A Besta Fera: uma homenagem a Maria Aragão no seu aniversário de 102 anos de nascimento

A médica e militante comunista Maria Aragão...

A médica maranhense Maria José Aragão será homenageada nesta sexta-feira, 10 de fevereiro, pela passagem dos seus 102 anos de nascimento, com a reapresentação do monólogo A Besta Fera: Uma Biografia Cênica de Maria Aragão, às 18h, no Auditório do Memorial Maria Aragão (na praça homônima), interpretado pela atriz maranhense Maria Ethel, do Grupo Xama Teatro, com direção de Gisele Vasconcelos e trilha sonora de Cesar Teixeira. A entrada é gratuita.

Segundo o grupo, o espetáculo resgata a história de Maria José Camargo Aragão (1910-1991) em meio à pobreza extrema. “Em busca da superação da fome, do preconceito, da agressão e na perseguição do sonho de libertar a humanidade, através da conquista de uma profissão, a medicina, Maria Aragão entrega-se, apaixonadamente, às causas sociais, lutando por uma sociedade justa e igualitária”.

O evento é organizado pelo Instituto Maria Aragão (IMA), que também estará completando 11 anos de atividades. Conforme a psiquiatra Ironildes Vanderlei, vice-presidente da entidade, não houve um só episódio importante na história política contemporânea do Maranhão que não contasse com a presença de Maria Aragão.

“Desde a greve de 1951, passando pelas manifestações dos estudantes, dos camponeses, dos operários, dos médicos, das mulheres, dos professores e pelas mobilizações visando à anistia e as eleições diretas, apenas para citar algumas, a figura dela se fez presente”, comenta Ironildes.

Além de ser o principal responsável pela existência do Memorial Maria Aragão, na praça que também leva seu nome, o IMA desde 2001 organiza semanas politico-culturais em torno de Maria Aragão, tendo trazido para São Luís ilustres figuras do mundo político e cultural brasileiro, como o cineasta Silvio Tendler, Clara Charf (viúva de Carlos Marighella), e Luís Carlos Prestes Filho.

Em fevereiro do ano passado Tendler retornou a São Luís para o lançamento do seu filme Utopia e Barbárie, como parte da programação da 3ª. Semana Político-Cultural do IMA.

... será interpretada pela atriz Maria Ethel em A Besta Fera

A homenagem desta sexta-feira marca ainda a passagem por São Luís da atriz Maria Ethel, atualmente radicada no Rio de Janeiro. Em 2009, ela foi escolhida como Melhor Atriz pelo Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Maranhão (SATED/MA) por sua atuação em A Besta Fera, que também conquistou o prêmio de Melhor Espetáculo.

(As informações são da assessoria do espetáculo)

Maré Memória

MURILO SANTOS
ESPECIAL PARA O BLOGUE

Já me perguntaram se essa foto é de minha autoria. Acho que sim. Coordenei o Departamento de Cinema e Fotografia do Laboratório de Expressões Artísticas (Laborarte), desde a sua fundação até meados de 1975. Antes disso, fiz parte do grupo que deu origem ao Laborarte, o Tefema, Teatro de Férias do Maranhão, fundado por Tácito Borralho em 1971. Desde então passei a fotografar e fazer iluminação de espetáculos. No Laborarte fiz fotos durante nossas pesquisas de campo e de espetáculos. A iluminação das peças também ficava a cargo do Departamento de Fotografia e Cinema. Lembro de ter feito uma foto semelhante a essa, desse mesmo ângulo. Lembro de ter aproveitado a placa de “proibido fumar” do Teatro Arthur Azevedo, enquadrando somente a palavra “proibido”, para sublinhar o tom de protesto do espetáculo e das músicas de Cesar Teixeira e Josias Sobrinho. Coisas da época. Se de fato a foto é de minha autoria, ela certamente foi feita durante um ensaio no Arthur Azevedo, momento em que eu aproveitava para sair da cabine de iluminação e fazer fotos para registro interno e divulgação dos espetáculos.

Com a adaptação da obra de José Chagas, Maré Memória, o Laborarte concretiza o sonho de integrar as diferentes linguagens desenvolvidas pelos chamados departamentos: Cênicas; Dança; Música; Fotografia e Cinema; Artes Plásticas e Artesanato; Propaganda; Imprensa.

O mastro que se vê na foto representa uma festa de São Benedito. Além das músicas compostas especialmente para o espetáculo, era cantado o tradicional bendito de São Benedito. Lembro que nesse momento os atores aceleravam progressivamente o cântico e o andamento de uma procissão em torno do mastro, até tornar-se uma correria. Geniais coisas do Tácito!

Para esse espetáculo, realizei dois filmes curtos em Super-8 filmados nas palafitas do bairro da Liberdade. Um documentário e outro que poderíamos chamar de experimental. A exemplo das músicas que eram cantadas e tocadas pelos músicos protagonistas da foto, assumindo personagens na cena, como forma de integrar também, o cinema ao espetáculo teatral, os filmes eram projetados num lençol estendido num momento determinado em um varal dessa palafita cenográfica que aparece na imagem. A ideia era fazer com que as imagens externas e reais compusessem a encenação no palco. Algo inédito para aquela época. Portanto, é em 1974, quando experimentamos de fato um laboratório de expressões artísticas integradas com Maré Memória é que se inicia o ciclo do Super-8 no Maranhão. Um início que tem na projeção desses filmes talvez as primeiras e únicas exibições para um público pagante

O curta experimental, se assim podemos classificá-lo, durava menos de três minutos. Neste filme, as imagens, quase sempre em closes, associavam estacas de palafitas aos buracos de caranguejos na lama, banhados pelo leve vai e vem das ondas da maré. O filme era projetado no instante em que o casal protagonista do espetáculo entrava em casa e se recolhia às suas intimidades. O público da peça pode ver o que podemos considerar talvez o único filme erótico do ciclo Super 8.

Guardo esta foto que registra as filmagens dos curtas para o espetáculo Maré Memória. No cenário de mangue e lama, a câmera Super-8 (uma Canon 1014 recém doada ao Laborarte) acha-se protegida por um saco plástico.

De pé no mangue (e lama) filmando para Maré Memória, o cineasta Murilo Santos fotografado por um palafitado

Maré Memória

Josias Sobrinho e Cesar Teixeira faziam uma dupla de violeiros no espetáculo teatral homônimo, baseado no livro-poema Marémemória (1973), de José Chagas. Dirigida por Tácito Borralho, a peça foi encenada pelo Laborarte durante dez dias consecutivos no Teatro Arthur Azevedo, em maio de 1974.

Fisguei a foto acima na maré do acervo laborarteano, em pesquisa acerca da citada adaptação.

O Labô completa 40 anos ano que vem. Revirar as boas marés dessas memórias é ótima pedida. Um show celebrativo reunindo seus três músicos fundadores, os dois acima mais Sérgio Habibe, seria sensacional, não?

“Todo homofóbico é uma bicha enrustida”

 

Zé Celso em As boas

José Celso Martinez Corrêa, nas Páginas Negras da Trip #204, de outubro/2011.

Gilberto Martins em curta temporada no João do Vale

Do release que recebi por e-mail: “Vater é uma livre adaptação da obra O Pai, do dramaturgo alemão Heiner Müller, baseada na sua vivência  de quando criança ao ver seu pai ser preso por volta de 1933 por não seguir mais o Partido Social Democrata Alemão e sim o Partido Socialista Operário. O autor penetra com seus escritos em esferas bastante contradotórias com o contexto político-social e cultural da RDA e ao mesmo tempo sobre uma esfera abrangente de onde brota uma arte de vanguarda conhecida no mundo todo”.

No palco, o monstruoso, no bom sentido, é claro!, Gilberto Martins [Reverso]. Serviço completo: dias 6 e 7 de outubro, às 20h, no Teatro João do Vale (Rua da Estrela, Praia Grande). Ingressos: R$ 20,00 à venda no local, com meia para estudantes com carteira. Encenação: Ivy Faladeli. Produção executiva: Leury Monteiro. Realização: DRAO Teatro da (In)constância. Maiores informações: (98) 8818-8408, 8827-2728.

Todos os cachorros são azuis

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Peça em cartaz no Rio. Aqui a resenha que escrevi sobre o livro homônimo. E aqui a que escrevi sobre Vinis mofados, livro de poemas estreia de Ramon Mello, o ator aí do meio, ele, o jornalista que está cuidando da publicação dos inéditos de Rodrigo de Souza Leão pela editora Record.