Cinema francês grátis em São Luís

O drama A França [La France, 2010], de Serge Bozon, abre a Mostra do Cinema Francês Contemporâneo, que o SESC/MA realiza entre os próximos dias 23 a 29 de abril, em parceria com o Cine Praia Grande, palco das exibições.

Além de oito filmes em várias sessões, a semana cinematográfica terá debates e oficinas, uma de Roteiro Documental, a ser ministrada por Beto Matuck, outra de Análise de Filmes, por Davi Coelho, cada qual com 20 vagas.

Ano passado, o SESC/MA realizou a mostra 1959: O ano mágico do cinema francês, que trouxe à Ilha obras do período mundialmente conhecido como nouvelle vague. Tudo de graça, maiores informações e programação completa aqui.

Balanço da Mostra

Produtor local da 6ª. Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, o cineasta Francisco Colombo analisa a realização da etapa ludovicense do maior evento do gênero no continente

POR ZEMA RIBEIRO

A cantilena de que São Luís padece de falta de espaços para a fruição de cinema de qualidade parece perder o sentido, em parte, se observarmos a quantidade de festivais que a capital maranhense tem recebido nos últimos tempos: Festival Lume, Maranhão na Tela, Guarnicê, Mostra de Cinema Infantil e, mais recentemente, a 6ª. Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, encerrada domingo passado (6 de novembro). Em parte, frise-se: fora um ou outro cineclube, o Cine Praia Grande ainda é a única sala a exibir produções fora do circuito comercial, o que o torna palco natural e privilegiado para eventos do porte, não fossem os problemas que veremos a seguir.

Realização da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR) com produção da Cinemateca Brasileira e patrocínio da Petrobras, através da Lei Rouanet, a Mostra chegou pela segunda vez à São Luís, trazendo 47 filmes – 46 de dez países da América do Sul, mais Morango e chocolate, coprodução de Cuba e México – em 25 sessões, durante sete dias, tendo início em 31 de outubro.

Pela segunda vez entrevistado pelo Vias de Fato – a primeira há um ano, em novembro passado, sobre a quinta edição da Mostra –, o cineasta Francisco Colombo, produtor local, concedeu, via msn messenger, a entrevista a seguir.

ENTREVISTA: FRANCISCO COLOMBO

Vias de FatoQual o seu balanço após a realização da etapa São Luís da 6ª. Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul?
Francisco Colombo – Acho que deu tudo certo apesar de algumas variáveis que não estavam sob controle, digamos, da produção: a sequência de feriados – interpretada de modo diferenciado pelos poderes executivos estadual e municipal, judiciário e Ministério Público. Isso influiu na mobilização de públicos e na disponibilização, por exemplo, de transporte para entidades ou grupos. No Odylo Costa, filho, a Mostra era a única coisa que funcionava em alguns dias. Além disso, o ar-condicionado do cinema estava muito ruim. Quando vamos ao cinema queremos conforto, queremos nos desligar um pouco do mundo. E fica difícil no calor.

É a segunda vez que a Mostra chega à São Luís. Qual o comparativo entre as duas edições recebidas pela capital maranhense? Houve uma pequena, mínima, queda de público. Mas como disse anteriormente, isso se deveu às variáveis mencionadas. Vi muita gente diferente nessa edição da Mostra. Acho que conseguimos cativar mais gente. A cobertura da imprensa também foi muito boa. A expectativa gerada para a abertura, por parte dessa cobertura toda, em particular da televisiva, foi excelente.

A grande concorrência gerada pela sessão de abertura tem também a ver, ainda que minimamente, com a distribuição dos kits-brindes da Mostra. A sessão de O céu sem eternidade [sexta-feira, 4/11, 19h], no entanto, superou, a de abertura [segunda-feira, 31/10, 19h]. O filme foi rodado em Alcântara/MA e trata do embate dos quilombolas com a base espacial. Você recebeu isso com surpresa ou esperava? A distribuição de kits é uma ferramenta importante na promoção da Mostra. Ao contrário de muita gente que questiona sobre o interesse em parcela significativa do público na ida à Mostra, pra mim tudo é positivo. Imagino que, mesmo que alguns queiram apenas o kit, ainda assim terão contato com os filmes da Mostra e, é claro, serão tocados, ainda que minimamente, pela questão dos Direitos Humanos. Quanto à sessão de O céu sem eternidade, havia sim a expectativa por um público numeroso. Não dava pra imaginar é que superaria ao da abertura.

Ainda é cedo ou já é possível falar em perspectivas para a 7ª. Mostra? A produção local continuará em tuas mãos? O Cine Praia Grande continuará sendo o palco? Aprendemos muita coisa nessas duas edições da Mostra em São Luís. Creio não ser cedo pra falar na próxima. Acho que continuo com a produção, que alia certo conhecimento de cinema, de produção e um trânsito junto à imprensa, ao poder público, à iniciativa privada, às instituições e aos movimentos sociais. Quanto ao Cine Praia Grande, apesar da boa vontade de Frederico Machado e da Lume Filmes, não sei se será possível mantermos a Mostra por lá. Acho que é preciso um lugar um pouco maior, porque assim as pessoas se sentirão, inclusive, mais seguras para arriscar prestigiar a sessão de abertura ou a de exemplos como O céu sem eternidade, e que agregue conforto, boa localização e acessibilidade. Acho que a Mostra tem potencial pra crescer e isso estará, irremediavelmente, associado ao local de realização.

A programação da 6ª. Mostra trouxe 46 filmes de 10 países, incluindo o clássico Morango e Chocolate, coprodução de Cuba e México. Não se faz, por exemplo, entre os filmes brasileiros, uma divisão por estado. O céu sem eternidade foi rodado aqui, com colaboração de gente daqui, mas não é um filme “maranhense”. Cabe perguntar: a que se deve a não participação de produções maranhenses? Existe uma convocatória nacional para a Mostra. Isso equivale a uma abertura de seleção, como em qualquer outro festival. Infelizmente, apesar de eu ter repassado a alguns realizadores, e mesmo de algum jornal ter publicado nota sobre essa convocatória, não houve inscrições de obras maranhenses. Na verdade tenho a impressão de que os realizadores locais, com algumas exceções (pouquíssimas mesmo), fazem filmes ou vídeos para serem vistos apenas em um ou outro festival maranhense. Além da convocatória, há também um trabalho de curadoria, realizado pelo Francisco César Filho, o Chiquinho, lá em São Paulo. O céu sem eternidade, de fato, foi rodado no Maranhão, tendo sido dirigido por Eliane Café, mas não é uma produção maranhense.

Outro problema encontrado pela produção local foi com as constantes quedas de energia no Centro Histórico, sobretudo no último dia da Mostra, quando as sessões chegaram a ter um atraso de até uma hora e meia. Aliado ao abandono do Centro Histórico e a questões estruturais, como falta de transporte e segurança pública, isso certamente também ajudou a diminuir o público. A Mostra é uma realização de um órgão público, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que envolve vários outros parceiros, públicos e privados. Falta sintonia por parte dos poderes públicos locais para um maior sucesso da Mostra? A falta de energia é um problema, a meu ver, inaceitável. Não falo isso apenas por causa da Mostra. Ali é o Centro Histórico. Apesar do número de turistas ser reduzido, a Praia Grande é também frequentada por maranhenses que querem, simplesmente, dar uma volta, passear. Como se não bastasse a falta de segurança, o acúmulo de lixo, o mau odor, o abandono generalizado… falta também energia. É demais mesmo! Houve uma articulação e parcerias para a Mostra, mas não creio que tenha faltado sintonia. Acho apenas que a Secretaria de Estado da Cultura podia ter um tipo de envolvimento um pouco maior. A nossa equipe tratava de captar público pra Mostra e eu me perguntava: por que a Secma não se preocupa em captar público pros equipamentos do estado?

A questão dos direitos humanos está em voga atualmente, sobretudo com relação à temática do Direito à Memória e à Verdade, assunto abordado em diversos filmes da 6ª. Mostra. O que você tem a dizer sobre o assunto? A história do Brasil é muito mal contada. Particularmente, temos um grande problema com o período da ditadura militar que começou em 1964 e da qual o atual presidente do Senado foi colaborador contumaz. Aqui não se buscou responsabilizar os culpados pelas torturas, pelos assassinatos, pelos desaparecimentos… Creio que o cinema ajude um pouco a preencher essa lacuna. Veja que, quando me refiro à história brasileira, não falo apenas no período ditatorial. Outro exemplo: quem sabe alguma coisa sobre a Balaiada? Uma das maiores revoltas populares da América Latina e talvez do mundo! As pessoas que estão no poder não querem que saibamos de história! Talvez tenham medo de que aprendamos com os exemplos e, portanto, preferem nos manter na ignorância.

Em a Mostra, em São Luís, deixando o Cine Praia Grande, certamente irá para uma sala maior. No entanto, cidades maiores, como Brasília e Rio de Janeiro, atualmente, realizam suas etapas da Mostra em salas menores que o Cine Praia Grande. Qual a tua opinião sobre isso? Às vezes é difícil conseguir um bom espaço. Não sei se é essa a questão. Mas acredito que aqui, onde as violações de direitos humanos são extremas, quero alcançar o maior número possível de pessoas. E isso é, de fato, uma posição pessoal.

[Vias de Fato, novembro/2011]

Hoje, em São Luís: últimas sessões da 6ª. Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul

Seis filmes em quatro sessões marcam o último dia da 6ª. Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul em São Luís. De graça, no Cine Praia Grande (Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, Praia Grande), serão exibidos:

13h: Sobra uma lei (Daiana Di Candia/ Denisse Legrand, Uruguai, 36min., 2011, doc) e Pequenas vozes (Óscar Andrade/ Jairo Eduardo Carrillo, Colômbia, 76min., 2010, doc). Ambos os filmes tratam dos direitos da criança e do adolescente e à integridade física e têm classificação indicativa: 10 anos, clica sobre o horário para ver detalhes do programa.

15h: Chuvas de verão (Carlos Diegues, Brasil, 93min., 1977, ficção), direito do idoso, classificação indicativa: 16 anos.

17h: Morango e chocolate (Tomás Gutierrez Alea/ Juan Carlos Tabío, Cuba/ México, 110min., 1993, ficção), cidadania LGBT, democracia e direitos humanos, classificação indicativa: 14 anos.

19h: A terra a gastar (Cássia Mary Itamoto/ Celina Kurihara, Brasil, 6min., 2009, animação) e Os inquilinos (Os incomodados que se mudem) (Sérgio Bianchi, Brasil, 103min., 2010, ficção), o primeiro abordando economia e direitos humanos, o segundo, segurança pública cidadã, ambos com classificação indicativa: 14 anos, clica no horário para mais detalhes sobre o programa.

CuriosidadeO céu sem eternidade (Eliane Caffé, Brasil, 70min., 2011, doc), rodado em Alcântara/MA, e exibido sexta-feira (4), às 19h, teve a sessão mais concorrida da Mostra: aproximadamente 180 pessoas se espremeram entre as 120 poltronas do CPG, os corredores e o chão; superou mesmo a sessão de abertura, que contou 160 presentes.

Aposta do blogue – O filme mais concorrido de hoje deve ser Morango e chocolate, a conferir.

Uma falta de energia anunciada deverá atrasar um pouco as sessões. Mas é bom não contar muito com isso, chegar cedo e garantir os ingressos. Depois dessas, só ano que vem ou se você visitar uma das capitais por onde a Mostra ainda vai passar.

Hoje, às 19h, no Cine Praia Grande

Maiores informações, programação completa e tudo o mais aqui.

Cinemúsica

Três curtas-metragens com nomes de música compõem a sessão de abertura da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, que em sua sexta edição chega pela segunda vez à São Luís.

Os filmes (todos ficções brasileiras de 2010, com classificação indicativa 14 anos) Doce de coco (20min.), de Allan Deberton, Tempo de criança (12min.), de Wagner Novais, e Máscara negra (15min.), de Rene Brasil, embora não necessariamente tenham sido inspirados nas músicas e/ou as mesmas não estejam em suas trilhas sonoras (aqui um palpite de quem ainda não viu os filmes), repetem os títulos Doce de coco, de Jacob do Bandolim, Meus tempos de criança, de Ataulfo Alves, e Máscara negra, de Zé Ketti e Hildebrando Pereira Matos.

Na capital maranhense a sessão de abertura da Mostra acontece dia 31/10 (segunda-feira), às 19h, no Cine Praia Grande (Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, Praia Grande), com entrada franca, como todas as outras sessões do evento cinematográfico, conforme o e-flyer abaixo:

Cineminha com as crianças, pra curtir o feriado de meio de semana

O feriado cai numa quarta-feira e você acha isso “uó”: não dá para fazer aquela viagem emendando com o fim de semana. Fosse amanhã o dia da padroeira, sexta-feira era Tiradentes: enforcar e ser feliz.

O jeito é curtir a ressaca (ontem foi “sexta”, lembra?) e aproveitar. A dica é pegar os filhos, sobrinhos, netos ou qualquer outra criança, que hoje é dia delas, e levar ao Cine Praia Grande (Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, Praia Grande). Lá, hoje (a partir das 16h) e amanhã (a partir das 17h), de graça, acontece a I Mostra de Cinema Infantil de São Luís, que exibirá, em seis programas, os 33 filmes que integram um box comemorativo de 10 anos da Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis.

Além dos filmes, brincadeiras e guloseimas para as crianças. A programação completa você acessa aqui.

Cinema de qualidade em dose dupla

Em sua 6ª. edição, Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul chega pela segunda vez à capital maranhense. De 31/10 a 6/11.

Antes, São Luís e o Cine Praia Grande recebem, dias 12 e 13 de outubro, a Mostra de Cinema Infantil.

Guarnicê e(m) silêncio

Está previsto para acontecer entre os dias 3 a 7 de outubro o 34º. Festival Guarnicê de Cinema. Digo previsto, pois, às portas da semana que vem, a cidade ainda não fala nisso, o povo não respira cinema e as agendas culturais dos jornais ainda não ventilam o assunto, não necessariamente nessa ordem.

O festival, um dos mais antigos e importantes do país, vem diminuindo ano após ano, tendo, injustificadamente, deixado de acontecer no período junino – o que lhe justifica(va) o nome – e mudado de endereço: à guisa de suposta “interiorização”, o Guarnicê repete uma atitude condenável do poder público: o abandono do Centro Histórico ludovicense.

Se antes as sessões do Guarnicê ocupavam o Cine Praia Grande e os teatros do bairro homônimo, já tendo inclusive havido sessões no Convento das Mercês, em outro bairro do Centro Histórico, o Desterro, dialogando com a população local, hoje o festival está reduzido ao Campus Universitário do Bacanga, depois de uma passagem desastrosa pelo Centro de Convenções Governador Pedro Neiva de Santana.

Lá, por exemplo, o cineasta Frederico Machado lançou, ano passado, o premiado Vela ao crucificado, baseado em conto homônimo do teatrólogo Ubiratan Teixeira, para uma plateia de cadeiras – uma aqui, outra acolá carregava alguém no colo. Pouco público não é bom nem para o festival, nem para os realizadores, nem para a população.

Se ano passado o público era, mais que pequeno, quase inexistente, podemos arriscar uma repetição do esvaziamento das sessões no Guarnicê deste ano – não que torçamos por isso. Sua realização em um campus universitário pode levar a população a pensar em um evento “de universitários” ou “para universitários”, além dos problemas conhecidos: o eterno canteiro de obras instalado no Campus Universitário do Bacanga e o deficiente sistema de transporte público – mais fácil chegar ao Cine Praia Grande, com um terminal de integração “defronte”, que ao Centro de Convenções, pensado, como sua vizinha Assembleia Legislativa, para as elites que engarrafam cotidianamente a cidade caótica.

São Luís continua carente de salas de exibição que fujam aos ditames hollywoodianos com que trabalham os Boxes e Cinesystems da vida. Cumprem este papel, com todas as dificuldades que enfrentam, o Cine Praia Grande – atualmente administrado pela Lume Filmes, de Frederico Machado – e os festivais e mostras que têm pousado na Ilha: Festival Lume de Cinema, Maranhão na Tela, Mostra de Cinema e Direitos Humanos e Mostra de Cinema Infantil.

O Guarnicê deve cumprir o papel de mais um espaço de afirmação do cinema de qualidade, com quantidade, isto é, com salas cheias e todo o burburinho gerado por suas exibições – quer coisa melhor que enxugar umas cervejas comentando os filmes após a sessão? Manter a tradição por manter a tradição não serve: ou o Guarnicê se reinventa ou é melhor ficar na saudade, perdoem o fatalismo.

Seleção – Os documentários Aperreio, de Doty Luz e Humberto Capucci, e Awàka`apará, de Diego Janatã e Humberto Capucci, foram selecionados para a mostra competitiva Nego Chico Refestança, dentro da programação do 34º. Guarnicê.

Volto às deficiências do festival: este blogue só tem essas informações graças ao empenho dos realizadores supra, que, por e-mail e facebook têm feito contatos no sentido de darmos uma força na divulgação, chamar o público para ver estes filmes, que tratam da realidade contemporânea do Maranhão. Se algum dos poucos-mas-fieis leitores deste blogue perguntar pela programação completa, não sei, não vi, não tenho.

Fora os dois docs maranhenses, sei de outro curta-metragem na programação do Guarnicê: o catarinense Cerveja falada, cuja seleção me foi anunciada por e-mail pelo músico-cineasta Demétrio Panarotto [Banda Repolho]. Este último retrata em 15 minutos a história do Sr. Rupprecht Loeffler, de sua cervejaria, a Canoinhense, e a fabricação artesanal de uma iguaria que figura entre as preferências deste que vos bafeja.

Volto aos docs de Capucci, Janatã e Luz: têm importância fundamental na discussão de problemas do Maranhão contemporâneo. São filmes que põem o dedo em nossas feridas abertas: os desastres “naturais” das enchentes, que têm se repetido ano após ano, caso de Aperreio, e a violência contra povos tradicionais, no caso específico os indígenas Awa-Guajá em Awàka`apará. Só por isso, já deveriam ser assistidos pelo máximo possível de pessoas.

Ambos os filmes foram realizados por encomenda do movimento social maranhense, o primeiro pelo Comitê de Monitoramento das Políticas Voltadas às Vítimas das Enchentes no Maranhão, integrado por diversas organizações não-governamentais, o segundo pelo Conselho Indigenista Missionário – Regional Maranhão (Cimi/MA), mas não soam panfletários.

Filmes que podiam estar na mostra competitiva principal do Guarnicê e, sabe-se lá o porquê, não estão. Aperreio já levou o troféu de melhor documentário em duas ocasiões: Curta Carajás 2010 (Parauapebas/PA) e V Festival de Cinema na Floresta 2011. Fora estes certames, de que saiu vitorioso, já participou das mostras competitivas – as principais: Festival Pan Amazônico de Cinema – Amazônia Doc 2010, 22º. Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo – Curta Kinoforum e III Festival do Filme Etnográfico do Recife.

A seguir, Awàka`apará em três partes:

Aperreio pode ser assistido aqui, em duas partes.

Filmes que escancaram nossos olhos, com alguma dor e um quê de poesia, certamente seu maior trunfo. Talvez esteja faltando poesia ao Guarnicê. Talvez pelo fato de o Departamento de Assuntos Culturais (DAC) da UFMA ter um evento específico em seu calendário anual para a poesia.

Abutres, cinema e direitos humanos

Com satisfação leio nos roteiros de cinema dos jornais da Ilha que o Cine Praia Grande está exibindo o argentino Abutres [Carancho. Argentina, Chile, França, Coreia do Sul, 2010. Drama. Direção: Pablo Trapero, trailer acima], filme excelente, com interpretações monstruosas de Ricardo Darin (Sosa) e Martina Gusman (Luján), a que assisti ainda ano passado, quando o filme integrou a programação da 5ª. Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, na primeira edição da mesma que abarcou São Luís (creio que a sexta, que a capital maranhense recebe entre os próximos dias 31 de outubro e 6 de novembro, abrangerá todas as capitais brasileiras).

Apesar de ter visto bem menos filmes do que gostaria, só tenho boas lembranças da 5ª. Mostra e a deste ano promete. Como escrevi à época: “Quem, preconceituosamente, pensa que os filmes da Mostra, ou a Mostra em si, são maçantes, cansativos, chatos, enfadonhos, panfletários ou coisas parecidas, não sabe o que está perdendo”. Este blogue falará mais sobre em momento oportuno.

Curiosidade: já vi, em ao menos duas bancas, em São Luís, cópias piratas em dvd de Abutres.

Festival Lume de Cinema segue até dia 23

Muita gente, este blogueiro, inclusive, reclamou do sigilo em torno da programação do I Festival Internacional Lume de Cinema. Explico: na sessão de abertura do citado festival, no Teatro Arthur Azevedo, quinta-feira passada (14), recebemos um panfleto com a programação que aconteceria nas dependências do Teatro Alcione Nazaré. Faltavam detalhes, que não eram conseguidos sequer acessando o site da Lume Filmes, produtora do evento e administradora do Cine Praia Grande, outro espaço em que aconteceria o festival.

Posto abaixo a programação que recebi por e-mail, ainda insuficiente. Não basta saber o nome do filme e a hora e o local em que o mesmo será exibido: carece uma sinopse, o nome do diretor, elenco, classificação indicativa, o cartaz do filme, e chamegos outros etc., etc., etc. No mais, louvável e corajosa a iniciativa de Frederico Machado, sempre homem de frente nas trincheiras que buscam levar cinema de qualidade ao povo cada vez mais refém dos espaços contíguos às praças de alimentação de shopping centers.

Clique para ampliar

(Só) até amanhã

Só mais hoje e amanhã aos que quiserem (e ainda não o fizeram) ver Maus hábitos, de Pedro Almodóvar, em cartaz no Cine Praia Grande. Sessões às 16h, 18h15min e 20h15min. Ingressos: R$ 10,00 (meia para estudantes). Só mais hoje e amanhã, repito, por que dia 14 começa o I Festival Lume de Cinema, mais uma “presepada” de Frederico Machado e cia.

Céu alcantarense

O lançamento de O céu sem eternidade em São Luís acontece dia 1º. de junho (quarta-feira), às 19h, no Cine Praia Grande (no cartaz acima, o restante da agenda).

O filme foi rodado em Alcântara, e contou com alguns estudantes/bolsistas da UFMA em sua realização. Por falar em UFMA, o pedaço ilheu da programação integra a programação de sua 11ª. Semana de Comunicação (o que me leva a crer que não será cobrado ingresso).

Após a exibição do mesmo haverá um debate, que incluirá questões como a base espacial de Alcântara e a vida de suas comunidades tradicionais, entre outras, com atores do filme, membros da equipe de produção e sua diretora Eliane Caffé. Pra quem não tá ligado, ela dirigiu o ótimo Narradores de Javé.