Amor demais, poesia de menos. Nem minha melhor literatura chegará aos pés do que sinto por ti, já disse. Então vou me usando das penas alheias. Hoje vamos de Lenine e Carlos Rennó:
Todas Elas Juntas Num Só Ser
(trecho)
Não canto mais Bebete nem Domingas
Nem Xica nem Tereza, de Ben Jor,
Nem Drão nem Flora, do baiano Gil;
Não canto mais Luiza, do maior;
Já não homenageio Januária,
Joana, Ana, Bárbara, de Chico;
Nem Yoko, a nipônica de Lennon;
Nem a cabocla, de Tinoco e de Tonico;
Nem a tigresa nem a vera gata
Nem a branquinha, de Caetano;
Nem mesmo a linda flor de Luiz Gonzaga,
Rosinha, do sertão pernambucano;
Nem Risoflora, a flor de Chico Science –
Nenhuma continua nos meus planos.
Nem Kátia Flávia, de Fausto Fawcett;
Nem Anna Júlia, do Los Hermanos.
Só você,
Hoje eu canto só você;
Só você,
Que eu quero porque quero, por querer.
(…)
Só você,
Mais que tudo e todas, só você;
Só você,
Que é todas elas juntas num só ser.
