
Desde que descobri a coincidência tive um orgulho meio besta de ter nascido no mesmo dia de Manoel de Barros. Como se dividirmos signo e data de nascimento nos desse alguma espécie de intimidade. Ele exatos 65 anos mais velho.
“O que é bom para o lixo é bom para a poesia”, aprendi com ele, que inventou coisas como o “abridor de manhãs”. “Tudo que não invento é falso”, o mantra me ecoa no juízo, aprendido em Só dez por cento é mentira, de Pedro Cezar, a ótima cinebiografia do mato-grossense.
Hoje o poeta virou passarinho e voou fora da asa. Sem mais a dizer – quisera ter escrito isso em “idioleto manoelês archaico” –, deixo-lhes um poema, que diz muito sobre si e sua obra.
