Com satisfação leio nos roteiros de cinema dos jornais da Ilha que o Cine Praia Grande está exibindo o argentino Abutres [Carancho. Argentina, Chile, França, Coreia do Sul, 2010. Drama. Direção: Pablo Trapero, trailer acima], filme excelente, com interpretações monstruosas de Ricardo Darin (Sosa) e Martina Gusman (Luján), a que assisti ainda ano passado, quando o filme integrou a programação da 5ª. Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, na primeira edição da mesma que abarcou São Luís (creio que a sexta, que a capital maranhense recebe entre os próximos dias 31 de outubro e 6 de novembro, abrangerá todas as capitais brasileiras).
Apesar de ter visto bem menos filmes do que gostaria, só tenho boas lembranças da 5ª. Mostra e a deste ano promete. Como escrevi à época: “Quem, preconceituosamente, pensa que os filmes da Mostra, ou a Mostra em si, são maçantes, cansativos, chatos, enfadonhos, panfletários ou coisas parecidas, não sabe o que está perdendo”. Este blogue falará mais sobre em momento oportuno.
Curiosidade: já vi, em ao menos duas bancas, em São Luís, cópias piratas em dvd de Abutres.
“Cidade és minha paisagem / feita de tempo e de mim / de tudo aquilo que somos / e o que seremos, enfim”.
O que será que lateja no coração de uma cidade às vésperas de se tornar quatrocentona, cercada de celebrações que não disfarçam uma disputa sem precedentes ou pudores pela sua direção política para os próximos anos? O que será que anda nas cabeças e nas bocas dos seus habitantes, confinados no breu da escuridão da cidadania, reduzida a manifestação solitária de uma cabine eleitoral, por meio de uma convocação obrigatória a cada quatro anos?
“Debaixo da ponte há um mundo / feito de gente esquecida / crianças queixando infâncias / infâncias queixando a vida”.
É desta cidade que não está nos postais destinados aos turistas que nos visitam, nem nas propagandas milionárias pagas com dinheiro público veiculadas a cada minuto nos meios de comunicação privados, que falamos. Da cidade dos becos e ladeiras, das palafitas e palmeiras, dos subúrbios e sobrados, que insistem em compartilhar a geografia humana de outros desenhos urbanos, excluídos das pranchetas dos planejadores do seu destino, para mergulhá-la numa insana especulação imobiliária, verticalizando a vida, entregue a sanha desenfreada dos automóveis.
“Um mundo dentro da ponte / desafiando a cidade / amarga sobre os instantes / as suas necessidades”.
A São Luís de um milhão de habitantes, que comemora oficialmente esta semana seus 399 anos, é uma cidade, sobretudo, excludente e desigual; despossuída do mínimo de políticas públicas voltadas para os grandes problemas que afligem a imensa maioria de sua população. O transporte de massas, decente e seguro, o saneamento básico e a água de qualidade, disponíveis principalmente para a população que vive nos grandes aglomerados urbanos que circundam a cidade, com toda a certeza, são os maiores desafios a exigirem urgentes soluções.
“A ponte que une dois lados / separa muitos caminhos / por cima, uns vão pisando / debaixo, outros sozinhos”.
A qualidade de vida nestas circunstâncias, até mesmo dos abastados é duvidosa, que dirá da imensa maioria dos habitantes da Ilha de Upaon-Açu, excluída dos processos decisórios e da condução dos seus próprios destinos, diante da falência das formas de representação política que já não representam mais nada no plano institucional, a não ser os interesses econômicos de gestores e parlamentares cada vez mais enterrados no mar de lama da corrupção, com seus tentáculos abarcando todas as entranhas dos podres poderes da nossa República Federativa.
“Calçando os pés com a esperança / agasalhada no escuro / entrando na fila imensa / que espera pelo futuro”.
E por falar em representação política, em recente artigo publicado na Folha de São Paulo, na edição de 19/6/2011, intitulado Você no Parlamento, Oded Grajew, presenteou os leitores com a seguinte e notável reflexão:
“Os países que possuem os melhores indicadores de qualidade de vida são aqueles em que a democracia participativa mais avançou, nos quais a sociedade e as organizações sociais mais participam nas decisões e no acompanhamento das políticas públicas, fazendo prevalecer o interesse público acima dos interesses corporativos”.
Manchete do Jornal Pequeno deste último domingo, 04/09: Brasileiros organizam nas redes sociais ‘O DIA DA INDIGNAÇÂO’, programado para o 7 de setembro próximo. Quem sabe, poderá se transformar num grande momento para expressarmos nas ruas e avenidas deste País todo descontentamento da população contra o perigoso rumo que a nação está tomando, ajoelhada e perplexa diante do caos da corrupção; uns, acomodados pelo conformismo do discurso apocalíptico, enquanto outros justificando suas omissões pela inevitabilidade do particularismo de suas conveniências.
Nestas circunstâncias, cabe lembrar e fazer valer o providencial e atualíssimo discurso do líder negro e religioso Martin Luther King:
“O que mais preocupa não é o grito dos sem-caráter, dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”.
[Com o texto acima, de Joãozinho Ribeiro, publicado na edição de segunda-feira (5) no Jornal Pequeno, este blogue presta sua homenagem à capital maranhense, tão maltratada pelos gestores públicos. Terá a Ilha-capital algo a comemorar? Os trechos em negrito-itálico são de poema (o livro Paisagem feita de tempo) e música (o choro Milhões de uns) do poeta-compositor-colunista]
Em homenagem ao Dia Mundial da Fotografia, celebrado ontem
Apolônio Melônio (do Boi da Floresta) e Seu Beleza, sobreviventes do navio cargueiro Maria Celeste que explodiu em 16 de março de 1954 próximo ao porto e da Avenida Beira Mar matando 16 pessoas – estivadores e tripulantes. A fotografia dos dois personagens foi feita durante as gravações de um documentário que venho realizando sobre essa tragédia que abalou São Luís.
[Foto e legenda de Murilo Santos, roubadas da conta do facebook do grande cineasta]
Já falei de buracos, aliás, motivos das críticas mais recorrentes à gestão do tucano João Castelo em São Luís, que tem bem mais que buracos como bons motivos para elas.
Abaixo, filminho que fiz hoje pela manhã, quando transitava pela avenida Camboa, no rumo do trabalho. O que acontece: buracos que haviam sido recém-consertados estão novamente abertos, tornando o trânsito lento, expondo inclusive motoristas a multas.
Isso que mostro é coisa pequena, mas dá ideia do descaso com que a capital maranhense tem sido tratada pelas autoridades de plantão. As imagens podem ser toscas, a ideia pode não ser original, mas foi divertido fazer, apesar de arriscado e de eu torcer e trabalhar por uma cidade melhor.
Todo mundo fala em 400 anos, mas como a cidade estará ao completar os 399 que se avizinham?
Já conhecia e gostava bastante de DonaZica quando ouvi o primeiro disco solo de Andreia Dias, lançado depois dos dois trabalhos da banda em que ela dividia os vocais com Iara Rennó e Anelis Assumpção. Boas letras em melodias idem, opinião que mantive quando tempos depois a moça botou o segundo filho na rua. Parece haver três donazicas agora, com os muito interessantes trabalhos solo de suas três cantoras, embora isso pareça diminuir muito a questão, e não é o que se quer aqui.
A notícia dada por Alê Muniz por msn me entusiasmou: Andreia Dias faria um show em São Luís. Data, horário, local, preço do ingresso, o homem Criolina passou-me todos os detalhes e o blogueiro tentou logo cavar uma entrevista com a cantora paulista, por e-mail.
Ela só me responderia após o show, enxuto – “não deu tempo de ensaiar”, ela me justificaria depois, no bate papo do facebook –, em que cantou apenas três músicas de sua lavra (Asas, O fio da comunicação e Seu retrato), reverenciando grandes mestres: Sérgio Sampaio (Que loucura!), Roberto e Erasmo (Mesmo que seja eu), Cláudio Zoli (À francesa, sucesso de Marina Lima), Benito de Paula (Do jeito que a vida quer) e Zeca Pagodinho (Maneiras, composição de Silvio da Silva).
Andreia Dias iniciou a turnê Fora do Eixo por Belém, no mesmo esquema de São Luís, seu segundo palco na jornada: ao todo serão dez cidades brasileiras, ela viajando sozinha, se aliando a uma produção local e tocando acompanhada por uma banda idem. Ao palco do Novo Armazém na última quarta-feira (15), subiram com ela Edinho Bastos (guitarra), George Gomes (bateria) e João Paulo (contrabaixo). “Com uma banda dessas fica até fácil”, brincou a certa altura.
Os DJs Pedro Sobrinho e Natty Dread foram os pães da noite-sanduíche, cujo recheio contou ainda, além de Andreia Dias, com o casal Criolina Alê Muniz e Luciana Simões, indicados ao 22º. Prêmio da Música Brasileira, na categoria Canção popular, sobre o que falaremos em hora oportuna. Confira a seguir a entrevista que a cantora paulista concedeu com exclusividade, sem pudores nem papas na língua, a este modesto blogue.
Sem papas na língua, ela não poupa ninguém. Sobre a "nova" geração: "tem muita gente mala e bunda mole que acha que 'tá abafando, muita masturbação musical e lixo muito mais pesado sendo consumido"
ENTREVISTA: ANDREIA DIAS POR ZEMA RIBEIRO
Zema Ribeiro – Em fevereiro você reverenciou Sérgio Sampaio no projeto Bendito é o maldito entre as mulheres. Sérgio é um de teus ídolos? Quais as tuas principais influências? Andreia Dias – Acabei conhecendo mais o Sérgio através do convite pra esse show [a série homenageou ainda Jards Macalé, interpretado por Camila Costa com participação do mesmo, Tom Zé por Anna Ratto, com participação de Anelis Assumpção, e Jorge Mautner, que participou do show das Chicas]. Virei entusiasta e desde então tenho que cantar umas músicas dele, elas já fazem parte do meu ser. Me identifico muito com a obra dele. Minhas principais influências vêm do gospel, rock e do samba. Depois passei a assimilar outras linhas, mas essas três são as principais vertentes da minha obra. O gospel ainda de forma bem sutil, nota-se em Astro Rei, O Fio [da comunicação, música já gravada pela DonaZica, retomada por ela em Vol. 2] etc. Um dia pretendo gravar um disco de metal do senhor.
Em que momento você “decidiu” ser artista? Quando descobri que não gostava de estudar nem trabalhar. Com 16 anos.
A relação com as ex-colegas da DonaZica parece ser boa, pelas participações delas em teu disco de estreia. A banda acabou ou continua acontecendo em paralelo à tua carreira solo? DonaZica acabou, mas continuamos amigas e participando das fuleiragens umas das outras.
Em recente entrevista ao caderno Ilustrada, da Folha de S. Paulo, o cantor, compositor e pensador Rômulo Fróes, disse que “essa é uma geração das mais brilhantes da história da música brasileira”. Como você, que faz parte dessa geração, analisa a afirmação? Eu acho essa afirmação muito pretensiosa, quase arrogante. Nem sei mesmo se ele falou isso por que também não confio muito nos jornalistas, Nada pessoal, só acho que alguns filhos de Marat [o jornalista francês Jean-Paul Marat, 1743-1793] distorcem muitas vezes o que dizemos. Se ele disse mesmo, do meu ponto de vista está equivocado. Todas as gerações têm o seu brilho e o seu encantamento, seu peso e sua influência nos costumes e na sociedade como um todo. Nenhuma é mais ou menos que a outra. A nossa tem grande potencial, tem artistas interessantes, mas também tem muita gente mala e bunda mole que acha que ‘tá abafando, muita masturbação musical e lixo muito mais pesado sendo consumido. Falta muita distorção e sangue nos olhos pra muita gente. Acho que essa geração deixa muito a desejar em vários aspectos.
Essa geração, que não dá satisfação, por exemplo, a grandes gravadoras, tem, em tese, mais liberdade para construir sua obra. No entanto, em tempos em que todo mundo é repórter de si mesmo em twitter, orkut, facebook, myspace e toda a internet, “conquistar espaço” parece bem mais difícil. Os discos já não têm mais as vendagens de outrora. Como você enxerga este atual momento da música popular brasileira? Acho que esse é um grande momento pra se saber quem é quem de verdade. A mentira não cabe mais. Tá todo mundo exposto com a cara pra bater. Todo mundo tem potencial artístico e não cabe mais o modelo do artista glamourizado imposto pela grande mídia. A ditadura do super artista, o ser superior e iluminado está ruindo a cada dia. Ninguém mais deixa de cantar ou tocar sax por que não vai fazer sucesso e precisa trabalhar no escritório pra pagar as contas. Todo mundo pode fazer, as armas estão aí; partindo deste princípio saberemos quem sobreviveu daqui há uns dez, vinte anos. Daí saberemos se essa geração foi brilhante mesmo.
Música popular brasileira, um conceito, aliás, cada vez mais contestável. Como você define a música que faz? Música, só. Eu faço música. Antes eu gostava de dizer ‘musica popular contemporânea da América latina’. Mas também já acho isso uma punheta. Música e ponto.
Por que batizar os discos simplesmente de Vol. 1 e Vol. 2? Por que fazem parte de uma trilogia ainda em construção.
Você que tem asas e precisa abri-las, para citar a letra de Asas, que abre teu disco de estreia, em que projetos está envolvida atualmente, incluindo próximos discos? Estou em uma circulação por 10 cidades do Brasil através do coletivo Fora do Eixo. A ideia é percorrer 10 pontos em dois meses de viagem. Estou sozinha na estrada e em cada cidade que chego tem uma banda pra me acompanhar. Comecei por Belém onde já gravamos duas faixas inéditas e um videoclipe em parceria com músicos de lá. Minha segunda cidade está sendo São Luís e já comecei uma faixa com o casal Criolina. A ideia é acabar com um disco e um documentário da expedição, que batizei de tatuducerto.
Qual o segredo para tratar dos amores e das inevitáveis rimas para eles, as dores, sem meramente cair no brega, quer coisa mais brega que o amor? Quanto há de autobiográfico e de ficção em tuas letras? O segredo é viajar e se amar acima de tudo. Minha obra é bastante autobiográfica, na música exorcizo meus sentimentos e minhas dores, como também minhas alegrias.
O que você achou do show desta quarta-feira (15) no Novo Armazém? E o que tem achado da cidade? São Luís estava no roteiro desde o começo. Eu, antes de ir pra Belém, já tinha batido uma bola com a Lu [a cantora Luciana Simões], daí então surgiu o convite. Embora aqui não tenha um ponto Fora do Eixo definido, o Criolina atua como representante e através deles foi criada toda a rede de produção e interação com os músicos. Fiquei muito satisfeita com o show e a ideia é voltar em breve e fazer mais shows. Tô amando essa cidade, as pessoas são muito calorosas e a comida muito boa, vou conhecendo aos poucos.
Volto um pouco à questão dos grandes avanços tecnológicos, não só em relação à música: como você enxerga, por exemplo, a questão dos downloads? A seu ver, downloads gratuitos atrapalham ou ajudam as vendas? Acho que deve atrapalhar por que incomoda muita gente. Eu acho massa!! Vamos baixar o universo! Pau no cu das grandes instituições que dependem de vendas, de juros e lucros!! Malditos escravocratas!!!! Tá tudo aí, é só querer pegar. O mundo é nosso e ninguém pode impedir mais a tecnologia. Eles vão tentar, mas a casa deles ‘tá caindo e enquanto isso vamos downloadeando!!
três bons motivos pr’aqueles que ainda não decidiram ir ao show de Andreia Dias, logo mais no Novo Armazém (Rua da Estrela, 401, Praia Grande): Asas, Bode e O fio da comunicação, três músicas dela, as duas primeiras no primeiro vídeo, esta última também já gravada pela Donazica, ótima banda de que faz parte, ao lado das também talentosíssimas Anelis Assumpção (que acaba de lançar disco solo) e Iara Rennó.
Anotem aí o serviço: Show de Andreia Dias, hoje (15), às 21h. Participação especial: Criolina. Discotecagem: Pedro Sobrinho e Natty Dread (não sei se antes, pra criar o clima, ou depois, enquanto pedimos as saideiras). Exposições fotográficas: PanorAMO São Luís, de Ghustavo Távora, e Vibrações, de Marcos Gatinho, além de uma de artes plásticas de Alex Soares. Os ingressos custam apenas R$ 15,00. A apresentação integra o projeto Fora do eixo, com que a cantora está percorrendo o país. A produção local é do Criolina (Alê Muniz e Luciana Simões). Andreia Dias será acompanhada pelos músicos Edinho Bastos (guitarra), George Gomes (bateria) e João Paulo (contrabaixo).
Ao presidente do Senado
nosso “grande” Zé Bigode
deixarei atos secretos
pois comigo ninguém pode.
Pra misturar com a gororoba
deixo óleo de peroba
pois com ele o Maranhão se fode.
(…)
“O melhor governo de minha vida”
diz o slogan inflamado.
Se este é o melhor governo
calcule agora os passados.
Por isso que o Maranhão
é nesta Federação
um dos piores estados.
Deixo pro aeroporto
da capital do Maranhão
uma nova estrutura
pra Roseana fazer a inauguração
e enganar o povo,
puxa saco e baba ovo
que gosta de esculhambação.
Para o doutor Macaxeira,
nosso vice-governador,
deixarei como herança
um prato cheio de cocô,
para comer com Monteiro,
seu fiel “cumpanheiro”,
que é do PT um traidor.
(…)
“Agora vai”, diz Castelo,
só ninguém sabe pra onde.
Que o trânsito está um caos,
isso ninguém mais esconde.
Vai pra puta que pariu,
cada rua vira um rio
e o povo que faça a ponte.
(…)
E dou para o Jackson Lago
já na hora da partida
os pêsames que Roseana
lhe trouxe na despedida.
É o abraço do carrasco
pois lhe tomaram o mandato,
a sua maior conquista.
Na verdade esse é o abraço
dado pela sucuri,
que machuca sua presa
para depois engolir.
Deixo uma dúzia de lenço
e um minuto de silêncio
para o povo refletir
(…)
Trechos d’O Testamento de Judas (Laborarte, 2011), de autoria de Camila Reis, Moizés Nobre, Samuel Barreto e Zeca Tocantins.
São Luís e o Maranhão estão desgovernados. Os problemas se acumulam ante a inércia dos gestores públicos. Os versos acima são versão bem humorada de parte destes problemas: seria cômico se não fosse trágico. Artistas cumprem seu papel; governantes, não. Onde vão parar estes trens descarrilados?
Ao contrário do que parte da imprensa ilhéu noticiou, ainda na semana passada, não são Osgemeos que vêm à São Luís: são os gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá.
Os primeiros, Gustavo e Otávio Pandolfo, internacionalmente famosos por diversas intervenções urbanas espalhadas around the world, assinam o projeto gráfico do excelente Toda vez que eu dou um passo o mundo sai do lugar (2007), que o ex-Mestre Ambrósio Siba gravou com a Fuloresta do Samba, capa aí à esquerda; os segundos, também internacionalmente famosos, trazem na bagagem um Jabuti e um Eisner (a mais importante premiação de HQs nos Estados Unidos).
As duas figuras da foto aí à direita, Moon e Bá já estão na Ilha, de onde levarão nas memórias, as suas, as das máquinas fotográficas, em rascunhos, imagens da capital maranhense, que usarão para ilustrar mais um volume da série Cidades ilustradas, da editora carioca Casa 21. Os volumes já lançados, com outras cidades, estão disponíveis para download gratuito e legal no site Quadrinho.com. O volume dedicado à São Luís será lançado em 2012, quando a cidade completa 400 anos.
Os quadrinistas ficam em São Luís por todo o resto de maio. Nesta quinta (26), eles participam do Papoético, em debate-papo que terá mediação de Bruno Azevêdo. Acontece às 19h, no Chico Discos (Rua de São João, 389-A, Centro; esquina com Afogados – a do semáforo, sobre o Banco Bonsucesso), com entrada franca. Presentes pagam apenas o consumo.