Vagabundagem

Abaixo uma tradução de Arthur Rimbaud, pelo maranhense Ferreira Gullar. O poema foi pescado do Portal Literal(http://www.portalliteral.com.br), que abriga os endereços oficiais de Gullar, Luis Fernando Veríssimo, Lygia Fagundes Telles, Rubem Fonseca e Zuenir Ventura. Vale uma visita!

 

Nas calças um buraco e eu só tinha aquelas.
Lá ia eu com as mãos em meus bolsos furados;
O paletó também se tornara irreal;
E sob aquele céu, Musa! eu era teu vassalo;
E imaginava amores nunca imaginados!

– Pequeno Polegar das rimas, sonhador,
Instalei meu albergue na Ursa Maior.
– Lá no céu o frufru de seda das estrelas…

Eu as ouvia, sentado à beira das estradas,
nas noites boas de setembro, quando o orvalho
revigorava-me a fronte como um vinho;

E em meio às sombras fantásticas, então,
dedilhava, como se fossem lira, os elásticos
de meus sapatos, o pé junto do coração!

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