BATUQUE MARANHENSE NOS STATES

Materinha que saiu n’O Debate de hoje. Luiz Cláudio (percussão) já toca hoje no Battery Park Gardens, com Rubens Salles (piano) e Jon Delucia (saxofone). Entre 10 e 13 de outubro, ele grava no disco de Salles and Artmann Quartet.

LUIZ CLÁUDIO IN USA

Percussionista brasileiro mostrará nos EUA ritmos maranhenses como o bumba-meu-boi e o tambor de crioula

POR ZEMA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

Paraense de nascimento, maranhense de paixão, o percussionista Luiz Cláudio é dos grandes nomes da arte dos batuques e tambores no Brasil. Nascido lá em 1964 e morando cá há mais de 30 anos, chegou ao Maranhão como tradutor, atividade que desenvolve até hoje, em paralelo com sua grande paixão: a percussão.

Reconhecidamente um dos melhores do país, em cuja seleção tranquilamente figuraria ao lado de craques como Naná Vasconcelos, Marcos Suzano e o saudoso argentino-brasileiro Ramiro Musotto, entre muitos outros, o bamba já tocou com grandes nomes da música brasileira e internacional, em discos e/ou shows: Celso Borges (XXI e Música), Cesar Teixeira (Shopping Brazil), Ceumar (Dindinha), Chico Maranhão, Layne Redmond, Lena Machado (Samba de Minha Aldeia), Lopes Bogéa (Balançou no congá), Marcos Suzano, Nelson Ayres (com quem gravou na trilha do longa Meninas do ABC, de Carlos Rosembach), Naná Vasconcelos, Robin Eubanks, Rubens Salles (Munderno), Swami Jr., Toninho Ferragutti e Zeca Baleiro (Vô imbolá), para citar apenas alguns.

A convite do pianista Rubens Salles, Luiz Cláudio viajou para os Estados Unidos. O Debate conversou rapidamente com o percussionista por e-mail. Ele respondeu as perguntas já na América do Norte.


[O percussionista Luiz Cláudio durante a mais recente edição do Lençóis Jazz e Blues Festival. Foto: Amanda Freitas]

O Debate – Como surgiu o convite para a viagem, dar oficina em Berkeley?

Luiz Cláudio – O convite veio do pianista Rubens Salles para gravar o cd de seu quarteto e fazer algumas gigs aqui [nos Estados Unidos]. Vou fazer uma oficina na Juilliard School of Music em Manhantan, mas a Berkeley ainda não está confirmada, estou aguardando a confirmação esta semana.

O Debate – O que significa para você tocar ao lado destas feras, em palcos fora do Brasil?

LC – É uma experiência rara e inenarrável. Eles estão curtindo os ritmos do Maranhão, ficaram impressionados com a polirritmia do bumba-meu-boi e do tambor de crioula, por exemplo. Os músicos que fazem partem do quarteto são bastante conhecidos na cena do jazz americano e internacional. Pra você ter uma ideia, o batera que iria tocar no cd seria o Antonio Sanches, do Pat Metheny, mas devido a sua agenda, foi substituído por outro do mesmo porte, que toca com Jamie Baun e Madelain Perroux, entre outros. O nível é muito alto.

O Debate – Quanto tempo vais ficar fora?

LC – Uns 20 dias, com possível prorrogação, quem sabe.

O Debate – Além da participação nos Estados Unidos, que outros projetos tu estás desenvolvendo atualmente?

LC – Estou começando este projeto de intercâmbio com Nova York. Possivelmente levarei músicos daqui [dos Estados Unidos para o Maranhão] para conhecerem nossa música, ritmos, costumes etc. E tenho vontade de apresentar alguns trabalhos daí [Maranhão] para produtores americanos.

PERCUSSÃO: LUIZ CLÁUDIO

Cinco discos em que o percussionista aparece na ficha técnica, comentados brevemente pelo próprio.

Vô imbolá (2000), Zeca Baleiro
“Sensação de euforia, de pisar em grandes palcos e turnês”

Dindinha (2000), Ceumar
“Realização, pois participei dos arranjos”

Balançou no congá (2008, póstumo), Lopes Bogéa
“Saudosismo de um tempo que não volta mais na nossa música. Um mestre de importância suprema para a nossa música”

Samba de Minha Aldeia (2010), Lena Machado
“Prazer em trabalhar com ela e o Luiz Jr. dirigindo”

Munderno (2010), Rubens Salles
“Possibilidade de usar os ritmos maranhenses e mistura-los com o jazz, clássico e outros gêneros. É o trabalho que me trouxe até Nova York”

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