
[Foto: Aniceto Neto]
Poeta, compositor e jornalista, Carlos Cesar Teixeira Sousa (foto) nasceu no Beco das Minas em 15 de abril de 1953. Iniciou-se cedo nas artes, tendo vencido diversos salões de artes plásticas ainda na década de 60. Participou de grupos de teatro (escrevendo peças e trilhas sonoras) e foi um dos fundadores do Laborarte (1972).
Em 1978, teve composições gravadas por Papete, no disco Bandeira de Aço, produzido por Marcus Pereira: além da faixa-título, foram registradas as músicas Boi da Lua e Flor do Mal.
Em 1985 venceu o I Festival Viva de Música Popular Maranhense, com Oração Latina, na ocasião interpretada por Cláudio Pinheiro e Gabriel Melônio. A música acabaria se tornando um hino de trabalhadores e movimentos sociais. Interpretada pelo primeiro, Tocaia venceu o Festival de Marabá/PA, em 1994.
É um dos compositores maranhenses mais gravados. Além dos já citados, sua obra tem registro na voz de nomes como Rita Ribeiro, Alcione, Dércio Marques, Flávia Bittencourt, Chico Saldanha, Célia Maria, Lena Machado, Chico Maranhão, Fátima Passarinho, Zeca do Cavaco, Serrinha e Cia., Regional 310 e grupo Fuzarca, entre outros.
Formado pela UFMA, como jornalista foi editor de cultura de O Imparcial (1986-88), assessor de imprensa da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (1989-2002), de onde é sócio-militante até os dias atuais e co-editor do Suplemento Cultural e Literário JP Guesa Errante (2002-04). Atualmente é co-editor do jornal mensal Vias de Fato, cujo segundo número foi recentemente lançado.
OS AUTORES E O SAMBA

[Foto: Quintal Social]
Zema Ribeiro (foto), 27, é jornalista, assessor de imprensa do Clube do Choro do Maranhão. Atualmente é colunista de cultura do jornal Tribuna do Nordeste, mas já colaborou com praticamente todos os impressos ludovicenses. Blogueiro, escreve em http://www.zemaribeiro.blogspot.com e pode ser seguido no http://www.twitter.com/zemaribeiro. Atualmente prepara monografia de conclusão de curso, onde abordará a atuação jornalística de Cesar Teixeira, que será homenageado pela Favela do Samba no Carnaval 2010. O autor da letra de Hino Latino (A Cesar o que é de Cesar) (Oração Favelense) declarou: “Minha preocupação primeira, ao fazer um samba em homenagem a Cesar não era somente ganhar o concurso. Aliás, independentemente do samba vencedor, desfilaremos em homenagem à grande figura que é Cesar Teixeira. Minha primeira preocupação foi agradá-lo: é meu amigo pessoal, com quem convivo há muito tempo e sei o quanto é uma figura extremamente criteriosa. Busquei preparar uma homenagem à altura do que ele merece”.

[Foto: Paulo Caruá]
Gildomar Marinho (foto), 42, é licenciado em Música pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) e bancário (Banco do Nordeste). Atualmente reside em Fortaleza/CE. Recentemente lançou Olho de Boi, seu disco de estreia, onde registrou pequena parte de sua produção em mais de 20 anos de andanças entre o Ceará e o Maranhão – sobre o que versa a faixa-título. Entre as composições registradas, o samba-choro Alegoria de Saudade, com participação especial da cantora mineira Ceumar, e o reggae Lembra?, parceria com Zema Ribeiro.
Hino Latino (A Cesar o que é de Cesar) (Oração Favelense) busca homenagear Cesar Teixeira desde seus três títulos. O primeiro e o terceiro são citações explícitas à Oração Latina, um dos maiores clássicos de seu repertório. A letra cita outras obras – Dolores (gravada por Flávia Bittencourt em seu disco de estreia), Boi da Lua, Bandeira de Aço, Flor do Mal (por Papete em Bandeira de Aço), Flanelinha de Avião (por Lena Machado em Canção de Vida), Faustina Mona Lisa da Praia Grande (samba inédito), Shopping Brazil (faixa-título do único disco de Cesar lançado até aqui, 2004), além de Oração Latina, no refrão.
A letra busca construir uma cronologia do autor, de seu nascimento no Beco das Minas até Shopping Brazil, disco de estreia, citando diversos aspectos da vida e obra do homenageado: o jornalismo, as artes, sobretudo a música, a defesa intransigente dos Direitos Humanos, sua postura e posicionamento políticos e suas andanças como homem do povo, em quitandas, junto dos excluídos e marginalizados. “Ser famoso, para mim, é ser reconhecido pelas prostitutas e pelos bêbados, na zona, nas feiras”, declarou Cesar, certa vez, ao letrista, entre as informações que serão usadas em seu trabalho de conclusão de curso.
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Domingo passado, durante a primeira eliminatória para a escolha do samba-enredo da Favela do Samba para o Carnaval 2010 dei essa contextualizada: distribuí um a4 com a letra do samba na frente e as informações acima no verso.
Dos sete sambas, cinco seriam classificados à próxima eliminatória. Deixaram a disputa os sambas de Herberth de Jesus Santos e deste que vos tecla.