Patativa vai ao Rio

Foto: Divulgação
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“E vou voltar em videotapes e revistas supercoloridas/ pra menina meio distraída repetir a minha voz”. A voz de Ednardo ecoa em minha cabeça ao saber da notícia que o documentário de Tairo Lisboa sobre Maria do Socorro Silva, a Patativa, chega ao Rio de Janeiro.

Com o título alterado para simplesmente Patativa, certamente para passar no filtro de curadorias mais conservadoras, o curta metragem será exibido na mostra Singular Periferia, dentro da programação do festival Visões Periféricas, que acontece de amanhã a 18 de agosto.

O filme de Tairo será exibido quinta-feira (12, às 18h), no Oi Futuro (Rua Visconde de Pirajá, 54, Ipanema).

Sou de pouca fala, disco de estreia de Patativa, será lançado em setembro.

Um filme extraordinário

Faz todo sentido o subtítulo dado no Brasil a Inside Llewyn Davis [Estados Unidos, 2013, 100min.]: Balada de um homem comum traduz perfeitamente a história contada pelos irmãos Coen, cinebiografia de Dave Von Ronk carregada de ficção – não sabemos onde começa uma e termina outra.

Davis (Oscar Isaac) é um músico que não sabe o dia de amanhã – e quem sabe? Sequer tem certeza de em que sofá dormirá na próxima noite. O músico se equilibra entre o autodesprezo e uma dignidade inabalável.

Em carreira solo depois de um disco gravado integrando uma dupla, o músico erra entre cafés, cigarros e o frio dado por Deus mesmo a quem não tem cobertor – ou casaco. De um sonho não abre mão: viver de música. No entanto, numa gravação, abre mão dos direitos autorais para receber o dinheiro na hora. Tomorrow is a long time, não é, Bob Dylan?

Espécie de Midas às avessas, “tudo o que toca vira merda”, diz-lhe a ex-namorada noutra cena. Ele lhe paga um aborto, de um filho que ela não tem certeza que é dele. Uma visita ao pai num asilo, “o que me espera”, e a tumultuada relação com a irmã, para quem Davis não passa de “um marginal” fracassado, demonstram sua dificuldade em lidar com a sociedade, sempre a exigir sucessos.

Inside Llewyn Davis é, como entrega o subtítulo nacional, um filme sobre um homem comum e suas fraquezas. Além do violão que carrega, seus maiores afetos demonstrados são com o gato Ulisses, de um amigo professor que vez por outra lhe dá comida e sofá, e um cachorro que atropela em uma estrada.

Seu conceito de folk é definitivo: “uma música que não é nova e nunca fica velha”. A trilha sonora é um espetáculo à parte.

Mostra no Praia Grande relembra um dos grandes do faroeste

Começa amanhã (15), às 18h30, no Cine Praia Grande, a mostra de cinema A América por John Ford, promovida pelo Sesc/MA.

O primeiro filme exibido na mostra será Rastros do ódio [The searchers], de 1956. Sinopse: Ethan (John Wayne), após anos lutando pelos confederados, regressa ao rancho de seu irmão. A região está mergulhada em conflito com os índios, que após sucessivos ataques dos norte-americanos, resolvem pagar na mesma moeda. Os Comanches realizam um violento ataque, assassinando toda a família de Ethan e raptando uma de suas sobrinhas. Ele inicia uma perseguição implacável aos assassinos e luta para resgatá-la. Classificação indicativa: 12 anos. Entrada gratuita.

Programação completa aqui.

Mestre Amaral

Imenso orgulho em partilhar com os poucos mas fiéis leitores deste blogue o teaser do documentário Mestre Amaral, de Paulo Malheiros.

Filme importante, por contar um capítulo já idem da cultura popular do Maranhão, de dentro da coisa enquanto a coisa acontece.

Além de tudo o que há de bacana ali, digo, no Centro Cultural Mestre Amaral, as citadas oficinas de canto, dança e confecção de instrumentos, há um lance de resistência para o qual tiro o chapéu: a ocupação de um espaço já frequentado pela elite. Quantos parlamentares gordos de bolsos idens já não tramaram ali, refestelando-se a champagne e caviar? O uso do espaço hoje é mais justo e democrático, mas não se assustem: este é um tema que passa ao largo das campanhas eleitorais.

20 anos educando com excelência: roteiro do blogueiro

Documentário feito sob encomenda para festejar os 20 anos do Colégio São Marcos.

No início do ano, gestores da escola estavam com algumas ideias para marcar a efeméride, mas ainda sem bater o martelo. Em algumas conversas dei sugestões, fiz contatos, cotei preços e rapidamente foi montada uma programação para que a data não passasse despercebida.

Entre as propostas, um show de Alexandra Nicolas, que havia encantado parte da diretoria, e um curta-metragem resgatando em poucos minutos a história do colégio desde sua fundação. Foram prontamente aceitas e acabei assinando a assessoria de comunicação do evento, ocasião em que o filme foi lançado.

Impossibilitado de abraçar o projeto de filme, o cineasta e professoramigo Francisco Colombo me indicou seu aluno Paulo Malheiros para o trampo. Nunca havíamos trabalhado juntos. Sequer havíamos nos visto até o dia em que fomos colher o depoimento da professora Maria Luiza – depois de falar algumas vezes com ela ao telefone, só quando fomos recebidos em sua casa descobri que já havíamos trabalhado juntos na Faculdade São Luís.

Em tempo recorde, pouco mais de uma semana, realizamos o filme. Gracias, Osmar do Trombone, pelo belo chorinho! Tenho a honra de assinar roteiro, pesquisa e entrevistas e de ter trabalhado ao lado dos competentes e talentosos Paulo Malheiros e Ronald Rabelo, além de contribuído para o sucesso desta merecida festa. Ao São Marcos: que venham outros tantos anos e outros tantos motivos para comemorar. A quem interessar possa: a Meteora e este que vos perturba aceitam novas encomendas de trabalho.

Um bonito filme sobre o amor

Ao ver Praia do Futuro, novo longa de Karim Aïnouz, espectadores precisam enxergar além de rótulos

Rodado entre o Brasil e a Alemanha, Praia do Futuro [2014, drama, 90min.] não é um filme gay ou homossexual e erra quem tenta rotulá-lo. Como erram os que deixam a sala após a primeira cena de sexo entre Donato (Wagner Moura) e Konrad (o alemão Clemens Schick).

O filme é antes uma obra sobre o amor e seus encontros e despedidas. E sobre as rupturas que a vida – e o amor – exige.

Nem tudo está dado, de cara. O cinema de Karim Aïnouz exige do espectador. Talvez os que deixam a sala ao ver dois homens, másculos, se beijando, se pegando pra valer, não mereçam a grandeza de sua obra.

O roteiro é bom, a fotografia valoriza a paisagem e os personagens. Praia do Futuro é um filme bem feito, que força os espectadores a enxergar para além de rótulos. As cenas de sexo são merecedoras de atenção para além da polêmica: plasticamente aliam a “violência” e a “brutalidade” tipicamente masculinas e a “doçura” e a “delicadeza” tipicamente femininas. Mas dizer isso ainda não as traduz perfeitamente, já que estamos justamente falando em fugir de rótulos.

O diretor brasileiro radicado em Berlim é um provocador. Realiza um belo filme e põe em xeque a onda conservadora que toma de assalto o país através de figuras nefastas como os deputados Jair Bolsonaro e Marcos Feliciano, para ficarmos apenas nestes e nos reaças que repercutem suas vozes e têm as suas repercutidas, em retroalimentação danosa. Praia do Futuro não empunha bandeiras em prol de nada, não é panfletário, mas apresenta muitas questões, quem tiver bons olhos e ouvidos perceba.

Donato é um militar – ironia fina, lembremos do sucesso avassalador de Tropa de Elite 1 e 2, estrelados justamente por nosso protagonista – do Corpo de Bombeiros cearense, que dá expediente na praia fortalezense que batiza o filme. É homossexual, mas disso só saberemos depois. Após sua primeira perda como salva-vidas – não consegue resgatar o amigo motoqueiro de Konrad – entrega-se a uma paixão avassaladora, deixando para trás a família, o emprego, o Brasil.

Chega a Berlim para uma temporada, desiste de voltar. Arruma trabalho. E tempos depois é surpreendido pela chegada do irmão, para quem Donato é(ra) um herói – o Aquaman. Ayrton (Jesuíta Barbosa) parte para a Alemanha em busca de notícias e para levar uma: a da morte de sua mãe, há cerca de ano e meio.

Donato parte – mas eis outra coisa que o filme não diz, não diretamente – para se livrar da culpa (a primeira falha contabilizada), da opressão (quer ambiente mais opressor que o militar?) e em busca de um sonho, de um amor verdadeiro. Piegas? Não nas mãos de Karim Aïnouz, diretor de Madame Satã [2001] e O céu de Suely [2006], entre outros.

Em tempo: vi o filme domingo passado (25) à noite, no São Luís Shopping. Comprei o ingresso com cerca de uma hora de antecedência. Não rolaram perguntas sobre a minha vontade de ver o filme nem o carimbo de “avisado”, como supostamente ocorre em algumas salas, conforme fotografias e relatos viralizados em redes sociais. Vi gente levantar e ir embora após a primeira cena de sexo entre Donato e Konrad. Vi mais gente levantar e ir embora após outras cenas de sexo. Deixaram de prestigiar um ótimo filme de um cineasta que já conta ótimos serviços prestados à sétima arte nacional.

Encontro com o cinema alemão até sábado no Praia Grande

Mostra com sessões gratuitas começa hoje

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Começa hoje (20), no Cine Praia Grande, a mostra Encontro com o cinema alemão, promoção do Sesc/MA e Instituto Goethe.

Toda a programação (confira abaixo) é gratuita. Os ingressos devem ser retirados na bilheteria do cinema com meia hora de antecedência a cada sessão. Além das exibições acontecerão debate e workshop. A mostra acontece até sábado (24).

20 de maio (terça-feira) > 18h30: Abertura > 19h: Adeus, Lenin! (2003, 120’)

21 (quarta-feira)> 14h30: Workshop “Cinema Alemão Contemporâneo” com Wendell Emmanuel Brito > 18h: A vida é um canteiro de obras (1997, 118’)

22 (quinta-feira) > 16h15: Yella (2007, 88’) > 18h: Bem-vindo à Alemanha (2010, 95’) > 19h40: Nenhum lugar para ir (1999, 100’)

23 (sexta-feira) > 16h15: Sonnenalle (1999, 94’) > 18h: 4 dias em maio (2011, 95’) > 19h45: Todos os outros (2008, 119’)

24 (sábado) > 16h: Adeus, Lenin! (2003, 120’) 18h10: O que permanece (2012, 88’) > 19h40: Berlin is in Germany (2001, 90’)

Cinema pela Verdade

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Logo mais às 18h, no Auditório Central da UFMA, debato, com a professora Joana Coutinho (coordenadora do Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais da UFMA) o filme Ainda existem perseguidos políticos [documentário, Brasil, 2012, 54 min., direção: Coletivo Catarse]. De graça!

Universo cineclubista de São Luís é abordado em filme

Lançamento acontece hoje (15) no Cine Praia Grande

Ciné. Capa. Reprodução
Ciné. Capa. Reprodução

No final do ano passado Élida Aragão defendeu na Faculdade São Luís (hoje Estácio) o Trabalho de Conclusão de Curso Ciné – o pulsar coletivo dos cineclubes em São Luís, orientada pelos professores Márcio James Soares Guimarães e Carlos Erick Brito de Sousa.

O trabalho incluía o filme homônimo que será lançado hoje (15), às 19h, no Cine Praia Grande, em sessão gratuita.

Ciné remonta aos princípios da atividade cineclubista em São Luís, na década de 1970 e traça um panorama dos cineclubes em atividade na Ilha, hoje. Com 42 minutos tem direção e roteiro de Élida Aragão, produção de Élida Aragão e Rosana Pinheiro, câmera de Rafael Pinheiro, montagem de Joan Santos e música original de Beto Ehongue e Élida Aragão.

Os cineclubes ainda se configuram alternativas ao padrão hollywoodiano ditado pelos cinemas de shopping. O cinema que abriga a exibição do doc de Élida Aragão, hoje, é uma das duas salas-exceções, em São Luís.

Documentário conta a história do Suvaco de Cristo

Domingo (9) no Curta! revi, por acaso, 20 anos de Suvaco (com U mesmo!), documentário que conta a história do bloco carnavalesco carioca Suvaco de Cristo. O filme entrevista diversos personagens que fizeram a história da irreverente agremiação, entre ritmistas, diretores, puxadores, foliões e compositores. Estes últimos merecem destaque. Integraram sua ala nomes como Bráulio Tavares, Chacal, Jards Macalé e Lenine – este quarteto fantástico ajuda a contar a história –, entre outros.

Os sambas tinham irreverência, bom humor, deboche, escracho, fazendo alusão ao Cristo Redentor (Divinas axilas deve ser a música com mais autores – são 20 – registrada por estas plagas) e/ou com um pé na história, sempre falando sobre algo em voga no período. Assim são lembrados sambas sobre a Constituição Federal de 1988 (“o bigodão cagou na Constituição”), latas de maconha que chegaram em latas à orla após serem jogadas no mar por uma tripulação, a cassação do presidente Fernando Collor, a ECO 92 (“ECO no ar/ de norte a sul”, com cacófato proposital) e até mesmo as confusões com a cúria carioca: integrantes do Suvaco de Cristo chegaram a ser presos pela polícia militar, acionada pela igreja católica, que achava ofensivo o nome da agremiação.

O filme é de 2006, quando o Suvaco completou 20 anos. Um bloco que começou com 20 ou 30 amigos chegou ao pico de arrastar 50 mil às ruas do Rio de Janeiro, o que levou a diversas dissidências também apontadas no documentário. 20 anos de Suvaco revisa um importante capítulo do carnaval e da cultura brasileiros.

Teatro, cinema e música para festejar os 20 anos do Colégio São Marcos

[release]

Teatro João do Vale sediará comemoração. Noite contará com apresentação do show Festejos, de Alexandra Nicolas

Fundado em 1994 o Colégio São Marcos completa, na próxima sexta-feira (14), 20 anos de atividades. A comemoração acontecerá sábado (15), às 19h, no Teatro João do Vale (Rua da Estrela, Praia Grande).

A noite incluirá a encenação da peça Papo Furado, baseada em um roteiro de uma cartilha do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e Administrativa, com que os alunos do 3º. ano venceram, ano passado, a Mostra Científico-Cultural da escola. Será exibido também o documentário curta-metragem São Marcos: 20 anos de educação com excelência, de Paulo Malheiros, que reconstrói a história do colégio através de depoimentos de ex-diretores, professores e alunos. Por fim, os convidados terão ainda a oportunidade de assistir ao espetáculo musical Festejos, de Alexandra Nicolas, cantora vencedora do prêmio Universidade FM 2013 na categoria Revelação.

São Marcos – Tendo como mantenedora a Cooperativa Educacional do Maranhão (Cooped), o Colégio São Marcos funciona ao lado da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), próximo à praia de São Marcos, tendo iniciado suas atividades para atender à clientela bancária, logo expandindo suas atividades.

O São Marcos tem hoje mais de 200 alunos, da educação infantil e ensinos fundamental e médio; entre professores, técnicos e direção, são mais de 60 profissionais.

“Precisamos festejar a data, e nada melhor que fazê-lo valorizando os estudantes que estão na escola, os que passaram por lá e o que nossa cultura tem de melhor a oferecer. Há algum tempo já nutríamos a vontade de realizar alguma atividade com a participação desta talentosa artista. Chegada a hora de comemorar nossos 20 anos nem pensamos duas vezes”, afirmou José Ribamar Tocantins, um dos membros da direção do Colégio, fazendo referência ao cardápio cultural que será oferecido aos convidados por ocasião das comemorações de 20 anos de atividades do São Marcos.

“É uma imensa honra poder cantar para esta plateia, uma alegria enorme participar de uma comemoração que, através da cultura, celebra a educação”, declarou a cantora Alexandra Nicolas, cujo show Festejos será apresentado na ocasião.

Serviço:
O quê/ quem: 20 anos do Colégio São Marcos. Encenação da peça Papo Furado, por alunos da escola; exibição do documentário curta-metragem São Marcos: 20 anos de educação com excelência, de Paulo Malheiros; e apresentação do espetáculo musical Festejos, de Alexandra Nicolas.
Quando: dia 15 de março (sábado), às 19h.
Onde: Teatro João do Vale (Rua da Estrela, Praia Grande).
Quanto: grátis. Para convidados.
Maiores informações: (98) 8257-7472.

Cinema na feira

Num dos habitats naturais da homenageada, a Feira da Praia Grande, haverá exibição, amanhã (26), às 19h, do doc Xiri meu: eu não dou, de Tairo Lisboa sobre Patativa, compositora cujo disco de estreia deve ser lançado este ano.

Na sequência será exibido Ruas, de Nayra Albuquerque e o cine-feirinha termina com dicotecagem da Maré de Som e Rádio Casarão.

De graça, ótima pedida! Digam aí: tirando suas casas, onde é que vocês podem pegar um cineminha tomando cerveja gelada ou uma temperada com aroeira?

Você gosta d’O homem nu?

Anteontem revi O homem nu. O filme. Baseado na obra do genial Fernando Sabino. Com Cláudio Marzo e Daniel Dantas e Lúcia Veríssimo. Filmaço, muito engraçado. Com o Galo Preto fazendo uns choros na trilha sonora assinada pelo David Tygel. A primeira vez que vi O homem nu foi num dvd locado no Chico Discos, quando este ainda era um misto de bar e locadora. Ou era apenas locadora, provavelmente à época em que funcionou na Fonte do Ribeirão. Chico (ou Chiquinho, para os íntimos), o proprietário do estabelecimento, é um mestre na arte de indicar bons filmes, e nunca enganava o freguês vendendo gato por lebre: se o filme não prestava, ele dizia, mesmo ciente de que aquilo muito provavelmente lhe renderia menos uma locação. Sempre que eu estava correndo os olhos pelas prateleiras e reencontrava o filme, perguntava-lhe: “Você gosta d’O homem nu“? Ao que ele, sacando o duplo sentido da pergunta, respondia: “Do filme eu gosto”, e caíamos na gargalhada.

[Nota originalmente publicada ontem no facebook, da série #umfilmepordia; daqui pra frente, as notinhas caem acolá depois de publicadas acá no blogue]

(Quase) um filme por dia

Hoje eu dei início a meu projeto pessoal #Umfilmepordia. Explico: comentei com minha esposa que, ao término de Amor à vida (melhor fim de novela dos últimos tempos) eu abandonaria (não sei se temporariamente ou para sempre) as novelas e voltaria a assistir meus quatro episódios diários de Os Simpsons (melhor desenho animado em todos os tempos) e veria um filme por dia, meta ousada, que já nasce impossível de ser cumprida, já que um dia a jornada de trabalho impedirá, noutro a cerveja, noutro uma viagem a trabalho, noutro a pura preguiça etc. Mas foi uma meta que me impus, relaxado, sem muita pretensão de segui-la à risca, como uma dieta (o que não faço) ou exercícios físicos (idem, embora eu esteja precisando). É uma forma de ir com mais frequência ao cinema ou a locadoras de dvd (as poucas que ainda restam na cidade) e ainda de ir dando uma baixa na pilha de filmes que anda acumulada pelas estantes aqui em casa, graças à pirataria e às promoções das Lojas Americanas e que tais. O primeiro filme que assisti nessa fase é o hilário O sentido da vida (The meaning of life), da trupe do Monty Python. Lançado em 1983, ano em que venceu o prêmio especial do júri em Cannes, permanece atualíssimo na crítica a sociedade capitalista, à religião, à guerra e outras “cotidianidades” que são, para muita gente, “o sentido da vida”. Dica (embora eu não receba nada pelo comercial da loja, acho que vale a pena recomendar hora e pouco de riso fácil aos amigos): o dvd está saindo por R$ 16,90 nas Americanas.

[Nota que publiquei 6/2 no Facebook. Atendendo ao conselho do amigo Alberto Jr. e, conhecedor da babel que é o facebook, que não tem uma ferramenta decente de busca, resolvi postar no blogue, o que farei com outros breves comentários da série, que não tem compromisso com o calor da notícia, a novidade, e tudo o que move o jornalismo, particularmente o jornalismo cultural]

O exercício do caos concorre em seis categorias em festival do Sesc

O exercício do caos, do cineasta maranhense Frederico Machado, continua sua trajetória de sucesso, percebida desde a bilheteria das sessões em que foi exibido, no país inteiro.

O filme agora concorre em diversas categorias no 40º. Festival Sesc Melhores Filmes: além de melhor filme, melhor ator (Auro Juriciê), melhor atriz (Elza Gonçalves), e nas categorias melhor direção, melhor roteiro e melhor fotografia, todas assinadas por Fred, como é carinhosamente chamado pela gente do meio.

A votação é popular e pode ser feita pelo site do Festival até o dia 9 de fevereiro.