um postzinho “na onda”, da hora. coisa que todo mundo faz. e confesso: ler listas é (bem) melhor que fazê-las. sempre vai ficar alguém de fora, (quase) sempre vai entrar alguém que deveria ter ficado de fora.
não listarei os melhores livros e filmes de 2006. devo confessar: li e vi pouco este ano. e a maioria das coisas que li e vi, não foram lançadas este ano.
atrevo-me pois, somente, a listar os melhores discos de 2006, obviamente entre os que ouvi. é, como sempre, uma lista apaixonada e defeituosa. aberta a contestações/indagações/etc. na caixa de comentários. em tempo e sinceramente: também ouvi pouco em 2006.
o maranhense zeca baleiro (que este blogue bem poderia eleger “artista do ano”, dada a sua carga de trabalho) pescou 14 músicas (quase todas inéditas) deixadas em fita (voz e violão) pelo capixaba sérgio sampaio (para ficar num lugar-comum, o autor de “eu quero é botar meu bloco na rua”). o resultado é esta belíssima bolachinha, que marcou a estréia do selo saravá discos, que pôs ainda no mercado outro belo trabalho, “ode descontínua e remota para flauta e oboé – de ariana para dionísio“, com dez poemas de hilda hilst musicados por zeca baleiro e interpretados por dez vozes femininas.
música, celso borges
“música” não é um disco. é um livro. um livro-disco na verdade. celso borges, o jornalista e poeta maranhense que cometeu esta obra, confessa pensar sempre no texto em papel (livro) antes do suporte sonoro (disco). mais de 50 artistas (músicos, poetas) em 25 faixas. um passeio interessantíssimo por músicas e poemas.
transfiguração, cordel do fogo encantado
versos como “vou pregar na parede / um pedaço de céu / que você me mandou” garantem ao terceiro disco do cordel o título de disco mais lírico de sua consistente carreira. é, ao lado dos outros quatro da lista, um dos discos que mais ouvi em 2006. este e o “homem-espuma” são os dois únicos discos que não resenhei (em 2006).
tião canta joão, tião carvalho
no ano em que joão do vale completou dez anos de falecido, tião carvalho, maranhense radicado em são paulo, prestou-lhe este “tributo”, que vai além desta alcunha aspeada. fugindo de um repertório óbvio, há músicas belas e raras como “os óio de ana bela”.
com participações de céu (um dos muitos discos que este blogueiro (ainda) não ouviu em 2006) e tom zé (cujo disco novo também ainda não ouvi), praticamente nada de novo era apresentado no disco novo do mombojó, cuja estréia se chama nadadenovo. se “em time que está ganhando não se mexe” (termo óbvio para um ano de copa do mundo, não?), o mombojó acertou no ângulo (de novo?) ao repetir as boas fórmulas para se fazer boas músicas.
Homem de vícios antigos 
Só ouvi o Cruel. No que diz respeito a esse disco, você acertou em cheio. Foi das melhores coisas que ouvi este ano. Quanto aos demais vou seguir a indicação do amigo, e conferir. Grande abraço. Sucesso em seus empreendimentos culturais e de outras ordens. Feliz 2007!
muito bom, realmente. entre os discos desta lista, os de tião carvalho e celso borges têm participações especiais de zeca baleiro. lirinha e clayton barros (do cordel) participam de “música” em uma faixa. grande abraço e um ótimo 2007!
Meu dileto amigo Zema, não conheço nada de música – bem o sabes. Porém convivendo com você nas manhãs dos dias úteis desses últimos nove meses, posso assegura que você cometeu algumas injustiças: 1. Se a melhor cantora do mundo (segundo Zema Ribeiro e não vou discordar), lançou um disco no ano e o disco é bom, este deveria estar na sua lista dos 5 melhores do ano; 2. Se o melhor compositor do mundo (segundo novarck e outros milhares de fãs), lançou um disco este deveria estar em qualquer lista dos 5 melhores do mundo em qualquer parte do mundo; 3. Se o César Teixeira tivesse lançado um disco este ano, este também deveria estar na lista dos 5 melhores do ano. Portanto sua lista deveria ser assim: 1. Lugar reservado para Ceumar; 2. lugar reservado para Chico Buarque; 3. Lugar reservado para César Teixeira; 4. Lugar reservado para Zeca Baleiro, ou qualquer coisa que ele faça na indústria fonográfica e finalmente 5: lugar reservado para um bom disco do ano.Bom afinal para quinto a oitavo sua lista é espetacular. Aconselho sseus conselhos àqueles que gostam de uma boa música.Que em dois mil e sete continues a colaborar com a cultura, coisa que tens feito acima de qualquer suspeita.
novarck, obrigado pelos comentários. realmente, eis uma falha: ceumar ter ficado de fora. não incluí chico, talvez por não ter ouvido o “cê”, do caetano, risos. cesar não lançou disco em 2006 (espero que em 2007 aconteça algo). zeca tá três vezes aí nessa lista: produz sérgio sampaio e participa dos discos de tião e celso borges. e ainda poderia ter entrado na lista com o “ode descontínua…” ou com o “baladas ao vivo”. no mais um ótimo 2007 para você, família e todos os leitores deste blogue. grande abraço!
rapá, transfiguração é duca! lírico sem perder o peso das raízes mestiças do cordel. os demais não ouvi, exceto uma ou outra, sem muita atenção, do mombojó. como confio na tua lupa, vou atrás desses. abraço!
rogério, obrigado pela confiança. valem muito a pena (na minha modestíssima opinião, é claro). grande abraço!