I Conferência Municipal de Cultura de São Luís do Maranhão

Confira aqui a programação completa. Para maiores informações:conferenciamunicipaldeculturaslz@yahoo.com.br, zemaribeiro@gmail.com
19/10/2005, quarta-feira
19h – Solenidade de abertura (Auditório Central – UFMA)
· Assinatura do protocolo de intenções pelo Prefeito de São Luís, Excelentíssimo Sr. Tadeu Palácio
19h30min – Conferência: “Plano Nacional da Cultura”
· Márcio Meira (Secretário de Articulação Institucional do Ministério da Cultura)

20/10/2005, quinta-feira
8h15min – Mesa redonda (Auditório Central – UFMA): “Educação, comunicação e cultura”
Palestrante: Prof. Dr. Gilmar de Carvalho (Comunicação Social/UFC)
Coordenador: Prof. Dr. Arão Paranaguá de Santana (Artes/UFMA)
Debatedores: Profª. Drª. Ester Marques (Comunicação Social/UFMA) e Humberto de Maracanã (Produtor Cultural)10h – intervalo
10h30min – Grupos de trabalho (Centro de Ciências Humanas (CCH) – UFMA)
· GT 1 – Comunicação e cultura
· GT 2 – Educação e cultura
13h – almoço
14h30min – Mesa redonda (Auditório Central – UFMA): “Memória e patrimônio cultural”
Palestrante: Antonio Vieira (Doutourando em Antropologia, Universidade de Barcelona)
Coordenador: Jeovah França (Especialista em Políticas Culturais, Poeta e Pesquisador)
Debatedores: Margareth Figueiredo (Especialista em Museologia, PRODETUR) e Ananias Martins (Mestre em História, PRODETUR-MA)
16h – intervalo
16h30min – Mesa redonda (Auditório Central – UFMA): “A cultura como direito”
Palestrante: Bernardo Novaes da Mata Machado (Mestre em Ciências Sociais, Cientista Político do Centro de Estudos Históricos e Culturais Fundação João Pinheiro/MG)
Coordenadora: Profª. Drª. Arleth Santos Borges (Ciências Políticas/UFMA)
Debatedores: Luís Fernando Cabral Barreto Junior (Promotor, Titular da Promotoria de Justiça Especializada na Proteção do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural) e Joberval Bertoldo (Vereador, Câmara Municipal de São Luís)18h – Grupos de trabalho (Centro de Ciências Humanas (CCH) – UFMA)
· GT 3 – Memória
· GT 4 – Plano diretor para a cultura
· GT 5 – Cultura e cidadania
20h – Atração artística

21/10/2005, sexta-feira
8h15min – Mesa redonda (Auditório Central – UFMA): “Economia da Cultura”
Palestrante: Luis Carlos Prestes Filho (Coordenador do Núcleo de Estudos de Economia da Cultura da Incubadora Cultural Gêneses PUC-Rio)
Coordenadora: Maria do Socorro Araújo (Secretária Adjunta da SETUR – Secretaria Municipal de Turismo de São Luís)
Debatedores: Itevaldo Junior (jornalista, Fórum Municipal de Cultura de São Luís), Jaubas Alencar (Gerente de Desenvolvimento Territorial do Banco do Nordeste – BNB/MA) e Letícia  Franco (CVRD)
10h – intervalo
10h30min – Grupos de trabalho (Centro de Ciências Humanas (CCH) – UFMA)
· GT 6 – Geração de trabalho e renda na área cultural
· GT 7 – Mecanismos de financiamento culturais público e privado
13h – Almoço
14h30min – Mesa redonda (Auditório Central – UFMA): “Gestão pública da cultura”
Palestrante: Hamilton Faria (Poeta, Mestre em Ciências Sociais, Instituto Polis, Fórum Intermunicipal de Cultura (FIC), Faculdade de Artes Plásticas – FAP/SP)
Coordenador: Josias Sobrinho (Produtor Cultural, Poeta e Compositor)
Debatedores: Lúcia Nascimento (Produtora Cultural e Atriz, FUNC), Joãozinho Ribeiro (Especialista em Propriedade Intelectual, Poeta, Compositor, Fórum Municipal de Cultura de São Luís)
16h – intervalo
16h30min – Grupos de trabalho (Centro de Ciências Humanas (CCH) – UFMA)
· GT 8 – Processos de participação popular
· GT 9 – Sistema municipal de cultura
18h30min – Atração artística

22/10/2005, sábado
8h30min – Plenária e relatório final (Auditório Central – UFMA)
12h – Encerramento

Semana Mundial da Alimentação

por Franklin Douglas*

A partir deste Domingo (16 de outubro) – Dia Mundial da Alimentação, estende-se, Brasil afora, a Semana Mundial da Alimentação (16 a 22 de outubro). Há 25 anos esta data vem sendo referência comemorativa, incentivada pela Organização da ONU para a Agricultura e a Alimentação (FAO). A FAO foi criada em 16 de outubro de 1945 e comemora 60 anos, este ano.

O objetivo é ter um período no qual governos e sociedade voltem sua atenção para a fome e a insegurança alimentar que afetam centenas de milhões de pessoas. Para que atentem e debatam publicamente o direito humano à alimentação. Uma vez que nos referimos a situação de 826 milhões de pessoas que passam fome no mundo, a 156 milhões de crianças menores de cinco anos que sofrem de desnutrição grave.

No Brasil, este ano de 2005 traz uma especial mobilização. A partir do chamado do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), governos e entidades organizam atividades várias com o fim de construir junto à população brasileira a luta por este direito a uma alimentação saudável, indissociável dos demais Direitos Humanos.

É neste sentido que se busca socializar que a segurança alimentar é mais do que comer e beber. Não adianta ao ser humano comer arroz e ovo, ovo e arroz, todos os dias, pois não é somente o elemento quantidade que explica o estágio de segurança alimentar e nutricional, mas também a qualidade. Portanto, quantidade e qualidade são as duas faces da mesma moeda chamada alimentação saudável. É assim que desnutrição e obesidade expressam o desequilíbrio de um destes componentes.

É isto que, também, expressam as Diretrizes Voluntárias da ONU para o direito humano à alimentação. Daí por que a Semana Mundial da Alimentação traz consigo uma ampla divulgação deste documento e convida poder público, entidades e, especialmente, cidadãos e cidadãs a subscrevê-la. O simples fato de assinar expressa simbolicamente o compromisso – e, anteriormente, a consciência do problema – de que a fome e a miséria devem ser pautados, refletidos e ter solução sustentável almejada.

Se a luta por segurança alimentar e nutricional será presente enquanto o sistema que a gera existir, é crescente a consciência de que tal sistema só acabará mediante uma organizada força social que coloque em xeque a ele e suas conseqüências: desemprego, miséria, violência, falta de educação, saúde, cultura. O povo brasileiro tem fome de comida, mas também de direitos e de beleza. Ampliar a luta por direitos é potencialmente diminuir a exclusão social que faz de homens e mulheres objetos descartáveis, às vezes apenas visíveis a muitos pelo impacto de palafitas ou crianças pedintes nos semáforos.

Esta luta foi o legado deixado para nossa geração por Josué de Castro e Betinho, para ficar apenas em dois símbolos. Que esta semana mundial da alimentação seja um despertar de mais corações e mentes por uma sociedade justa, solidária, fraterna, sem fome e desigualdades. Se um tiver sido tocado, sobretudo um jovem (cercado que está pelo mundo do consumo), já estaremos sendo exitosos!

* Franklin Douglas é jornalista, professor universitário e preside o Conselho Estadual de Segurança Alimentar (CONSEA-MA); e-mail:franklindouglas@elo.com.br

III Semana Nacional pela Democratização da Comunicação

Acontece até o próximo dia 22/10, a III Semana Nacional pela Democratização da Comunicação. Confira a programação para o dia de hoje, segunda, 17/10:

7h às 12h – Ato público e panfletagem no Terminal de Integração (Praia Grande)
14h – Oficina de idéias: A mídia e a violência contra crianças e adolescentes (Facilitador: Agência Matraca) Local: Faculdade São Luís
17h – Lançamento da Pesquisa da Agência Matraca (Local: Faculdade São Luís)
18h30min – Painel: Oligarquias midiáticas e direito à comunicação
Painelistas: – Kamila Mesquita (Coordenação da Enecos), Walter Rodrigues (Colunão) e Magno Cruz (Presidente do Conselho Diretor da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos). Local: Faculdade São Luis
Para conferir a programação completa, deixe seu e-mail na caixa de comentários ou escreva para zemaribeiro@gmail.com

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Dia 19 começa a I Conferência Municipal de Cultura de São Luís. Mais detalhes por aqui, em breve.

Enfim, a 1ª Conferência Municipal de Cultura de São Luís

por Joãozinho Ribeiro*

Qual a responsabilidade de cada ente da Federação em relação à cadeia produtiva da Cultura (Formação Cultural, Financiamento, Circulação, Formação de Público) e à garantia dos direitos culturais?

No presente momento, quais são os direitos culturais mínimos a que todo cidadão deve ter acesso?

Quais devem ser os mecanismos e os critérios do Estado, nos três níveis federados, para financiar a atividade cultural? Qual o papel da iniciativa privada?

Como estimular a inclusão da cultura e do patrimônio no planejamento urbano e ordenamento territorial, assim como nas políticas e programas de desenvolvimento humano e social?

Que papéis cumprem os entes federados e a sociedade civil na promoção cultural e democrática das oportunidades de exercer a crítica, a criação e o consumo de uma cesta variada de produtos de comunicação?

São Luís prepara-se esta semana, de 19 a 22 de outubro, para abrigar, pela primeira vez, uma Conferência Municipal de Cultura. O que significa e qual a importância deste fato para a vida política, social e econômica da cidade? para as instituições públicas e privadas de todos os níveis? Enfim, para todos nós que constituímos o seu maior patrimônio, os habitantes?

Antes de qualquer coisa, significa responder aos questionamentos formulados no início deste artigo, que, junto com dezenas de outros, compõem a pauta de debates da Conferência, a ser realizada no Auditório Central da Universidade Federal do Maranhão, cujo tema geral é “Estado e Sociedade construindo as Políticas Públicas de Cultura”, desdobrado nos subtemas: Gestão Pública da Cultura, Cultura é Direito e Cidadania, Memória e Patrimônio Cultural, Economia da Cultura, e Comunicação é Cultura.

Como se pode notar, em todo país, o debate começa a ocupar um lugar de destaque nas agendas dos governos municipal, estadual e federal, e até nos organismos internacionais, como é o caso da 33ª Conferência da ONU, que acontece por todo este mês em Paris, de onde deve sair, via UNESCO, a tão disputada Convenção sobre a Proteção dos Conteúdos Culturais e das Expressões Artísticas. O que não é de estranhar, considerando-se que a previsão em 2005 da comercialização dos bens e serviços da cultura atinja o expressivo patamar de um trilhão de dólares.

Pela primeira vez na história do país se constrói coletivamente um pacto político de compartilhamento de responsabilidades de tamanha envergadura. Pacto este que coloca para a sociedade civil, entes federados, empresas privadas, sistema “S” (SEBRAE, SESC, SENAC, SEST, SENAI, etc.), e instituições não governamentais em geral, um papel particular na construção do Sistema Nacional de Cultura-SNC. Papel este, que inicia com a adesão espontânea e autônoma dos Estados e Municípios ao SNC, por meio da assinatura do Protocolo de Intenções, cujo objetivo é “estabelecer as condições e orientar a institucionalização necessária, no âmbito da competência da União, Estados e Municípios, para a implantação do SNC. Sua finalidade é criar novas bases institucionais, entre os entes da federação, para o estabelecimento do SNC. A União cooperará com Estados e Municípios para a implantação dessas bases. Trata-se, portanto de instrumento de pactuação política que afiança publicamente os entes federados signatários”.

Conforme enfatiza ainda o documento elaborado pela Secretaria de Articulação Institucional do Ministério de Cultura, publicado no mês de agosto último:

“O objetivo da ação é que cada ente federado tenha órgão gestor específico para a política pública de cultura, sistema de financiamento para execução das políticas, plano de cultura pactuado com a sociedade, conselho de cultura atuante, e participação naConferência Nacional de Cultura, através da realização das conferências municipal, intermunicipal, ou estadual de cultura, além de um conjunto de leis ou instrumentos normativos que assegurem a permanência e desenvolvimento desse novo modelo de gestão para o setor cultural”.

Como se pode constatar, em relação ao nosso município, muitas coisas ainda estão por serem construídas e outras reconstruídas, como é o caso específico dos mecanismos de financiamento culturais e do Conselho Municipal de Cultura e Patrimônio Histórico, ferramentas vitais para a implantação do Sistema Municipal de Cultura. Além, é claro, de uma atualização e adequação de sua legislação cultural à implantação deste Sistema; cabendo à Câmara de Vereadores, ao Poder Executivo e ao Ministério Público uma atenção toda especial às proposta que serão alvo de democráticas deliberações nesta I Conferência.

União, Estados e Municípios devem estar cientes de que a constituição de um sistema público de cultura efetivamente nacional conta com sua indispensável participação, através da consolidação de sistemas próprios (federal, estaduais e municipais ou intermunicipais) de cultura, propiciadores de melhores condições de planejamento, gestão e coordenação dos seus serviços e instalações.

Nas mãos do Prefeito Tadeu Palácio e do Governador José Reinaldo Tavares boa parte destas responsabilidades estarão na mesa, nesta 4ª feira, dia 19 de outubro, quando, juntamente com o Secretário de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, Márcio Meira, assinarão finalmente o Protocolo de Intenções de adesão ao Sistema Nacional de Cultura, respondendo assim aos legítimos anseios dos movimentos culturais do Município de São Luís e do Estado do Maranhão; estabelecendo de fato e de direito as bases para a pactuação política de um novo modelo de compartilhamento de responsabilidades no setor cultural, onde o interesse público, finalmente prevaleça.

(*) poeta, compositor, membro da Coordenação do Fórum Municipal de Cultura e da Comissão Organizadora da I Conferência Municipal de Cultura de São Luís.

ontem etc.

não deu tempo de avisar mas fica o registro: dentro da disciplina jornalismo cultural, ministrada pela professora cristiane moraes para duas turmas do oitavo e uma do sexto período do curso de comunicação social / jornalismo da faculdade são luís, aconteceu ontem um debate sobre experiências culturais no maranhão. mais de sessenta alunos e convidados prestigiaram o acontecimento, cuja mesa era moderada pela professora e composta por (em ordem alfabética): abelardo teles (cia. pulsar de dança), antonio vieira (compositor), carlos benedito (antropólogo, ufma), eduardo júlio (poeta, repórter de cultura de o imparcial), vanessa serra (jornal pequeno, tv difusora) e zema ribeiro (o blogueiro que lhes aporrinha a paciência). registro aqui a satisfação com o convite e o imenso prazer em ter participado.

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semana que vem (mais detalhes por aqui em breve, muito breve):

. semana nacional pela democratização da comunicação. entre os dias 17 e 22, no centro de negócios da faculdade são luís.

. primeira conferência municipal de cultura. entre 19 e 22 no auditório central da ufma.

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o post assim todo em minúscula é uma “homenagem/c(im)itação” ao/do pedro alexandre sanches. este blogue recomenda uma visita àquele (link ao lado). leiam criativos comuns.

Entidades rejeitam Pólo Siderúrgico*

por Ed Wilson Araujo**

A escadaria da biblioteca pública Benedito Leite, na praça Deodoro, foi tomada na manhã de ontem 11 por militantes do Movimento Reage, formado por várias entidades sindicais e populares, num protesto contra a implantação do Pólo Siderúrgico na ilha de São Luís. Lideranças das comunidades da área pretendida pelo pólo e o comitê de estudantes (CAECIP), também contrário ao projeto, participaram da manifestação.

O empreendimento liderado pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), em parceria com a corporação chinesa Baosteel, visa instalar na ilha de São Luís, próximo ao porto do Itaqui, um complexo de três usinas e duas gusarias em uma área de 2.471 hectares, onde moram cerca de 14 mil pessoas em 11 comunidades rurais. Cada usina teria capacidade de produzir 7,5 milhões de toneladas por ano, totalizando 22,5 milhões de toneladas. Siderúrgicas deste porte, em ilhas, são rejeitadas por estudos técnicos de várias instituições científicas que alertam para os graves riscos ambientais e sociais, como a poluição do ar, do solo e do subsolo, além dos impactos causados pelo deslocamento de comunidades tradicionais.

O projeto é defendido pelos governos federal e estadual e acolhido pela Prefeitura de São Luís, com respaldo da quase totalidade dos meios de comunicação, que vêem no pólo oportunidades de geração de empregos diretos e indiretos, bem como o incremento da escalada desenvolvimentista do Maranhão, a exemplo da monocultura de soja, voltada para a exportação.

Entraves – Para o empreendimento ser viabilizado, é necessário modificar a Lei de Uso do Solo Urbano, transformando a zona residencial rural em zona industrial. Nas 11 audiências públicas realizadas para debater o tema, o pólo foi rejeitado. A própria validade das audiências foi questionada porque os mapas da área apresentados pela Prefeitura omitiram várias nascentes d’água para atenuar o impacto na legislação ambiental.

Atualmente, o projeto está em fase de tramitação em quatro comissões temáticas na Câmara de Vereadores: Constituição e Justiça, Planejamento Urbano, Meio Ambiente e Saúde. O estudante de Jornalismo Jorge Luis Prado Correa, integrante do Movimento Reage, afirma que a Lei de Zoneamento não pode ser aprovada antes de ser discutido o Plano Diretor. “De acordo com o que está previsto no Estatuto das Cidades, o debate sobre o Plano Diretor deve ter ampla divulgação e participação popular com amplos segmentos da sociedade”, reitera Jorge Prado.

Recuo – A participação das comunidades nas audiências públicas e a repercussão das ações do Movimento Reage levaram os defensores do projeto a propor uma área menor para o pólo. Para o advogado Guilherme Zagallo, um dos coordenadores do Reage, a diminuição da área não resolve o problema, mas é um passo importante. “A Câmara já está tendendo a reduzir a área de 2.471 hectares para 1.000 hectares. Eu credito isso a uma vitória, à participação expressiva da população nas 11 audiências públicas, com cerca de 3 mil pessoas participando. A maioria dessas pessoas que esteve nas audiências é contra a implantação do pólo em São Luís. Mas a própria redução da área que está sendo anunciada pela Câmara de Vereadores – de 3 usinas para uma só – ainda é muito preocupante”, reitera.

Segundo Zagallo, após o trâmite na Câmara Municipal, o projeto ainda vai passar por mais quatro processos de licenciamento ambiental: do subdistrito siderúrgico, das indústrias, do Porto do Itaqui e da captação de água. As estimativas do pólo prevêem o gasto de 2.400 litros de água por segundo, correspondente a todo o consumo da população de São Luís, retirada do rio Itapecuru, já em adiantado estado de assoreamento e poluição.

Os licenciamentos devem seguir o ritual de novas audiências públicas. “A luta contra a implantação dessas usinas em São Luís está apenas começando. A ilha não comporta mesmo uma usina siderúrgica, pelos impactos sociais e ambientais que esta instalação irá causar”, enfatiza Zagallo.

*publicada no Jornal Pequeno em 12/10/2005
** jornalista e professor universitário

[foto que ilustra a matéria em http://olhodeboi.nafoto.net]

Debate

Em cima da hora:

Acontece hoje, 11/10, às 20h30min, no Auditório do Centro de Negócios da Faculdade São Luís (Rua Osvaldo Cruz, 1455, Centro), um debate sobre o referendo do próximo dia 23. Defendendo o não, o voto no 1: José Linhares Jr. (acadêmico de Comunicação Social da FSL) e Clézio Amorim (professor, Coordenador do Curso de Administração da FSL); defendendo o sim, o voto no 2: André Porto (sociólogo, ong Viva Rio-RJ) e Cecília Amim (Secretária Executiva da Comissão de Justiça e Paz). A moderação ficou a cargo do professor Carlos Agostinho Couto (Coordenador do Curso de Comunicação Social da FSL).

meio poético esses dias…

outro poema para a minha nova musa. há coisas por resolver, eu sei, isso a gente vê. o sentimento é esse aí. o título é inspirado em reuben (link ao lado). a epígrafe é do joão antonio, descoberto via outro bom joão, o paulo cuenca (link ao lado).

gavetas da alma

          “mas você me sorri, mulher, e a vida vive”
(em “dedo duro”, 1982)

eu preciso arrumar as gavetas de minh’alma
esvaziá-las, jogar fora tudo o que não presta
ficar feliz por saber que tu és tudo o que resta
e eu poderei viver meus dias com a tua calma

preciso fazer uma faxina, dar uma geral
limpar, jogar fora tudo o que me feriu
lembrar de mim só depois que você sorriu
e apagou de mim todo o resto de qualquer mal

acho que já não preciso fazer uma faxina
pois já não há nada mais para jogar fora
tudo o que não prestava, foi-se embora
desde o dia em que você me sorriu, menina.

ilha, onze de outubro de dois mil e cinco

uma chamada não atendida

ela me ligou ontem às 22h46min; já dormindo (embriagado), não (ou)vi o telefone tocar. acordo, madrugada, vou ver as horas e lá está: uma chamada não atendida, com que batizo o poema abaixo, cometido hoje de manhã. [nota: esta ela não é aquela ela do poema anterior. confuso? talvez…]

só vi tua chamada
(não atendida)
quando despertei de madrugada
meio sem vida
ainda sem saber de nada
a cabeça pesada
(embora erguida)

[de nada adianta(ra)m
filme & vinho
sem teu carinho]

pensei em te ligar, então
mas já era tarde
(ou era ainda cedo?)
resolvi que não
e esperei o sol sair
sonhando acordado
dentro da escuridão
da semimorta madrugada.

preso entre tuas pernas tenho liberdade

para ela

[ela, deus e alguns amigos íntimos sabem quem é]

meu anjo barroco
tu não me engana
santa do pau oco
ei, minha mana
mais que amigo
mais que irmão
quero abrigo
em teu coração
correr perigo
acender a chama
o que quero, digo
se concordas, faço
te levar pra cama
te dar abrigo
em meu abraço
te tirar pedaços
remontar o coração
um tanto já gasto
pelo “diacho” da paixão
fazer amor contigo
meu novo vício
meu vício antigo
indício de eterno tesão
mas é mais que isso
você sabe? acho que não.

ilha, 5/10/2005

Parabéns, Xico Sá!

Uma das minhas ótimas e definitivas influências (eu penso assim!), o jornalista, poeta, prosador e blogueiro Xico Sá está soprando velinhas hoje. Para comemorar, dou de presente aos leitores deste Shopping Olho de Boi Brazil, dois poemas do mestre. Quem quiser ler mais, encarapuce-se (link ao lado).

Movido a

No teu
umbigo
bebo o suco
afrodisíaco,
combustível
que move e
segura
o jogo de
cintura.
Poema de Classes

você vale-
menos
companheiro!

MAIS-VALIA
se você
gritasse
o ano inteiro.

[acabo de falar com Xico ao telefone; provavelmente ele lança o “catecismo” até novembro. Saiba mais no blogue do rapaz]

poema lilás número três (nós dois, apenas um)

como disse carolina libério (link ao lado), “(…)então, vou escoando a produção…”; seguindo conselhos de manu maia (link ao lado). poema cometido em cinco de março do ano passado. bregão, né?

meu estômago arde, mas não é de fome
mãos e pernas tremem, não de cansaço
meus documentos não trazem meu nome
por apenas te ver em tudo o que faço

e não há motivo para eu viver assim
entregue a você, tão completamente
se nem mesmo sei o que pensas de mim
se apenas um poeta tolo, chato, indecente

ou um poeta que te ama tão profundamente
e enfrenta qualquer meio para te ter no fim
de mãos dadas, braços entrelaçados num

abraço tão apertado que só me dê prazer
para que então, enfim eu possa perceber
que amar não dói se nos tornamos apenas um

instantâneo (ou curta-metragem)

dois poemas ligeiros…

ceia

no cio,
quero que sejas
minha ceia.

néctar

vôo lépido e fagueiro da borboleta cor-de-rosa
teu clitóris
me faz voar

regresso

 

antes morrer de amor
pra não ter que sentir a dor
da separação

antes não ter amado
pra não ter que morrer
de amor

antes não ter vivido
pra não correr o risco
de amar

antes mesmo nem ser poeta
pra não ter escrito
este poema

Saudades…

Saudades de Gisele Brasil. Acho que a gente devia se encontrar mais e bater mais papo. Minha confidente e conselheira, mesmo antes de nos conhecermos, carne e osso. E alma. Ela e Jana. A Jana Lobo. Por quem estou esperando, ainda, com uma garrafa de vinho para abrir o Água e Vinho, do Gismonti. Saudades de Carolina Libério e de sua poesia, curta e certeira. Matadora, no bom sentido. (Ei, tô com um presente pra ti, recebeste a mensagem no celular?). Saudades de Reuben, apesar de ter passado a tarde com ele numa livraria. Saudades de Zé Patrício Neto, que nunca mais blogou. Agora tá fazendo uns vídeo-poemas que, tenho certeza, são bons, mas ainda não pude/consegui ver. Saudades de Celso Borges, CB, que se revelou muito mais do que tudo o que eu esperava. Saudades de Bruno Barata e Pataugaza e daquela cerveja em início de tarde, com Mestre Patinho, na esquina de São Pantaleão com Misericórdia (precisamos repetir isso, turma!). Saudades de Eduardo Júlio (essa saudade eu mato daqui a pouco n’A Vida é uma Festa!). Saudades de mim mesmo. Saudades de Ellen Carol, embora nos vejamos quase todos os dias. Saudades de sexo com amor. Saudades da infância, quiçá lá eu fui feliz…