DAS COISAS QUE PERMANECEM ATUAIS

Gosto de arte que não careça de explicação, mas deixa eu emitir aqui uns comentários inúteis, já que o grafite aí, do Grupo Nagô, na fachada do Colégio Gonçalves Dias (Av. Kennedy, Bairro de Fátima) fala por si só:


[Foto: Ronald/ Grupo Nagô]

Saquem os versos de Que país é este? (Renato Russo) e Apesar de você (Chico Buarque), lançadas respectivamente em 1987 (Sarney era o presidente da república) e 1970 (censurada pelo regime militar; quando do lançamento em compacto simples o país era governado por Emílio Garrastazu Médici): a turma do Nagô só adaptou-os à realidade contemporânea, com um Sarney encapuzado entre o Congresso Nacional e as palafitas “crescendo sobre a maré”, como poetaria José Chagas.

O Gonçalves Dias, o colégio, não o poeta, já passou pela “reforma roseanista” que botou o “trenzinho da alegria” nos muros de tudo quanto é prédio público. Espero que o trem biônico (a logomarca do (des)governo) não queira fazer a fiação elétrica das favelas do mural de trilhos, derramando uma carga de tinta que deixe no ar um cheiro de arte mais comportada.

Avante, Nagô!

4 respostas para “DAS COISAS QUE PERMANECEM ATUAIS”

  1. Zema, o texto expressa a atual conjuntura que nós brasileiros e maranhenses vivenciamos. Quem dera que o congresso nacional realmente nos representasse …infelizmente só luta por interesses particulares.
    Mas, a luta continua, afinal o povo mostra através de sua arte ou quem sabe da luta diária o quanto resiste! (algumas vezes pelo menos)
    valeu pela força ao trabalho do nagô!

diga lá! não precisa concordar com o blogue. comentários grosseiros e/ou anônimos serão apagados