[Essa entrevista deveria ter ido para o sítio da Faculdade São Luís. Não rolou. A quem interessar possa, publico-a aqui.]
ESTUDANTE DA FACULDADE SÃO LUÍS LANÇA LIVRETO COM POEMAS
Zema Ribeiro, 23, estudante de Comunicação Social (Jornalismo) da Faculdade São Luís, estará autografando seu livreto de estréia na próxima sexta-feira, dia 5/8, às 20h30min, na Praça da Faustina (Praia Grande, esquina de Rua do Giz com Beco da Alfândega). Sobre o lançamento de “Uma crônica e um punhado de poemas de amor crônico” conversamos com o autor.
FACULDADE SÃO LUÍS – O que representa lançar um livro de poemas em São Luís, cidade sempre lembrada como terra de poetas?
ZEMA RIBEIRO – Até hoje não sei se sou poeta. Alguns amigos dizem que sim, eu não sei. Esta coleção de poemas, a que chamo carinhosamente de (s)obra, fecha um ciclo. Lançá-lo representa cantar publicamente um amor. Como na música brega: “quero bem alto ao mundo inteiro gritar, que sou feliz e tenho alguém para amar”.
FSL – “Uma crônica e um punhado de poemas de amor crônico”. O título é forte…
ZR – E real. Aí estão colecionados uma crônica e diversos poemas que escrevi para uma garota entre abril e julho deste ano. A crônica será publicada na revista Almanaque JP Turismo, onde assino a coluna Quintal Poético desde março do ano passado. O Almanaque inclusive patrocinou parte da tiragem, o Instituto UniSãoLuís também; o resto da grana consegui com alguns amigos, esses que acreditam que sou poeta [risos]…
FSL – Porquê a opção pelo formato cordel?
ZR – Vejo o seguinte no Brasil como um todo: você pode até não ser poeta ou escritor, mas se for famoso lança um livro fácil, fácil. No entanto se você é poeta ou escritor e não é famoso, a “ralação” é grande. Tem muita gente boa escondida, engavetada por aí. Então, cansei de ficar reclamando e resolvi fazer algo barato. A opção pelo formato cordel é uma maneira de baratear os custos de edição – o livro sai mais barato para o autor e seus patrocinadores – e venda – o livro sai mais barato para os leitores. Acredito que a literatura ganha com isso. Outro detalhe importante é que o formato cordel tornou-se famoso em São Luís, pela obra de Marco Pólo Haickel, que já lançou assim diversos de seus folhetins. Ninguém diz, mas meu editor já vendeu perto de dez mil livros.
FSL – Um número surpreendente para o mercado ludovicense.
ZR – Sim. Mas ninguém diz nada. O “cabra” vendeu cinco mil exemplares só de “O funcionário”. Depois foi selecionado para uma mostra da UNE com “O amor de Mariano”, outro sucesso. Aí concorre para um concurso literário em São Luís, para publicar um livro, e a turma diz que “não há qualidade”. Estranho isso, não?
FSL – A noite de autógrafos será conjunta. Porque a opção pela Praça da Faustina?
ZR – A noite será conjunta. Marco Pólo autografa “O segredo de um mistério”, eu autografo “Uma crônica e um punhado de poemas de amor crônico”. Músicos e poetas tomam conta do espaço. A Praça da Faustina é como foi rebatizada informalmente a Praça do Seresteiro pelos boêmios de plantão, inclusive eu. Fica na esquina da Rua do Giz com o Beco da Alfândega, uma área, digamos assim, menos famosa da Praia Grande. Faustina é uma das últimas resistências da Zona do Baixo Meretrício. É um Patrimônio Humano. Quando morrer vai virar azulejo, como diz a canção de Joãozinho Ribeiro.
FSL – Ele que a propósito participará do acontecimento.
ZR – Joãozinho é outro patrimônio. A cidade precisa ouvi-lo. A cidade precisa amá-lo. Temos uma ligação muito forte, e o mesmo sobrenome [risos]. Digo sempre que somos parentes de copo e alma. Outros que estarão lá são Cesar Teixeira, outra referência, mais um parceiro de copo e alma, também lançou seu disco lá na Faustina e ainda colocou a musa na contracapa. Chico Nô, que já musicou poemas meus. E outros parceiros que com certeza irão pintar, compondo essa bela paisagem, feita de tempo e poesia.
FSL – Como surgiu a idéia de fazer o livreto?
ZR – A idéia é presentear publicamente à Ellen Carol, musa de todos os poemas e da crônica que aí estão. E também fortalecer a Vírus Editora, que já batalha pela popularização da literatura e leitura há tempos.
FSL – Um recado final?
ZR – Moçada: apareçam na sexta! A poesia vai obstruir a via pública. Até lá!