinaldo Tavares (PSB); não admite que participou de um esquema que lançou três candidatos – ele, Edson Vidigal (PSB) e Aderson Lago (PSDB); não explica sua participação em inúmeros atos de governo em plena campanha; não se refere à farra dos convênios que inundou prefeituras e entidades – muitas fajutas – de milhões de reais pertencentes ao contribuinte, grade parte desviada criminosamente para a campanha eleitoral; “ignora” os inúmeros indícios de compra de votos, alguns deles comprovados como crime consumado; não lembra que, em discurso emocionado, proclamou o governador José Reinaldo como “é nosso líder”.No seu artigo, Lago diz que “as provas que me condenaram por abuso de poder condenariam qualquer político do país”. Claro que condenariam! Afinal, são provas robustas, documentadas, com os envolvidos identificados, e tudo o mais. Tanto que, nas suas alegações escritas e verbais, os advogados do governador quase não contestam os crimes eleitorais praticados, limitando-se a isentá-lo de envolvimento direto nas falcatruas que, no entendimento da acusação, do Ministério Público Eleitoral, do ministro-relator e mais quatro outros ministros do TSE, configuraram casos pacíficos de cassação de mandato.Além disso, Jackson Lago diz que, com a cassação do seu mandato, “volta-se ao tempo da degola, em que uma corte de apenas sete membros, em decisão não consensual, (…) leva à guilhotina a manifestação da vontade de milhões de pessoas”. Aí, o governador ataca e ofende a mais alta Corte Eleitoral do país, desrespeitando as prerrogativas do Poder Judiciário. E dissemina uma desinformação, já que a “vontade de milhões” não existe. Basta lembrar os números da eleição para governador: no 1º turno, ele apanhou feio nas urnas, tendo recebido apenas 933.098 votos contra 1.282.053 votos dados a Roseana Sarney; e no 2º turno, recebeu 1.393.754 votos contra 1.295.880 de Roseana, uma vantagem nada expressiva de 97.274 votos, que nem de longe confirma os tais “milhões”.Encerra dizendo “clamar” pela verdade segundo a qual “o voto tem valor”. Claro que tem. Desde que não seja comprado.link original: http://imirante.globo.com/oestadoma/colunas/est_maior/result_pesq.asp

  2. Ei Zema, falastes bem. O palácio dos leões é do povo. Não é de Roseana nem de Jackson também. Portanto ele (Jackson)como cassado pelo TSE não pode se apossar dele ilegalmente.Outra: se o palácio é do povo, o governador juntamente com seus seguidores deveriam respeitar o nosso patrimonio e não ficar ameaçando quebrá-lo. E ameaçaram quebrar sim o palácio, porque já estive presente quando líderes da balaiada gritavam lá na praça Pedro II que quebrariam o palácio se houvesse cassação.Então isso significa que o povo mesmo, não é o mais importante nesse confronto político que vocês querem fazer.O povo merece mais respeito. E não deve ser usado para interesses de poucos. Poucos mesmo, pode apostar.Cordialmente, Ana Júlia.

  3. O que os políticos que vc defende fizeram de diferente da política sarney? NADA!!!!!!AQUI NO MARANHÃO EM MATÉRIA DE GOVERNO NADA SE CRIA,TUDO SE COPIA…por isso….SARNEY FOREVER!!!SARNEYYYYYYYYYYE NÃO APAGUE,SEJA MACHO E AGUENTE O TRAMPO.DEIXE OS OUTROS LEEM O MEU TEXTO.

  4. ana júlia, jackson lago foi eleito pela maioria do povo e isso só deveria lhe assegurar o exercício de governar o estado por todo o período que lhe foi confiado nas urnas, isto é, até 2010. se o povo não mais quiser, que o tire também pela via do voto. o que não podemos aceitar é que uns poucos, aí sim, poucos mesmos, ministros, decidam pelo nosso estado, nossas vidas, nosso futuro.anônimo: vou deixar os outros “leem” seu texto. mas você poderia ser macho (ou fêmea, sei lá!) e se identificar. comentários sem assinatura, daqui por diante, serão apagados.

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