Péla na tela

Cineasta, professor universitário e fotógrafo, Murilo Santos está hoje em Rosário, mais precisamente no povoado São Simão, palco original da dança do lelê, também conhecida como péla-porco. Hoje (7) à noite, durante os festejos de Nossa Senhora da Conceição, ele exibe um documentário que realizou ainda na década de 1970 sobre a citada manifestação cultural.

Às próprias custas s. a., como diria Itamar Assumpção, Murilo Santos tem feito um trabalho importante de devolução de suas obras (filmes e fotografias) às comunidades que lhe serviram de cenário. Exemplo recente é A festa de Santa Tereza, exibido em Itamatatiua, comunidade alcantarense que lhe serve de palco (à festa e ao filme, que teve trechos usados em No fiel da balança, de Francisco Colombo).

Documentário permaneceu inédito por 35 anos

O doc, de 1976, integrou a pesquisa A dança do lelê na cidade de Rosário, no Maranhão, projeto coordenado pelo antropólogo Sérgio Ferretti. Junto dele, também participaram dos trabalhos a pesquisadora Joila Moraes e o poeta Valdelino Cécio, à época do Departamento de Assuntos Culturais da Fundação Cultural do Maranhão.

Em algumas viagens ao povoado rosariense, a pesquisa foi acompanhada pelo folclorista Domingos Vieira Filho, então presidente da Fundação Cultural do Maranhão – em algumas fotos, ele aparece realizando pesquisa de campo. Os resultados do importante trabalho viraram livro em 1977, com fotografias de Murilo Santos – ele era fotógrafo da trupe e aproveitou as ocasiões para filmar, por conta própria. No ano seguinte a Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro, da Fundação Nacional de Arte (Funarte) do Ministério da Educação e Cultura (MEC), realizou uma nova publicação da pesquisa, na série Cadernos de Folclore, nº. 22.

No filme, um curta-metragem de 12 minutos, rodado em película 16mm, Domingos Vieira Filho aparece rapidamente – é sua única imagem filmada.

Nesta sexta-feira (9), às 19h30min, Murilo Santos exibe este documentário e, após, (de)bate papo com os presentes ao Papoético, evento semanal capitaneado pelo poeta e jornalista Paulo Melo Sousa, o Paulão, que já conta um ano de atividades ininterruptas.

O Papoético acontece no Chico Discos (Rua 13 de Maio, 389, esquina com Rua dos Afogados, sobre o Banco Bonsucesso). A entrada é gratuita.

Deu bode no Papoético

Acima, primeira parte (de cinco, todas disponíveis no YouTube) do documentário Bode rei, cabra rainha [Brasil, 2008, 52min.], de Helena Tassara. O filme será exibido e debatido no Papoético de amanhã (24), às 19h30min, no Chico Discos (Rua de São João, 389, esquina com Afogados, sobre o banco Bonsucesso), com a presença da cineasta.

Conforme e-mail de Paulo Melo Sousa, vulgo Paulão, organizador e coordenador da tertúlia, o doc “prioriza como personagens o bode e a cabra, e inclui a fala de criadores, artistas populares, comerciantes e outras figuras cuja vida está profundamente ligada a esses animais, como o escritor Ariano Suassuna e Manelito Dantas, com participação de Zeca Baleiro, dentre outros artistas, na leitura e interpretação de textos. A música original é de Fabio Tagliaferri e Paulo Tatit”.

“A proposta da diretora, Helena Tassara, foi a de realizar um documentário divertido e rico, pontuado por histórias reais ou imaginárias, para ilustrar a essência da personalidade de seus protagonistas e a sua relação com os homens e mulheres nordestinos”, ainda segundo o e-mail.

Bode rei, cabra rainha, uma co-produção Fundação Padre Anchieta/ TV Cultura e Sesc TV, com produção da Cinematográfica Superfilmes, foi um dos vencedores do concurso Doc TV – Janela Brasil 2007 e já abocanhou diversos outros prêmios: melhor média metragem na 32ª. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (2008); melhor longa/média de temática nordestina na 36ª. Jornada Internacional de Cinema da Bahia (2009, Prêmio Especial do Banco do Nordeste); Troféu Nêgo Chico para o melhor filme/vídeo do 12º. Concurso Refestança concedido pelo Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho da Superintendência de Cultura Popular da Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão no 32º. Festival Guarnicê de Cinema e Vídeo (2009); menção honrosa para melhor filme de média metragem no 11º. Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA) de Goiás (2009); melhor filme, melhor documentário e melhor trilha sonora no III Festival de Vídeo e Cinema Rural de Piratuba/SC (2011).

O Papoético tem entrada franca e é o único lugar em São Luís (fora sua própria casa) em que se podem ver filmes tomando cerveja. Faltou só uma carninha de bode de tira-gosto…

Murilo Santos no Papoético

O cineasta Murilo Santos posa com uma Kodak Rio 400, presente de seu pai

Fotógrafo, cineasta e professor, Murilo Santos (foto) é o convidado de hoje (20) do Papoético, que acontece a partir das 19h30min no Chico Discos (esquina das ruas Treze de Maio e Afogados, entrada pela primeira, sobre o banco Bonsucesso), de graça.

Sob mediação do poeta Paulo Melo Sousa, vulgo Paulão, Murilo conversará com o público presente sobre seus ofícios e exibirá o documentário francês Le bonheur est là-bas, en face, de Jean-Pierre Beaurenaut, cujo estilo influenciou o trabalho do maranhense.

O doc foi filmado no Maranhão (na capital São Luís e na comunidade quilombola de Ariquipá, Bequimão), na década de 70, e discute temas como comunidades quilombolas, migrações, cidade e urbanização, entre outros.

Em cima da hora: Pitomba! no Chico

Logo mais às 19h meus amigos Bruno Azevêdo e Celso Borges participam de debate-papo em que relançam o número 2 da revista Pitomba!, editada por ambos mais Reuben da Cunha Rocha, ora em SP.

O relançamento acontece no Papoético, organizado semanalmente, sempre às quintas-feiras, pelo poeta Paulo Melo Sousa, vulgo Paulão.

Acontece no Chico Discos, sebo charmoso que ocupa o segundo piso do prédio em cujo primeiro está o Banco Bonsucesso, na esquina das ruas Treze de Maio e Afogados, no centro da capital maranhense.

Em tempo: tristeza ver, esquinas antes, um banco, uma “loja de crédito” ocupando a casa em que outrora funcionou a saudosa Livraria Athenas.

Ingressos para o Papoético grátis. A Pitomba! sai por apenas R$ 5.