ÚLTIMA CHAMADA

Na boa: quero muito ver todos os amigos e todas as amigas lá, hoje. Gildomar Marinho lançando o primeiro disco em São Luís. É acontecimento histórico. Sem soar arrogante, pedante ou coisa que o valha. Não digo isso só por ter em Gildomar um grande amigo. Nem por sermos parceiros. Sim, os leitores deste blogue já estão carecas (Salim ainda mais) de saber que ele gravou Lembra?, reggae de letra brega, que a gente compôs há um tempinho.

Fui convidado por uma amiga comum, a Walquíria, para participar de uma festinha surpresa de despedida para Gildomar, hoje, no Banco do Nordeste (de onde ele é funcionário e que patrocinou o disco, através do programa Cultura da Gente). Sim, despedida: depois desse show, Gildomar volta à Fortaleza, em seu bancário ofício. Portanto, não é, mas soa como última chance, já que, com ele lá, vai ficar mais raro ainda vê-lo/ouvi-lo por aqui. Portanto não percam! Compromissos outros de trabalho (fora o corre corre dos últimos preparativos para que o público tenha uma apresentação tão bela quanto foi a de Imperatriz, na última quarta-feira) me impedem de participar.

Então escrevi o texto abaixo, que ela deve ter lido na confraternização (que se ainda não rolou, está rolando; transcrevo abaixo cópia do e-mail que lhe mandei; mais abaixo, fotos do show de Imperatriz):

From: Zema Ribeiro
Date: 2009/8/7
Subject: MINHA PARTICIPAÇÃO (VIRTUAL) NA DESPEDIDA DE GILDOMAR: WALQUÍRIA, AÍ VAI O TEXTO!!!!!
To: walquiriats@bnb.gov.br

Walquiria,

Muito lisonjeado fiquei com o convite para participar da festa de despedida de Gildomar aí na Superintendência. Infelizmente, outros compromissos, de trabalho, impedem de fazer-me presente.

Mas fico sintonizado, de coração. Maiakovski: “Em algumas pessoas conheço o lugar do coração: no peito. Em mim, a anatomia perdeu a razão: sou todo coração”.

Gildomar Marinho é, para mim, um grande irmão – opa!, nada a ver com a tradução de big brother –, uma referência, a quem, como já disse em outras ocasiões e muito provavelmente alguns dos aí presentes já devem ter ouvido/lido: uma figura genial a quem devo parte nada pequena do que hoje sou – o que não é muita coisa, risos.

Ainda lembro de nossos primeiros encontros aí pelos corredores da São Luís Centro, ele, recém-retornado de Fortaleza – para onde volta agora, ô, sina de andarilho (sorte nossa, isso sempre acaba em música!) –, eu, recém-entrado no BNB, na condição de bolsista de nível médio. Eu era tão novo (e julgo que então aparentava, também, ser novo) que ao primeiro convite que lhe fiz para tomarmos umas, algo como “rapaz, hora dessas preciso tomar umas contigo”, dado o nascer ali de uma admiração que me acompanha até hoje, a resposta dele foi um “não bebo com menores”, entre o ríspido (de que ele é incapaz) e a doçura.

Desfeito o mal-entendido, era comum terminarmos o expediente nO Bacana, saudoso bar aí na Cândido Ribeiro, arredores da agência, pra lá um tiquinho da Ana onde alguns ainda hoje almoçam (e eu mesmo volto lá, bissextamente, para um assado de panela).

Viajamos bastante juntos, eu sempre aprendendo algo. Numa dessas, em Alcântara, ele mostrou-me a estrofe inicial de “Lembra?”, nosso reggae brega que ele gravou agora em “Olho de Boi”, o tão esperado disco de estreia. Ele tinha prontos a melodia e a estrofe inicial: “lembra aquele disco/ que na minha pindaíba me custou dois mil?/ lembra dele?/ será que você ouviu?”. Fiquei com aquilo na cabeça, pedaço de letra e melodia, e dias depois apresentava o resto da letra, no que ele aparou umas métricas que sobravam para caber na melodia e viramos, além de amigos e irmãos, parceiros. Uma honra e tanto!

Agora Gildomar volta para ocupar os espaços bancários e musicais de Fortaleza, para nossa tristezalegria, essa palavra nova, que traduz sentimentos opostos. Tristes por perdermos o contato diário com esse cabra que enche qualquer ambiente de alegria, com ou sem o violão em punho; alegria por vê-lo alçar novos voos, reveladores de sua competência e talento.

Um texto, por maior que seja, nunca será suficiente para traduzir tudo o que sinto e o quanto respeito e admiro esse cidadão do mundo que me batizou. É, foi ele quem juntou o Zé com o Maria do nome que, Júnior, herdei de meu pai, e me fez Zema, com direito a poema e tudo. Mas isso é outra história.

Fico por aqui, aproveitando o ensejo para reconvidá-los a lotar o Teatro João do Vale, hoje, às 20h, onde Gildomar Marinho lança em São Luís “Olho de Boi”. Lista amiga: pedradecantaria@gmail.com Enviem um e-mail para lá até meio dia e paguem só metade. Depois dessa, por um bom tempinho, quem quiser ver/ouvir Gildomar terá que pegar um avião até a capital alencarina ou pegar a estrada. Vai encarar?

Deixo um abraço a todos os amigos e amigas que fiz aí no BNB e aos novos que ainda não conheço. Mas é amigo de Gildomar, é meu amigo. Até a noite!

Zema Ribeiro

*

É isso. Mais informações espalhadas aí pelo blogue, é só rolar. Abaixo, matéria de capa do Alternativo, nO Estado do Maranhão de hoje. Aqui, o link original, para assinantes.

Abaixo, as fotos de Imperatriz (cujo crédito não tenho), que me foram enviadas por Gildomar.

<a href="http://4.bp.blogspot.com/_52_wkWZy2ww/Snwl6dBU79I/AAAAAAAAB18/jjFaj4NVA94/s
1600-h/show+imp+5.JPG”>

2 respostas para “ÚLTIMA CHAMADA”

  1. olá ZEMA… Gildomar é meu amigo-irmão, minha principal referencia em violão e música de forma geral,… aqui por imperatriz estamos sempre inventando alguma coisa para estarmos juntos num quintal qualquer amigo, com um violão, é claro…

    O OLHO DE BOI certamente é um marcante momento para tods nós q a a tempos aguardamos esse presente… em Impertriz foi SUCESSO TOTAL … grande abraço ZEMA

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