MARANHÃO: TERRA DE NARIZES CRESCENTES

Infelizmente, agora parecem fazer ainda mais sentido as definições que os dicionários nos apresentam para a palavra “maranhão”: 1) mentira; 2) intriga caluniosa, mexerico, fofoca. Maranhão, além de mentira, é capitania hereditária: sarneys, insatisfeitos com a perda do título de donatários, outorgado há mais de quarenta anos e revogado há pouco mais de dois, tentam – e conseguem – no tapetão, tomar o mandato de Jackson Lago.

É grande a minha tristeza ao ver diversas faixas por sobre as ruas do Desterro, secular bairro, um dos três do centro histórico da capital maranhense, com dizeres do tipo “O Desterro agradece a Roseana por tudo o que fez” e/ou “A Rosa do Povo está voltando. Seja bem vinda!”. É muita cretinice, viu, União de Moradores?

Chego a rir da babaquice de outros que penduram adesivos nos carros: “A guerreira vai voltar!”. Qual foi o combate que Roseana já travou na vida?, sempre presenteada com os mimos paternos. Ora, bolas. Que cassem Jackson Lago, vá lá! Mas empossar Roseana? É demais para minha vã filosofia.


[Quem disse que a justiça tem que ser cega? Por que será que o “excesso de participação política do juiz” incomoda um democrata? Fonte da foto]

Mas nem é disso que quero falar, embora seja inevitável. Quero falar é de outro processo que corre e, moda agora nos tribunais, “pedem vistas”. No último dia 1º. de abril – sim, o dia da mentira, o dia do Maranhão, e eu ainda não acredito – o juiz Jorge Moreno (foto), da comarca de Santa Quitéria, foi aposentado compulsoriamente, por “excesso de participação política”, em ação impetrada, pasmem!, pelo deputado estadual Max Barros (DEM). Um absurdo! Para dizer o mínimo. Ainda faltam votos no Tribunal de Justiça, mas 13 desembargadores já sufragaram a aposentadoria compulsória do juiz, merecedor de diversos prêmios nacionais e internacionais pela defesa intransigente dos direitos humanos na comarca em que atua, notadamente com a erradicação do sub-registro no município de Santa Quitéria, salvo melhor juízo, o primeiro município brasileiro a conseguir tal feito.

Enquanto a campanha pela erradicação do sub-registro recebe aplausos, é merecedora de vaias a decisão do Tribunal de Justiça do Maranhão. Sobre o assunto, bem escreveu o Pe. Cláudio Bombieri, cuja leitura recomendo.

2 respostas para “MARANHÃO: TERRA DE NARIZES CRESCENTES”

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