Agenda carnavalesca: Cesar Teixeira

O compositor Cesar Teixeira se apresenta hoje (2), às 21h, no Viva Liberdade. Amanhã (3), às 22h, no Ceprama.

O artista é visto ao lado no traço de Djalma Lúcio, que cedeu esta caricatura para o material de divulgação do IV Baile do Parangolé, que acontece dia 9, às 14h, no Porto da Gabi (Aterro do Bacanga), com entrada franca. A festa, com apoio da Fundação Municipal de Cultura (Func) e Porto da Gabi, comemora os 34 anos de fundação da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), entidade da qual Cesar Teixeira é sócio e ex-assessor de comunicação.

Autor da música que batiza o baile, ele completa 60 anos em 2013 e foi homenageado pela SMDH também em sua Agenda 2013.

Carnaval de passarela: uma decisão que pode apontar novos rumos para a Cultura de São Luís

A certamente difícil decisão de não realizar o carnaval de passarela em São Luís é a primeira prova de fogo do presidente da Fundação Municipal de Cultura (Func) Chico Gonçalves e sua equipe. O órgão publicou hoje uma nota comunicando-a.

As opiniões certamente se dividirão, uns poucos apoiando a decisão, outros, a grande maioria, acreditamos, contrários a ela.

A Func não tomou a decisão sozinha: antes, as associações de blocos e união de escolas de samba resolveram que seus grupos filiados não participarão do desfile após o anúncio do não pagamento de cachês pelo poder público municipal, diante da terra arrasada deixada pela gestão de João Castelo (PSDB).

Ainda que não propositalmente, a suspensão do carnaval de passarela pode ser o primeiro passo para que se rediscuta o modelo de financiamento das manifestações culturais destas plagas, não só no carnaval, desejo expresso na nota hodierna.

Alguns exemplos e questionamentos. As cervejarias estão entre as empresas que mais lucram com a festa de momo, inclusive com bastante participação deste blogueiro, mas investem pouco ou quase nada. Que escola de samba ou bloco carnavalesco, em qualquer grupo e/ou categoria, tem se preocupado com a sustentabilidade para além dos cachês recebidos anualmente no período? O fomento à cultura é dever do Estado, mas deve ser promovido de acordo com os princípios da administração pública.

O fato é que há muito, grupos políticos têm se apropriado de manifestações culturais, inclusive inventando-as, em prol da legitimação deste ou daquele político, quando esta avaliação cabe às urnas, de preferência sem a maquiagem de “amigo da cultura (popular)” que tão bem lhes cai nas caras de pau (esta não é uma metáfora para as máscaras comumente usadas pelos fofões em nosso carnaval).

Seria precipitado dizer que a não realização do carnaval de passarela é uma decisão acertada ou um engano. Ela é fruto da atual conjuntura e certamente pega a todos de surpresa: gestores públicos, agremiações carnavalescas e principalmente a população. O cancelamento da passarela em cima da hora mostra também que aquele pedaço do carnaval é feito no improviso, a grande maioria dos grupos esperando pingar o troco do poder público para adquirir fantasias e preparar os carros alegóricos, alguns ficando prontos apenas na concentração. Vejamos quantos blocos e escolas de samba realizarão desfiles, bailes, festas em suas próprias comunidades, frutos dos esforços de seus dirigentes, brincantes e simpatizantes.

A decisão pode parecer radical, mas havia a possibilidade real de, mesmo com cachês garantidos, blocos e escolas não irem à avenida, ao menos alguns: com vistas à reeleição, o ex-prefeito João Castelo inflacionou cachês de agremiações em 2012. O resultado nocivo percebemos agora. Superá-lo pode deflagar outra política cultural.

Grupos folclóricos serão categorizados pela Secma

É o que leio na manchete da capa do Alternativo (link para assinantes com senha), nO Estado do Maranhão de hoje. Tipo, os grupos de bumba meu boi serão classificados em categorias, A, B, C etc., como as divisões num campeonato de futebol, por exemplo.

Uns argumentarão: “ah, mas no carnaval já é assim”. O carnaval de passarela é competitivo. Nunca vi um bumba meu boi aqui ser campeão de São João, a não ser os autoproclamados, numa estratégia de marketing. Opinião do blogue: o Maranhão, de novo, vai na contramão da história.

Nem dá mais pra falar que na contramão das políticas públicas de cultura do governo federal, por que com a Ana de Hollanda lá, parece que a turma daqui sintonizou: Secma e MinC andam pra trás. Folclóricos não são os grupos de cultura popular que a Secma pretende categorizar: folclórica é esta gestão!

Carlos Junot, coordenador do Núcleo de Observação e Relatório de Eventos da Secma, setor que eu sequer sabia existir, afirma na matéria: “Alguns [grupos] se sentiam prejudicados, já que muitos requeriam apresentações nos arraiais apoiados pelo governo, não compareciam e, mesmo assim, recebiam seus cachês”. Opinião do blogue: aí não é a categorização que resolve, mas a fiscalização.

Mais na frente o mesmo servidor afirma que “queremos privilegiar aqueles que fazem um bom trabalho”. Ao dicionário: Privilégio: direito ou vantagem concedido a alguém, com exclusão de outros; Direito: o que pode ser exigido em conformidade com as leis ou a justiça. Isto para trazermos apenas uma acepção de cada verbete. Opinião do blogue: não tem que privilegiar ninguém. Tem que garantir a participação, isto é, o direito, dos que fazem um bom trabalho e punir os que recebem recursos públicos e não dão as caras nos arraiais.

Paulo de Aruanda, presidente da Federação das Entidades Folclóricas e Culturais do Estado do Maranhão, também foi ouvido pela reportagem de O Estado. Ele sugere a categorização por sotaque, mas isso já é feito de forma até natural. Ou o grupo é de um sotaque ou é de outro e mesmo grupos como Barrica e Boizinho Incantado são classificados de alternativos. Interessante na fala dele é a lembrança dos chamados bois de promessa: “Não podemos esquecer os aspectos religiosos, econômicos, sociais e de tradição destes grupos. Um exemplo são os bois de promessa, que não têm caráter econômico e que, portanto, não podem ser comparados com os que têm esta finalidade”, ou seja, o mercado, de certa forma, já categoriza os bois que a Secma quer, digamos, recategorizar, porém, provavelmente, usando os mesmos critérios do mercado. E devo dizer que isto é mero chute do blogue, já que os critérios de categorização não estão claros e é a própria federação supracitada quem reclama da falta de transparência na matéria.

Uma última provocação: a federação, dados da matéria, “congrega 700 grupos de bumba meu boi provenientes de todo o Maranhão”. Como sabemos, a capital São Luís é “privilegiada” no período junino, abarcando a grande maioria dos recursos da pasta da cultura destinada aos festejos. O que explica, por exemplo, termos 700 grupos, isso contando apenas os filiados à federação, fora os que não, e vermos, São João após São João, sempre os mesmos menos de 10% destes grupos nas programações oficiais? Isto já não é um exemplo de categorização e manutenção de “privilégios”?

Carnaval

Aqui postados na ordem em que foram feitos, 18 cliques colhidos em quatro dias de descanso, meio do mato total, em que livros e uma rede foram ótima companhia. Dias de farta comilança e, de carnaval mesmo, apenas umas cervejinhas aqui ou(tras) acolá, que ninguém é de ferro!

Nalgum ponto da estrada, onde paramos para comprar bacuris
Anum reina no campo

 

Margarida no quintal

 

O guardião da casa

 

Trânsito

 

Guardião de outra casa, curtindo preguiça

 

Um sapo...

 

... dois sapos.

 

Madame Butterfly

 

Apelido de libélula é macaquinho

 

"Cuida bem da nossa casa, marimbondo" (Milton Edilberto, "Cantiga de ajuda")

 

Cheiro verde para temperar o vinagrete, vai querer?

 

Passa boi, passa boiada

 

Urubus em frente ao mercado de Pinheiro

 

Olha a cobra!

 

Trio de vaqueiros mirins em seus cavalos imaginários

 

Anuns e japiaçocas bailam no campo

 

Pra tanto descanso, vai uma cadeira de balanço?

Às mutucas de Cesar Teixeira

Qualquer glossário do bumba meu boi deve traduzir o termo “mutuca” por quem segue fielmente determinado grupamento. É constante ouvirmos, por exemplo, que “fulana é mutuca do boi da Maioba” ou “beltrana é mutuca do boi de Maracanã”.

Mas por que falar em uma manifestação tipicamente junina justo durante o reinado de momo? Por que Cesar Teixeira (foto) é daqueles artistas que têm repertório para o ano inteiro. Não é algo fabricado, pessoa física ou jurídica que se cria (e/ou se faz artista) apenas para catar cachês de secretarias e fundações: ele está acima disso tudo, dono de uma obra autêntica, como poucos.

Mas é carnaval e às suas mutucas, este blogueiro incluso, cabe apenas avisar de sua agenda para o período: hoje (17), às 18h, na Praça Nauro Machado; amanhã (18), às 19h, no Ceprama; domingo (19), às 19h, na Praça Deodoro; e segunda-feira (20), às 23h, no Ceprama.

Rosa Reis passa bem após acidente

Cantora chocou seu veículo contra um poste; ela deve sair do hospital ainda hoje

A cantora Rosa Reis (foto) foi vítima de um acidente de carro nesta madrugada (5). O veículo conduzido por ela colidiu com um poste por volta das 4h, nas proximidades da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão (Av. Jerônimo de Albuquerque, Cohafuma).

Rosa Reis está internada no Hospital UDI (Jaracaty), em observação, mas não sofreu sequer um arranhão. Com o impacto da batida, houve uma pressão sobre seu tórax. A artista já realizou todos os exames necessários e deve ser liberada ainda hoje.

Seus fãs podem ficar tranquilos: em breve ela poderá novamente ser vista e ouvida nos palcos da Ilha, por ocasião da programação carnavalesca, em especial a organizada pelo Laboratório de Expressões Artísticas (Laborarte), que coordena.

Rua da Misericórdia (Rua Lucano dos Reis)

Começa na Rua de São João II, para terminar no largo da Misericórdia, que já se chamou largo da Caridade. Em 1931, a municipalidade deu-lhe o nome de Lucano dos Reis.

O de mais importante nesta curta rua, de apenas três quadras, é que na esquina da rua de São Pantaleão (sen. Costa Rodrigues) existiu por muitos anos a Padaria Macieira, do comerciante Raimundo Antônio Macieira, mais célebre pelos pães que fabricava do que por sua atuação na Câmara Municipal. Todavia, obteve o calçamento da Rua da Misericórdia, merecendo de Tancredo Cordeiro a quadrinha:

“Por que se fez o calçamento
Na rua da Misericórdia?
Só porque o Macieira
É camarista da Concórdia”*

Lucano Duarte dos Reis, nascido em São Luís em 10 de dezembro de 1903, e aqui falecido em 5 de janeiro de 1931, foi poeta e jornalista e deixou o livro de versos Escombros. [*Concórdia: pacificação da família maranhense conseguida após a dualidade do governo – Artur Quadros Colares Moreira x Mariano Martins Lisboa Neto, e obtida depois de muitas demarches junto ao presidente da República Nilo Peçanha. N. do A.]

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Do saudoso Carlos de Lima em Caminhos de São Luís (ruas, logradouros e prédios históricos) (São Paulo: Siciliano, 2002), p. 114-115.

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Hoje chamada Canto da Comunicação, onde não mais há padaria, mas restaurante, funerária, sindicato e praça, é lá na esquina de Misericórdia e São Pantaleão (Centro) que se dará, amanhã (29), o primeiro ensaio aberto (“concentra mas não sai”) do bloco Outros 400, iniciativa de Arlindo Pipiu (morador da segunda) e Joãozinho Ribeiro. Uma pá de músicos e foliões se reunirá para tocar, cantar e beber. Começa às 14h e é grátis (você só paga o que consumir, tirando a música).

Feliz Pitomba! nova!

Bobos da corte maranhense refestelam-se no carnaval carioca: o povo paga a conta

Ontem encaminhei ao Vias de Fato a página de cultura da edição deste mês, que chegará às bancas junto com o terceiro número da revista Pitomba!: o lançamento desta está marcado para esta sexta (16), às 19h, no Bar do Porto, aberto ao público (a revista custa R$ 5,00).

O que fiz para o jornal “que não foge da raia”: uma retrospectiva cultural. Diversas personalidades da cultura do Maranhão responderam à pergunta “para o bem ou para o mal, no campo cultural, o que você destacaria numa retrospectiva particular do ano que se encerra?”

O resultado você poderá conferir na edição impressa do Vias de Fato (aqueles que foram questionados por e-mail e responderam após o fechamento da edição terão suas respostas publicadas cá no blogue, junto das dos que responderam a tempo) e talvez você estranhe eu tanto falar do jornal quando o post deseja outra coisa.

O lance é o seguinte: entre as boas lembranças de alguns agentes culturais está o nascimento, a consolidação da revista Pitomba! Houve mesmo quem lembrasse da polêmica, de que tomou parte este blogue, envolvendo a publicação e o leitor-livreiro José Lorêdo, cujo texto que remonta à inquisição, acabou indo parar nas páginas do número 3 da de-vez-em-quandal editada por Bruno Azevêdo, Celso Borges e Reuben da Cunha Rocha. Dúvida que não quer calar: venderá a livraria Resistência Cultural este número da Pitomba!?

Abre este post poster encartado no caroço da revista, publicado com exclusividade neste blogue, retratando personalidades como a cantora Alcione, o secretário de saúde Ricardo Murad, o de cultura Luiz Bulcão, a governadora Roseana Sarney, o “sempre ridículo” Pergentino Holanda (cf. Flávio Reis) e outros “poderosos”, baba-ovos e quetais. Os maranhenses na festa carioca da Beija-Flor, paga com dinheiro dos que não serão convidados para esta festa podre. O derramamento de dinheiro público para bancar o carnaval alheio, de samba-enredo fruto de ensandecimento coletivo, foi outro fato lembrado na retrospectiva cultural do Vias de Fato, “para o mal”.

Apesar da turma ilustrada por Joka, 2011 fecha com saldo positivo, as sobrevivências de Pitomba! e Vias de Fato, sem o apoio de quaisquer verbas governamentais, provas incontestes disso, exceto, é claro, em se tratando das contas bancárias dos editores das publicações.

Abaixo, detalhes sobre o lançamento do novo número da Pitomba! e os nomes de quem está nesta edição.