Pé-de-serra no alto da Montanha Russa

Divulgação
Divulgação

 

Já louvei várias vezes, sempre que pude, e louvo sempre que posso, o que torno a fazer agora, a ocupação e resistência, por parte do Centro Cultural Mestre Amaral, de uma edificação em que funcionou um restaurante chique no Centro Histórico ludovicense, mais exatamente na Rua da Montanha Russa, nas imediações da Praça Pedro II, onde ficam localizadas as sedes dos poderes executivos estadual (Palácio dos Leões) e municipal (Palácio La Ravardiere), judiciário (Palácio Clóvis Bevilácqua) e eclesiástico (Igreja da Sé).

Sediar ali este importante centro cultural é uma das mais bem sucedidas e populares experiências de ocupação e reuso do espaço urbano em nossa Ilha capital. Oxalá outras iniciativas culturais tomem o mesmo rumo! A história nos ensina e prova que, mais que com prédios, a revitalização dos espaços públicos em geral, e dos centros históricos em particular, é feita com a circulação de pessoas. Quando a gente do lugar e de fora pode circular respirando arte temos uma experiência exitosa para mostrar aos poderes constituídos como é que se faz – para mim, o Mestre Amaral, como é simplesmente chamado o lugar, hoje, é isso. Só não vê quem não quer.

A agenda cotidiana do lugar inclui rodas e oficinas do Tambor de Crioula de Mestre Amaral, discotecagens, brechós, e muito mais. Basta colar no espaço, sobretudo aos fins de semana, mas não só. Não à toa o Centro Cultural foi incluído na programação Caia na Rede, da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes, ano passado. A proposta da Caia na Rede era atrelar o evento realizado pelo Sesc/MA a iniciativas que já existiam em São Luís, com o fornecimento de infraestrutura, divulgação e pagamento de cachês – outras contempladas foram A vida é uma festa (Praia Grande) e Sebo no Chão (Cohatrac).

Como se não bastasse tudo isso, o Centro Cultural Mestre Amaral volta a surpreender e anuncia para esta sexta-feira (19), um arraial com um quê de inusitado. O Arraial do Amaral terá como principal atração um show do duo Criolina (Alê Muniz e Luciana Simões), que na onda de seu recém-lançado ep Latino-americano, atacam de forró-pé-de-serra. No show prestarão reverências a nomes fundamentais de sua formação musical – e de resto, da maioria dos artistas nordestinos –, como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e João do Vale, entre outros.

A festa, que conta com o apoio da Rádio Casarão, contará ainda com as participações de Madian, Coletivo Gororoba e da dj Joana Golin. A produção promete: “o tambor também vai apanhar a noite inteira com a turma de Mestre Amaral”. O som está anunciado para começar às 21h. Os ingressos custam R$ 10,00 e podem ser adquiridos no local.

diga lá! não precisa concordar com o blogue. comentários grosseiros e/ou anônimos serão apagados