LUÍS CARLOS PINHEIRO, DE GRAJAÚ/MA

 

Uma ótima sensação sempre me percorre quando tenho acesso a uma obra de arte inédita, discos, mais especificamente. Assim ocorreu com os trabalhos de Wilson Zara, Flávia Bittencourt, Nando Cruz, Cesar Teixeira e Nego Ka’apor (este último ainda inédito).

Dias atrás viajei até Estreito/MA, pelo projeto Imprensa Turística Itinerante, idealizado e realizado pelo amigo Gutemberg Bogéa. No meio da galera, o compositor Uimar Cavalcante. De volta à Ilha, liguei para Nando Cruz e, na conversa, soube que ele estava produzindo um disco de Jessé, cantor e compositor de Grajaú/MA.

Calma, caros leitores! Não pensem que uma coisa nada tem a ver com outra. Explico: Uimar Cavalcante é parceiro de Luís Carlos Pinheiro, compositor da mesma cidade de Jessé, seu principal intérprete. Com isso foi só juntar as informações e escrever sobre – já devia ter feito isso há tempos, mas a minha crônica irresponsabilidade não permitiu – um disco inédito – mais um, mas não “apenas” mais um – ao qual tive acesso: Luís Carlos Pinheiro.

Encherei o saco de quem me lê com mais uma observação: é de Grajaú também outro parceiro de LCP, o compositor Bebé, autor de “Fátima” (belamente interpretada por Daffé em seu “Somente Solo”) e parceiro – com Gilvandro Martins – de Zara em “Zaratustra”, belíssimas músicas que tenho ouvido bastante nos últimos tempos.

Vamos ao disco: quinze gravações “caseiras” de Luis Carlos Pinheiro, acompanhado de seu violão. Estão lá “Aboio”, “Terra” e “Bandas do Destino”, parceria com Uimar Cavalcante, entre outras. A voz grave – um bonito trovão – de LCP transita entre a alegria de Ednardo e a tristeza de Elomar. E explico: quando digo “tristeza de Elomar”, trata-se de um elogio a LCP, já que o compositor baiano é um de meus prediletos no cenário da música produzida no Brasil em todos os tempos.

Não conheço Grajaú/MA. Mas conheço, como já disse, algumas músicas produzidas lá, através de FEMUG’s (Festivais de Música de Grajaú), da passagem de Zara por lá – cumprindo punição na CEF, quando à época era funcionário da instituição financeira – e histórias contadas pelo amigo Celso Cardoso – também violonista, membro da Confraria do Bigode, que se reúne religiosamente aos sábados no bar homônimo, no Renascença – que a propósito, foi quem me apresentou o disco sobre o qual escrevo agora. Com a audição de LCP, espero visitar a cidade em breve. E espero que em breve os caros leitores deste blogue possam ouvir este bom trabalho.

IMA DISCUTE SNC

 

Segunda-feira, dia 25 de julho, às 19h, no auditório da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Maranhão (Rua do Passeio, 541, Centro), o Instituto Maria Aragão (IMA) promove debate sobre o Sistema Nacional de Cultura (SNC). Os debatedores:Joãozinho Ribeiro (poeta, compositor, professor universitário), Ananias Alves Martins(historiador, professor universitário) e Jeovah França (poeta, técnico em assuntos culturais). O evento é aberto ao público e tem entrada gratuita.

O CANCIONEIRO DE JANA CAMPOS LOBO

Link novo aí do lado. Imensa felicidade tomou conta de mim quando ela disse que finalmente estava blogando. Jana sempre me põe pra cima. Alto astral total. Energia positiva. J. M. Cunha Santos, certa vez escreveu: “mas eu não posso falar sobre essas coisas com quem nunca esteve no céu”. Mas eu posso falar disso com vocês, não? Vão!

CRONÓPIOS

A Cronópios, revista eletrônica de literatura e artes, re-publicou nosso texto sobre o mais recente trabalho do compositor maranhense Josias Sobrinho. Leia, clicando aqui.

POESIA RÁPIDA E RASTEIRA, SACANAGEM ETC.

 

Gosto de poesia rápida, poemas minutos, hai-cais, coisas ligeiras. Como os dois poemas abaixo:

para um mau entendedor
meia palavra falta
(Eduardo Júlio, em seu inédito “Alguma Trilha Além”; leia mais sobre, clicando aqui)

o ministério da saúde adverte
eu me divirto
(Renato Negrão em “Os Dois Primeiros e Um Vago Lote”, que reúne poemas de seus livros “No Calo” [1996] e “Dragões do Paraíso” [1997], além de escritos inéditos e letras de músicas gravadas por nomes da nova geração musical brasileira, com destaque para a mineira Patrícia Ahmaral, uma das musas deste blogue)

E rapidinho: link novo aí do lado. João Filho, escritor sacaneado pela Revista (In)Veja. Saiba mais clicando lá.

E outra: Marcelino Freire lança seus Contos Negreiros hoje, em São Paulo. Ele, que também foi sacaneado (gente, não há outras palavras!) pelo jornalismo porco praticado pelo veículo já citado, deu belíssimas, lúcidas e argumentadas respostas ao monstrengo.

DA (IN)UTILIDADE DA POESIA

 

De vez em quando, duvido da utilidade da poesia, talvez por nunca ter conseguido “usá-la a meu favor”, se é que vocês me entendem. E tomem um poema antigo:

poema vão

folhas vêm e vão
poemas não
o poema é emoção
é riso, choro e lamento
então
nenhum foi feito em vão

DIÁLOGOS INTERCULTURAIS

 

Como parte das atividades preparatórias para a I Conferência Municipal de Cultura, a Coordenação do Fórum Cultura Cidadã preparou uma série de debates intituladaDiálogos Interculturais. O primeiro acontece na próxima quarta-feira, dia 20 de julho, às 19h, no Teatro Alcione Nazaré (Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, Praia Grande). Os debates, semanais, são abertos à comunidade e têm entrada franca. Em breve postopor aqui o roteiro completo. Por enquanto, informações sobre o primeiro.

Data: 20 de julho, quarta-feira
Hora: 19h
Local: Teatro Alcione Nazaré (Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, Praia Grande)
Tema: Patrimônio Cultural, Plano Diretor e Reforma Administrativa Municipal
Palestrante: Ananias Alves Martins (historiador, professor-mestre da UEMA)
Debatedores: Marcelo do Espírito Santo (Diretor do Instituto de Planejamento Municipal), Frederico Lago Burnett (Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UEMA) e Kátia Bogéa (Historiadora, Superintendente Regional do IPHAN)
Mediador: Ronald Almeida e Silva (arquiteto)

HOJE

Uma rápida observação (essa eu acho que é necessária): tô com o disco de Josias há tempos. Irresponsavelmente, nunca havia parado pra escrever sobre ele, o que fiz no fim de semana passado. E por coincidência, o JP o publicou hoje, aniversário do compositor.Josias Sobrinho, que o texto te caia como meus votos de um feliz aniversário, já que os parabéns estão dados pelo brilhante resultado do trabalho. Um abraço do blogueiro!

O DISCO DE OURO DE JOSIAS SOBRINHO

Texto nosso publicado no JP Turismo (suplemento do Jornal Pequeno) de hoje.

Compositor de “Catirina” recria diversos clássicos de sua autoria, reúne um punhado de bons amigos e extrai um biscoito com recheio de pérolas. Dente de Ouro é um disco de ouro, de inestimável valor para o cancioneiro popular do Maranhão.

Dente de ouro. Capa. Reprodução

O ano de 2004 foi repleto de gratas surpresas no cenário musical maranhense: foi o ano das estréias, em disco, de Cesar Teixeira, Flávia Bittencourt e Bruno Batista. Todos obtiveram no fim do ano passado o prêmio Universidade FM – o mais importante da música no estado – em diversas categorias.

Da mesma geração de Cesar Teixeira, Josias Sobrinho integra o grupo de Compositores do Maranhão – juntamente ainda com Sérgio Habibe e Ronaldo Mota – como à época foi batizado o grupo de artistas que assinavam as músicas que integravam o repertório de Bandeira de Aço, disco de Papete, hoje indiscutivelmente um clássico da música popular produzida no Maranhão em todos os tempos. Josias é autor de quatro das nove músicas que lá estão e, segundo Marcus Vinicius de Andrade, era o mais impressionante compositor do “bando”.

Vinte e sete anos depois de Bandeira de Aço, Josias reúne e recria um punhado de clássicos de sua autoria em Dente de Ouro (CPC-UMES, 2005, R$ 20,00 em média). A faixa que batiza a coleção de belas canções nunca havia sido registrada em disco por seu compositor. A produção musical, refinadíssima, ficou a cargo de Papete, responsável pela percussão, ao lado de Jeca.

Um competente time de músicos acompanha Josias Sobrinho por este passeio pelas belezas de quem traz no canto as lembranças das belezas de sua terra natal, Cajari: Leônidas Costa (arranjos, violão e pré-produção), Israel Dantas (violões), Georges Fernandes (bateria), Quirino dos Santos (cavaquinho), Ruy Mário (sanfona e teclado), Mauro Marinho (contrabaixo), Val Cunha, Mirian Reis e Daniel da Silva (vocais). Também estão presentes à festa alguns convidados especiais: Zeca Baleiro, Lenita Pinheiro e César Nascimento, além do já citado Papete.

Clássicos não faltam! De Bandeira de Aço estão lá Dente de Ouro, Engenho de Flores e Catirina. Entre outras, Josias passeia com classe por As “Perigosa”, Rosa Maria (gravadas por Ceumar em Dindinha, seu ótimo disco de estréia) e O Biltre (gravada por Rita Ribeiro também em sua estréia) entre outras. E mostrando estar em forma, lírica e melodicamente, o autor de Terra de Noel – clássico que ficou de fora – brinda o público com músicas inéditas: Trilha Sanfoneira, A Flor do Baobá e A Revolta da Asa Branca.

Um disco charmoso, resultado só alcançado por compositores que não têm medo de correr riscos. Diversas das músicas deste Dente de Ouro parecem ter versões definitivas e nele nos deparamos com outra beleza, uma maneira particular de quem revisa sua obra, sincera e despretensiosamente.

Josias Sobrinho pegou o novelo do peito – da letra da faixa-título – e teceu um caminho: Dente de Ouro já foi lançado na Capital Federal, em Mato Grosso e percorreu diversos arraiais ludovicenses durante o período junino. Um disco festivo, para durar mais que isso. “Sotaque do talento, jeito do Maranhão, cara do Brasil. Esperei (esperamos) vinte e sete anos – mas acho que valeu!”, anuncia Marcus Vinícius de Andrade, diretor artístico da gravadora CPC-UMES, no encarte do disco. Pode ter certeza que sim.

AS GENEROSAS PALAVRAS DE ROGÉRIO E GILDOMAR

 

Registro aqui o meu contentamento com o escrito por Rogério Tomaz Jr. em seu blogue (link ao lado), sobre o lançamento (a rolar em breve) de “Uma Crônica e Um Punhado de Poemas de Amor Crônico (Declarações de Amor para Ellen Carol)”. Leia, clicando aqui.

Abaixo, o comentário do amigo Gildomar Marinho, exímio músico, sobre a (s)obra:

“Ah! um poeta bom. E vivo, pulsante e, hoje, on-line.

Dos amores, sabemos cedo. Das dores, é na bucha mesmo! Uma musa, uma crônica, um amor crônico. Não, não! Na verdade, um coração crônico. Desses que puxa o amor à tona e traz dele a verdade. Doa o quanto doer. De soslaio fico brechando cada faceta e dela sai um inédito amor. Absoluto, intenso e único. Zema é assim. Incorrigível Zema, costumo dizer. E sobre ele, não é demais pensar: como arranja tempo? Estudante de Comunicação, articulista, blogueiro, cronista, pesquisador, produtor cultural e parceiro dos parceiros notívagos onde o templo dos fiéis exige um ritual constante de peregrinação pelos bares da Praia Grande, do Léo, do Desterro e da Madre Deus, onde a morada aos poucos se transforma num santuário à cultura maranhense. Mas eu falava da relação do Zema com o amor. Sim, sua relação com o amor é direta. Aqui Ellen Carol é musa das musas do amor presente, que o autor já denunciou o dolorido corte. É seu exercício de sofrer e viver, dito no verso de preces e dúvidas. Se amar e sofrer é viver, viva Zema!”

EU JURO QUE EU NÃO QUERIA POSTAR ISSO AQUI…

 

(ou QUATRO POEMAS SOBRE “FIM”)

Em breve publico “Uma Crônica e Um Punhado de Poemas de Amor Crônico (Declarações de Amor para Ellen Carol)”. A (s)obra sairá em formato cordel, para ser vendida por um preço baixo (R$ 3,00) e trará tudo o que escrevi para a moça desde 27 de abril, data em que “ficamos” (detesto o termo, mas foi isso que aconteceu) pela primeira vez. A (s)obra sai, mas o amor não mais. Ela o assassinou. Os poemas abaixo não estarão no livreto (não foram cometidos para ela, falam de outros momentos de minha “vida louca vida, vida breve”), mas traduzem (muito) bem, tudo o que estou sentindo.

cenas do último capítulo

eu queria que tudo que a gente dissesse:
“ah! esquece!”
fosse
assim
tão fácil

mas nem tudo é como a gente quer
você quer que eu te esqueça
mas não pensa
que você
se eternizou em mim

é como passar um ano assistindo a uma novela
e ver que não vale
a pena
não ter perdido uma cena
até chegarmos a esse fim
(a vida é assim)


fim (samba melancólico)

resolvi não sorrir mais
percebi que sou um homem
condenado a viver amargamente
você foi embora, simplesmente
me abandonou sem olhar para trás
e sozinho eu não vou conseguir
sequer mostrar os dentes


o fim do mundo

o mundo acabou
por que o mundo é um cata-vento
e cessou o vento

o mundo acabou
por que o mundo é um moinho
e águas passadas não movem moinho

o mundo acabou
por que você era meu mundo
e tu não me amas mais


o fim do mundo nº 2

e eis que o mundo era um poema
e este é o fim do poema:

 

EM TEMPO:

O Fórum Cultura Cidadã reúne-se hoje, às 19h no Departamento de Assuntos Culturais (DAC) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) (Rua Osvaldo Cruz, próximo ao Cine Passeio). Durante o encontro será definido um calendário de debates, intitulados “Diálogos Interculturais”, que farão parte das atividades de preparação para a I Conferência Municipal de Cultura. O primeiro está marcado para o próximo dia 20/7. Mais informações, por aqui, em breve.

SÃO LUÍS 400 ANOS: UM PLANO DIRETOR PARA A CULTURA DA CIDADE

 

por Joãozinho Ribeiro (*)

 

Um Município precisa de um Plano Diretor para a Cultura? O que significa isto?

Continuidade administrativa é um dos pilares da edificação de um Plano Diretor para qualquer projeto decente de desenvolvimento de uma cidade, que não se confunde necessariamente com a perpetuação dos seus administradores, nem com a mania de quase todo governante de dividir a história da cidade em “antes e depois de mim”. Em função deste tipo de raciocínio, inúmeros projetos culturais permanecem inacabados e os produtores culturais submetidos a uma crônica e cruel instabilidade, que dificulta o planejamento e a realização de investimentos a médio e longo prazo. Não se trata aqui só dos planos diretores a que fazem referência as leis orgânicas dos municípios, mas dos objetivos estratégicos, dos macros-objetivos da cidade em termos de cultura que transcendem esta ou aquela administração e os mecanismos que incorporem  a população para atingi-los como protagonista das ações culturais. O ponto fundamental é que estes objetivos possam ser traduzidos em metas quantificáveis, programas ou projetos objetivos. Plano Diretor não pode ser filosofia do governo, mas a expressão prática dessa filosofia. Um Plano Diretor para a Cultura não deve ser documento tecnocrático, distante dos centros decisórios reais da cidade, mas um projeto capaz de promover coesão e mobilizar a cidade em sua direção. São Luís precisa de um Plano Diretor para a Cultura?

Entendemos que sim, assim como também é o entendimento contido na Agenda 21 da Cultura para as Cidades, aprovada em maio de 2004, no Fórum Universal das Culturas, de Barcelona, da qual reproduzimos os seguintes compromissos assumidos pelas centenas de autoridades locais presentes:

 

  1. COMPROMISSOS

(…)

  1. Promover a implementação de formas de “avaliação do impacto cultural” para considerar, com caráter preceptivo, as iniciativas públicas ou privadas que impliquem alterações significativas na vida cultural das cidades.
  2. Considerar os parâmetros culturais na gestão urbanística e em toda a planificação territorial e urbana, estabelecendo as leis, normas e os regulamentos necessários que assegurem a proteção do patrimônio cultural local e a herança das gerações antecessoras.

(…)

  1. Implementar ações que tenham como objetivo a descentralização das políticas e dos recursos destinados à área cultural, legitimando a originalidade criativa das chamadas periferias, favorecendo os setores sociais vulneráveis, defendendo o princípio do direito à cultura e ao conhecimento de todos os cidadãos sem discriminações de nenhum tipo. Esta determinação não deverá passar por alto as responsabilidades centrais e, particularmente, as que referem ao necessário financiamento que todos os projetos de descentralização exigem.

O que não podemos entender, e até nos causa espanto, é a pauta de discussões da II Conferência Municipal das Cidades – evento realizado no auditório do Hotel Abevville durante os dias 4, 5 e 6 de julho, promovido pela Prefeitura de São Luís – não ter contemplado este tema, justamente no momento em que se discute a atualização do Plano Diretor da cidade.

Felizmente, a coordenação do evento, diga-se de passagem bastante solícita, concedeu-nos um tempo para uma intervenção, momento em que fizemos a seguinte colocação:

 

“Entendemos que elaborar um Plano Diretor para uma cidade é, antes de tudo, sonhá-la. E, como é possível se sonhar uma cidade como São Luís – Patrimônio Cultural da Humanidade – sem ouvir os seus artistas e poetas? Como pode não estar reservado, nestas rodadas de discussões, um capítulo dedicado à cultura. A cidade histórica de Recife, também Patrimônio da Humanidade, que sempre costumamos tomar como referência, recentemente atualizou o seu Plano Diretor; e lá, um capítulo generoso e decente foi dedicado à Cultura”.

 

Só então os representantes do Poder Público reconheceram o grande equívoco, e pediram à platéia presente as necessárias desculpas pelo grave esquecimento.

Talvez por causa de esquecimentos como esse é que Olinda abocanhou o importante título de “Capital Brasileira da Cultura – 2006”, na última 5ª feira (30/6); pois teve o mérito de apresentar um respeitável programa de atividades culturais para o ano respectivo. Como cidade eleita terá, entre outras vantagens, projeção como referência da cultura nacional, restauro do patrimônio histórico e atração de investimentos privados.

O presidente das organizações Capital Americana da Cultura e da Capital Brasileira da Cultura, Xavier Tudela aproveitou a oportunidade para afirmar na cerimônia de entrega do prêmio: “Olinda Capital Brasileira da Cultura 2006 é um marco que representa a vontade do povo brasileiro em querer mostrar ao mundo a sua imensa riqueza cultural e visa valorizar a identidade cultural de cada país e utilizar a cultura como instrumento de transformação social. O Brasil foi escolhido para ser o primeiro país do continente americano a ter a sua própria capital nacional da cultura pelo seu enorme potencial e diversidade cultural”.

Esperamos que na próxima edição deste cobiçado prêmio nossa querida cidade concorra com todo o potencial que brota da sua diversificada e rica produção cultural. Para tanto, de uma vez por todas, é preciso acabar com tantos adiamentos e discutir uma política pública de cultura para o Município, pois quanto mais adiamento se fizer, mais aumentará o passivo cultural.

A cidade precisa ouvir seus poetas, seus escritores, pesquisadores, produtores e agentes culturais em geral; pois todos têm grandes contribuições para dar à atual administração do Prefeito Tadeu Palácio. O que não pode mais se perpetuar é essa “operação avestruz” na Cultura da cidade.

Queremos discutir o Plano Diretor, queremos participar democraticamente da elaboração de uma política municipal de cultura, como já se encontra previsto na Lei Orgânica do Município (parágrafo único, do art. 156); queremos ver implantado o Sistema Municipal de Cultura, sintonizado com o Sistema Nacional, que está sendo implantado em todo o país pelo Ministério da Cultura; fato que permitirá compartilhar, dentre outros benefícios:

  1. a) o fortalecimento dos sistemas de financiamento específicos da cultura, nas suas respectivas esferas administrativas;
  2. b) a integração e otimização dos recursos financeiros destinados às políticas culturais;
  3. c) a implantação de sistemas setoriais das diversas áreas da cultura – bibliotecas, museus, centros culturais, artes em geral, patrimônio cultural, entre outras – com participação e controle social;
  4. d) a implantação e disponibilização democrática do Sistema Nacional de Informações Culturais, constituído de banco de dados sobre bens, serviços, programas e instituições de natureza cultural;
  5. e) a implementação integrada de programas e projetos de capacitação e aprimoramento de setores e instituições culturais específicos;
  6. f) a cooperação técnica para a realização de planejamento estratégico, no âmbito do Sistema nacional de Cultura;
  7. g) a articulação com as diversas redes/setores da cultura brasileira;
  8. h) a facilitação de fluxos de projetos culturais em circuitos nacionais.

 

No breve espaço que nos foi concedido pelos organizadores da II Conferência Municipal das Cidades, também aproveitamos para divulgar a instalação do Fórum Cultura Cidadã, que já está discutindo democraticamente nas comunidades a preparação da I Conferência Municipal de Cultura, e solicitamos a aprovação de uma moção de apoio à realização deste evento.

No momento, aguardamos o sinal positivo do Prefeito Tadeu Palácio a um pedido de audiência que lhe foi oficialmente solicitada (protocolado no dia 28/6) para podermos, em parceria com a Prefeitura, agilizar as ações para realizarmos, até o mês de setembro, a I Conferência Municipal de Cultura da Cidade de São Luís.

 

(*) poeta/compositor, integrante da Coordenação do Fórum Cultura Cidadã

JÔ, FELIZ ANIVERSÁRIO!

 

Das raras pessoas que quanto mais você conhece, mais você ama, Joisiane Gambafoi/é/será (sempre) um presente em minha vida. Por seu aniversário, torno públicos os votos de parabéns deste blogueiro que a adotou como mãe. Feliz aniversário! Um forte abraço! (Um vinho mais tarde? risos)

Já andaste por caminhos
Onde os pés saíram feridos, mas
Isso nunca te impediu de caminhar
Sempre em busca da paz.
Incrivelmente forte, és mulher
Admirável. Ser mãe é padecer
No paraíso. É fazer da tristeza
Esse teu belo sorriso.

Gastas a alegria, para tê-la
Ainda mais. Dia após dia
Multiplicas tudo o que é
Bom. Sou grato a Deus pela
Amizade sincera que irradias.

MESA REDONDA

Acontece hoje, às 19h, mesa redonda sobre o pólo siderúrgico, no auditório daSociedade Médica do Maranhão (Rua do Passeio, 541, Centro). Expositores convidados: Alberto (Beto) Cantanhede, líder comunitário do povoado Taim;Guilherme Zagallo, advogado; e Walter Rodrigues, editor do Colunão. O evento, organizado pelo Instituto Maria Aragão, é gratuito e aberto ao público.